OS JARDINS DA MINHA TERRA
(Maria Hilda de J. Alão).
Cobertos de verdes mantos vistosos,
Salpicados de lírios e suaves cravinas
Que mais parecem virginais meninas
São os jardins da minha terra, formosos.
Deslumbram visitantes simples e poderosos,
Tapete colorido bordado com estrelas divinas,
Berço perfumado de todas as aves peregrinas
São os jardins da minha terra, formosos.
Pela manhã, entre o alarido da passarada fogosa,
Distingue-se a ária do canário-da-terra,
Os cantos do sabiá e do bem-te-vi fugidos da serra,
Para viverem em êxtase nesta terra formosa.
Sob a luz da lua, entre canteiros caprichosos,
Namoram mariposas, grilos e pirilampos,
Que juntos, ao som do mar, aumentam os encantos
Dos jardins da minha terra, formosos.
E quando triste, de olhos chorosos,
Procuro algo que me aplaque a dor
Caminho pelas alamedas sentindo o odor
Dos jardins da minha terra, formosos.
27/06/03.
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A MAIS DIFÍCIL PALAVRA
(Maria Hilda de J. Alão).
É a espada do inimigo guerreiro,
É o leão que ruge e não se doma,
É adaga no peito, cicuta que se toma,
É o disparo, no orgulho, certeiro.
Não tem o brilho de falso luzeiro,
Nem é cifra que se acrescenta à soma,
Fantasma que à janela se assoma
Quando se erra, como é costumeiro.
Não triunfa em salões ou arenas,
Por onde circulam abutres e hienas,
Que não querem o exemplo Santo seguir.
Por fim, ela pesa toneladas, umas cem...
Gigante, não cabe na boca de ninguém,
É a palavra PERDÃO, tão difícil de pedir...
14/06/03.
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