- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

 


Segunda Guerra Mundial, conflito mundial que começou em 1939 como um confronto militar europeu entre a Alemanha e a coalizão franco-britânica, mas que se estendeu até afetar a maioria das nações. Após sua conclusão em 1945, emergiu uma nova ordem mundial dominada pelos Estados Unidos e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Foi um conflito único pela violência dos ataques lançados contra a população civil e pelo genocídio realizado pela Alemanha nacional-socialista. Foram empregadas duas armas radicalmente novas: os foguetes de longo alcance e a bomba atômica.

Genocídio, em Direito internacional, o crime de destruir ou conspirar para aniquilar um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. O genocídio foi definido na Convenção para a Prevenção e Castigo do Crime de Genocídio e aceito pela Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) no dia 9 de dezembro de 1948.

O genocídio foi tentado ou cometido muitas vezes na história. O exemplo mais notório deste século foi o esforço realizado pelo nazismo alemão durante as décadas de trinta e quarenta para aniquilar a população judaica da Europa.

A situação depois da I Guerra Mundial
Depois da I Guerra Mundial foram feitas várias tentativas para estabelecer uma paz duradoura, entre as quais, cabe destacar a constituição da Sociedade das Nações (1920), a Conferência de Washington (1921-1922), o Pacto de Locarno (1925) e o denominado Pacto Briand-Kellog. Entretanto, na década de 1920 proliferaram os movimentos totalitários, nacionalistas e militaristas, conhecidos pelo seu nome italiano, fascismo. Benito Mussolini estabeleceu na Itália em 1922 a primeira ditadura fascista. Adolf Hitler, o Führer (líder) do Partido Nacional-socialista Alemão, impregnou de racismo o movimento fascista. O Japão também adotou um regime de caráter totalitário. Os tratados firmados entre Alemanha, Itália e Japão em 1936 e 1937 tiveram como resultado a formação do Eixo Roma-Berlim-Tóquio .

Adolf Hitler (1889-1945), político e governante alemão e um dos ditadores mais poderosos e sanguinário do século XX e de todos os tempos. Transformou a Alemanha militarizando completamente a sua sociedade e levou o país à II Guerra Mundial. Utilizou o anti-semitismo como pedra angular de sua propaganda e de sua política para fazer do nacional-socialismo um movimento de massas. A maior parte da Europa e o norte da África estiveram sob o seu domínio durante algum tempo. Foi o responsável pela execução de milhões de judeus e de indivíduos de outros povos, considerados como seres inferiores.

Permaneceu como cabo do exército até 1920 e dedicou-se integralmente ao Partido Operário Alemão, de tendência nacionalista, que nessa época havia sido rebatizado como Partido Operário Alemão Nacional-socialista (nazista). Em 1921 Hitler foi eleito presidente (Führer) com poderes ditatoriais.

Em novembro de 1923, um momento de caos econômico e político, encabeçou uma revolta (putsch) em Munique contra a República de Weimar, na qual se auto-proclamou chanceler de um novo regime autoritário. Condenado a cinco anos de prisão como líder do golpe de Estado, concentrou-se na redação de sua autobiografia: Mein Kampf (Minha Luta). Durante a crise econômica de 1929 conseguiu atrair o voto de milhões de cidadãos prometendo reconstruir uma Alemanha forte. Foi nomeado chanceler em janeiro de 1933.

As autoridades nazistas tomaram o controle da economia, dos meios de comunicação e de todas as atividades culturais. Hitler contava com a Gestapo e com as prisões e campos de concentração para intimidar seus opositores, embora a maioria dos alemães o aprovasse com entusiasmo.

Determinado a empreender a criação de seu império, enviou tropas à Renânia, uma região desmilitarizada, em 1936; anexou a Áustria e os Sudetos (1938); assinou o pacto de neutralidade germano-soviético, e atacou a Polônia em setembro de 1939, o que foi o estopim da II Guerra Mundial.

Com o passar do tempo a derrota foi se tornando inevitável. Em 1944, um grupo de oficiais tramou uma conspiração para assassiná-lo mas o plano fracassou. Finalmente, deixando atrás de si uma Alemanha invadida e derrotada, suicidou-se em seu bunker de Berlim, em 30 de abril de 1945.


Campo de concentração
, espaço criado para o aprisionamento de pessoas: minorias étnicas ou religiosas, cidadãos de outros países, refugiados políticos e prisioneiros comuns.

Os campos de concentração surgiram no final do século XIX. Os espanhóis os utilizaram em Cuba com a finalidade de concentrar a população rural evitando, assim, seu apoio aos simpatizantes da causa da independência cubana. Na França o governo instaurou campos de refugiados para os republicanos espanhóis, em 1938. Nas décadas de 1930 e 1940 uma rede de campos de trabalho, situados na Sibéria, recebia milhões de prisioneiros, vítimas das detenções políticas maciças ordenadas por Stalin.

Na Alemanha, logo após os nazistas assumirem o poder, em 1933, foram criados seis grandes campos de concentração: Dachau, Sachsenhausen, Buchenwald, Flossenburg, Mauthausen e Ravensbrück. Em 1939, estes campos continham mais de 25.000 prisioneiros.

Depois da II Guerra Mundial, os regimes repressivos continuaram instalando campos de concentração: na China foram utilizados campos de ‘reeducação’ durante a Revolução Cultural; no Quênia os britânicos abriram campos de internação de emergência. Entre os anos 1976 e 1983, o regime militar da Argentina administrou campos secretos. Em 1991, em razão das hostilidades na antiga Iugoslávia, os sérvios e os croatas instauraram campos de concentração em seus territórios.


Hitler iniciou sua campanha expansionista com a Anschluss (anexação) da Áustria em março de 1938. No mês de setembro ameaçou declarar guerra para anexar-se aos sudetos, a zona ocidental da Tchecoslováquia. Apesar do Pacto de Munique, invadiu a Tchecoslováquia em março de 1939. Por outro lado, a Alemanha assinou um pacto de não-agressão com a Rússia em 23 de agosto de 1939.

Os exércitos alemães invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939. Dois dias depois, os britânicos e os franceses declararam guerra à Alemanha.

A supremacia do Eixo
A invasão da Polônia foi fulminante por conta da blitzkrieg (guerra relâmpago) e em 6 de outubro, a Polônia rendeu-se. Em 30 de novembro, a URSS declarou guerra à Finlândia. Josef Stalin, após a notável resistência filandesa, pôs fim à luta em 8 de março de 1940 e obrigou a Finlândia a entregar certos territórios em troca de sua independência.

Hitler aprovou o plano de invasão da Noruega e da Dinamarca em 2 de abril. A Dinamarca se rendeu imediatamente. Os noruegueses, britânicos e franceses conseguiram resistir na região que se estendia entre Oslo e Trondheim até 3 de maio. Quando os alemães estavam a ponto de render-se na região de Narvik, as derrotas militares sofridas pelos aliados na França obrigaram os britânicos e os franceses a requererem as tropas destacadas nessa região.

Em 10 de maio de 1940, a Alemanha invadiu a Bélgica e os Países Baixos, passo preliminar para a invasão da França. O exército holandês se rendeu em 14 de maio. Os britânicos e os franceses se viram obrigados a retroceder até uma praia vizinha a Dunquerque. O rei belga, Leopoldo III, capitulou no dia seguinte. A Itália declarou guerra à França e à Grã-Bretanha em 10 de junho. Em 25 desse mesmo mês, o marechal Henri Philippe Pétain assinou um armistício no qual concordou que a Alemanha controlaria o norte e a faixa atlântica da França. Pétain estabeleceu a capital em Vichy.

No verão de 1940 Hitler dominava a Europa do cabo Norte até os Pireneus. Os alemães esperavam vencer os britânicos mediante um bloqueio e recorreram à guerra submarina. Assim mesmo, Hitler tratou de neutralizar à Royal Air Force (Forças Aéreas Reais britânicas ou RAF), o que deu lugar à batalha da Inglaterra.

Entretanto, Mussolini havia empreendido um ataque sem êxito sobre o Egito (setembro de 1940) a partir da Líbia. Hitler começou a preparar uma campanha contra a Grécia em novembro. No início de 1941, enviou à Líbia o general Erwin Rommel com o contingente Afrika Korps, para ajudar a seus aliados italianos.

Hitler incluiu a Romênia e a Hungria na aliança do Eixo em novembro de 1940; a Bulgária se uniu em março de 1941. Quando a Iugoslávia se negou a aderir ao Eixo, Hitler ordenou a invasão desse país. As operações contra a Grécia e a Iugoslávia começaram em 6 de abril. O exército iugoslavo foi derrotado em 14 desse mês e a Grécia rendeu-se no dia 22.

A expansão da guerra
Um ano depois da queda da França, Hitler deslocou o grosso de suas forças para o Leste e formou uma coalizão com os países do sudeste da Europa (além da Finlândia) para atacar a URSS. Os Estados Unidos abandonaram sua política de neutralidade estrita depois da aprovação em março de 1941 da Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos) para ajudar os aliados.

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha invadiu a URSS com três grupos de exércitos denominados Norte, Centro e Sul, que se dirigiram para Leningrado (atualmente São Petersburgo), Moscou e Kiev, respectivamente. O avanço para Moscou foi detido até serem conquistados os outros dois objetivos. Retomados no final de setembro, caiu paralisado em dezembro devido às extremas condições climáticas. Stalin lançou uma forte contra-ofensiva em 6 de dezembro que chegou a deter a ofensiva alemã.

O começo da guerra no Pacífico
O Japão decidiu apoderar-se do petróleo e demais recursos do Sudeste asiático e suas ilhas, mas sabia que essas ações desencadeariam uma guerra contra os Estados Unidos. Sua maior preocupação era a frota norte-americana do Pacífico, estabelecida em Pearl Harbor (Havaí). Em 7 de dezembro de 1941 as aeronaves japonesas transportadas em porta-aviões bombardearam essa base naval. Os Estados Unidos entrou na guerra contra o Japão em 8 de dezembro e a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos três dias depois.

Antes de terminar o mês, as forças japonesas haviam conquistado as possessões britânicas de Hong Kong e as ilhas Gilbert (atualmente Kiribati), e as possessões norte-americanas de Guam e a ilha Wake. Assim mesmo, haviam invadido as possessões britânicas da Birmânia, a península Malaya, Bornéo e a possessão norte-americana das Filipinas. A colônia britânica de Cingapura caiu em fevereiro de 1942; os japoneses ocuparam também as Índias Holandesas e desembarcaram na Nova Guiné em março. Tomaram as ilhas Batan em 9 abril e a resistência filipina da ilha de Corregidor rendeu-se em 6 de maio. Tentaram conquistar Port Moresby, mas foram detidos pela frota norte-americana após a batalha do mar de Coral (7 e 8 de maio). Os Estados Unidos obtiveram uma nova vitória na batalha de Midway (4 de junho), da qual a Armada Japonesa nunca chegou a recuperar-se.

A mudança de rumo da guerra
Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e seus respectivos conselheiros se reuniram em Washington no final de dezembro de 1941 e constituíram o Estado Maior Conjunto (Combined Chief of Staff, CCS), comitê militar britânico e norte-americano.

Na frente russa, os alemães retomaram a iniciativa no verão de 1942 nas ofensivas sobre o sul de Leningrado, Kharkov e Criméia. Hitler tentou obrigar o comando soviético a sacrificar o grosso de seu exército para defender as minas de carvão do vale de Donets e os campos de petróleo do Cáucaso. Em menos de quatro semanas os exércitos alemães haviam tomado o vale de Donets e haviam avançado pelo leste até o rio Don. Em 23 de julho, Hitler ordenou avançar até Stalingrado (atualmente Volgogrado) e que outros dois exércitos se deslocassem até o sul para invadir os campos petrolíferos de Maikop, Groznyi e Bakú.

A URSS atravessou a situação mais difícil da guerra no final de julho de 1942. Stalin chamou suas tropas para uma guerra patriótica pela Rússia.

Os japoneses haviam ocupado a ilha de Guadalcanal e se dirigiam para Port Moresby. A infantaria da Marinha dos Estados Unidos desembarcaram na ilha em 7 de agosto de 1942 e, finalmente, comunicaram em 9 de fevereiro de 1943 sua conquista.

A situação começou a mudar na África do Norte em 31 de agosto de 1942, quando Erwin Rommel atacou a linha britânica situada ao oeste de El-Alamein. O novo comandante britânico, Bernard Law Montgomery, lançou uma ofensiva em 23 de outubro e forçou a retirada de Rommel para Tunis; este lançou um ataque contra as tropas norte-americanas em 14 de fevereiro de 1943, mas foi seu último êxito. As forças alemãs e italianas caíram afastadas de suas bases de Bizerta e Tunis e finalmente se renderam em 13 de maio.

Entretanto, na frente oriental os alemães haviam avançado 1.100 km em direção a Leningrado e Cáucaso. Hitler teve que recorrer às tropas colocadas a sua disposição por seus aliados. Em 19 de novembro, as forças blindadas soviéticas atacaram os romenos ao oeste e ao sul de Stalingrado. Três dias depois, cercaram o VI Exército, que se rendeu em 31 de janeiro de 1943. Os alemães tiveram que retroceder aproximadamente até a linha da qual partiram na ofensiva do verão de 1942.

De 14 a 24 de janeiro de 1943, Roosevelt, Churchill e os membros de seus respectivos Estados Maiores se reuniram na Casa Branca para desenharem sua estratégia. Decidiram concentrar-se nos territórios que podiam conseguir no Mediterrâneo: Sicília e Itália. Também concordaram em iniciar una ofensiva aérea sobre a Alemanha.

Na frente oriental, Hitler deixou uma grande bolsa ao redor da cidade de Kursk. Iniciou a luta em 5 de julho atacando pelo norte e pelo sul através do extremo oriental da bolsa. Zhúkov e Vasilievski reforçaram as tropas nas proximidades da cidade e até 12 de julho ocorreu a maior batalha de carros de combate da guerra. Hitler cancelou a operação, pois os norte-americanas e os britânicos haviam chegado à Sicília e era preciso transferir divisões para essa região.

Em 10 de julho os aliados haviam desembarcado na Sicília. Mussolini foi expulso do poder em 25 de julho e o governo italiano iniciou negociações que concluíram com um armistício assinado em segredo em 3 de setembro. A rendição dos italianos não representou grandes vantagens militares para os aliados; no final de 1943, os alemães o contiveram na Linha Gustav, cerca de 100 km ao sul de Roma.

Com respeito à guerra no Pacífico, as principais ações tiveram lugar no sudoeste. O ataque na zona central do Pacífico começou posteriormente. Os primeiros desembarques tiveram lugar em Makin (ilhas Gilbert) e Tarawa em novembro de 1943.

A vitória dos aliados
Depois da batalha de Kursk, ocorrida em 5 de julho de 1943, Hitler permitiu ao grupo de exércitos do Sul retirar-se até o rio Dniéper em 15 de setembro. As tropas alemães tiveram que lutar contra cinco cabeças de ponte soviéticas. Os exércitos russos lutaram enfurecidamente para impedir que o inimigo se tornasse forte nessa zona. Expandiram as cabeças de ponte, cercaram o Exército alemão na Criméia durante o mês de outubro, tomaram Kiev em 6 de novembro e continuaram a ofensiva sem interrupções.

No fim de novembro teve lugar a Conferência de Teerã, na qual Roosevelt e Churchill tiveram seu primeiro encontro com Stalin. O presidente norte-americana e o primeiro-ministro britânico já haviam aprovado um plano — seu nome em código era Overlord (Chefe Supremo) — para lançar uma ofensiva pelo oeste, que tinha como finalidade o Desembarque da Normandia (6 de julho de 1944). A operação Overlord ia satisfazer finalmente a demanda de uma segunda frente que tanto havia reclamado os soviéticos. Estes lançaram uma ofensiva em janeiro de 1944 que levantou o cerco de Leningrado e obrigaram ao grupo de exércitos do Norte a retroceder.

As principais ações contra a Alemanha no outono de 1944 foram os combates aéreos. Hitler respondeu a essas agressões atacando a Grã-Bretanha. A diminuição das frentes no leste e no oeste e a interrupção da luta terrestre no final do ano, proporcionaram a Hitler uma nova oportunidade para criar uma reserva de 25 divisões. Decidiu utilizá-las em uma ofensiva contra os britânicos e os norte-americanas. A ofensiva alemã — denominada campanha das Ardenas — começou em 16 de dezembro. O esforço dos alemães fracassou quando as condições atmosféricas permitiram aos aliados empregar sua superioridade aérea. O avanço sobre a Alemanha não retornou até fevereiro.

No transcurso da Conferência de Ialta, em fevereiro de 1945, Stalin aceitou declarar guerra ao Japão em um prazo de três meses a partir da rendição da Alemanha e em troca de certas concessões territoriais no Extremo Oriente. Também se decidiu que a estratégia contra a Alemanha consistiria em lançar um ataque a partir do norte até Berlim, dirigido por Montgomery, apesar dos exércitos dos Estados Unidos também participarem da ação.

O I e o IX Exército norte-americano cercaram o coração industrial da Alemanha, o Ruhr, em 1º de abril. O II Exército britânico cruzou o Weser, que se encontrava a meio caminho entre o Rin e o Elba, em 5 de abril. O IX Exército alcançou o Elba na altura de Magdeburgo em 11 de abril, com o qual somente lhes separavam 120 km de Berlim. Entretanto, os exércitos soviéticos se reorganizaram de forma imediata para lançar uma ofensiva sobre Berlim na primeira semana de abril.

A última esperança de Hitler, alentada pelo falecimento de Roosevelt em 12 de abril, era que surgisse um possível conflito entre as potências ocidentais e a URSS. O avanço soviético para Berlim começou em 16 de abril. O VII Exército norte-americana tomou Nuremberg em 20 de abril. Quatro dias depois os soviéticos fizeram o cerco sobre Berlim. O V Exército soviético e o I Exército norte-americano estabeleceram contato na cidade de Torgau, situada em Elba (ao nordeste de Leipzig), e a Alemanha caiu dividida em duas partes.

Hitler se suicidou em seu bunker de Berlim em 30 de abril de 1945. Havia nomeado o almirante Karl Doenitz como seu sucessor na posição de chefe do Estado e esse decidiu render-se. Seu representante, o general Alfred Jodl, assinou a rendição incondicional de todas as Forças Armadas alemãs no quartel-general de Eisenhower, estabelecido em Reims, em 7 de maio. As tropas alemães da Itália já haviam se rendido (em 2 de maio), igualmente as dos Países Baixos e as do norte da Alemanha e da Dinamarca (4 de maio). Os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha declararam em 8 de maio o Dia da Vitória na Europa. A rendição incondicional completa entrou em vigor um minuto depois da meia-noite, uma vez firmado em Berlim um segundo documento que também foi assinado pela URSS.

O final da guerra no Pacífico não se avistava, apesar da situação do Japão ser desesperadora. O assalto de uma pequena ilhota árida — la batalha de Iwo Jima — custou a vida de mais de 6.000 soldados da infantaria da Marinha norte-americana, antes de transformar-se em uma base segura em 16 de março. Ao longo de todo o conflito, os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha haviam realizado um grande projeto científico e industrial para o desenvolvimento de armas nucleares. O presidente Harry S. Truman permitiu que fossem lançadas duas bombas atômicas: a primeira sobre Hiroshima e a segunda sobre Nagasaki. A URSS declarou guerra ao Japão em 8 de agosto e invadiu a Manchúria no dia seguinte. O Japão anunciou sua rendição em 14 de agosto. A assinatura oficial se realizou na baía de Tóquio a bordo do encouraçado Missouri em 2 de setembro.

O custo humano — sem incluir os mais de 5 milhões de judeus assassinados no Holocausto (ver também o filme, A Lista de Shindler), que foram vítimas indiretas da contenda — é estimado em 55 milhões de mortos, 25 milhões de militares e 30 milhões de civis.

Holocausto, termo que, originariamente, designava um rito religioso no qual uma pessoa era queimada inteira. Ao ser usado como nome próprio, remete à política de extermínio dos judeus, residentes na Europa, desenvolvida pela Alemanha nazista.

Quando o regime nazista chegou ao poder, em janeiro de 1933, adotou de imediato medidas sistemáticas contra os judeus, considerados como não pertencentes à raça ariana (ver Nacional-socialismo). Os órgãos do governo, os bancos e o comércio uniram esforços para afastá-los da vida econômica. A transferência contratual de empresas judias a novos proprietários alemães recebia o nome de ‘arianização’. Em novembro de 1938 todas as sinagogas da Alemanha foram incendiadas, destruídas as lojas de comerciantes judeus e milhares deles aprisionados. Este acontecimento, conhecido como a Noite dos Cristais (Kristallnacht) marcou o início da política de extermínio da raça judia na Europa.

Ao ter início a II Guerra Mundial, o exército alemão ocupou a metade ocidental da Polônia. Os judeus poloneses foram obrigados a transferir-se para guetos que já se assemelhavam a campos de concentração. Em junho de 1941, os exércitos alemães invadiram a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), realizando execuções em massa de judeus no território recém-ocupado. Um mês depois Hermann Wilhelm Goering ordenou a execução da ‘solução final da questão judaica’. E foi criado um novo método de extermínio: os campos de concentração.

Na Polônia foram construídos campos, equipados com instalações de gás com imensos crematórios para incinerar os corpos das vítimas, apagando vestígios do extermínio. As deportações foram realizadas em toda a Europa ocupada pelos alemães, muitas das quais gerando problemas políticos e administrativos. As mais numerosas aconteceram, durante o verão e o outono de 1942, para os campos de Kulmhof (Chelmno), Belzec, Sobibor, Treblinka, Lublin (Maydanek) e Auschwitz. O transporte das vítimas para os ‘ campos da morte’ era feito por trem e, sempre que possível, os alemães tomavam posse de todos os pertences dos deportados. O número de vítimas de Auschwitz ultrapassou a cifra de um milhão.

Ao terminar a guerra, milhões de judeus, eslavos, ciganos, homossexuais, testemunhas de jeová, comunistas e pessoas pertencentes a outros grupos haviam morrido no Holocausto. Mais de cinco milhões de judeus foram assassinados. Ao final da guerra inúmeros dirigentes nazistas foram condenados, alguns executados, por um Tribunal Internacional de Crimes de Guerra e, três anos depois, foi criado o Estado de Israel.

Julgamentos por crimes de Guerra, processos abertos contra as pessoas acusadas de cometer crimes contra as leis, costumes e princípios gerais do Direito da guerra. Depois da II Guerra Mundial, a expressão foi aplicada ao julgamento dos crimes dos líderes alemães e japoneses nos tribunais criados pelos países aliados vencedores do conflito.

Tribunais de Nuremberg
Os processos mais importantes ocorreram em
Nuremberg (Alemanha), onde um Tribunal Internacional Militar julgou os crimes de guerra, classificados em crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O julgamento começou, em outubro de 1945, e 24 pessoas foram acusadas, entre as quais se encontravam Hermann Göring e Rudolf Hess. Também foram acusada sete organizações que faziam parte do governo nazista. A sentença foi promulgada em outubro de 1946. Dos acusados, 12 foram condenados a morrer enforcados, sete foram condenados a penas de prisão que iam de 10 anos de reclusão até a prisão perpétua, e três foram absolvidos. Das sete organizações acusadas, quatro foram consideradas culpadas, entre elas as SS e a Gestapo.

Tribunais de Tóquio
O julgamento de Tóquio começou em 3 de maio de 1946 e finalizou em 12 de novembro de 1948, com decisões parecidas às adotadas em Nuremberg. Dos 28 acusados, sete foram condenados à morte e os restantes, excetuando dois, sentenciados à cadeia perpétua. Estes julgamentos representaram uma contribuição importante para a evolução do Direito penal internacional.

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