DO-IN

O DO-IN é um completo sistema de autotratamento que reúne o que há de melhor e mais acessível nas práticas de mobilização energética chinesas. Guiado pela perspectiva taoísta do refinamento espiritual, o DO-IN, mais que um método de prevenção e correção de enfermidades, é uma saudável proposta que visa resgatar da passividade o mais importante personagem da cena terapêutica: o paciente. Através do diálogo táctil com o próprio corpo o praticante, geralmente buscando consumir superficial e instantaneamente uma nova técnica, é surpreendido pela constatação de que cada um de nós é naturalmente dotado do poder de reagir e restabelecer os desequilíbrios que nos afligem.
Ainda mais importante que eliminar uma dor ou promover o bem estar usando as próprias mãos, é a constatação de que a cura é um processo em grande medida auto-gerado. Seu sucesso envolverá sempre, em maior ou menor grau, a participação ativa da própria pessoa - em última análise, o verdadeiro autor da doença. A consciência de que cabem ao sujeito as primeiras iniciativas nos cuidados com sua saúde, o permite avaliar com mais clareza suas possibilidades e limitações pessoais. A partir daí, a decisão de quando buscar ajuda externa pode ser determinada de forma mais abalizada e responsável.
Mas não é apenas ao leigo que o Do-In se dirige. Ao promover a canalização energética, suas técnicas se mostram igualmente valiosas como preparação para o trabalho terapêutico com energia. E, como se norteia pela sofisticada perspectiva da psicossomática chinesa, sua investigação teórica permite um facilitado ingresso ao simbolismo do corpo, induzindo ao conhecimento de outros mapeamentos bioenergéticos, com seus pontos de contato e intersecções.

Meridianos

Na medicina chinesa a Energia é a essência de todas as coisas, a primeira manifestação do universo sensível. Esta energia - Chi, para os orientais - resulta da combinação de duas forças opostas - Yang, ativa ou positiva e Yin, passiva ou negativa - que surgem continuamente do Tao, a Unidade Primordial, origem do universo de pluralidades. Yang e Ying, os dois princípios antagônicos da Unidade se juntam pela força de atração dos opostos em combinações variadas e criam a energia, que se condensa formando a matéria e todas as concreções físicas.
A energia Chi desloca-se, no nível subcutâneo, através de linhas preferenciais denominadas meridianos. Esses canais imateriais conduzem a energia diferenciada em variadas combinações Yin-Yang, cujos fluxos se intercambiam alternante e complementarmente no corpo, constituindo um sistema responsável pela defesa, regulação e ressonância do organismo em relação às influências cósmicas. Saúde implica, em primeiro lugar, na circulação adequada da força vital através de canais livres e desimpedidos.
Cada meridiano é formado por um número determinado de pontos que transmitem a energia em sentido e ordem sempre constantes. Existem vários tipos de meridianos conforme a função que desempenham, sendo 14 considerados importantes - 12 meridianos principais e 2 meridianos extras. Os demais destituídos de pontos próprios, são os meridianos virtuais que somente se manifestam nos estados patológicos e os meridianos de ligação denominados Vasos Secundários.

Meridianos principais: São pares e simétricos; cada meridiano representa um órgão ou unidade funcional que com ele se liga por meio dos vasos secundários. Nas extremidades todos os meridianos principais se interligam formando a Grande Circulação de Energia. São constituídos de:
* 6 meridianos Yin (condutores de energia com predominância da força Yin) correspondentes aos órgãos de elaboração, que transformam os elementos externos em energia e sangue => Pulmões, Baço-Pâncreas, Coração, Rins, Fígado e a função Circulação-Sexo;
* 6 meridianos Yang (condutores de energia com predominância Yang) correspondentes aos órgãos que controlam a purificação e a circulação do sangue e da energia no organismo => Intestino Grosso, Estômago, Intestino Delgado, Bexiga, Vesícula Biliar e a função Triplo-Aquecedor.

Meridianos extras: São ímpares e passam pelo centro do corpo. Interligam-se formando a Pequena Circulação de Energia, um sistema regulador destinado a manter o equilíbrio energético da Grande Circulação. Os dois meridianos extras são: Vaso da Concepção e Vaso Governador.

Pontos de Energia

Todas as práticas chinesas incluem, direta ou indiretamente, o trabalho de desbloqueio dos pontos de energia. Localizados abaixo da pele, esses vórtices energéticos transmitem o chi através de linhas preferenciais que se inscrevem no corpo numa topografia precisa. Ou seja, essas linhas ou meridianos, resultam de interligação ordenada dos pontos entre si, e cada meridiano dispõe de um certo número invariável de pontos. O meridiano é um trecho ao longo do circuito energético, uma faixa de representação fisioenergética com estreitas conexões com o órgão material que lhe dá o nome.
Alinhados verticalmente no território somático, 309 pontos, duplicados nos dois lados do corpo, se interligam formando a Grande Circulação de Energia - a cadeia dos 12 meridianos principais. Acrescidos dos 52 pontos pertencentes aos 2 meridianos ímpares da Pequena Circulação, tem-se 670 pontos denominados pontos de meridianos. Além desses, um grande número de pontos extrameridianos, pontos dos microsistemas da orelha, do nariz, das mãos e dos pés completam um total de cerca de 1000 pontos conhecidos e utilizados nas terapias chinesas.
O que de fato ocorre quando da estimulação dos pontos - com agulhas, calor ou pressões - é algo que somente a perspectiva energética chinesa esclarece. Mas os pontos não se nivelam em importância. Cada um deles tem seus efeitos e indicações específicas, embora aqueles que pertencem a um mesmo meridiano apresentem efeitos terapêuticos muito semelhantes. Basicamente todo ponto tem propriedades locais e sistêmicas mais ou menos pronunciadas.
O efeito local refere-se a uma contingência anatômica: independentemente do meridiano a que pertence, um ponto irá influir na área do corpo onde se localiza. Sua estimulação promove o descongestionamento local, beneficiando afecções da estrutura e ainda influindo nas disfunções de um órgão que se localiza naquela região.
A ação sistêmica é mais abrangente: por diferentes motivos, um ponto terá relações específicas com certas funções pertinentes ao seu meridiano; sua estimulação trará subsídios para a regularização da função alterada.

Mapa de Pontos

Cronobiologia Chinesa

Orientada essencialmente a partir da ótica do equilíbrio energético, a ciência médica chinesa tem no conceito de biorrítmo um dos fundamentos básicos da sua terapêutica. A existência de um "relógio biológico" em direta dependência dos rítmos cósmicos é uma noção coerentemente presente na visão taoísta que percebe na energia a constante universal em ação em toda a natureza.
Dos diversos biorrítmos conhecidos e mapeados pela tradição chinesa, merece destaque o padrão rítmico desenvolvido pela energia Yong Chi, através dos meridianos principais. Nas 24 horas do dia, cada um dos 12 meridianos que compõem a Grande Circulação exibe um período de duas horas em que seu caudal energético se mostra exaltado. Nessa fase de atividade máxima o órgão primário correspondente fica mais propenso a manifestar sua condição funcional através de sintomas e manifestações características da sua natureza psicossomática. Por outro lado, cada meridiano tem um período de atividade mínima que coincide com a fase de atividade máxima do meridiano que lhe está em oposição de doze horas no relógio biológico. Nesse período de relativo recesso o órgão-meridiano pode manifestar suas disfunções mascaradas por sintomas característicos do seu oposto.

Período de cada meridiano:

03 - 05: Pulmão
05 - 07: Intestino Grosso
07 - 09: Estômago
09 - 11: Baço-Pâncreas
11 - 13: Coração
13 - 15: Intestino Delgado
15 - 17: Bexiga
17 - 19: Rins
19 - 21: Circulação-Sexo
21 - 23: Triplo-Aquecedor
23 - 01: Vesícula-Biliar
01 - 03: Fígado

* Todas as informações fornecidas por: Juracy Cançado

Terapias