Os vasos usados por Deus em Jundiaí

 Poucos evangélicos devem saber. Daniel Berg, um dos homens levantados por Deus para trazer o avivamento para o Brasil, a partir da rua Azuza, passou por Jundiaí e foi um dos missionários que contribuiram para a chegada do Evangelho a Jundiaí. E não foi só isto. Daniel Berg chegou a ser apedrejado, em um culto ao ar livre, em Jundiaí. A narração está no livro Daniel Berb e a obra missionária em Jundiaí, lançado em 1º de novembro de 1999, como parte dos 70 anos da Assembléia de Deus em Jundiaí.

No livro escrito pelo presbítero Francisco Amaro Bezerra, na página 28 a narração: "O próprio missionário Daniel Berg chegou a ser apedrejado, juntamente com o irmão Gabriel e suas filhas no centro da cidade de Jundiaí, quando iniciavam um culto. Luzia e Eugênia, de 12 e 10 anos, cantavam hinos durante os cultos." Gabriel era irmão de Adolfo Moreira, zelador da Igreja Assembléia de Deus, em São Paulo. Daniel Berg acompanhou Gabriel a uma visita a Jundiaí. Daniel Berg pregou a palavra a Gabriel que se converteu. "O irmão Gabriel, a partir daquele dia, em 1928, passou a evangelizar em sua própria casa, onde funcionava uma pequena oficina de instrumentos musicais."

Daniel Berg esteve em Jundiaí outras vezes, em 1928. Numa dessas visitas foi para batizar Luzia, a filha mais velha de Gabriel. Foi o primeiro batismo de um membro da Assembleia de Deus de Jundiaí e do interior do Estado de São Paulo. Até então a igreja tinha templos apenas na cidade de São Paulo, Santos, onde começou a obra missionária e outras cidades do litoral como São Vicente, Guarujá, Cubatão e Bertioga. As igrejas do litoral, especialmente as de Bertioga foram fruto de muito trabalo, nem sempre realizado de forma pacífica. Em Bertioga, os primeiros irmãos chegaram a ser ameaçados de morte. Houve até a contratação de um criminoso para matá-los durante um culto.

Em Jundiaí

Em Jundiaí, as dificuldades dos pioneiros evangélicos não foram menores. Eugênia Godoy de Souza, filha de Gabriel Godoy Moreira, pioneiro do trabalho missionário no campo de Jundiaí numa entrevista dada em 28 de março de 1999, quando tinha 80 anos relatou. ‘Ao começar um culto ao ar livre, estando presentes Daniel Berg, o pai dela Gabriel, ela (Eugênia) e a irmã Luzia, no encontro das ruas J.J.Rodrigues e Rangel Pestana, foram apedrejados e o culto foi encerrado".

Gabriel Godoy Moreira, antes de ser batizado, era em Jundiaí um curandeiro espírita e membro da confraria católica de São Benedito. Nessa condição, ele percorria durante as procissões as ruas da cidade com medalhas penduradas no pescoço. Era mais conhecido por "Violeiro’. Depois que se converteu largou o espiritismo e a confraria de São Benedito, passou a sofrer todo o tipo de pressão de uma família católica, proprietária de uma funerária que morava perto de sua casa.

Contou a irmã Eugênia, na entrevista registrada no livro que certo dia, os irmãs o estavam reunidos em oração e um tando desanimados, quando ouviram de uma irmã da Igreja de Santo André, em profecia: vocês semearão com dificuldades; mas, outros no futuro, colherão muitos frutos".

Milagres

Ao longo da história da Igreja Assembléia de Deus, em Jundiaí foram presenciados muitos milagres. O pastor Alfredo Rudzit, o quarto da história da igreja num culto ungiu vários doentes, entre eles uma pessoas de nome Antônio com parte da perna já necrosada e com osso exposto. O pastor disse: "Quem crer vai ser curado!" O doente foi curado imediatamente com a pele totalmente nova, tendo caído toda parte ressequida e podre". Novamente, em Jundiaí, num culto dirigido por um pastor vindo de Sorocaba e de passagem pela igreja, um cego foi curado na presença de todos que estavam no culto"

O primeiro templo da igreja Assembléia de Deus em Jundiaí foi construído na rua Wately. O primeiro pastor foi Juvenal Roque de Andrade, entre 1946 e 1951. Quem congregou na igreja neste período e também participou diretamente da vida da igreja foi Sebastião Cegobia Filho (86 anos) e a esposa dele Cecília Murbak Cegobia,(83 anos). O casal chegou a Jundiaí em 1948.

Para Sebastião, muita coisa mudou ao longo dos anos. "As igrejas eram muito diferente de agora. Era muito mais séria. O regime era muito mais severo. O pulpito era um lugar de pastor. Nem o diácono podia sentar no púlpito.E Sebastião Cegobia vai fazer 39 anos de diácono. Trabalhou fazendo o alicerce da primeira igreja da rua Fortunato Mori, que ficou 33 anos. Depois também ajudou na demolição e no início da construção do alicerce do templo novo," contou o irmão Sebastião.

O pastor Esequias Soares da Silva é hoje o presidente da Igreja Assembléia de Deus, no campo de Jundiaí. No livro escrito por Francisco Amaro Bezerra disse que ficou "surpreendido quando descobri que Jundiaí foi a primeira igreja que o missionário Daniel Berg fundou no interior do Estado de São Paulo. Familiares e descendentes dee nossos pioneiros ainda estão entre nós e são conhecidos da igreja. Povo sem história é um povo sem memória. É muito importante saber quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Começamos como raiz de uma terra seca, não tínhamos parecer nem formosura, mas Deus nos transformou numa árvore frondosa que pode oferecer sombras e frutos para os filhos dessa cidade e das cidades vizinhas."

 

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