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 kiss.gif (6777 bytes)Prezado Dr. Rudi

Eu posso entender o que vem a ser um beijo platônico, mas poderia o senhor me explicar qual a diferença entre os seguintes beijos?


Beijo Aristotélico
Beijo Hegeliano
Beijo Wittgensteiniano

Ass. Flummoxed, da Flórida.


  coracao.GIF (4990 bytes)Caro Flumoxed:
Eis aí uma boa pergunta. Nos dias de hoje a maioria dos cursos de educação sexual concentram sua atenção em fontes secundárias ou terciárias, de tal forma que poucas pessoas realmente ainda recorrem aos clássicos nessa área. Tentarei fazer um resumo breve, porém claro, de alguns destes importantes tipos de beijo.

 

· Beijo Aristotélico: beijo realizado através de técnicas obtidas unicamente a partir da especulação teórica, não maculada por quaisquer dados experimentais, por alguém que sente que estes últimos são de qualquer forma irrelevantes.

· Beijo Hegeliano: técnica dialética na qual o beijo incorpora seu próprio antibeijo, formando um beijossíntese.

· Beijo Wittgensteiniano: o fato importante sobre esse tipo de beijo é que ele se refere apenas ao símbolo (nossa representação mental interna associada à experiência do beijo — a qual necessariamente deve ser também diferenciada do ato em si por razões óbvias— e que não necessita ser de forma alguma a mesma ou sequer similar para as diferentes pessoas que experimentam o ato) mais do que ao ato em si e, como tal, deve-se tomar cuidado para não se fazer generalizações não abalizadas sobre o próprio ato ou a experiência dele advinda baseadas meramente em nossa manipulação da simbologia conseqüente.

· Beijo Gödeliano: um beijo que toma um tempo extraordinariamente longo, embora deixando você incapaz de decidir se foi beijado ou não.

Bem, esta não é de forma alguma uma lista exaustiva – aqui vão alguns outros beijos clássicos:
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· Beijo Socrático: Trata-se na verdade de um beijo realmente platônico, mas costuma-se atribuí-lo à técnica socrática para fazê-lo soar mais autoritário. Entretanto, comparado aos beijos mais estritamente platônicos, os beijos socráticos são mais abrangentes e apresentam maior cobertura.

· Beijo Kantiano: um beijo que, fugindo do contato "fenomenal" inferior, realiza-se inteiramente no plano "nomenal" superior. Embora, na realidade, você não o sinta, absolutamente, você é, entretanto, livre para declará-lo o melhor beijo que você já deu ou recebeu.


· Beijo Kafkaniano: Um beijo que começa com a impressão de transformá-lo, porém termina por deixá-lo grilado.

· Beijo Sartreano: Um beijo que lhe dá uma preocupação mortal embora não tenha mesmo a menor importância.


· Beijo Pitagórico: Um beijo dado por alguém que desenvolveu algumas e maravilhosas técnicas, mas recusa-se a aplicá-las a alguém para que outros não venham a descobri-las e começar a usá-las.

· Beijo Cartesiano: Um movimento particularmente bem planejado e coordenado: penso, logo albeijo. Geralmente um beijo não é considerado cartesiano a menos que seja aplicado com força bastante para remover toda a dúvida de que se foi beijado.

· Beijo Heisenberguiano: Um beijo incerto. Quanto mais ele mexe com você, menos certo você fica sobre onde o beijo foi. Quanto mais energia ele tem, mais difícil fica para você avaliar quanto tempo ele durou. Versões extremas deste tipo de beijo são conhecidas como "beijos virtuais", dado o nível de incerteza ser tão grande que você não tem bastante certeza se foi beijado ou não. Os beijos virtuais têm a vantagem, entretanto, de que você não precisa ter mais alguém na sala para compartilhá-los.

· Beijo Zenônico: Seus lábios aproximam-se, chegam cada vez mais perto, porém realmente nunca vêm a se encontrar.

Extraído de "The Unnatural Enquirer", ©1992 by Trygve Lode)

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