O veneno das abelhas
O presente artigo visa esclarecer algo a respeito do veneno da abelha desde a sua formação no interior do animal até a sua atividade fisiológica no corpo da vítima; iremos mencionar a composição química do veneno do animal, composição esta desvendada apenas nestes últimos anos através de uma série de trabalhos mencionados no decorrer deste artigo.
Esses dados, bastante recentes e referentes à composição química do veneno, constituem indicações sugestivas para a utilização, näo somente do veneno da abelha como substância terapêutica, mas de frações do mesmo no tratamento de uma série de doenças.
Este artigo seguirá a seguinte ordem:
O veneno, desde a sua produção até a sua liberação através da picada, percorre um sistema bastante complexo que consiste de:
Sistema glandular
Saco de veneno
Bulbo do ferräo com sua respectiva organização muscular
Ferrão
2.1 Aparelho produtor de veneno:
O aparelho produtor de veneno está fracamente ligado ao animal; o ferrão da abelha, situado na parte terminal do aparelho, fixa-se fortemente à vitima. Isso faz com que a abelha, ao escapar, abandone o aparelho que permanece fincado injetando o veneno no interior da vítima. Isso acarreta a morte da abelha.
O aparelho produtor do veneno tem uma outra autonomia; ao tocarmos na parte posterior de uma abelha morta, podemos desencadear todos os movimentos do ferrão que penetrará na pele tal como na picada realizada por uma abelha viva.
2.2 Sistema glandular:
Ao contrário do que afirmam muitos livros, o veneno da abelha não é constituido apenas pelo ácido fórmico. Análises recentes revelam que essa substância se encontra em mínimas quantidades no veneno. Esse fato não impede que a glândula produtora do veneno, ainda hoje, seja denominada "glândula do ácido", apesar do veneno da abelha não ser ácido e sim alcalino.
2.3 Saco do veneno:
É um reservatório que recolhe o veneno produzido pelo sistema glandular. Esse saco não possui movimento próprio, ou seja, quando a abelha pica, ele não se contrai; ele apenas retém o veneno funcionando como um reservatório.
2.4 Bulbo do ferrão:
É um pequeno saco cuja extremidade superior se comunica com o saco de veneno e cuja extremidade inferior se comunica com o ferrão. O bulbo do ferrão, apesar de não possuir movimento próprio, funciona como uma bomba impulsionada por uma série de músculos que circundam o bulbo.
2.5 Organização muscular:
Tais músculos se relaxam e se contraem executando um movimento de bombeamento; ao se contrairem, contraem o bulbo do ferrão e com isso o veneno é enviado ao ferrão; tais músculos, ao se relaxarem, permitem que a substância contida no saco do veneno flua até o bulbo do ferrão.
Essa organização muscular, ao se contrair e relaxar, imprime um duplo movimento:
Movimento de bombeamento do bulbo do ferrão - acabamos de mencionar.
Movimento do ferrão - veremos adiante.
2.6 Ferrão:
Em situaçäo normal, o ferrão permanece no interior do animal; a abelha pode expor êsse ferrão que consiste de 3 segmentos que se unem formando uma estrutura semelhante a uma agulha de injeção, mas uma agulha formada por 3 partes, e que no final se afila e se bifurca em duas pontinhas, conforme mostra o desenho abaixo:
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Desenho: Corte Transversal do ferrão da abelha
A = Canal por onde passa o veneno |
Os estiletes B e C estão encaixados no estilete fixo D. B e C sobem e descem alternadamente e com isso o ferrão vai penetrando cada vez mais profundamente.
Os músculos causadores do bombeamento também são responsáveis pelo movimento das partes do ferrão.
Tivemos ocasião de abordar o veneno desde a sua produção até a sua liberação; iremos agora mencionar o que acontece quando o veneno penetra no interior da vítima.
A reação à picada da abelha varia muito em função de muitos fatores entre os quais o número de picadas, a localização das picadas, estado de saúde do paciente e a capacidade de reação do paciente contra as picadas de abelhas (capacidade de produzir anti-corpos).
A resposta ao veneno da abelha é classificada em 5 categorias:
3.1 Resposta normal:
É caracterizada por uma dor aguda que dura alguns minutos; essa dor é localizada e raramente severa; muitos componentes do veneno, e mesmo a inteiração entre os vários componentes é que produzem a dor, mas o principal responsável é a 5 Hidroxi triptamina.
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3.2 Reação localizada na vizinhança das picadas:
A dor da picada permanece durante alguns minutos mas a reação local na vizinhança da picada (edema, rubor, calor e coceira) persistem durante horas. Uma reação local mais severa pode ser perigosa quando o indivíduo receber muitas picadas ou quando as picadas forem próximas aos olhos. O primeiro socorro é remover o ferrão (que continua bombeando o veneno mesmo depois da abelha ter abandonado a vítima) e colocar água fria ou gelo no local. Tabaco picado e molhado com água ou tabaco picado misturado com cebola moída, é um procedimento muito difundido no interior de São Paulo e proporciona um alívio quase que imediato à dor e ao ardor da picada, não só da abelha mas de marimbondos e também alivia a irritação e a dor causadas pelo contacto com o pelo de taturanas.
3.3 Reação tóxica a um grande número de picadas:
Raro é o caso de uma picada produzir reação tóxica; isso ocorre quando há um grande número de picadas. Peck, L. cita o caso de um menino de 13 anos ter sobrevivido a 2.243 picadas ocorridas num período de 4 a 5 horas.
A toxidade do veneno da abelha é muito maior quando este for administrado por via endovenosa; a picada da abelha equivale a uma injeção sub cutânea. Se as abelhas picarem regiões intensamente vascularizadas, a possibilidade dessa picada atingir uma vênula ou uma arteríola é maior e, nesse caso, tal agressão se torna mais perigosa.
Medicação necessária para evitar uma reação tóxica:
Gluconato de cálcio injetável; talvez os anti-histamínicos sejam indicados.
3.4 Resposta fisiológica atrasada:
Há na literatura casos de morte causada por uma única picada de abelha. Tais casos são muito raros e costumam ocorrer 30 minutos após a picada.
3.5 Reações generalizadas associadas à hiper sensibilidade ao veneno:
Tais reações variam desde um ligeiro desconforto até o choque anafilático, que frequentemente leva à morte. Pursley-Amer. Bee J. 113 131 1973 menciona 4 estágios de resposta alérgica ao veneno da abelha:
Pessoas com hiper-sensibilidade, suspeitas de sérias consequências devido a picadas de abelhas, podem receber um tratamento de hipo sensibilização usando preparados alergênicos especiais, receitados por alergistas, mas isso não é algo sempre efetivo.
As esposas dos criadores de abelhas são muito susceptíveis à alergia provocada pela picada de abelha, possivelmente pelo desenvolvimento de uma sensibilidade devido a uma constante inalaçäo das partículas aderidas às roupas de seus maridos.
Componentes |
% |
Comentários |
ENZIMAS |
13-15% |
|
Fosfolipase |
12% |
Há 2 ou 3 moléculas já identificadas. É um antígeno ligado à destruição das células vermelhas do sangue. |
Hialuromidase |
1-3% |
Responsável pela dispersão do veneno através do tecido. |
Outros |
? |
Foram encontradas 7 enzimas, mas isso não foi confirmado no veneno puro. |
PEPTÍDEOS Moléculas Grandes |
50-60% |
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Melitina |
50% |
3 moléculas encontradas; contribuem para que haja desnutrição das células vermelhas. |
Peptídios provenientes |
2% |
Liberam histamina das células da glândula. Podem ser promissores numa atividade terapêutica anti-artrite. |
Apamina |
2% |
Potente neurotoxina |
Inibidores da protease |
2% |
Protege as enzimas e peptídios (proteínas) contra a destruição causada pelas enzimas. |
Pequenas Moléculas |
24% |
|
Procamina |
1% |
Peptídio proveniente da parte terminal da molécula de histamina. |
7 pequenos peptídios |
14% |
Provávelmente são fragmentos provenientes dos grandes peptídios. |
Glicose e frutose |
2% |
Função desconhecida no veneno |
6 fosfolipídios |
5% |
Função desconhecida no veneno |
5 hidroxi-triptamina |
? |
Deve contribuir na emanação dolorosa da picada |
Dopamina e |
|
Podem afetar o rítmo cardiaco |
5.1.1 Substâncias envolvidas no primeiro estágio
Hiarulomidase, peptídio resultante da degranulação das células glandulares (MCD Peptide), inibidores da protease e algumas pequenas moléculas.
5.1.2 O que acontece no 1º estágio
O inibidor da protease evita que a hieluronidase (que é uma enzima e portanto uma proteína) seja destruida.
A hialuronidase degrada os polímeros do ácido hialurônico que funcionam como cimento intercelular; com isso o veneno pode se espalhar através do tecido.
Simultâneamente o peptídio MCD interage com as células da pele liberando histamina. Esta substância, junto com algumas pequenas moléculas do veneno contribuem para produzir as sensações de calor, irritação e coceira, típicas da picada.
Nos indivíduos hiper-sensíveis, a hialuronidase pode produzir imediatamente uma reação antígeno-anti-corpo desencadeando uma resposta alérgica (Os anticorpos protetores, presentes no sôro da maioria dos apicultores podem efetivamente neutralizar a hialuronidase, evitando que o veneno se espalhe).
5.2.1 Substâncias envolvidas no 2º estágio
Fosfolipase A e Melitina
5.2.2 O que ocorre no 2º estágio
O veneno penetra nos capilares e cai no sistema circulatório. Na corrente circulatória, a fosfolipase A e a melitina atuam em conjunto produzindo a ruptura das células sanguíneas. Na maioria das vezes a hemólise é localizada, exceto nos casos de múltiplas picadas ou do veneno ter sido injetado diretamente na corrente circulatória. Tanto a Melitina quanto a Fosfolipase A produzem reações alérgicas.
5.3.l Substâncias envolvidas no 3º estágio:
Efeitos tóxicos muito severos que ocorrem neste estágio, porém tais efeitos aparecem apenas quando há quantidades apreciáveis de veneno na circulação.
Apamina atua como veneno do Sistema Nervoso Central. Tanto a melitina quanto a Fosfolipase A são altamente tóxicos. Grandes quantidades de histamina, produzidas pela ação do peptídeo MCD nas células glandulares, contribuem para potencializar a toxicidade. A atuação de outros componentes do veneno ainda é desconhecida. Quando o indivíduo apresentar poucas picadas, os efeitos tóxicos ocorridos nesse 3º estágio serão insignificantes.
5.4.1 Substâncias envolvidas no 4º estágio
Hialuromidase, Fosfolipase A e Melitina.
5.4.2 O que ocorre no 4º estágio
Indivíduos hiper-sensíveis podem apresentar um desencadeamento da reação Antígeno-A-Corpo em relação a algum ou a alguns desses componentes do veneno.
Reações severas podem produzir morte por choque anafilático. É estimado que algumas centenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos sejam alérgicas à picada de abelha.
Os maiores interesses no veneno da abelha como agente terapêutico se situam em 3 áreas:
Em relação aos itens 2 e 3 é necessário que sejam produzidas substâncias sintéticas, pois cada inseto fornece 0,1 mg de veneno sólido e a separação dos componentes da mistura complexa é algo tedioso, não sendo viável utilizarmos os princípios ativos extraídos do veneno.
6.2 Terapia da Artrite
Antigamente era aconselhado o uso do veneno de abelha nos casos de artrite reumatóide, mas essa técnica de injetar o veneno não é aceita em todos os países, pois alegam que não há informações suficientes sobre a eficácia do tratamento, nem sobre os efeitos colaterais; há ainda uma certa relutância em alguns círculos em adotar um medicamento popular usando uma mistura natural de vários componentes onde nem todos foram identificados, cuja pureza é difícil de determinar, e cuja dosagem é difícil de padronizar. Os experimentos, contudo, revelam que essa terapia deveria ser mais estudada e ainda, deveriam continuar um estudo da atividade terapêutica da fração dos venenos.
As propriedades anti inflamatórias do peptídio MCD, juntamente com sua baixa toxicidade, sugerem que esta substância seja utilizada nessa doença em substituição à terapia que utiliza todo o veneno. Esse peptídio já foi sintetizado e ainda necessita de intensos estudos.
6.3 Proteção às radiações
Melitina e fosfolipase A são substâncias rádio protetoras, ou seja, substâncias que protegeram os animais de laboratório de altas doses de radiações de alta energia. Essas substâncias podem produzir alergias e efeitos tóxicos no homem.
A descoberta de peptídios formados pela parte terminal da molécula de histamina, presentes no veneno da abelha, levou à síntese de um simples análogo, a glicil-histamina que oferece consideráveis esperanças como um futuro fármaco-protetor. (Peck, m. l. e colaboradores: Toxicon 16 690 (1978) )
A decisão de estudar esse tipo particular de molécula foi tomada diante do fato da histamina possuir propriedades protetoras contra rádio-atividade típicas de muitos agentes quelantes do íon Cobre II. A Glicil-histamina, um produto sintético, possui a propriedade de quelar íons cobre II e não possui todos os efeitos colaterais da histamina; A Glicil-histamina foi sintetizada e testada em animais e se mostrou um ótimo agente rádio-protetor de pouca toxicidade. Sua aplicação aguarda futuros estudos.
7 - PRÓPOLIS - ORIGEM, COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE TERAPÊUTICA
Van Haelen, R. et al. Journal de Pharmacie de Belgique 34, 253 - (1979).
Etimologia: |
grego - |
pro = antes |
|
|
polis = cidade |
Refere-se a uma das utilizações que as abelhas fazem da própolis, que consiste em tapar ou reduzir um buraco da saída da colméia.
Definição: O térmo própolis designa uma amálgama de substâncias, cerosas e balsâmicas, recolhidas pela abelha a partir, principalmente das seguintes plantas (isso se refere à Europa)
Populos sp |
Pinus sp |
Ulmus sp |
Betula sp |
Prunus sp |
Quercus sp |
Alnus sp |
Abies sp |
Aesculus hippocastanum |
Pícea sp |
Salix sp |
Fraxinus excelsior |
Origem:
A hipótese segundo a qual a própolis seria unicamente um subproduto da digestão do pólen pelas abelhas (teoria da origem interna) é pouco viável; existem grandes divergências de composição química entre o pólen e a própolis. Apesar disso, a própolis difere, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo, das resinas vegetais que a compõe. Há modificações antes da utilização da própolis na colméia, devido a incorporação de enzimas regurgitadas pelas abelhas e de substâncias resinosas provenientes da digestão do pólen.Segundo pesquisas recentes efetuadas a partir da Betula verrucosa, a própolis seria recolhida a partir das secreções dos brotos latentes (pequenos botões verdes localizados na intersecção entre a folha e o galho, brotos esses que permanecem em repouso durante todo o verão). A composição da própolis se aproxima das secreções produzidas por esses brotos em estado de hibernação. As abelhas não produzem própolis no inverno. Essa hipótese é altamente sustentada devido o alto teor de substâncias do tipo "inibidores do crescimento vegetal" presentes na própolis. Além disso, a composição química e a atividade anti-bacteriana dos extratos de própolis são próximas às apresentadas pelos extratos de brotos de Populus nigra ou Betula sp.
A propolização (formação da própolis) se observa durante os períodos mais quentes do dia e, em geral, a partir do início do verão até o outono mas algumas vezes também a partir da primavera.
Utilização pelas abelhas
Uma vez colhido pelas abelhas operárias especializadas, a própolis é utilizada principalmente como cimento e como material de vedação das paredes internas e dos favos das colméias. Esse reboque permite a assepsia da colméia; permite também às abelhas "mumificar" os cadáveres dos inimigos muito volumosos que não podem ser removidos; evitando uma putrefação no interior da colméia.
Composiçäo química
As características macroscópicas e organolépticas da própolis diferem segundo a origem e a técnica de colheita. A utilização de grilos de plástico ou de aço inoxidável (dispositivos comercializados na França e nos países do Leste) constitui a solução mais racional para a obtenção de amostras padronizadas contendo pouca cera e pouco material estranho. Os grilos, após terem sido colocados nos favos, fazem com que as abelhas comecem a obturar os orifícios com a própolis; com isso, a colheita da própolis se torna bastante facilitada. O odor da própolis lembra frequentemente aquele desprendido pelos brotos de Populus nigra: ele evoca uma mistura de iso-vanilina e vanilina, compostos que são identificados por cromatografia, em muitos brotos.
Uma mistura apropriada de solventes permite dissolver a maior parte dos constituintes da própolis. A parte insolúvel é constituida por materiais orgânicos, tecidos vegetais, grãos de pólen, resíduos de cutícula e de pedacinhos de abelhas. A presença de traqueítes constitui um índice útil para a determinação das amostras colhidas a partir das resinas das Coníferas, A identificação microscópica dos grãos de pólen, da mesma maneira que para o mel, constituiria um método muito preciso para repertorizar as espécies vegetais que entram na constituição da própolis, mas as amostras de própolis são contaminadas pelo pólen; mesmo assim, somente alguns laboratórios especializados estariam em condições de efetuar tais identificações.
A análise gravimétrica dos resíduos, insolúveis em solventes orgânicos e na água, efetuada a partir de diferentes amóstras de própolis, fornece resultados extremamente variáveis.
Os resíduos de calcinação, ao contrário, são muito próximos. Parece pois, que os materiais estranhos são constituídos de substâncias orgânicas e não de substâncias minerais. Os constituintes da própolis solúveis nos solventes orgânicos se dividem esquematicamente em:
Ceras: 30%
Bálsamos e óleos essenciais: 60%
Os principais constituintes identificados até agora e capazes de produzir uma atividade terapêutica encontram-se na tabela abaixo; um grande número deles atua inibindo o crescimento vegetal.
Utilidades terapêuticas
A própolis, conhecida desde a antiguidade, associa uma atividade antibacteriana e anti-fúngica, possui um efeito importante na regeneração tissular e tem uma ação anestésica marcante. A atividade anti-bacteriana se manifesta principalmente nos germes Gram + e também nos germes Gram -. Essa atividade é marcante em relação ao Staphylococcus sureus, S. epidermis, Bacillus subtilis, B. alvei e Proteus vulgaris. A própolis é menos ativa na Salmonella Dublin, S. galinarum, E. coli B. e B. larvae. A própolis possui atividade nula em 4 cepas de E. coli e Pseudomonas aeruginosa. Todavia os resultados diferem segundo os autores; essas divergências devem, provavelmente, ser atribuídas às diferenças da origem e/ou às técnicas de recolhimento não padronizadas.
A própolis contém um antibiótico diferente daquele encontrado na abelha e que é bem ativo contra o Mycobacterium tuberculosis; isso levou os médicos dos países do Leste a utilizar a própolis (com sucesso, segundo eles) no tratamento da tuberculose pulmonar.
Além disso, a própolis apresenta uma atividade anti-oxidante devido à presença de Flavonóides podendo ainda conter fitoecdisanas.
A utilização da própolis na terapia vai desde a dermatologia (agente cicatrizante e antiinflamatório nas úlceras, eczemas, psoriases, zona e herpes) até a estomatologia (promove a retração das gengivites e é benéfico na paradontose), passando pela otolaringologia (indicada no tratamento das moléstias do ouvido e das vias respiratórias superiores e profundas) e ginecologia.
A própolis pode ser administrada tanto oralmente - no tratamento de certos distúrbios do trato gastrointestinal (úlceras, colites) - quanto externamente como constituinte de certos produtos cosméticos (dentifrícios, desodorantes).
As formas farmacêuticas existentes são fabricadas nos países do Leste. Unguentos, soluções oleosas, emulsões, aerossóis, etc. são obtidos a partir dos extratos etanólicos, etéricos, aquosos ou oleosos (tinturas, extratos fluídos, moles e secos).
O melhor veículo para a preparação das tinturas e dos extratos parece ser o etanol a 70%. Os extratos assim obtidos apresentam a mais intensa atividade anti-bacteriana.
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oltar