Renato e Ivanildo aceitam ganhar menos que em 98

Remanescente campanha do Nacional acertam contrato com salários menores

O goleiro Renato e o zagueiro-central Ivanildo, que defenderam o time na Série B do Campeonato Brasileiro estão de volta. Os dois acertaram ontem as bases do contrato na sede administrativa do Estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD) em bases menores que as anteriores e vão disputar a Série A-2 do Campeonato Paranaense. Ivanildo conta que não aceitou o dobro para vestir a camisa do Araçatuba. "Aqui, vou ganhar a metade, mas sei que vou receber. Outra coisa: vim para nunca mais sair. Me identifiquei com o time e com a cidade", disse Ivanildo, que trará a família para residir em Londrina.

Ontem, o técnico Paulo Comelli passou a tarde trancado na sala do diretor de futebol Dorival Pagani para discutir o novo planejamento e sondar os primeiros reforços que viriam do interior paulista. A lista tem cinco nomes. Uma meia e um atacante podem ser confirmados até amanhã ou Sábado, prevê Pagani. Em três dias, Comelli promete observar os jogadores em teste e definir quem serve para o Londrina.

Londrina S/A - a diretoria do Londrina encomendou estudos de viabilidade para transformar o clube em empresa. A Planase, que atua na área de consultoria, iniciou os trabalhos que devem estar concluídos dentro de dois ou três meses. O vice-presidente de futebol, Célio Guergoletto, admite que o novo modelo será implantado até março do próximo ano, segundo impõe a Lei Pelé.

Guergoletto disse que agora a prioridade é fechar o grupo de 10 sócios-cotistas que investirão R$ 5 mil cada um, durante quatro meses, período em que o time participará da Série A-2 do Campeonato Paranaense. Em seguida, os investidores receberão o valor corrigido a juros de 2% ao mês. Segundo Guergoletto, uma das opções é repassar passes de jogadores. O clube já conseguiu seis cotistas e espera atrair mais quatro entre hoje e o final da semana.

Guergoletto pretende encaminhar ainda hoje uma proposta ao londrinense Elber, que atua no Bayern Munique. O dirigente soube que o atacante da Seleção Brasileira recebe US$ 3 milhões anuais no futebol alemão. "Ele ganha bem e não ficaria de fora... Vou mostrar ao Elber que não pedimos ajuda. Só quero que ele e os possíveis interessados em comprar cotas entendam que o Londrina pode significar um bom investimento. Mas, como em outras áreas de negócios, é claro que sempre existe o risco", declarou Guergoletto.

Os recursos imediatos que entrarão nos cofres do Londrina, esclareceu Guergoletto, darão suporte aos amadores e aos profissionais, permitindo que o clube 'respire' na fase de implantação da Sociedade Anônima. Como o Londrina procura agilizar a montagem do novo time, o vice-presidente de futebol reconhece que a atual diretoria chega a "atropelar a ordem natural das coisas". "Diria que começamos a montar uma equipe de um jeito irresponsável", comentou o dirigente, ao se referir à atual e ainda frágil estrutura. Mesmo assim, Guergoletto afirmou que aposta na marca e na imagem forte do Londrina. "Não iremos brincar de fazer parcerias. Temos propostas honestas e sinceras. Na base da criatividade, podemos viabilizar o futuro do Londrina."

Escolinha - Guergoletto negou que um grupo - liderado pelo empresário Iran Campos - quisesse assumir o departamento amador de forma terceirizado. Ontem a tarde, houve uma reunião em que se discutiu o assunto. Além de Iran Campos, lá estavam Guergoletto, o presidente do Conselho Deliberativo Antonio Amaral e o ex-diretor Fábio Scaff.

Ao final do encontro, decidiu que o Londrina continua responsável pelas categorias de base, mantendo João Severo como supervisor.