Drogas

 

Medicamentos e Atletas



O uso do doping dentro do esporte

           Com a chegada dos jogos olímpicos de Atlanta, todas as atenções ficarão voltadas para os atletas de elite. Não é difícil sentir admiração ou até mesmo inveja por estes notáveis seres humanos. Seus corpos, musculosos e definidos, exibem as marcas deixadas por anos de treinamento duro em busca dos limites do desempenho físico. Sem dúvida nenhuma, este é um período de glória dentro do Esporte, onde aproximadamente 10.000 atletas demonstrarão o quão rápido, forte, ágil, hábil, resistente e preciso o corpo humano pode se tornar. No entanto, muitos destes atletas atingirão marcas espantosas às custas do uso de substâncias consideradas dopantes e terminantemente proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
            Apesar de os Jogos Olímpicos representarem a união entre os povos, muitos competidores tomam parte nos jogos devido à possibilidade de ganhos financeiros muito atraentes. Para muitos, uma medalha olímpica representa a oportunidade de se tornar independente financeiramente, não importando o meio pelo qual esta é obtida. Portanto, nos próximos parágrafos tentaremos descrever resumidamente as técnicas de dopagem mais comumente empregadas para se obter um ganho extra no rendimento de um competidor.   

            Em resumo, nem tudo o que veremos será fruto de talento e dedicação, única e exclusivamente. Não é a toa que existe uma preocupação crescente em detectar a presença de substâncias proibidas na urina dos atletas.

Droga

        Nome genérico de substâncias químicas, naturais ou sintéticas que provocam alterações psíquicas e podem causar danos físicos e psicológicos a seu consumidor. O uso constante pode provocar mudanças de comportamento e causar dependência. Na dependência psíquica, há um desejo compulsivo de usar a droga regularmente, por seus efeitos psicotrópicos. Na física, o usuário apresenta problemas orgânicos decorrentes da falta da substância. O consumo excessivo de algumas drogas - a overdose - pode levar à morte.
Maconha

        Conhecida também como "marijuana", é obtida das folhas e flores secas da planta Cannabis sativa.   Consumida na forma de cigarro, é a droga ilegal mais usada no mundo. Das extremidades da Cannabis sativa é obtido o haxixe, também consumido como cigarro. A substância psicoativa da maconha e do haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). A maconha e o haxixe têm um teor de até 8% de THC, mas alguns tipos mais potentes de maconha, como o skunk, possuem até 33% de THC. Seus efeitos são relaxamento, hipersensibilização, sensação de bem-estar, fome, aceleração dos batimentos cardíacos, secura da boca e olhos avermelhados. Em doses elevadas, pode provocar alterações sensoriais, alucinações, delírios e agressividade. Entre as reações adversas estão ansiedade aguda, calafrios e pânico. O uso constante pode levar à redução da memória, distúrbios hormonais, dificuldade de concentração e aprendizado, perda de motivação, diminuição da libido e esterilidade temporária.

Cocaína

   
Substância natural obtida a partir do tratamento químico, em laboratório, das folhas da Erytroxylum coca. Chega até o consumidor em forma de sal (cloridrato de cocaína), pedra (crack) ou pasta. Geralmente, é vendida como um pó branco que pode ser aspirado ou dissolvido em água para uso endovenoso. Seus efeitos iniciais são euforia, desinibição, falta de apetite, aumento do humor e da libido e sensação de poder. O uso contínuo pode causar quadro paranóico, irritabilidade e agressividade. Pode elevar a pressão arterial, provocar taquicardia e levar à parada cardíaca, o que em geral acontece nos casos de overdose. O uso crônico lesa o septo nasal e causa degeneração dos músculos esqueléticos.

Crack

    Derivado da cocaína, é comercializado na forma de pequenas pedras, que se volatilizam quando aquecidas. Inalado ou fumado em cachimbos, é absorvido imediatamente pelos vasos sangüíneos. Estimula o cérebro e provoca euforia e sensação de onipotência. Há dilatação da pupila, aumento da percepção, do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos. O consumo regular pode levar à dependência em cerca de três meses. Os efeitos negativos são irritabilidade, delírios, alucinações, aumento de temperatura e pressão arterial, convulsões, problemas respiratórios e cardíacos. Também ocasiona perda de peso, problemas com a visão e dificuldade para dormir.

Diuréticos

São geralmente utilizados para o controle do peso corporal. Durante décadas, os diuréticos vêm sendo utilizados por boxeadores, judocas e atletas da luta greco-romana pois nestas modalidades esportivas a competição é feita através da divisão das categorias de peso, obrigando o atleta a conservar um peso tido como ideal para a competição. Muitos atletas, entretanto, fazem uso de diuréticos para que possam acelerar o processo de eliminação de outras substâncias proibidas através do aumento da taxa de diurese (ato de urinar). Enquanto as Anfetaminas e a Cafeína oferecem alguns benefícios comprovados, os diuréticos somente oferecem riscos à saúde, sendo o principal deles a desidratação. Há de se lembrar que, quanto maior for o grau de desidratação do indivíduo, mais severamente será comprometido o desempenho. Em casos extremos, a desidratação pode levar a cãibras, arritmias cardíacas e até mesmo à morte.

Ecstasy (MDMA)

A Metileno-Dioxo-Meta-Anfetamina (MDMA) é conhecida pelo nome de Ecstasy. Alucinógeno sintético, costuma ser apresentado sob forma de tablete, cápsula ou em papel impregnado com a substância. Difundida a partir do final dos anos 80, é chamada, de início, "droga do amor", por estimular a libido.

Dopagem Sangüínea

Se refere a qualquer método que venha a aumentar o volume total de células vermelhas do sangue. Existem duas maneiras de se obter este efeito: através da retirada de sangue da própria pessoa e neste caso o sangue retirado deverá ser congelado durante 5-6 semanas (este é prazo necessário para que o volume sangüíneo retorne aos níveis originais) para sua posterior reinfusão na mesma pessoa, ou então o sangue de um outro doador com o mesmo tipo sangüíneo é injetado no indivíduo. Em ambos os casos, o aumento do número de células vermelhas no sangue proporciona um aumento da capacidade de transporte de oxigênio. Desta maneira, todas as atividades físicas que estão intimamente ligadas ao sistema de transporte de oxigênio serão beneficiadas.
De fato, a dopagem sangüínea pode chegar a elevar a resistência aeróbia em cerca de 5%. Para os corredores de 5000 metros isto pode representar uma redução de até 33 segundos numa competição, sendo que este efeito pode durar até 6 semanas! Obviamente que existem alguns fatores negativos envolvidos na dopagem sangüínea. Acrescentar mais sangue ao sistema cardiovascular pode sobrecarregá-lo, tornando o sangue muito viscoso, o que poderia levar a um processo de coagulação ou até mesmo insuficiência cardíaca.

Anfetaminas

As anfetaminas são estimulantes que causam euforia e desinibição. O MDMA, uma anfetamina modificada, combina a ação estimulante a efeitos alucinógenos. Age diretamente na ligação entre os neurônios e os resultados são sentidos de 20 a 60 minutos depois de ingerida. Pode provocar uma sensação de intensa euforia e causar ansiedade, delírios, alucinações visuais e auditivas. Altera também o senso de percepção e avaliação da realidade. O aumento dos batimentos cardíacos pode levar à parada cardíaca. Há desidratação - o metabolismo acelerado eleva a temperatura do corpo (hipertermia) para até 42°C - e o usuário pode morrer devido ao excesso de consumo d'água. O uso prolongado pode danificar o fígado, o coração e o cérebro.

Resumindo...

ANFETAMINAS: são drogas que estimulam o sistema nervoso central (SNC), aumenta o grau de tensão muscular, a pressão arterial sistólica e diastólica, a freqüência cardíaca, a glicemia (concentração de açúcar no sangue) e, principalmente, diminui a sensação de fadiga. Estudos comprovam que as anfetaminas influenciam positiva e significativamente as seguintes capacidades motoras:

* Velocidade

* Explosão Muscular

* Resistência

* Coordenação Motora Fina

Apesar dos potenciais benefícios evidenciados pelo uso das anfetaminas, vários riscos estão associados à sua utilização. Os problemas que podem aparecer vão desde a insônia até a dependência crônica da droga.


Ópio

Há 5 mil anos consumido pelos sumérios, é um látex obtido a partir da Papoula somniferum. Aquecido e inalado, provoca euforia, seguida de sono. O excesso pode causar parada respiratória, colapso circulatório e levar à morte.

Morfina

É o primeiro derivado do ópio produzido em laboratório (l803), com o objetivo de atenuar dores fortes. Injetada, provoca torpor e uma sensação de euforia. Sua overdose leva à morte por parada respiratória.

Heroína

Criada em laboratório (1898) a partir do ópio. A substância básica é a diacetilmorfina, que é três vezes mais potente que a morfina e induz mais à dependência. Geralmente injetada, também pode ser aspirada ou fumada. Modera as emoções, altera o humor e provoca sensação temporária de bem-estar e sonolência. A falta da droga causa diarréias, náuseas, vômitos fortes e pode levar à morte por desidratação.

Ácido Lisérgico (LSD)

Substância sintética que produz efeitos semelhantes aos das plantas alucinógenas. Provoca distorções sensoriais e pode causar angústia e pânico. Seus efeitos são aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da transpiração e dilatação da pupila. O risco maior não está na toxicidade da substância, mas na sensação de onipotência que provoca, que faz o usuário perder o senso de perigo.

Cola de sapateiro e lança-perfume

Drogas inalantes que possuem substâncias classificadas como solventes. O tolueno é o ingrediente ativo da cola. Tem efeito similar ao do álcool: provoca euforia, perda da coordenação motora e, no extremo, vômito e coma. O principal ingrediente do lança-perfume é o éter. A substância deprime o sistema nervoso central, podendo provocar desmaio, enfarte e gastrite.
Os inalantes têm propriedades anestésicas e tranqüilizantes, mas podem produzir euforia. Em alguns casos causam dificuldade para falar e perda do equilíbrio. Se usados por período prolongado, podem causar problemas no sistema nervoso, fígado e coração.

Cafeína

A cafeína é um alcalóide do grupo das xantinas encontrado, com outros alcalóides congêneres - a teofilina e a teobromina - em certas plantas, cujos extratos aquosos os antigos já consumiam como bebidas estimulantes.
Das metilxantinas descritas acima a mais ativa sobre o sistema nervoso central é a cafeína; sendo a teobromina praticamente inativa. A cafeína reduz o tempo de reação, ou seja, o tempo que transcorre entre a excitação e a resposta voluntária consciente; acelera a associação de idéias; acentua a apreciação das sensações, chegando em algumas pessoas, a produzir hiperestesia; aumenta o rendimento do trabalho que exige atenção e rapidez de movimentos, mas pode prejudicá-lo se a habilidade for de aquisição recente. Tudo se enquadra na idéia clássica que a cafeína clareia e acelera o pensamento e reduz a fadiga física e mental.
As metilxantinas, especialmente a cafeína, estimulam os centros bulbares respiratório, vasomotor e vagal, sendo que a ação sobre o primeiro, da qual resulta maior amplitude dos movimentos respiratórios, se acentua, no caso da cafeína, quando o ar inspirado é enriquecido de 3 a 5% de gás carbônico.
Altas doses de cafeína ou de teofilina excitam o S.N.C. em conjunto, inclusive os centros reflexos medulares, a ponto de em animais de laboratório, provocarem convulsões e morte. A morte para o homem, entretanto, é tão alta (cerca de 10g), que muito dificilmente será atingida com a ingestão de café ou chá, cujo teor do alcalóide é da ordem de 100 a 150 mg por xícara (dose terapêutica). À excitação resultante de doses altas, segue-se uma fase de depressão do S.N.C. É duvidoso que o mesmo ocorra com apenas a ingestão de apenas uma ou duas xícaras comuns de qualquer das duas bebidas.
Sabe-se que, agindo separadamente sobre cada órgão do aparelho circulatório a cafeína age de modo a estimular o miocárdio (direta - aumento dos batimentos) e o núcleo do bulbo (indireta - redução dos batimentos) em que dependendo da intensidade de cada um, sobressaia a aceleração, moderação ou conservação do ritmo de contrações.
As metilxantinas, destacando-se a teofilina, relaxam os músculos lisos viscerais, notadamente aqueles que estiverem contraídos, como os dos bronquíolos, durante os acessos de asma, e os das vias biliares. A cafeína, mais que as duas outras metilxantinas, aumenta a amplitude das contrações e reduz a fadiga dos músculos esqueléticos.
A teofilina eleva a eliminação de água e de sódio pelos rins (diurese).

Efeitos da ingestão de cafeína sobre o metabolismo e o desempenho físico

A possibilidade de se obter benefícios ergogênicos, isto é, uma substância auxiliadora, sempre levantou o interesse de esportistas, treinadores e fisiologistas. Costill e colaboradores testaram a hipótese de que a ingestão de cafeína estimularia a mobilização das gorduras, aumentando e antecipando a sua utilização durante o exercício físico. O significado prático desta hipótese é simples:

Se a ingestão de cafeína de fato favorece a utilização das gorduras durante o exercício, então a queima deste "temido" combustível seria maior. Em outras palavras, o processo de emagrecimento seria facilitado. Além disso, experiências anteriores com animais e seres humanos demostraram que elevar a taxa de utilização das gorduras durante o exercício de longa duração promove um aumento na capacidade de desempenho. Durante a realização destes estudos, a utilização de gorduras foi promovida através de uma injeção de Heparina, uma substância que estimula o aumento tanto da mobilização quanto da queima de gorduras. Já que a cafeína também é um potente mobilizador de gorduras, foram analisados os seus possíveis efeitos sobre a queima de gorduras e o desempenho.
A amostra deste estudo consistiu de duas mulheres e sete homens, sendo todos os participantes ciclistas bem treinados. Além dos testes que normalmente são realizados para avaliar a capacidade de desempenho, os atletas foram submetidos a dois ensaios. Em um deles, os indivíduos consumiram 200ml de água quente contendo 5mg de café descafeinado 60 minutos antes do início de uma sessão de exercício em bicicleta ergométrica a uma intensidade que os levaria à exaustão em pouco mais de 1 hora (Ensaio D). Três dias depois, no outro ensaio, estes mesmo indivíduos foram submetidos ao
mesmo esforço só que desta vez consumindo 200 ml de água quente contendo 330mg de cafeína, 60 minutos antes do início do exercício (Ensaio C). Esta quantidade de cafeína eqüivale a ingerir 2,5 xícaras de café. Há de se notar que os atletas não foram avisados sobre o propósito deste experimento. Durante os ensaios, foram coletadas amostras de sangue para efetuar a dosagem da concentração de glicose e gorduras.
Os pesquisadores puderam concluir que, durante o ensaio C, a utilização de gorduras aumentou significativamente em relação ao ensaio D, sendo o tempo levado para atingir a exaustão elevado em 19,5%!
Antes de correr para a cozinha para aqueles cafezinho, pense nisso: altas
doses de cafeína causam alterações no sistema nervoso central e cardiovascular, gerando nervosismo, insônia e até mesmo batimentos cardíacos irregulares.
Como se isto não fosse suficiente para intimidar os mais interessados, ou
melhor dizendo, desesperados em perder aqueles tão sonhados centímetros , a
cafeína em excesso exerce um potente efeito de desidratação. Logo, não vale a
pena arriscar a sua saúde na tentativa de acelerar um processo invariavelmente lento. Acelere sim, a sua aplicação aos treinos.

Resumindo...

CAFEÍNA: é uma das drogas mais consumidas no mundo, sendo encontrada no café, chá, cacau, refrigerantes e outros alimentos. Está presente também em medicamentos, como no caso da Aspirina. A cafeína também é um estimulante do SNC, possuindo efeitos similares aos das anfetaminas, porém menos potente. Efeitos cientificamente comprovados pelo uso da cafeína:

· Aumento da Concentração

· Melhora da Disposição

· Atenua a Sensação e o Aparecimento da Fadiga

· Diminui o Tempo de Reação

· Aumenta a Utilização das Gorduras

Os atletas que mais se utilizam da cafeína são os corredores de longa distância e os ciclistas de estrada, devido à sua influência positiva na queima das gorduras durante atividades prolongadas. Por outro lado, o uso excessivo da cafeína pode causar nervosismo, irritabilidade, insônia e dependência crônica. Além disso, há o risco de ocorrer uma desidratação já que a cafeína tem efeito diurético no organismo.


HIPERCALÓRICOS X PROTÉICOS

O consumo de hipercalóricos ou "Weight-gainers" por parte dos praticantes de atividades de força e resistência está aumentando a cada dia. No entanto tem muita gente por aí que consome alimentos protéicos achando que são hipercalóricos. A diferença básica entre eles é a distribuição dos ma- cronutrientes, isto é, proteínas, carboidratos e lipídios. Segundo a portaria nº 32 do Ministério da Saúde decretada em janeiro de 96, os hipercalóricos são considerados Alimentos Compensadores, e devem conter, em relação ao seu valor calórico total, no mínimo 50% de carboidratos, podendo chegar a 70% ou mais; no máximo 20% de proteínas (sendo no mínimo 65% de proteína de origem animal - alto valor biológico) e no máximo 30% de lipídios. Estes produtos podem ser enriquecidos com vitaminas e minerais, desde que adequadas à Dose Diária Recomendada (DDR) estabelecida pela mesma portaria. Já os Protéicos contém, como o nome já diz, maior concentração de proteínas na composição, devendo ter no mínimo 65% de proteína animal e no máximo 35% de proteína de origem vegetal. Já os carboidratos e lipídios podem ser acrescidos desde que a soma dos dois não supere o percentual de proteínas.
Como vemos, a diferença entre os dois é grande, inclusive no valor calórico ofertado. Um hipercalórico pode oferecer cerca de 500 kcal por dose, e um alimento protéico atinge um valor médio de 200 kcal. Isso significa que devemos ficar atentos à escolha ideal do tipo de alimento de acordo com a atividade física e o objetivo do praticante. Geralmente o tipo de proteína utilizada é a whey protein, caseinatos, leite em pó desnatado e proteína de soja. Os hipercalóricos podem ser consumidos por atletas ou esportistas que tenham um desgaste físico alto, em busca de resistência, como corredores fundistas (longa duração) - maratonistas, ciclistas, nadadores de 200 e 400 metros, triatletas, entre outros, mas desde que tenham um gasto calórico que pode variar de 4000 a 6000 kcal/dia ou até mais. Como é quase impossível suprir estas necessidades somente com a alimentação, até mesmo em função das poucas refeições feitas ao longo do dia (falta de tempo), utilizamos os hipercalóricos para suprir parte destas necessidades. Ainda pode-se concentrar mais calorias numa única dose enriquecendo-a com frutas e cereais. Lembrando que o lipídio é o nutriente que mais fornece calorias (9,0 kcal /1g) contra 4,0 kcal / 1g das proteínas e carboidratos, não devendo portanto ser dispensado das formulações.
Devemos priorizar aqueles hipercalóricos que tenham os TCM's - triglicerídeos de cadeia média - que são rapidamente digeridos e absorvidos, fornecendo energia imediata, e além disso, apresentam menor probabilidade de serem estocados como gordura corporal. Os hipercalóricos podem ser consumidos também por esportistas que apresentam dificuldade de ganhar peso e massa muscular, e até mesmo por pessoas sedentárias, com o objetivo de ganhar peso, desde que orientadas por nutricionista e/ou médico. Alguns fisiculturistas, em fase de treinamento, consomem os hipercalóricos para favorecer o aumento de peso, e quando alcançado o objetivo trocam pelo protéico para intensificar a definição muscular (ajuda a "secar"). O melhor momento para consumi-los é nas pequenas refeições, como café da manhã e lanche, ou no pós-treino, para que se tenha melhor aproveitamento dos nutrientes e para favorecer a recuperação de energia e de estruturas musculares.
A quantidade consumida vai variar com a necessidade do indivíduo, devendo ser estipulada pelo nutricionista ou médico nutrólogo. Em último caso, é melhor seguir as orientações encontradas nos rótulos, valendo-se daqueles que possuem serviço de atendimento ao consumidor. O consumo exagerado de hipercalóricos pode levar ao aumento de peso em gordura, principalmente se o consumo calórico for maior do que o gasto de energia ao longo do dia. Portanto, não abuse! Já os alimentos protéicos são mais indicados para esportes de explosão, como a musculação, corrida rasa, artes marciais (lutas), remo, vôlei, e salto em distância, por exemplo, já que a massa muscular deve ser maior e capaz de armazenar mais energia na forma de glicogênio muscular.
Vale lembrar que o organismo não mantém reservas de proteínas além dos próprios músculos e tecidos, então a alimentação equilibrada neste nutriente é fundamental para o bom funcionamento orgânico.
Estudos recentes demonstram que a recomendação de 0,8g de proteína / kg de massa corporal preconizada pelo RDA norte-americano (recomendação diária) é insuficiente para a manutenção do balanço positivo de proteínas, para indivíduos fisicamente ativos. O preconizado pelos estudos seria em torno de 150 a 200% do RDA, isto é, 1,5 a 2,5g de proteína /kg/dia, o que pode representar de 12 a 15% da ingestão calórica diária. Contudo, não podemos esquecer de balancear a alimentação em carboidratos, já que a sua baixa ingestão leva à quebra de proteínas para gerar energia para o corpo.
Com isso, devemos preferir os alimentos protéicos que contenham carboidratos em sua composição, ou então reforçar o consumo de alimentos como pães, frutas, cereais integrais (granola, farelo de trigo), arroz, batatas, e massas (com pouca gordura). Quando o consumo de proteínas aumenta, devemos ingerir mais líquidos, principalmente a água, para facilitar a filtração deste nutriente pelos rins. A quantidade ingerida destes alimentos também deve ficar por conta de profissionais qualificados. Caso contrário, siga corretamente as orientações do rótulo. Pessoas que tenham baixa ou nenhuma ingestão de proteínas de origem animal (como vegetarianos) podem consumir tais produtos como complementação da alimentação, garantindo assim o consumo ideal de aminoácidos essenciais encontrados apenas em alimentos de origem animal. Dê preferência aos produtos que contenham Whey Protein e Caseinatos, pois são absorvidos mais rapidamente o que as torna a melhor opção para a recuperação muscular, garantindo uma hipertrofia mais eficiente, juntamente com o exercício, é claro!!
O melhor momento de ingestão é no pós-treino e/ou antes de dormir, pois nestas horas sintetizamos mais hormônios que irão favorecer a recuperação dos músculos auxiliado pelo consumo de proteínas.

- HIPERCALÓRICOS - 50-70% carboidratos; 20% proteínas; 30% lipídios (ganho de peso, massa muscular, resistência)

- PROTÉICOS - mínimo de 65% proteína animal e máximo de 35% de proteína vegetal (definição, hipertrofia, força)

- EXEMPLOS - Critical Mass, Massa 3000, Met-Rx, Professional Whey Protein, Mega Mass 2500, Mass Muscle 3000, Opti-Rx, etc
.


Dieta do atleta

Basicamente uma dieta equilibrada deve apresentar as seguintes características (adaptado das normas do A.C.S.M - Colégio Americano de Medicina Esportiva):

- Conter alimentos que compatibilizem-se com os hábitos, costumes e, principalmente, gosto de quem a utilize.

- Não proporcionar menos que 1200 Kcal / dia.

- Apresentar corretas proporções de carboidratos, proteínas, gordura e micronutrientes (vitaminas e sais minerais).

- Se possível realizar juntamente com a dieta exercícios físicos aeróbicos, no mínimo três vezes por semana.

- Ter em mente que uma dieta saudável passa, sempre, por uma mudança de comportamento.

- Manter uma correta hidratação.

Atividade física

A atividade física possui um relevante papel na manutenção do peso adequado, pois equilibra a relação entre o gasto e o consumo de calorias. É bom frisar que a atividade física é toda e qualquer forma de trabalho muscular, isto é, levantando-se da cadeira para ligar e desligar a televisão estará sendo realizada uma forma de atividade física. Então evitando-se muito dos confortos da vida moderna (elevadores, escadas rolantes, controles remotos, etc.) você estará incrementando o seu nível de atividade física diária e consequentemente o seu gasto calórico.
O ideal mesmo é que se realize exercícios (que possuam tempo, intensidade e freqüência semanal determinados), ou seja, um tipo de atividade física controlada, mesclando formas aeróbicas e anaeróbicas (treinamento com peso). Abaixo serão citadas as principais vantagens da prática do exercício físico regular.

- Consome calorias.

- Ajuda a suprimir o apetite.

- Ajuda a contrabalançar, em muito, os efeitos negativos da obesidade.

- Beneficia o funcionamento do organismo .

- Ajuda a manter , durante dietas , a massa magra (músculos) .


Atividade Física e Longevidade

Apesar de muitos estudos relacionarem a prática da atividade física com a saúde, ainda pairam muitas dúvidas a respeito do efeito que o exercício exerce sobre a longevidade. Afinal de contas, a grande maioria das pessoas planeja, algum dia, colher os frutos de um período longo e árduo de trabalho. Consequentemente, uma pergunta que vai surgindo naturalmente na nossa cabeça é a seguinte: "Seria possível estender a existência através da prática da atividade física?"
Um problema de caráter universal:
A questão da relação entre atividade física e longevidade assumiu proporções tão grandes que, em 1994, foi publicado um Compendium de 1040 páginas tratando sobre as interações entre exercício, longevidade, saúde e qualidade de vida. Aliás, esta publicação adquiriu o status de Consenso
Científico Internacional sobre o assunto.

Estudos com ratos:
Já que a taxa de envelhecimento em ratos é bem superior à de seres humanos, estes vêm sendo utilizados como cobaias em estudos sobre a influência da prática da atividade física regular sobre a longevidade.
Um estudo feito por Goodrick demonstrou que os ratos que se exercitaram espontaneamente obtiveram um período de vida cerca de 15% mais longo daquele obtido pela população de ratos sedentários. Por outro lado, um outro estudo5 não demonstrou um aumento significativo na expectativa de vida de ratos que se exercitaram voluntariamente. Um percentual maior dos ratos fisicamente ativos atingiu idades mais avançadas mas ainda morriam na mesma idade dos ratos sedentários, em média. Interessantemente, os ratos que se alimentaram com mais moderação e mantiveram um peso corporal menor estenderam a expectativa de vida em 10%, em relação a população de ratos sedentários.
Estudos com seres humanos:
Obviamente que não se pode generalizar completamente os achados de investigações cujas amostras consistiam de ratos para nós, seres humanos. No entanto, estes resultados levantam algumas questões interessantes que podem ser relevantes à saúde e á longevidade.
Apesar da existência de evidências de que um programa de treinamento aeróbio pode reduzir um grande número de fatores de risco associados à doenças cardiovasculares, há uma quantidade limitada de evidências apoiando a noção de que o exercício regular prolonga a vida. Dados coletados junto aos alunos da Universidade de Harvard, da Universidade da Pensilvânia e do Instituto Cooper em Dallas, sugerem que há uma diminuição na taxa de mortalidade e um pequeno aumento na longevidade entre indivíduos que permanecem ativos fisicamente durante toda a vida.
Em resumo, parece que o risco de morrer prematuramente é um fator preponderante sobre a longevidade. Os estudos sugerem que a prática da atividade física regular e constante pode, ao invés de acrescentar anos à sua vida, possibilitar que você avance mais em direção ao seu limite existencial (determinado espiritual ou biologicamente?). Logo, se o exercício não prolonga a vida, o sedentarismo a encurtará. Portanto, mexa-se!

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