LÁBIOS MUDOS


(Maria Hilda de J. Alão).



Tão claro, notas de finas pratas,
O canto que aos meus ouvidos deliciava,
Versos que eram verdadeiras sonatas,
Essência que minha vida perfumava.

O riso de cristal, como volatas
De luz, o quarto todo iluminava,
E a sonoridade formava cascatas,
Onde o meu desejo se banhava.

E, perdida no teu mar de mansas ondas,
Entoei canções de antigas rondas
De amantes sensuais, lascivos,

Para entregar meu corpo aos lábios mudos,
Sentindo tuas mãos de macios veludos
À procura de prazeres vivos...


21/07/03.

 

 

 

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