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Aqueles que não conseguem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo"

O progresso, longe de consistir em mudança, depende da capacidade de retenção. Quando a mudança é absoluta, não permanece coisa alguma a ser melhorada e nenhuma direção é estabelecida para um possível aperfeiçoamento; e quando a experiência não é retida, como acontece entre os selvagens, a infância é perpétua. Aqueles que não conseguem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo.

George Santayana, A Vida da Razão (1905), volume I, capítulo XII


Ao tornar-se um clichê, essa observação de George Santayana, filósofo americano nascido nas Espanha (1863-1952), perdeu toda sua profundeza. É comum, hoje, ela ser citada como "aqueles que não lembram o passado..." e, sob essa forma, ela se reduz a um conselho dentro de um contexto específico. "Aprendam sua história, meninos e meninas, ou da próxima vez que [insira aqui uma atrocidade] surgir, vocês não vão lembrar o que aconteceu na primeira vez."

Não que isso seja falso; mas não era o que Santayana queria dizer. Ele usou o verbo conseguir -- os que não conseguem lembrar -- por uma razão. Ele queria dizer "os que são literalmente incapazes de lembrar". Esse é o caso das crianças e dos "selvagens", para os quais tudo recomeça a cada novo dia, com o esquecimento das experiências e das lições do dia anterior. Não que essas pessoas ( e alguém poderia questionar o termo "selvagens") escolham ser ignorantes; o que acontece é que elas são incapazes de um pensamento histórico.

Nessa condição de esquecimento, a pessoa é incapaz de tomar qualquer decisão bem fundamentada e é incapaz de progredir. Ela vai simplesmente continuar a agir segundo o instinto e o reflexo que, por sua natureza, são repetitivos. Cada dia é mais ou menos o mesmo dia, e é isso que Santayana quer dizer com "repetir o passado." [...]

Em homens e mulheres, perspicácia de raciocínio e lembrança do passado favorecem o progresso e a auto-realização, a conquista do ideal de cada um. Portanto, meu amigo, vá correndo vasculhar seus livros de história.