Nokia ocupada
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Trabalhador@s
em Milão/Itália ocupam uma fábrica de Nokia e respondem,
ágil e flexivelmente, aos novos desafios… |
Antecedentes |
En 1997, Nokia-Maillefer
comprou a empresa suíça Nextrom, fabricante de cabos e máquinas
para a produção de membrana de plástico. Estas máquinas
eram produzidas numa fábrica ao norte de Milão, onde trabalhavam
67 pessoas. Nokia-Maillefer havia fechado uma oficina e transferido a produção
para outras empresas. No princípio de 2002, a filial Nokia-Nextrom
anunciou o fim da fábrica de montagem e a demissão d@s trabalhador@s
em fins de maio. Isto não foi nada bom para @s trabalhador@s… |
A resposta d@s trabalhador@s… |
Só três
trabalhador@s apresentaram sua demissão, todos @s demais decidiram
uma ação comum contra as demissões iminentes. Rechaçaram
a “oferta“ de exame individual por uma consultoria. No dia 15 de fevereiro,
ocupam a fábrica, para impedir que as máquinas sejam retiradas.
Auto-organizados em assembléia permanente, decidem as próximas
medidas: usar a tecnologia da empresa para mandar e-mails e fax a outras
fábricas de Nokia no mundo ou comunicar-se com a imprensa (supra)regional.
No mesmo dia, manifestaram-se ao redor da fábrica e cortaram a via
férrea da estação mais próxima para chamar
a atenção sobre sua luta. E, depois, convidam para um concerto,
no centro social no norte de Milão, para reunir-se com muita gente.
No momento, esperam a reação da empresa. Entretanto, querem
manter ocupada fábrica e planejam outras ações. Um
trabalhador dizia que ocupavam a fábrica mas não se consideram
donos dela. O único que tinha alguma coisa a perder era o proprietário.
Se acabarem com os postos de trabalho, a fábrica também poderá
se acabar… |
Para escrever aos
grevistas de Nokia: basta_nokia@yahoo.it |
Assim como outras empresas, Nokia também
une pessoas... |
-
na cadeia de montagem,
@s trabalhador@s com diferentes contratos (por exemplo, das empresas de
trabalho temporário etc.) para ver quem trabalha mais por menos
dinheiro.
-
nas cadeias de transporte,
os diferentes fluxos de produção para fazê-los “racionalizar-se”
na competição.
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Quando ocorre a crise
- quando Nokia já nos estressou na liinha de montagem e inundou o
mercado com telefones móveis ou ceras depilatórias - também
nos separam: fecham esta ou aquela fábrica, jogam na rua est@s ou
aquel@s trabalhador@s. |
Além da crise
(da deterioração de nossas condições de vida,
do Vale do Rhur a Tóquio) há algo de novo no ar: com a crise
global agravada, nos informamos de que, no mundo inteiro, ocorrem novas
respostas dos explorad@s aos ataques dos capitalistas. São ações
diretas, que desconfiam dos aparatos sindicais e dos governos. Ações
que só confiam em si mesmas, “autoconfiadas”… |
Na Argentina, @s desempregad@s
cortam importantes vias de acesso para lutar contra a redução
dos serviços sociais; empresas são ocupadas e produzem controladas
pel@s trabalhador@s; proletários discutem nas assembléias
de bairros, em vez de confiar nas enésimas eleições.
Na Coréia do Sul, em fins de fevereiro, ocorreu uma greve geral
que fez balançar o governo. Ademais, em diversos paises, pequenas
lutas proletárias encontram respostas parecidas sob condições
parecidas, sejam @s trabalhador@s encarregados de limpar as estações
de Milão ou @s grevistas do McDonalds em Paris (a ver: www.prol-position.net).
Sabemos, também, de muitos enfrentamentos que os meios de comunicação
e as burocracias sindicais não informam, atividades auto-organizadas
e ofensivas contra a exploração. Estas informações
nos parecem importantes, por isso distribuímos este volante. O exemplo
d@s grevistas da Nokia nos mostra que a organização (internacional)
do trabalho - as tecnologias de comunicação da empresa, as
cadeias de transporte, a estrutura de suprimento de materiais para a produção
etc. - nos dá várias possibilidades para organizar a luta.
Também nos mostra a necessidade de derrubar as fronteiras entre
os departamentos, as empresas e regiões para evitar que nossa luta
fique isolada e sejamos vencidos. |
Somente poderemos
superar a falta de comunicação atraindo outr@s explorad@s.
Isto é: exercendo uma atração mediante nossas ações
inesperadas e espontâneas, que façam chorar os patrões
e chefes. E que durante essas ações desenvolvamos novas e
intensas relações sociais entre nós mesm@s, relações
que usualmente se perdem na cotidianidade do trabalho. Assim, resolveremos
a questão do novo: o movimento para uma sociedade na qual nos unamos
por nós mesm@s e não nos entreguemos às “moedoras
de carne humana” como Nokia e outros centros de exploração… |
Contatando Prols |
Ultimamente, podíamos
ver uns conflitos isolados nesta região (Vale do Rhur), por exemplo:
ações contra o fechamento do centro telefônico de DeutscheBank24
em Duisburgo; @s condutor@s de ônibus em greve durante o inverno
de 2001/02, em Dusseldorf, ou os enfrentamentos contra os contratos limitados
e os turnos extraordinários na fábrica da GM, em Bochum.
Tudo continua sendo um pouco defensivo e disperso, mas se tens histórias
mais excitantes do “inferno do trabalho”: escreve para nós! |
prols@prol-position.net
www.prol-position.net |