Natal
Poesia de João
Bernardo Guimarães Alves,
filho de Albino José Alves Filho e Isabel (filha de BG)
Natal.
Os olhos úmidos de pranto
E, através das pupilas embaciadas,
Vejo em desfile as ilusões passadas
E sinto um misto de amargor e encanto.
Quantas recordações daquele canto
Onde ouvia as histórias encantadas
De príncipes, de duendes e de fadas,
Que me faziam trêmulos de espanto.
E minha mãe, contando-as de memória,
Olhava-me vaidosa e enternecida
Como se eu fosse o príncipe da história.
E hoje, quanta saudade dolorida,
Daqueles tempos em que eu tinha a glória
De para alguém ser príncipe na
vida
Belo
Horizonte, Natal de 1915 |