Na hora da queda


Livro: Tocando o Barco
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier

    Quando a máquina apresentou desajustes, o operário não lhe derriçou o martelo.

    Consertou-a.

    Quando a embarcação mostrou brecha perigosa, o timoneiro não se lembrou de afundá-la.

    Socorreu-a.

    Quando a plantação foi invadida de praga, o cultivador não a largou em abandono.

    Ofereceu-lhe recursos à defensiva.

    Quando o fogo lavrou o aposento, o chefe do lar não espalhou gasolina para que se completasse a destruição do edifício.

    Mobilizou extintores de incêndio.

    Se o aprendiz tropeça no estudo, o professor não o expulsa da escola.

    Desdobra-se, nos processos de emenda.

    Se o acidentado exibe mutilações, o médico não lhe sacrifica o resto do corpo.

    Dá-lhe o apoio possível.

    * * *

    Isso acontece na esfera das ações comuns.

    Recorda a importância de nossa atitude no campo do espírito.

    Se te reconheces por irmão do próximo, ao sabê-lo caído em falta, não lhe agraves o sofrimento atirando-lhe golpes de sarcasmo ou farpas de censura.

    Amparemo-lo para que se levante, qual se o erro nos pertencesse.

    Isso porque precisamos considerar que, numa casa de devedores, qual a Terra, em que respiramos e agimos à procura de libertação e melhoria, burilamento e evolução, todos temos, encarnados e desencarnados, contas a solver e compromissos a resgatar.

    Em matéria de auxílio, se hoje é para nós o dia de dar, amanhã, provavelmente, se nos fará o dia de receber.