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O
Existencialismo Básico
Muitas pessoas fazem uma ligação
entre a falta de fé ou crenças com ideais existenciais.
O existencialismo pouco tem a ver com fé. Segundo Walter
Kauffmann, "Certamente, o existencialismo não é
uma escola de pensamentos. Os três escritores que sempre
aparecem em toda lista de existencialistas - Jaspers,
Heidegger e Sartre - não concordam em sua essência.
Considerando Rilke, Kafka e Camus, fica claro que a
característica essencial compartilhada por todos é o
seu individualismo exagerado."
Para entender o significado de
existencialismo, é preciso entender que a visão
americana do existencialismo derivou das obras de três
ativistas políticos, não puristas intelectuais. A
América aprendeu o termo existencialismo depois
da II Guerra. O termo foi criado por Jean-Paul Sartre
para descrever suas próprias filosofias. Até 1950, o
termo era aplicado a várias escolas divergentes de
pensamento.
Apesar das variações filosóficas,
religiosas e ideologias políticas, os conceitos do
existencialismo são simples:
- A espécie humana tem tem livre
arbítrio;
- A vida é uma série de escolhas,
criando stress;
- Poucas decisões não têm nenhuma
conseqüência negativa;
- Algumas coisas são absurdas ou
irracionais, sem explicação;
- Se você toma uma decisão, deve
levá-la até o fim.
Além dessa curta lista de conceitos, o
termo existencialismo é aplicado amplamente. Até
esses conceitos não são universais dentro das obras
existencialistas. Blaise Pascal, por exemplo, passou os
últimos anos da sua vida escrevendo em apoio da
predeterminação. Os homens acham que têm livre
arbítrio apenas quando tomam uma decisão.
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Temas
comuns entre os existencialistas
Por causa da diversidade de posições
associadas com o existencialismo, o termo é impossível
de ser definido com precisão. Certos temas comuns, no
entanto, podem ser identificados. O termo por si só
sugere o tema principal: a angústia na existência
individual concreta e, conseqüentemente, na
subjetividade, liberdade individual e escolha.
- Individualismo moral - A
maioria dos filósofos, desde Platão, tem
afirmado que o mais alto bem ético é o mesmo
para todos; enquanto alguns aproximam-se da
perfeição moral, alguns parecem indivíduos
moralmente perfeitos. No século XIX, o
dinamarquês Kierkegaard, que foi o primeiro
pensador a se chamar existencial, reagiu contra
essa tradição insistindo que o mais alto bem
par o indivíduo é achar a sua própria
vocação. Como ele escreveu em seu artigo,
"Eu preciso encontrar a verdade que é
verdadeira para mim... a idéia pela qual eu vivo
ou morro." Outros existencialistas têm
repetido a tese de Kierkegaard que diz que cada
um precisa escolher seu próprio caminho sem o
auxílio de padrões universais.
Contra a visão tradicional de que a escolha
envolve um julgamento objetivo do certo e errado,
os existencialistas têm argumentado que nenhuma
base racional ou objetiva pode ser encontrada nas
decisões morais. No século XIX, o filósofo
alemão Nietzsche afirmou que o indivíduo
precisa decidir que situações incluir como
situações morais.
- Subjetividade - Todos os
existencialistas têm seguido Kierkegaard em
enfatizar a importância da ação individual em
decidir questões de moralidade e verdade. Eles
têm insistido, conseqüentemente, que a
experiência individual e a ação de acordo com
as suas próprias convicções são essenciais
para se chegar à verdade. Assim, a compreensão
da situação por alguém envolvido nessa
situação é superior à de um observador
imparcial. Essa ênfase na perspectiva do
indivíduo também tem feito com que os
existencialistas suspeitem do raciocínio
sistemático.
Kierkegaard, Nietzsche e outros existencialistas
têm sido deliberadamente anti-sistemáticos
quando expõem suas filosofias, preferindo
expressar-se em diálogos, parábolas e outras
formas literárias. Ao invés da sua posição
anti-racionalista, no entanto, a maioria dos
existencialistas não podem ser considerados como
irracionalistas no sentido de negar toda a
validade do pensamento racional. Eles têm
afirmado que a claridade racional é desejável
onde quer que seja, mas a mais importante
questão na vida não é acessível à razão ou
ciência. Além disso, eles têm argumentado que
até a ciência não é tão racional como se
supõe. Nietzsche, por exemplo, afirmou que a
suposição científica de um universo ordenado
é, na maior parte, uma ficção útil.
- Escolha e compromisso - Talvez
o principal tema no existencialismo seja a
escolha. A principal distinção da humanidade,
no ponto de vista dos existencialistas, é a
liberdade de escolha. Os pensadores têm afirmado
que os seres humanos não têm uma natureza, ou
essência, fixa, como os outros animais e
plantas; cada ser humano toma decisões que criam
sua própria natureza. Para Sartre, a existência
precede a essência. A escolha é, portanto, o
centro da existência humana, é inevitável;
até a recusa da escolha é uma escolha. A
liberdade de escolha acarreta no compromisso e na
responsabilidade. Porque as pessoas são livres
para escolher seus próprios caminhos, os
existencialistas têm argumentado que eles
precisam aceitar o risco e a responsabilidade de
seguir seu compromisso, aonde quer que ele leve.
- Horror e angústia - Kierkegaard
afirmou que é espiritualmente crucial reconhecer
que cada um experimenta não apenas o medo de
objetos específicos, mas também um sentimento
de apreensão generalizado, o que ele chama de
horror. Ele interpretou isso como uma maneira que
Deus encontrou de chamar cada indivíduo para
marcar um compromisso com um modo de vida pessoal
válido. A palavra angústia (do alemão, angst)
tem, similarmente, um papel crucial no trabalho
do filósofo alemão do século XX Heidegger; a
angústia leva ao confronto do indivíduo com o
nada e com a impossibilidade de encontrar
justificativas para as escolhas que ele ou ela
devem fazer. Na filosofia de Sartre, a palavra
náusea é usada para o reconhecimento do
indivíduo da gratuidade das coisas, e a palavra
angústia é usada para o reconhecimento da total
liberdade de escolha que confronta o indivíduo a
cada momento.
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Definindo
o impreciso
Com muitas das instâncias quando
tentamos agrupar indivíduos, falhamos quando definimos
quem os existencialistas eram. A filosofia desses homens
e mulheres são freqüentemente contraditórias. Não
apenas os pensadores se contradizem uns aos outros, mas
cada um tende a contradizer suas próprias definições,
tanto em livros como em ações.
Tendo estabelecido que o
existencialismo é um termo aplicado livremente em uma
variedade de filosofias, existem temas que são comuns em
todos as obras. Dicionários e textos de filosofias
oferecem definições simples de existencialismo:
"A doutrina que diz que a
existência precede a essência e que o homem é
totalmente livre e responsável pelos seus atos. A
responsabilidade é a fonte do medo e da angústia
persegue a espécie humana." - Websters New
World Dictionary, Second College Edition; William Collins
Publishers, inc.; Cleveland, Ohio, 1979.
"A filosofia que enfatiza a
unicidade e o isolamento da experiência individual em um
universo hostil e indiferente, considera a existência
humana como inexplicável e força a liberdade de escolha
e responsabilidade pelas conseqüências de nossos
atos." - American Heritage Dictionary of the
English Language, Third Edition © 1992 by Houghton
Mifflin Complany.
Não há uma ou duas frases que resumem
o que mais de uma dúzia de pessoas famosas ou não
ponderaram. A única coisa comum parece ser a discórdia.
A grade que acompanha, ilustra a
quantidade de ideais expressados pelos maiores
existencialistas. Nem todos os pensadores seguem uma
linha perfeita na grade. Particularmente, suas linhas
políticas são mais variadas que as três categorias
listadas.
Religioso |
Predeterminação |
Etilista |
Moralista |
Intenções |
Agnóstico |
Chance |
Comunista |
Relativista |
Ações |
Ateu |
Livre Arbítrio |
Anarquista |
Amoralista |
Resultados |
A primeira linha pode
representar a obra de Blaise Pascal, especialmente no
final da sua vida quando ele tentou defender suas
crenças religiosas desesperadamente, incluindo suas
contradições inerentes. A última linha representa
Jean-Paul Sartre, se não suas próprias idéias.
Como definido previamente, unificando
esses homens e mulheres nessa matriz de conceitos é
desanimador. Seus pensamentos são ligados pela crença
de que a vida é uma luta praticamente inútil contra
forças alinhadas em oposição ao indivíduo.
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Fé e
Existencialismo
Como mencionado anteriormente, o
existencialismo não é uma simples escola de pensamento,
livre de qualquer e toda forma de fé. Ajuda a entender
que muitos dos existencialistas eram, de fato,
religiosos.
Pascal e Kierkegaard eram cristãos
dedicados. Pascal era católico, Kierkegaard, um
protestante radical e defensor dos ensinamentos de
Lutero. Nietzsche, apesar da famosa frase "Deus
está morto", também parecia acreditar em um
criador, mesmo desprezando religiões organizadas como
uma ferramenta de manipulação e controle de massas.
Dostoievsky era greco-ortodoxo, a ponto de ser fanático.
Kafka era judeu; Hegel era muito muito religioso,
acreditando que nenhum poder era obtido sem o
consentimento do criador.
Sartre era o único que realmente não
acreditava em força divina. Sartre não foi criado sem
religião, mas a II Guerra Mundial e o constante
sofrimento no mundo levou-o para longe da fé, de acordo
com várias biografias, incluindo a de sua amante, Simone
de Beauvior. Curiosamente, Sartre passou seus últimos
anos de vida explorando assuntos de fé e dedicação com
um judeu ortodoxo. Apenas podemos imaginar suas
conversas, já que Sartre não as registrou.
Para os existencialistas cristãos, a
fé defende o indivíduo e guia as decisões com um
conjunto rigoroso de regras. Para os ateus, a ironia é a
de que não importa o quanto você faça para melhorar a
si ou aos outros, você sempre vai se deteriorar e
morrer. Muitos existencialistas acreditam que a grande
vitória do indivíduo é perceber o absurdo da vida e
aceitá-la.
Resumindo, você vive uma vida
miserável, pela qual você pode ou não ser recompensado
por uma força maior. Se essa força existe, por que os
homens sofrem? Se não existe, por que não cometer
suicídio e encurtar seu sofrimento? Essas questões
apenas insinuam a complexidade do pensamento
existencialista.
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O
Indivíduo versus a Sociedade
O existencialismo representa a vida
como uma série de lutas entre o indivíduo e tudo. O
indivíduo é forçado a tomar decisões;
freqüentemente, qualquer escolha é uma escolha ruim.
Nas obras de alguns pensadores, parece que a liberdade e
a escolha pessoal são as sementes da miséria. A
maldição do livre arbítrio foi de particular interesse
dos existencialistas teológicos e cristãos. Dando o
livre arbítrio, o criador estava punindo a espécie
humana na pior maneira possível.
As regras sociais são o resultado da
tentativa dos homens de limitar suas próprias escolhas.
Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade, mais
funcional ela deveria ser. A adoção dessa teoria
antropológica pode explicar porque os existencialistas
tendem a ser favoráveis ao autoritarismo ou a formas
rígidas de governo, como o comunismo, socialismo e
facismo. Com apenas um partido político, um líder
forte, uma única direção, é muito mais fácil
alcançar a funcionalidade.
Os existencialistas explicariam porque
algumas pessoas se sentem atraídas pelas carreiras
militares baseando-se no desafio de tomar decisões.
Seguir ordens é fácil; requer pouco esforço emocional
fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica, não
é o soldado que deve questionar. Deste modo, as guerras
podem ser explicadas, genocídios de massa podem ser
entendidos. As pessoas estavam apenas fazendo o que lhe
foi dito.
Como pode um filósofo que enfoca o
indivíduo abraçar uma teoria social tão
anti-indivíduo? De fato, Sartre e Heidegger
acreditavam que foram libertados de decisões básicas,
sobre como obter comida, abrigo e segurança, para
concentrar-se em decisões mais importantes. Heidegger e
Sartre, partidários de Hitler e da União Soviética,
respectivamente, viram em governos autoritários a
promessa da liberdade individual para exercer a arte,
ciência, etc. Quando a utopia fosse alcançada e as
pessoas estivessem fazendo o que melhor sabiam fazer, o
indivíduo seria beneficiado, assim como a própria
sociedade.
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Os
Existencialistas
As pessoas listadas representam os
maiores pensadores existencialistas. Este gráfico está
em ordem filosófica, não na de publicação ou vida.
Nome |
Filosofia/Fé |
Contribuição |
Soren
Kierkegaard |
Existencialista,
Protestante |
Considerado o
primeiro existencialista, seu trabalho foi
popularizado por Heidegger |
Friedrich
Nietzsche |
Darwinista,
Anti-Cristão |
Suas idéias
influenciaram Heidegger e Sartre |
Edmundo
Husserl |
Fenomenologista |
Desenvolveu os
conceitos de essência e existência |
Martin
Heidegger |
Fenomenologista,
Existencialista |
Assistente de
Husserl, tradutor de Kierkegaard |
Franz Kafka |
Absurdista,
Judeu |
Semelhante a
Camus, Sartre, na representação do destino
cruel |
Jean-Paul
Sartre |
Existencialista,
Ateu |
Estudante de
Heidegger, colega e amante de Beauvoir |
Simone
de Beauvoir |
Existencialista,
Feminista |
Amante de Sartre,
amiga de Camus, Merleau-Ponty |
Maurice
Merleau-Ponty |
Fenomenologista,
Existencialista |
Amigo de Sartre,
Camus. Partidário da Fenomenologia Hursseliana |
Albert
Camus |
Existencialista,
Absurdista, Ateu |
Membro da
Resistência Francesa durante a II Guerra com
Sartre, Merleau-Ponty, de Beauvoir |
Karl
Jaspers |
Existencialista |
Contemporâneo de
Sartre, Camus. |
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História
O existencialismo é um movimento
filosófico e literário distinto pertencente aos
séculos XIX e XX, mas os seus elementos podem ser
encontrados no pensamento (e vida) de Sócrates, na
Bíblia e no trabalho de muitos filósofos e escritores
pré-modernos.
Culturalmente, há dois grupos
principais de existencialistas: Alemão-Dinamarquês e
Anglo-Francês. Além desses, as culturas judaica e o
russa também contribuíram com a filosofia. O movimento
filosófico agora conhecido como existencialismo pode ser
traçado de 1879 até 1986, quando Simone de Beauvoir
morreu. Após ter experienciado vários distúrbios
civis, guerras locais e duas guerras mundiais, algumas
pessoas na Europa foram forçadas a concluir que a vida
é inerentemente miserável e irracional.
Alemanha
Toda a história da Alemanha pode ser
vista como uma contribuição à evolução do pensamento
existencialista. Folheando um bom livro de história,
torna-se claro que a Alemanha tem sido atacada e tem
atacado. Sua cultura é formada pela guerra; é no
período de 1871 até a II Guerra Mundial que se mais se
formou o pensamento existencialista.
A seguinte linha do tempo representa
apenas uma fração dos eventos que ocorreram na
Alemanha. A pessoal mais responsável pelos seus altos e
baixos é Otto von Bismarck. Para controlar a Alemanha de
1862 até 1890, ele primeiramente encontrou inimigos em
outras nações. Quando acreditou que o país tinha uma
razoável quantidade de terras, ele encontrou liberais e
socialistas para perseguir. Para muitos, Bismarck não
teve ideais políticos reais, apenas a ilusão de que ele
e apenas ele poderia governar a Alemanha.
5/05/1813 |
S.
Kierkegaard nasce na Dinamarca. |
1814
a 1815 |
Congresso
de Viena restabelece a nobreza da Alemanha e
reduz o número de estados reconhecidos de
vários de centenas para dezenas. A família
Hapsburg declara o Império Austríaco. |
1831 |
Georg
Hegel morre. |
1834 |
Prússia
forma uma união de tarifas, controlando as taxas
na Alemanha. |
15/10/1844 |
Friedrich
Nietzsche nasce. |
1848 |
A
Revolução Liberal Alemã. Os estados alemães
concordam em formular uma nova constituição,
com uma monarquia constitucional baseada no
modelo britânico. |
1849 |
Frederick
William IV, rei da Prússia, recusa-se a governar
um governo parlamentar, quebra o Parlamento de
Franckfurt. |
8/04/1859 |
Edmund
Husserl nasce. |
1862 |
O
presidente-ministro prússio Otto von Bismarck
inventa um plano secreto para unir a Alemanha. |
1864 |
A
guerra contra a Dinamarca, resultando em uma
cessão de terras dinamarquesas. Áustria se uniu
à Prússia. |
1866 |
As
Sete Semanas; Bismarck cria uma disputa com a
Áustria sobre os territórios dinamarqueses. |
1867 |
Bismarck
declara a Confederação da Alemanha do Norte. |
1870
a 1871 |
Declarando
guerra à França, Bismarck manda tropas ao sul
da Alemanha. Declara que os estados ao sul fazem
parte da Federação Alemã. |
18/01/1871 |
O
Novo Reich de Versalhes. O rei da Prússia,
William I, é nomeado Imperador (Kaiser) da
Alemanha. |
8/02/1878 |
Martin
Buber nasce na Áustria. |
1882 |
Bismarck
conduz a Alemanha à Aliança Tripla com a
Áustria e a Itália. |
23/02/1883 |
Karl
Jaspers nasce. |
20/08/1886 |
Paul
Tillich nasce em Starzeddel, Alemanha. |
1887 |
Bismarck
negocia um trato com a Rússia. |
1888 |
William
II assume o trono, depois de um curto (alguns
meses) reinado de Frederick III. |
26/10/1889 |
Martin
Heidegger nasce. |
1890 |
Bismarck
perde o controle do Reichstag (parlamento) e é
forçado a renunciar por William II. |
1890 |
Depois
de Bismarck renunciar, William II permite o trato
com a Rússia por engano. França forma uma
aliança com a Rússia, assinando um tratado em
1894. |
1914 |
Rússia
e Áustria disputam a Sibéria. Sob os termos da
Aliança Tripla, a Alemanha declara guerra à
Rússia. Como a França tinha um tratado com a
Rússia, toda a Europa entra na I Guerra Mundial. |
11/1918 |
A
população alemã força o governo a procurar um
tratado de paz. O Kaiser é forçado a um
exílio. |
1918
a 1919 |
Vários
movimentos comunistas tomam seu lugar em estados
alemães. |
1919 |
A
assembléia democrática encontra-se em Weiman
para formar a república, conhecida como a
República Weiman. O primeiro grupo de ministros
renuncia ao invés de assinar o Tratado de
Versalhes, terminando a I Guerra Mundial. |
06/1919 |
O
novo governo da Assembléia Weiman é forçado a
assinar o Tratado de Versalhes, incluindo a
cessão de terras conquistadas antes da guerra. |
1923 |
O
Partido Socialista Nacional tenta um golpe em
Bavária. Adolf Hitler, seu líder, é
ridicularizado pela tentativa. |
1932 |
O
Partido Socialista Nacional torna-se o maior
partido no Reichstag. |
30/01/1933 |
O
presidente do Reichstag Paul von Hindenbug nomeia
Adolf Hitler seu chanceler (chefe executivo). |
30/06/1934 |
Os
socialistas exigem que o novo chanceler
implemente o socialismo na Alemanha. Hitler tem
seus líderes expulsos do governo. Mais
importante, 150 líderes militares do
Sturmabteilung foram executados, deixando Hitler
e o Partido Nazista com o controle da Alemanha. |
Como você pode observar
na linha do tempo, Nietzsche e Kierkegaard experienciaram
a ascensão da cultura alemã. Bismarck realmente trouxe
prosperidade à Alemanha, seja através da guerra ou de
políticas de comércio, penalizando a importação em um
mercado mundial que queria os produtos alemães. A idéia
de Nietzsche de um super-homem, um homem dirigindo
a vida com um desejo puro de poder e excelência, foi
formada pela Alemanha de Bismarck. Mais tarde, Hitler
perverteria o ponto de debate filosófico em um sistema
de convicções.
França
A II Guerra Mundial é o evento
definitivo da história do existencialismo francês.
Antes da II Guerra, os franceses se orgulhavam de seu
país como uma potência mundial. Como colônias em
expansão, uma rica história e uma final vitorioso da I
Guerra Mundial, os franceses consideravam seu país a
salvo e seguro.
Um resumo da história Francesa-Alemã
poderia ser: França invade Alemanha, Alemanha reage com
raiva, os franceses exigem uma posição dura... E esse
ciclo continua por várias centenas de anos.
Quando a I Guerra terminou, os
franceses exigiram que a Alemanha fosse severamente
punida. O que o governo e a população da França não
entendeu foi que eles seriam responsáveis pela
instabilidade na Alemanha que gerou a ascensão de Adolf
Hitler. De fato, os pedidos franceses no Tratado de
Versalhes causaram uma pressão irracional na economia
alemã e na recém-formada democracia.
O existencialismo francês foi moldado
pelas experiências e emoções da Resistência Francesa.
Sartre e outros filósofos já eram socialistas. Sartre
não era tão ativo politicamente quanto outros
estudantes e professores que conhecia. O período
estudantil de Sartre não foi usado em atividades
políticas, por padrões franceses. Camus foi muito mais
político que Sartre. Em parte, isso se deve às
diferentes formações familiares. A guerra
temporariamente fez dos membros da Resistência iguais.
Posteriormente, a guerra alinhou o
famoso existencialismo francês com o Partido Comunista
Soviético. Enquanto a União Soviética era
eventualmente vista como o império do mal pelos Estados
Unidos, o público francês nunca aceitou totalmente a
idéia. O exército russo manteve o alemão em seu lugar;
qualquer inimigo para a Alemanha não seria tão ruim
assim.
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As
linhas do existencialismo
Há duas linhas famosas de
existencialistas. A primeira, de Kierkegaard, Nietzsche e
Heidegger é agrupada intelectualmente. Esses homens são
os pais do existencialismo e dedicaram-se para estudar a
condição humana. A segunda, de Sartre, Camus e
Beauvoir, era uma linha política, até Sartre e Camus
provarem que brigas mesquinhas e orgulho não podem ser
sustentadas pela filosofia. Enquanto outras pessoas
entraram e entraram nesses grupos, esses seis indivíduos
definiram o existencialismo.
Metafísicos
As potências intelectuais por trás do
existencialismo concentraram suas obras na metafísica.
Esses homens perguntaram-se se havia um Criador. Se sim,
qual é a relação entre a espécie humana e esse
criador? As leis da natureza já foram pré-definidas e
os homens têm que se adaptar a elas? Esses homens
estiveram tão dedicados aos seus estudos que tornaram-se
anti-sociais, enquanto se preocupavam com a humanidade.
Kierkegaard, Nietzsche e Heidegger são
os primeiros existencialistas intelectuais e
metafísicos. Os dois primeiros se preocupavam com a
mesma questão: o que limita a ação de um indivíduo?
Kierkegaard chegou à possibilidade de que o cristianismo
e a fé em geral são irracionais, argumentando que
provar a existência de uma única e suprema entidade é
uma atividade inútil. Ele acreditou que o mais
importante teste de um homem era seu compromisso com a
fé apesar do absurdo dessa fé.
Nietzsche, freqüentemente
caracterizado como ateu, foi mais precisamente um
crítico da religião organizada e das doutrinas de seu
tempo. Ele acreditou que a religião organizada,
especialmente a igreja católica, era contra qualquer
poder de ganho ou auto-confiança sem consentimento.
Nietzsche usou o termo rebanho para descrever a
população que segue a igreja de boa vontade. Ele
argumentou que provar a existência de um criador não
era possível nem importante.
Políticos
Pode ser um pouco injusto chamar os
existencialistas franceses de políticos, mas eles eram
politicamente ativos e, freqüentemente, motivados. A
França foi o centro do existencialismo político. Os
filósofos alemães, até a II Guerra, estavam isolados
das brigas políticas diárias. Até mesmo durante das
duas guerras mundiais, eles apenas podiam imaginar os
horrores dos campos de concentração. A Resistência
Francesa, por outro lado, era o refúgio de alguns dos
maiores pensadores franceses.
Sartre e Camus, eventualmente
reconhecidos como os dois existencialistas mais
influentes; ambos eram ativos na Resistência Francesa.
Camus tinha sido um politicamente ativo na Algéria, sua
terra natal, tendo nascido na pobreza, o que resultou na
sua participação em grupos socialistas na faculdade.
Sartre foi mais político depois da II Guerra. Sua
família, de uma alta posição social, o manteve longe
dos assuntos políticos. A guerra transformou esses dois
homens em ativistas. Sartre tornou-se um líder defensor
da União Soviética, enquanto que Camus promoveu o que
ele chamava de "socialismo humanista" ou
socialismo com compaixão.
Ambos eram partidários do marxismo e
usaram sua fama de escritores de ficção para promover
suas idéias. Os metafísicos não teriam considerado tal
auto-promoção. Camus aceitou o Prêmio Nobel da
Literatura em 1957, julgando-o como uma ferramenta para
argumentar pelos direitos humanos. Curiosamente, Sartre,
que amava ser o centro das atenções, recusou-se a
receber o prêmio em 1964. Essa recusa pública
provavelmente atraiu muito mais atenção para ele!
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