- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

CHICO XAVIER
(MISSIONÁRIOS)

 


 MENSAGEM SOBRE CHICO XAVIER
(clique aqui)



FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER ou simplesmente CHICO XAVIER
DE 2/4/1910 ATÉ 30/6/2002

TRAÇOS BIOGRÁFICOS

I - NASCIMENTO. SUA INICIAÇÃO ESPÍRITA

O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de

Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Vive, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado. Completou o curso primário, apenas.

Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil;

foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.

Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das

quais saíram a público, estampadas à revelia do médium em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano,

vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual.


II - O MENINO CHICO

Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida

assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou,

inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por

outro... Aquele seu filho era estranho!... De formação católica, o

garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara

D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos

5 anos.

Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o

menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma

palavra obscena, de um gesto de desobediência.

As "sombras" amigas, porém, não o deixavam... Conversava

com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na

escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.

O certo é que os seus primeiros anos o marcaram

profundamente; ele nunca os esqueceu... A necessidade de

trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi

em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.
Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe

companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na

tecelagem; depois os olhos; e depois a angina.


III - COMEÇO DO SEU MEDIUMATO

Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) iniciou,

publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em

Pedro Leopoldo.

Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas

mediúnicas.

Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos

trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete

folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre

os deveres do espírita-cristão.

Depoimento de Chico Xavier:

(...) "Era uma noite quase gelada e os companheiros que se

acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço,

curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da

primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu

intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora

junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as

dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual

experimentou significativa alteração. As paredes que nos

limitavam o espaço desapareceram. O telhado como que se desfez

e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no

escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente,

notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam

com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por

telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o

trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada

receasse quanto ao caminho a percorrer."


IV - EMMANUEL E DUAS ORIENTAÇÕES PARA O
RESTO DA VIDA

Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier,

deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria

desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado.

Eis a primeira.

- "Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade

com Jesus?

- Sim, se os bons espíritos não me abandonarem... -respondeu
o médium.

- Não será você desamparado - disse-lhe Emmanuel - mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.

- E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? - tornou o Chico.

- Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço...


Porque o protetor se calasse o rapaz perguntou:

- Qual é o primeiro?

A resposta veio firme:

- Disciplina.

- E o segundo?

- Disciplina.

- E o terceiro?

- Disciplina.


A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o
médium é assim relembrada:

- "Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo,

ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo

longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os

ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais,

que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não

estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu

devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo."


V - PRODUÇÃO LITERÁRIA

Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso "Parnaso

de Além-Túmulo"; hoje as obras que psicografou vão a mais de 400. 
Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano,

esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.

De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier

jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade.

Sua vida privada e pública tem sido objeto de toda especulação

possível, na informação falada, escrita e televisionada. Apodos e

críticas ferinas, têm-no colhido de miúdo, sabendo suportá-los

com verdadeiro espírito cristão. Viajou com o médium Waldo Vieira

aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a

França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da

Doutrina Espírita.

Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e

internacional, suas entrevistas despertam a atenção de milhares
de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo
; tem aparecido em

programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas,

orientando as respostas pelos postulados espíritas. Já recebeu o

título de Cidadão Honorário de várias cidades: Rio Preto, São

Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em

São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas

Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.

Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12

milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88.

"Parnaso de Além-Túmulo", a primeira obra publicada em

1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das

produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos

críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época,

Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional,

Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.

Prefaciando "Parnaso de Além-Túmulo", escreveu Manuel

Quintão: "Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo,

Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para

afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de

seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver 'Primaveras'; é recitar

Castro Alves e sentir 'Espumas Flutuantes'; é declamar Junqueiro

e lembrar a 'Morte de D. João'; é frasear Augusto dos Anjos e evocar 'Eu'."

Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel,

composta de: "Há 2000 Anos...", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!",

"Paulo e Estevão", provocando a elaboração do "Vocabulário

Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel", de Roberto

Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas

obras. "Há 2000 Anos..." é o relato da encarnação de Emmanuel à

época de Jesus.

De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o

profético e discutido "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do

Evangelho", uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados,

em dimensão espiritual.

A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com

obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da

desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson

Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série:

"Nosso Lar", "Os Mensageiros", "Missionários da Luz", "Obreiros

da Vida Eterna", "No Mundo Maior", "Agenda Cristã", "Libertação",

"Entre a Terra e o Céu", "Nos Domínios da Mediunidade", "Ação e
Reação", "Evolução em dois Mundos", "Mecanismos da

Mediunidade", "Conduta Espírita", "Sexo e Destino",

"Desobsessão", "E a Vida Continua...".

De parceria com o médium Waldo Vieira, Chico Xavier

psicografou 17 obras. A extraordinária capacidade mediúnica de

Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores

espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se

manifestam.

Vários de seus livros foram adaptados para encenação no

palco e sob a forma de rádionovelas e telenovelas.

O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o

psicográfico. Não é, todavia, o único. Tem ele, e as exercita

constantemente, outras mediunidades, tais como: psicofonia,

vidência, audiência, receitista, e outras.

Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium,

aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares, e

também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em

absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os

tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas,

desde o primeiro livro.

Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas

entrevistas radiofônicas e televisadas, e de comentários em jornais

e revistas, espíritas ou não, e em livros dos quais podemos citar: o

opúsculo intitulado "Pinga-Fogo, Entrevistas", obra publicada pelo

Instituto de Difusão Espírita, de Araras; "Trinta Anos com Chico

Xavier", de Clóvis Tavares; "No Mundo de Chico Xavier", de Elias

Barbosa; "Lindos Casos de Chico Xavier", de Ramiro Gama; "40

Anos no Mundo da Mediunidade", de Roque Jacinto; "A

Psicografia ante os Tribunais", de Miguel Timponi; "Amor e

Sabedoria de Emmanuel", de Clóvis Tavares; "Presença de Chico

Xavier", de Elias Barbosa; "Chico Xavier Pede Licença", de Irmão

Saulo, pseudônimo de Herculano Pires; "Nosso Amigo Xavier", de

Luciano Napoleão; "Chico Xavier, o Santo dos Nossos Dias" e "O

Prisioneiro de Cristo", de R. A. Ranieri; "Chico Xavier - Mandato de

Amor", da U.E.M.; "As Vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto

Maior, etc. .


VI - O CASO HUMBERTO DE CAMPOS

Desencarnado em 1934 o festejado escritor brasileiro

Humberto de Campos, o Espírito deste iniciou, em 1937, pela

mediunidade de Chico Xavier, a transmissão de várias obras de

crônicas e reportagens, todas editadas pela Federação Espírita
Brasileira, entre as quais sobressai "Brasil, Coração do Mundo,

Pátria do Evangelho".

Eis senão quando, em 1944, a viúva de Humberto de Campos

ingressa em juízo, movendo um processo, que se torna célebre,

contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier,

no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa

obra mediúnica "é ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos",

e que em caso afirmativo, se apliquem as sanções previstas em Lei.

O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo,

ocupou espaço nos principais periódicos do País.

Para que tenhamos uma idéia do que representou o referido

processo na divulgação dos postulados espíritas, resumimos aqui

alguns dos principais depoimentos da época extraídos da obra do

Dr. Miguel Timponi, o principal advogado que trabalhou na defesa

do médium e da FEB. Antes, porém, sintamos a beleza das

palavras a seguir, enfeixadas no livro A Psicografia ante os Tribunais:

"Entretanto, lá do Nordeste, desse Nordeste de

encantamentos e de mistérios, a voz cheia de ternura e de emoção,

de uma velhinha santificada pela dor e pelo sofrimento, D. Ana de

Campos Veras, extremosa mãe do querido e popular escritor,

rompeu o silêncio para ofertar ao médium de Pedro Leopoldo a

fotografia do seu próprio filho, com esta expressiva dedicatória:

'Ao Prezado Sr. Francisco Xavier, dedicado intérprete espiritual do meu

saudoso Humberto, ofereço com muito afeto esta fotografia, como prova de

amizade e gratidão.

Da crª. atª.

Ana de Campos Veras

Parnaíba, 21-5-38.’

Conforme se vê da edição de 'O Globo' de 19 de julho de

1944, essa exma. senhora confirma que o estilo é do seu filho e

assegura ao redator de 'O Povo' e 'Press Parga':

"- Realmente - disse dona Ana Campos - li emocionada as

Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de

meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço

nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério,

principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um

cidadão de conhecimentos medíocres. Onde a fraude? Na hipótese

de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria

de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham

a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em

contrário, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça

aceitando Francisco Cândido Xavier na Academia Brasileira de
Letras... Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino

talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada

com a de meu filho."

Na noite de 15 de julho de 1944, quando o processo atingia o

clímax, o Espírito Humberto de Campos retorna pelo lápis do

médium Chico Xavier, tecendo, no seu estilo inconfundível, uma

belíssima e emocionante página sobre o triste problema levantado

pela incompreensão humana, página que pode ser devidamente

apreciada no livro "A Psicografia ante os Tribunais".

Daí por diante, ele passou a assinar-se, simplesmente, Irmão X
versão evangelizada do Conselheiro XX, como era conhecido

nos meios literários quando encarnado.

A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada

carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de

1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em

exercício na 8ª Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela

recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF

manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o

saudoso ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.


VII - O AMOR DE CHICO XAVIER POR JESUS

Depoimento de Chico Xavier:

"(...) Deus nos permita a satisfação de continuar sempre

trabalhando na Grande Causa d'Ele, Nosso Senhor e Mestre.

Desde criança, a figura do Cristo me impressiona. Ao perder minha

mãe, aos cinco janeiros de idade, conforme os próprios

ensinamentos dela, acreditei n'Ele, na certeza de que Ele me

sustentaria. Conduzido a uma casa estranha, na qual conheceria

muitas dificuldades para continuar vivendo, lembrava-me d'Ele, na

convicção de que Ele era um amigo poderoso e compassivo que

me enviaria recursos de resistência e ao ver minha mãe

desencarnada pela primeira vez, com o cérebro infantil sem

qualquer conhecimento dos conflitos religiosos que dividem a

Humanidade, pedi a ela me abençoasse segundo o nosso hábito

em família e lembro-me perfeitamente de que perguntei a ela:

- Mamãe, foi Jesus que mandou a senhora nos buscar?

Ela sorriu e respondeu:

- Foi sim, mas Jesus deseja que vocês, os meus filhos

espalhados, ainda fiquem me esperando...

Aceitei o que ela dizia, embora chorasse, porque a referência

a Jesus me tranqüilizava. Quando meu pai se casou pela segunda

vez e a minha segunda mãe mandou me buscar para junto dela,

notando-lhe a bondade natural, indaguei:
- Foi Jesus quem enviou a senhora para nos reunir?

Ela me disse:

- Chico, isso não sei...

Mas minha fé era tamanha que respondi:

- Foi Ele sim... Minha mãe, quando me aparece, sempre me

fala que Ele mandaria alguém nos buscar para a nossa casa.

E Jesus sempre esteve e está em minhas lembranças como

um Protetor Poderoso e Bom, não desaparecido, não longe mas

sempre perto, não indiferente aos nossos obstáculos humanos, e

sim cada vez mais atuante e mais vivo."


VIII - ISMAEL

Não se pode negar o sentimento de veneração que envolve a

nobre figura de ISMAEL, guia espiritual do Brasil. A

responsabilidade que detém, na condição de mentor da Federação

Espírita Brasileira suscita, da parte da comunidade espírita

nacional, um profundo respeito, aliado a um imenso carinho e uma

suave ternura.

Certa vez, indagaram a Chico Xavier:

- Como se processam os encontros, nas esferas

resplandecentes da Espiritualidade, de Emmanuel com Ismael?

Qual a postura do admirável Espírito do ex-senador romano, diante

da também luminosa entidade a quem confiou Jesus os destinos

do Brasil?

Resposta do médium, curta, serena e firme:

- De joelhos!


IX - BREVES DEPOIMENTOS SOBRE O MÉDIUM CHICO
XAVIER

..........

"A bibliografia mediúnica, que foi acrescida à literatura

espírita, nestes últimos cinqüenta anos, nascida do lápis de Chico

Xavier - e o espaço não nos permite, sequer, considerações

ligeiras sobre suas páginas -, é vultosa, considerável. É

qualitativamente admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num

exame sereno e com absoluta isenção, dividir a obra mediúnica,

orientada por Emmanuel, igualmente em fases perfeitamente

delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando

a sobrevivência e a imortalidade do espírito - 'Brasil, Coração do

Mundo, Pátria do Evangelho' - seguida de uma panorâmica da

História universal - 'A Caminho da Luz' e de alguns manuais do
maior valor: 'Emmanuel, Dissertações Mediúnicas', 'O Consolador',

'Roteiro', etc. Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos

virão, a seu tempo. E a obra de Francisco Cândido Xavier,

criteriosamente traduzida, estará, tempestivamente, à disposição

dos leitores do mundo inteiro, juntamente com a de Allan Kardec e

da dos autores que cuidaram dos escritos subsidiários e

complementares da Codificação. Mas, enquanto isso, e para que

tudo ocorra com a tranqüilidade que se almeja na difusão

conscienciosa e responsável da Doutrina dos Espíritos, seria de

bom alvitre não perder de vista o fato de que Chico Xavier jamais

teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse

seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel,

testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao

próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.

Francisco Thiesen

Presidente da Federação Espírita Brasileira"

(Fonte: "Revista Internacional de Espiritismo", número 6, Ano LII, julho de 1977.)

***

"...Não me considero à altura para escrever algo sobre o

Chico. Dele, dão testemunho (e que testemunho!) as belas obras

que semeou e semeia por esse Brasil afora, com reflexos

benéficos em diversas nações do mundo. E quando digo 'obras',

refiro-me não só à palavra escrita e falada, como também aos seus

exemplos de caridade, de perdão, de fé, de humildade, aos seus

diálogos fraternos e frutíferos, enfim, à sua multiforme vivência

evangélica junto a pobres e ricos, num trabalho diário de

edificação e levantamento de espíritos."

"Conheço o Chico há bastante tempo. Nos seus livros

mediúnicos encontrei forças, luz e paz, e através de suas cartas

pude senti-lo e amá-lo bem no fundo do seu ser. Por várias vezes

chorei com suas preocupações e sua dor, vivendo-lhe as graves

responsabilidades e lamentando a incompreensão dos homens.

Mas sempre orei pedindo ao Senhor que não lhe tirasse o pesado

fardo dos ombros e, sim, que o ajudasse a carregá-lo. Graças a

Deus, o nosso caro Chico tem vencido todas as dificuldades e

todos os óbices do caminho, numa maratona hercúlea que

realmente o dignifica aos olhos dos homens e aos olhos do Pai."
(Trechos da carta do Sr. Zêus Wantuil, 3° secretário da Federação

Espírita Brasileira, à presidente da União Espírita Mineira)

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 172, maio/julho de 1977.)


X - A PALAVRA DE CHICO XAVIER AO COMPLETAR
QUARENTA ANOS DE MEDIUNIDADE (1967)

"Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu

coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de

muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas, de

dias, só encontrei benefícios, felicidades, esperanças, otimismo,

encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me

concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros.

Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos

corações, porque sinto que Deus me concedeu nos vossos

corações, que representam outros muitos corações que estão

ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso

intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não

poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na

Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao

livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o

contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de

uma velha represa, na terra que me deu berço na presente

encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do

amanhecer. E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse

com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno

charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela

misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas,

corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que

nós orávamos, colhiam essas flores, e as levavam consigo com

transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era

sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela

misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e

mais útil. Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras

desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar

o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros,

lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declarar-vos

que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de

Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros, e que

pertencem muito mais a vós outros do que a mim. Rogo, assim, a

todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para

que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que
ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um

dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua

infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal

de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha

gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra

despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou."

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 137, abril/maio/junho de 1970.)


XI - NA TAREFA MEDIÚNICA

"Pergunta - Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele

enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais?

Resposta - Depois de haver salientado a disciplina como

elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse:

'Temos algo a realizar.' Repliquei de minha parte qual seria esse

algo e o benfeitor esclareceu: 'Trinta livros pra começar!'

Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma

família sem maiores recursos, além do nosso próprio trabalho

diário, e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!... Já que

meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que

meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: 'Nada,

nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na

Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos

inesperados!'

Algum tempo depois, enviando as poesias de 'Parnaso de

Além- Túmulo' para um dos diretores da Federação Espírita

Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado,

em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a

marca dos 30 livros.

Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se

a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: 'Agora,

começaremos uma nova série de trinta volumes!' Em 1958,

indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros

estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a

cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959. O grande

benfeitor explicou-me, com paciência: 'Você perguntou, em Pedro

Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a

você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo

também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao

limite de cem livros.' Fiquei muito admirado e as tarefas
prosseguiram. Quando alcançamos o número de 100 volumes

publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos

compromissos. Ele esclareceu, com bondade: 'Você não deve

pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na

obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que

nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua

atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos

princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do

ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que

possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto

o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades.'

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na

recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da

minha vida atual? Emmanuel acentuou: 'Sim, não temos outra

alternativa!' Naturalmente, impressionado com o que ele dizia,

voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita

ensina que somos portadores do livre-arbítrio para decidir sobre

os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso

de benevolência paternal e me cientificou: 'A instrução a que me

refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando

lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que

me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos

dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão

autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!'

Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade

do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de

interromper ou dificultar o que passei a chamar de 'Desígnios de Cima.' "

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 205, abril/junho de 1988.)


XII - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 1997, Chico Xavier completou 70 anos de incessante

atividade mediúnica, da maior significação espiritual, em prol da

Humanidade, abrangendo seus mais diversos segmentos.

Até a data, outubro de 1997, Francisco Cândido

Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas,

de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e

diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas,

história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura

infantil, etc.
Dias e noites têm sido por ele ofertados aos seus

semelhantes, com sacrifício da própria saúde. Problemas

orgânicos acompanharam-lhe a mocidade e a madureza. Hoje, nos

abençoados 87 anos de sua vida corporal, as dificuldades físicas

continuam trazendo-lhe problemas. Releva observar que as

doenças oculares a as intervenções cirúrgicas jamais o impediram

de cumprir, fiel e dignamente, sua missão de amparo aos

necessitados. Sua postura é uma só, obedece a uma só diretriz:

amor ao próximo, desinteresse ante os bens materiais,

preocupação exclusiva e constante com a felicidade do próximo.

Ricos e pobres, velhos e crianças, homens e mulheres de

todos os níveis sociais têm encontrado, no homem e no médium

Chico Xavier, tudo quanto necessitam para o reajuste interior, para

o crescimento, em função do conhecimento e da bondade.

Francisco Cândido Xavier é um presente do Alto ao século

XX, enriquecendo-lhe os valores com a sua vida de exemplar

cidadão, com milhares de mensagens psicográficas que, em

catadupas de paz e luz, amor e esclarecimento, vêm fertilizando o

solo planetário, sob a luminar supervisão do Espírito Emmanuel.


O médium desencarnou em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, 
em 30 de junho de 2002, domingo. Ainda lúcido, encontrava-se em debilitado estado de saúde. 
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NOTA DA FEB - No presente trabalho, foram consultadas e

utilizadas as seguintes obras:

- A Psicografia ante os Tribunais. / Miguel Timponi. / FEB - 5ª ed.,

1978.

- Brasil, Mais Além! / Duílio Lena Bérni. / FEB - 5ª ed., 1994.

- Chico Xavier - Mandato de Amor. / União Espírita Mineira, 1992.

- Chico Xavier - Mediunidade e Coração. / Carlos A. Bacelli. /

Instituto Divulgação Ed. André Luiz, 1985.

- Espiritismo Básico. / Pedro Franco Barbosa. / FEB - 4ª ed., 1995

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MENSAGEM SOBRE CHICO XAVIER

Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.

Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação. Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.

Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.

Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.

Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.

Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.

Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.

Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.

Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.

As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade. A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou- se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.

Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém. Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.

Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.

Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável. ...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:

- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.

JOANNA DE ÂNGELIS

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