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Segunda
Guerra
Mundial, conflito
mundial que começou em 1939 como um confronto militar europeu entre
a Alemanha
e a coalizão franco-britânica, mas que se estendeu até afetar a
maioria das nações. Após sua conclusão em 1945, emergiu uma nova
ordem mundial dominada pelos Estados
Unidos e a antiga
União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS).
Foi um conflito único pela violência dos ataques
lançados contra a população civil e pelo genocídio
realizado pela Alemanha nacional-socialista. Foram empregadas duas
armas radicalmente novas: os foguetes
de longo alcance e a bomba atômica.
Genocídio,
em Direito internacional, o crime de destruir ou conspirar
para aniquilar um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso. O genocídio foi definido na Convenção para a
Prevenção e Castigo do Crime de Genocídio e aceito pela
Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) no dia 9 de
dezembro de 1948.
O genocídio foi tentado ou cometido muitas
vezes na história. O exemplo mais notório deste século foi
o esforço realizado pelo nazismo alemão durante as décadas de trinta e quarenta para
aniquilar a população judaica da Europa. |
A situação depois da I Guerra
Mundial
Depois da I Guerra
Mundial foram
feitas várias tentativas para estabelecer uma paz duradoura, entre
as quais, cabe destacar a constituição da Sociedade
das Nações
(1920), a Conferência
de Washington
(1921-1922), o Pacto
de Locarno (1925)
e o denominado Pacto
Briand-Kellog.
Entretanto, na década de 1920 proliferaram os movimentos
totalitários, nacionalistas e militaristas, conhecidos pelo seu
nome italiano, fascismo.
Benito Mussolini
estabeleceu na Itália em 1922 a primeira ditadura fascista. Adolf
Hitler, o Führer
(líder) do Partido Nacional-socialista
Alemão, impregnou de racismo
o movimento fascista. O Japão também adotou um regime de caráter
totalitário. Os tratados firmados entre Alemanha, Itália e Japão
em 1936 e 1937 tiveram como resultado a formação do Eixo
Roma-Berlim-Tóquio .
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Adolf
Hitler
(1889-1945), político e governante alemão e um dos
ditadores mais poderosos e sanguinário do século XX e
de todos os tempos. Transformou a Alemanha
militarizando completamente a sua sociedade e levou o
país à II Guerra
Mundial. Utilizou o anti-semitismo como pedra
angular de sua propaganda e de sua política para fazer
do nacional-socialismo
um movimento de massas. A maior parte da Europa e o
norte da África estiveram sob o seu domínio durante
algum tempo. Foi o responsável pela execução de
milhões de judeus e de indivíduos de outros povos,
considerados como seres inferiores.
Permaneceu como cabo do exército até
1920 e dedicou-se integralmente ao Partido Operário
Alemão, de tendência nacionalista, que nessa época
havia sido rebatizado como Partido Operário Alemão
Nacional-socialista (nazista). Em 1921 Hitler foi eleito
presidente (Führer) com poderes ditatoriais.
Em novembro de 1923, um momento de caos
econômico e político, encabeçou uma revolta (putsch)
em Munique contra a República
de Weimar, na qual se auto-proclamou chanceler de
um novo regime autoritário. Condenado a cinco anos de
prisão como líder do golpe de Estado, concentrou-se na
redação de sua autobiografia: Mein Kampf (Minha
Luta). Durante a crise econômica de 1929 conseguiu
atrair o voto de milhões de cidadãos prometendo
reconstruir uma Alemanha forte. Foi nomeado chanceler em
janeiro de 1933.
As autoridades nazistas tomaram o
controle da economia, dos meios de comunicação e de
todas as atividades culturais. Hitler contava com a Gestapo
e com as prisões e campos
de concentração para intimidar seus opositores,
embora a maioria dos alemães o aprovasse com
entusiasmo.
Determinado a empreender a criação de
seu império, enviou tropas à Renânia, uma região
desmilitarizada, em 1936; anexou a Áustria e os Sudetos
(1938); assinou o pacto de neutralidade
germano-soviético, e atacou a Polônia em setembro de
1939, o que foi o estopim da II Guerra Mundial.
Com o passar do tempo a derrota foi se
tornando inevitável. Em 1944, um grupo de oficiais
tramou uma conspiração para assassiná-lo mas o plano
fracassou. Finalmente, deixando atrás de si uma
Alemanha invadida e derrotada, suicidou-se em seu bunker
de Berlim, em 30 de abril de 1945. |
Campo de concentração,
espaço criado para o aprisionamento de pessoas:
minorias étnicas ou religiosas, cidadãos de outros
países, refugiados
políticos e prisioneiros comuns.
Os campos de concentração surgiram no
final do século XIX. Os espanhóis os utilizaram em
Cuba com a finalidade de concentrar a população rural
evitando, assim, seu apoio aos simpatizantes da causa da
independência cubana. Na França o governo instaurou
campos de refugiados para os republicanos espanhóis, em
1938. Nas décadas de 1930 e 1940 uma rede de campos de
trabalho, situados na Sibéria, recebia milhões de
prisioneiros, vítimas das detenções políticas
maciças ordenadas por Stalin.
Na Alemanha, logo após os nazistas
assumirem o poder, em 1933, foram criados seis grandes
campos de concentração: Dachau, Sachsenhausen,
Buchenwald, Flossenburg, Mauthausen e Ravensbrück. Em
1939, estes campos continham mais de 25.000
prisioneiros.
Depois da II Guerra
Mundial, os regimes repressivos continuaram instalando
campos de concentração: na China foram utilizados
campos de ‘reeducação’ durante a Revolução
Cultural;
no Quênia os britânicos abriram campos de internação
de emergência. Entre os anos 1976 e 1983, o regime
militar da Argentina administrou campos secretos. Em
1991, em razão das hostilidades na antiga Iugoslávia,
os sérvios e os croatas instauraram campos de
concentração em seus territórios. |
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Hitler
iniciou sua campanha expansionista com a Anschluss
(anexação) da Áustria em março de 1938. No mês de setembro
ameaçou declarar guerra para anexar-se aos sudetos,
a zona ocidental da Tchecoslováquia.
Apesar do Pacto de Munique,
invadiu a Tchecoslováquia em março de 1939. Por outro lado, a
Alemanha assinou um pacto de não-agressão com a Rússia em 23 de
agosto de 1939.
Os
exércitos alemães invadiram a Polônia
em 1º de setembro de 1939. Dois dias depois, os britânicos e os
franceses declararam guerra à Alemanha.
A supremacia do Eixo
A invasão da
Polônia foi fulminante por conta da blitzkrieg (guerra
relâmpago) e em 6 de outubro, a Polônia rendeu-se. Em 30 de
novembro, a URSS declarou guerra à Finlândia.
Josef Stalin,
após a notável resistência filandesa, pôs fim à luta em 8 de
março de 1940 e obrigou a Finlândia a entregar certos territórios
em troca de sua independência.
Hitler aprovou o plano de invasão da Noruega e da
Dinamarca em 2 de abril. A Dinamarca se rendeu imediatamente. Os
noruegueses, britânicos e franceses conseguiram resistir na região
que se estendia entre Oslo e Trondheim
até 3 de maio. Quando os alemães estavam a ponto de render-se na
região de Narvik, as derrotas militares sofridas pelos aliados na
França obrigaram os britânicos e os franceses a requererem as
tropas destacadas nessa região.
Em 10 de maio de 1940, a Alemanha invadiu a Bélgica
e os Países
Baixos, passo
preliminar para a invasão da França. O exército holandês se
rendeu em 14 de maio. Os britânicos e os franceses se viram
obrigados a retroceder até uma praia vizinha a Dunquerque.
O rei belga, Leopoldo
III, capitulou no
dia seguinte. A Itália declarou guerra à França e à
Grã-Bretanha em 10 de junho. Em 25 desse mesmo mês, o marechal Henri
Philippe Pétain
assinou um armistício no qual concordou que a Alemanha controlaria
o norte e a faixa atlântica da França. Pétain estabeleceu a
capital em Vichy.
No verão de 1940 Hitler dominava a Europa do cabo
Norte até os Pireneus.
Os alemães esperavam vencer os britânicos mediante um bloqueio e
recorreram à guerra submarina. Assim mesmo, Hitler tratou de
neutralizar à Royal Air Force (Forças Aéreas Reais britânicas ou
RAF), o que deu lugar à batalha da Inglaterra.
Entretanto, Mussolini havia empreendido um ataque
sem êxito sobre o Egito
(setembro de 1940) a partir da Líbia.
Hitler começou a preparar uma campanha contra a Grécia
em novembro. No início de 1941, enviou à Líbia o general Erwin
Rommel com o
contingente Afrika Korps, para ajudar a seus aliados
italianos.
Hitler incluiu a Romênia e a Hungria
na aliança do Eixo em novembro de 1940; a Bulgária
se uniu em março de 1941. Quando a Iugoslávia
se negou a aderir ao Eixo, Hitler ordenou a invasão desse país. As
operações contra a Grécia e a Iugoslávia começaram em 6 de
abril. O exército iugoslavo foi derrotado em 14 desse mês e a
Grécia rendeu-se no dia 22.
A expansão da guerra
Um ano depois
da queda da França, Hitler deslocou o grosso de suas forças para o
Leste e formou uma coalizão com os países do sudeste da Europa
(além da Finlândia) para atacar a URSS. Os Estados Unidos
abandonaram sua política de neutralidade estrita depois da
aprovação em março de 1941 da Lend-Lease Act (Lei de
Empréstimos e Arrendamentos) para ajudar os aliados.
Em 22 de junho de 1941, a Alemanha invadiu a URSS
com três grupos de exércitos denominados Norte, Centro e Sul, que
se dirigiram para Leningrado (atualmente São
Petersburgo), Moscou
e Kiev,
respectivamente. O avanço para Moscou foi detido até serem
conquistados os outros dois objetivos. Retomados no final de
setembro, caiu paralisado em dezembro devido às extremas
condições climáticas. Stalin
lançou uma forte contra-ofensiva em 6 de dezembro que chegou a
deter a ofensiva alemã.
O começo da guerra no Pacífico
O Japão
decidiu apoderar-se do petróleo e demais recursos do Sudeste
asiático e suas ilhas, mas sabia que essas ações desencadeariam
uma guerra contra os Estados Unidos. Sua maior preocupação era a
frota norte-americana do Pacífico, estabelecida em Pearl
Harbor (Havaí).
Em 7 de dezembro de 1941 as aeronaves japonesas transportadas em
porta-aviões bombardearam essa base naval. Os Estados Unidos entrou
na guerra contra o Japão em 8 de dezembro e a Alemanha e a Itália
declararam guerra aos Estados Unidos três dias depois.
Antes de terminar o mês, as forças japonesas
haviam conquistado as possessões britânicas de Hong
Kong e as ilhas
Gilbert (atualmente Kiribati),
e as possessões norte-americanas de Guam e a ilha Wake. Assim
mesmo, haviam invadido as possessões britânicas da Birmânia, a
península Malaya, Bornéo
e a possessão norte-americana das Filipinas. A colônia britânica
de Cingapura
caiu em fevereiro de 1942; os japoneses ocuparam também as Índias
Holandesas e desembarcaram na Nova
Guiné em março.
Tomaram as ilhas Batan em 9 abril e a resistência filipina da ilha
de Corregidor rendeu-se em 6 de maio. Tentaram conquistar Port
Moresby, mas
foram detidos pela frota norte-americana após a batalha
do mar de Coral
(7 e 8 de maio). Os Estados Unidos obtiveram uma nova vitória na batalha
de Midway (4 de
junho), da qual a Armada Japonesa nunca chegou a recuperar-se.
A mudança de rumo da guerra
Franklin D.
Roosevelt, Winston
Churchill e seus
respectivos conselheiros se reuniram em Washington no final de
dezembro de 1941 e constituíram o Estado Maior Conjunto (Combined
Chief of Staff, CCS), comitê militar britânico e
norte-americano.
Na frente russa, os alemães retomaram a iniciativa
no verão de 1942 nas ofensivas sobre o sul de Leningrado, Kharkov
e Criméia.
Hitler tentou obrigar o comando soviético a sacrificar o grosso de
seu exército para defender as minas de carvão do vale de Donets e
os campos de petróleo do Cáucaso. Em menos de quatro semanas os
exércitos alemães haviam tomado o vale de Donets e haviam
avançado pelo leste até o rio
Don. Em 23 de
julho, Hitler ordenou avançar até Stalingrado (atualmente Volgogrado)
e que outros dois exércitos se deslocassem até o sul para invadir
os campos petrolíferos de Maikop, Groznyi
e Bakú.
A URSS atravessou a situação mais difícil da
guerra no final de julho de 1942. Stalin chamou suas tropas para uma
guerra patriótica pela Rússia.
Os japoneses haviam ocupado a ilha de Guadalcanal
e se dirigiam para Port Moresby. A infantaria da Marinha dos Estados
Unidos desembarcaram na ilha em 7 de agosto de 1942 e, finalmente,
comunicaram em 9 de fevereiro de 1943 sua conquista.
A situação começou a mudar na África do Norte em
31 de agosto de 1942, quando Erwin
Rommel atacou a
linha britânica situada ao oeste de El-Alamein.
O novo comandante britânico, Bernard
Law Montgomery,
lançou uma ofensiva em 23 de outubro e forçou a retirada de Rommel
para Tunis; este lançou um ataque contra as tropas norte-americanas
em 14 de fevereiro de 1943, mas foi seu último êxito. As forças
alemãs e italianas caíram afastadas de suas bases de Bizerta e Tunis
e finalmente se renderam em 13 de maio.
Entretanto, na frente oriental os alemães haviam
avançado 1.100 km
em direção a Leningrado e Cáucaso. Hitler teve que recorrer às
tropas colocadas a sua disposição por seus aliados. Em 19 de
novembro, as forças blindadas soviéticas atacaram os romenos ao
oeste e ao sul de Stalingrado. Três dias depois, cercaram o VI
Exército, que se rendeu em 31 de janeiro de 1943. Os alemães
tiveram que retroceder aproximadamente até a linha da qual partiram
na ofensiva do verão de 1942.
De 14 a 24 de janeiro de 1943, Roosevelt, Churchill
e os membros de seus respectivos Estados Maiores se reuniram na Casa
Branca para desenharem sua estratégia. Decidiram concentrar-se nos
territórios que podiam conseguir no Mediterrâneo: Sicília
e Itália. Também concordaram em iniciar una ofensiva aérea sobre
a Alemanha.
Na frente oriental, Hitler deixou uma grande bolsa
ao redor da cidade de Kursk.
Iniciou a luta em 5 de julho atacando pelo norte e pelo sul através
do extremo oriental da bolsa. Zhúkov e Vasilievski reforçaram as
tropas nas proximidades da cidade e até 12 de julho ocorreu a maior
batalha de carros de combate da guerra. Hitler cancelou a
operação, pois os norte-americanas e os britânicos haviam chegado
à Sicília e era preciso transferir divisões para essa região.
Em 10 de julho os aliados haviam desembarcado na
Sicília. Mussolini foi expulso do poder em 25 de julho e o governo
italiano iniciou negociações que concluíram com um armistício
assinado em segredo em 3 de setembro. A rendição dos italianos
não representou grandes vantagens militares para os aliados; no
final de 1943, os alemães o contiveram na Linha Gustav, cerca de
100 km ao
sul de Roma.
Com respeito à guerra no Pacífico, as principais
ações tiveram lugar no sudoeste. O ataque na zona central do
Pacífico começou posteriormente. Os primeiros desembarques tiveram
lugar em Makin (ilhas Gilbert) e Tarawa em novembro de 1943.
A vitória dos aliados
Depois da
batalha de Kursk, ocorrida em 5 de julho de 1943, Hitler permitiu ao
grupo de exércitos do Sul retirar-se até o rio Dniéper em 15 de
setembro. As tropas alemães tiveram que lutar contra cinco cabeças
de ponte soviéticas. Os exércitos russos lutaram enfurecidamente
para impedir que o inimigo se tornasse forte nessa zona. Expandiram
as cabeças de ponte, cercaram o Exército alemão na Criméia
durante o mês de outubro, tomaram Kiev em 6 de novembro e
continuaram a ofensiva sem interrupções.
No fim de novembro teve lugar a Conferência
de Teerã, na
qual Roosevelt
e Churchill
tiveram seu primeiro encontro com Stalin. O presidente
norte-americana e o primeiro-ministro britânico já haviam aprovado
um plano — seu nome em código era Overlord (Chefe Supremo)
— para lançar uma ofensiva pelo oeste, que tinha como finalidade
o Desembarque da
Normandia (6 de
julho de 1944). A operação Overlord ia satisfazer
finalmente a demanda de uma segunda frente que tanto havia reclamado
os soviéticos. Estes lançaram uma ofensiva em janeiro de 1944 que
levantou o cerco de Leningrado e obrigaram ao grupo de exércitos do
Norte a retroceder.
As principais ações contra a Alemanha no outono de
1944 foram os combates aéreos. Hitler respondeu a essas agressões
atacando a Grã-Bretanha. A diminuição das frentes no leste e no
oeste e a interrupção da luta terrestre no final do ano,
proporcionaram a Hitler uma nova oportunidade para criar uma reserva
de 25 divisões. Decidiu utilizá-las em uma ofensiva contra os
britânicos e os norte-americanas. A ofensiva alemã — denominada campanha
das Ardenas —
começou em 16 de dezembro. O esforço dos alemães fracassou quando
as condições atmosféricas permitiram aos aliados empregar sua
superioridade aérea. O avanço sobre a Alemanha não retornou até
fevereiro.
No transcurso da Conferência
de Ialta, em
fevereiro de 1945, Stalin aceitou declarar guerra ao Japão em um
prazo de três meses a partir da rendição da Alemanha e em troca
de certas concessões territoriais no Extremo Oriente. Também se
decidiu que a estratégia contra a Alemanha consistiria em lançar
um ataque a partir do norte até Berlim, dirigido por Montgomery,
apesar dos exércitos dos Estados Unidos também participarem da
ação.
O I e o IX Exército norte-americano cercaram o
coração industrial da Alemanha, o Ruhr, em 1º de abril. O II Exército
britânico cruzou o Weser,
que se encontrava a meio caminho entre o Rin e o Elba,
em 5 de abril. O IX Exército alcançou o Elba na altura de Magdeburgo
em 11 de abril, com o qual somente lhes separavam 120 km
de Berlim. Entretanto, os exércitos soviéticos se reorganizaram de
forma imediata para lançar uma ofensiva sobre Berlim na primeira
semana de abril.
A última esperança de Hitler, alentada pelo
falecimento de Roosevelt em 12 de abril, era que surgisse um
possível conflito entre as potências ocidentais e a URSS. O
avanço soviético para Berlim começou em 16 de abril. O VII Exército
norte-americana tomou Nuremberg
em 20 de abril. Quatro dias depois os soviéticos fizeram o cerco
sobre Berlim. O V Exército soviético e o I Exército
norte-americano estabeleceram contato na cidade de Torgau, situada
em Elba (ao nordeste de Leipzig), e a Alemanha caiu dividida em duas
partes.
Hitler se suicidou em seu bunker de Berlim em
30 de abril de 1945. Havia nomeado o almirante Karl Doenitz como seu
sucessor na posição de chefe do Estado e esse decidiu render-se.
Seu representante, o general Alfred Jodl, assinou a rendição
incondicional de todas as Forças Armadas alemãs no quartel-general
de Eisenhower, estabelecido em Reims,
em 7 de maio. As tropas alemães da Itália já haviam se rendido
(em 2 de maio), igualmente as dos Países Baixos e as do norte da
Alemanha e da Dinamarca (4 de maio). Os governos dos Estados Unidos
e da Grã-Bretanha declararam em 8 de maio o Dia da Vitória na
Europa. A rendição incondicional completa entrou em vigor um
minuto depois da meia-noite, uma vez firmado em Berlim um segundo
documento que também foi assinado pela URSS.
O final da guerra no Pacífico não se avistava,
apesar da situação do Japão ser desesperadora. O assalto de uma
pequena ilhota árida — la batalha
de Iwo Jima —
custou a vida de mais de 6.000 soldados da infantaria da Marinha
norte-americana, antes de transformar-se em uma base segura em 16 de
março. Ao longo de todo o conflito, os governos dos Estados Unidos
e da Grã-Bretanha haviam realizado um grande projeto científico e
industrial para o desenvolvimento de armas
nucleares. O
presidente Harry
S. Truman
permitiu que fossem lançadas duas bombas atômicas: a primeira
sobre Hiroshima
e a segunda sobre Nagasaki.
A URSS declarou guerra ao Japão em 8 de agosto e invadiu a
Manchúria no dia seguinte. O Japão anunciou sua rendição em 14
de agosto. A assinatura oficial se realizou na baía de Tóquio a
bordo do encouraçado Missouri em 2 de setembro.
O custo humano — sem incluir os mais de 5 milhões
de judeus assassinados no Holocausto
(ver também o
filme, A
Lista de Shindler),
que foram vítimas indiretas da contenda — é estimado em 55
milhões de mortos, 25 milhões de militares e 30 milhões de civis.
Holocausto,
termo que, originariamente, designava um rito religioso no
qual uma pessoa era queimada inteira. Ao ser usado como nome
próprio, remete à política de extermínio dos judeus,
residentes na Europa, desenvolvida pela Alemanha
nazista.
Quando o regime nazista chegou ao poder, em
janeiro de 1933, adotou de imediato medidas sistemáticas
contra os judeus, considerados como não pertencentes à raça
ariana (ver Nacional-socialismo).
Os órgãos do governo, os bancos e o comércio uniram
esforços para afastá-los da vida econômica. A
transferência contratual de empresas judias a novos
proprietários alemães recebia o nome de ‘arianização’.
Em novembro de 1938 todas as sinagogas da Alemanha foram
incendiadas, destruídas as lojas de comerciantes judeus e
milhares deles aprisionados. Este acontecimento, conhecido
como a Noite
dos Cristais
(Kristallnacht) marcou o início da política de
extermínio da raça judia na Europa.
Ao ter início a II Guerra
Mundial, o
exército alemão ocupou a metade ocidental da Polônia.
Os judeus poloneses foram obrigados a transferir-se para
guetos que já se assemelhavam a campos de concentração. Em
junho de 1941, os exércitos alemães invadiram a União
de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS),
realizando execuções em massa de judeus no território
recém-ocupado. Um mês depois Hermann
Wilhelm Goering
ordenou a execução da ‘solução final da questão judaica’.
E foi criado um novo método de extermínio: os campos
de concentração.
Na Polônia foram construídos campos,
equipados com instalações de gás com imensos crematórios
para incinerar os corpos das vítimas, apagando vestígios do
extermínio. As deportações foram realizadas em toda a
Europa ocupada pelos alemães, muitas das quais gerando
problemas políticos e administrativos. As mais numerosas
aconteceram, durante o verão e o outono de 1942, para os
campos de Kulmhof (Chelmno),
Belzec, Sobibor, Treblinka, Lublin (Maydanek) e Auschwitz. O
transporte das vítimas para os ‘ campos da morte’ era
feito por trem e, sempre que possível, os alemães tomavam
posse de todos os pertences dos deportados. O número de
vítimas de Auschwitz ultrapassou a cifra de um milhão.
Ao terminar a guerra, milhões de judeus,
eslavos, ciganos,
homossexuais, testemunhas
de jeová,
comunistas e pessoas pertencentes a outros grupos haviam
morrido no Holocausto. Mais de cinco milhões de judeus foram
assassinados. Ao final da guerra inúmeros dirigentes nazistas
foram condenados, alguns executados, por um Tribunal
Internacional de Crimes de Guerra e, três anos depois, foi
criado o Estado de Israel.
Julgamentos
por crimes de
Guerra, processos abertos contra as pessoas
acusadas de cometer crimes contra as leis, costumes e
princípios gerais do Direito da guerra. Depois da II Guerra
Mundial, a expressão foi aplicada ao julgamento dos crimes
dos líderes alemães e japoneses nos tribunais criados pelos
países aliados vencedores do conflito.
Tribunais de Nuremberg
Os processos mais importantes ocorreram em Nuremberg
(Alemanha), onde um Tribunal Internacional Militar julgou os
crimes de guerra, classificados em crimes contra a paz, crimes
de guerra e crimes contra a humanidade. O julgamento começou,
em outubro de 1945, e 24 pessoas foram acusadas, entre as
quais se encontravam Hermann
Göring e Rudolf
Hess.
Também foram acusada sete organizações que faziam parte do
governo nazista. A sentença foi promulgada em outubro de
1946. Dos acusados, 12 foram condenados a morrer enforcados,
sete foram condenados a penas de prisão que iam de 10 anos de
reclusão até a prisão perpétua, e três foram absolvidos.
Das sete organizações acusadas, quatro foram consideradas
culpadas, entre elas as SS
e a Gestapo.
Tribunais de Tóquio
O julgamento de Tóquio começou em 3 de maio de 1946 e
finalizou em 12 de novembro de 1948, com decisões parecidas
às adotadas em Nuremberg. Dos 28 acusados, sete foram
condenados à morte e os restantes, excetuando dois,
sentenciados à cadeia perpétua. Estes julgamentos
representaram uma contribuição importante para a evolução
do Direito penal internacional. |
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