DESATINO
Na confusão
citadina, outra vez. Engarrafamentos, acabou-se a separação
dia-noite, esta gente não pára, formiguinhas de dente afiado
da nove às seis, cigarras com pé pr'á dança,
mal enfardam o jantar. Lá vão, BRUM, BRUM, avenida acima,
aos Bingos, aos Brasílias, aos "copos" na Ribeira, acelera,
acelera.
Ora, não estou para isso. Sou da paz e sossego,
de sentir as horas, de escutar os pássaros, ver abrir uma rosa,
aproveitar os filhos, encostar-me às árvores e às
pedras. Quero lá saber do Colóquio com muito interesse, vários
participantes, tomar posição, conclusões a editar!
Conclusões provisórias, claro, que o assunto é vasto
e merece estudo aprofundado, coisa fina.
Da cidade basta-me um café e uma tabacaria, o
resto é para ficarmos desaustinados, dor de estômago, digestão
difícil, ovos e salsichas com batata frita, rissol congelado. Depressa,
que tenho pressa. Tenho de ir indo. Logo telefono
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