Júpiter
raio equatorial = 71398 km
massa = 1,90E27 kg = 317,89 massas terrestres = 1/1047,355 massas solares
densidade = 1,3 g/cm^3
período de rotação = 9 h 55 min 30 s
inclinação do equador = 3,12°
achatamento = 0,06481
temperatura = 140 K
albedo geométrico = 0,52
magnitude absoluta = -9,40
número de satélites conhecidos = 16
Após o cinturão de asteróides estão os planetas gasosos, que ainda possuem a composição da nebulosa solar que originou o sistema solar, sendo ricos em elementos voláteis. O primeiro planeta gasoso é também o maior do sistema solar, Júpiter, com 2,5 vezes a massa do restante dos planetas e cerca de 0,001 vezes a massa do Sol. A constituição básica do planeta é de hidrogênio e hélio, similar a do Sol, e possui densidade de 1330 km/m^3, da mesma ordem de grandeza da densidade do Sol.
a - 3.b +2.c = 180°
onde:
O diâmetro angular de Júpiter chega a cerca de 50" quando em oposição. Mesmo utilizando um instrumento de pequeno porte podemos distinguir linhas escuras e regiões claras sobre o planeta, estas manchas são formações de nuvens, e sempre estão paralelas ao equador do planeta. A formação mais notável é a 'Grande Mancha Vermelha', um ciclone que possui rotação em sentido antihorário com período de 6 dias. Esta mancha foi descoberta em 1655 por Giovanni Cassini. A mancha existe há séculos, mas sua idade continua indeterminada.
A rotação de Júpiter é rápida, a rotação do campo magnético (e também do núcleo sólido) é de 9h 55min 29,7s. Esta rotação faz com que o planeta não possua uma forma esférica, pois ela causa um achatamento na direção dos polos. Como o planeta não se comporta como um corpo rígido, o período de rotação das nuvens que formam as camadas superficiais é maior na região dos polos que no equador.
Segundo as teorias atuais, Júpiter possuiria um núcleo de niquel-ferro, com uma massa de cerca de 10 vezes a massa da Terra. Este núcleo seria envolvido por uma camada de hidrogênio metálico líquido, a uma temperatura de mais de 10000 K e uma pressão de 3000000 atm, onde o hidrogênio está dissociado em átomos (metálico). Esta camada é eletricamente condutora, originando um campo magnético intenso. Próximo à 'superfície', o hidrogênio está presente na sua forma molecular, as pressões são mais baixas. Sobre esta camada existe uma atmosfera de 1000 km de espessura.
Um fato interessante sobre Júpiter é que ele irradia duas vezes mais calor do que recebe do Sol. Isto ocorre porque o planeta ainda está se resfriando, e o calor remanescente da energia gasta na contração gravitacional que formou o planeta ainda é transferido para fora deste, através de convecção. É esta convecção que gera um fluxo no hidrogênio metálico, gerando o campo magnético do planeta. Além de emitir no infravermelho, Júpiter também emite na faixa das ondas de radio (comprimento de onda maior que o infravermelho).
As linhas e zonas vistas no planeta podem sofrer variações de cor e espessura. As cores das regiões polares são similares as das linhas escuras. As linhas mais escuras possuem coloração marrom ou avermelhada, e possuem um movimento descendente ("para dentro do planeta"). As zonas claras possuem movimento ascendente ("para fora do planeta"), e são mais elevadas que as linhas escuras e possuem temperatura mais baixa. Entre estes dois tipos de formação ocorrem ventos fortes ou correntes, segundo medidas da sonda Galileu em 1995, o vento em algumas destas regiões chega a 150 m/s.
A coloração da Grande Mancha é similar a das linhas escuras, mas algumas vezes se apresenta mais clara. As dimensões da Grande Mancha são 14000 km de espessura e entre 30000 e 40000 km de comprimento. No planeta também ocorrem manchas vermelhas e brancas de menores dimensões, mas não duram mais que alguns anos.
A composição da atmosfera do planeta foi determinada pelas sondas Pionner 10 e 11, Voyager 1 e 2 e Galileu, esta última determinou que a abundancia de hélio na alta atmosfera é apenas a metade da encontrada no Sol, mas também foram encontrados metano, etano e amônia. A temperatura do topo das nuvens é de cerca de 130 K.
Júpter possui anéis, descobertos em 1979. Eles são pequenos e distanciados, com cerca de 6500 km de comprimento e menos de 1 km de espessura. Os anéis são formados de pequenas partículas, que 'refletem' melhor a luz vinda de trás que de frente. Estas pequenas partículas possuem alguns microns de comprimento e não formam um sitema estável, de forma que nova matéria é continuamente acrescentada aos anéis, esta matéria é provavelmente proveniente de Io.
Júpiter possui 16 satélites naturais conhecidos. Os quatro maiores, Io, Ganimede, Europa e Calisto foram descobertos em 1610 por Galileu Galilei e são chamados satélites galileanos; podem ser visto com auxílio de instrumentos de pequeno porte. Estes satélites possuem dimensões próximas da Lua ou de Mercúrio. Os demais satélites possuem diâmetros inferiores a 200 km. Os satélites galileanos Io, Europa e Ganimede possuem as mesmas posisões relativas entre si, já que devido a efeitos de maré estão 'fixos' (i.e. presos) por ressonância, segundo a seguinte relação:
a = latitude de Io
b = latitude de Europa
c = latitude de Ganimede
Io
Io é o satélite que ocupa órbita mais interna e possui dimensãoes um pouco maiores que a da Lua. Sua superfície é coberta por formações denominadas 'calderas', que são vulcões formados diretamente sobre a superfície, sem montanhas. Através dessa estrutura material proveniente do interior do
satélite é ejetado a uma altura de 250 km. A atividade vulcânica em Io é maior que na Terra, é possível que a atividade vulcânica aumente devido as forças de maré causadas por Júpter e pelos demais satélites galileanos, causando um aquecimento, este aquecimento faz com que os materiais sulfurosos permaneçam líquidos quando abaixo da superfície. Não há sinais de crateras de impacto, a superfície é continuamente renovada pelos materiais expelidos do interior do satélite.
Ganimede
Ganimede é o maior satélite natural do sistema solar, com 5300 km de diâmetro, sendo maior que o planeta Mercúrio. Metade de sua massa é constituida de gelo e a outra de silicatos. A quantidade de crateras formadas por impacto varia em regiões da superfície, indicando que exiatem áreas com idades diferentes.
Calisto
Calisto é o satélite galileano que possui órbita mais externa. Sua superfície é escura, com albedo geométrico menor que 0,2; é basicamente formada por gelo e rocha. Não há sinais evidentes de atividade geológica recente, as superfícies mais antigas estão repletas de crateras de impacto.
Europa
Europa é o menor dos satélites galileanos. Possui uma superfície coberta por gelo, de albedo geométrico 0,6 , não há indícios de crateras formadas por impacto. A superfície é renovada constantemente por água proveniente de um oceano interno. O núcleo do satélite é formado por silicatos.
Os demais satélites são divididos em dois grupos. As órbitas do grupo mais interno são inclinadas 35° em relação ao equador do planeta, fazem parte deste grupo Amalthea, Himalia, Elara, Lysithea, Leda, Thebe, Adrastea e Metis. Os quatro satélites com órbitas mais externas percorrem órbitas ecentricas retrógradas, são eles Carme, Ananke, Pasiphae e Sinope; é possível que sejam asteróides capturados.