Seja bem-vindo(a), JOVEM, ao nosso site!
       --

"Meu filho, aceita a instrução desde teus jovens anos; ganharás uma sabedoria que durará até à velhice. Vai ao encontro dela, como aquele que lavra e semeia" (Eclesiástico 6,18-19)

Ler mais artigos em SENTIMENTO

Voltar para a página INICIAL

 

 

---

 Eu... Você... De repente, nós.

Os namorados cristãos não podem estar somente voltados para si mesmos, como se só o outro existisse, ou que este relacionamento, se não for o único, torne os outros opacos e insignificantes... Os namorados cristãos sabem fugir do risco da dependência, que sempre é sinal de carência e não de verdadeiro amor, e se aplicam na abertura, amizade e dedicação aos outros...

Se existe algo que mexe como coração de um jovem que começa a descobrir a sua afetividade e a sua sexualidade, é o desejo de na¬morar. Cantada em verso e prosa, esta fase da vida faz parte do desenvolvimento humano e do plano de Deus para nos fazer crescer e amadurecer no relacionamento, sendo também um caminho (embora não o único, nem o maior) de exercitar a capacidade de amar. Entretanto, para um jovem cristão, muitas interrogações se levantam: Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?

PORQUE NAMORAR

Em primeiro lugar, é importante saber que o desejo de relacionar-se com o sexo oposto é algo natural e implica na forma como Deus nos criou. Deus criou o homem, criou ¬o homem e mulher.
A partir de um certo momento do desenvolvimento humano, sente¬se a necessidade e a sadia curiosidade de relacionar-se com o sexo oposto, de descobrir parte da riqueza, da diversidade da obra criativa de Deus, uma outra pessoa que não é igual a mim, mas que em muitos pontos chega a me complementar. Neste ponto, o relacionamento com pessoas do outro sexo é enriquecedor e fonte de formação e edificação do meu crescimento como pessoa.

Entretanto, o que é belo e edificante pode-se transformar em situações que nem sempre nos edificarão ou contribuirão para o nosso crescimento. Devemos levar em conta que estamos vivendo em meio a uma sociedade hedonista, marcada pela sensualidade. A partir dos meios de comunicação, as próprias crianças, adolescentes e jovens vão sendo manipulados nos seus afetos e instintos para que, de maneira precoce e deformada, vejam na pessoa do outro sexo um objeto de prazer genitalista ou um meio de satisfação de suas carências afetivas.

Isto é fruto do pecado que marcou as faculdades do nosso ser e também das feridas de família, onde a fé e o desenvolvimento dos valores cristãos foram abandonados e a unidade e indissolubilidade do matrimônio e da família, na vivência do amor, são negligenciadas ou até atingidas de maneira irremediável, produzindo no meio de nós gerações marcadas pela dor, insegurança, desvios afetivos, psicológicos e sociais.

Por estes e muitos outros fatores, quando o (a) adolescente vai atingindo sua puberdade (e muitas vezes ainda como criança), a sociedade e, em muitos casos, a própria família, começam a exigir que este (a) jovem "arranje" seu namorado (a) para provar sua masculinidade ou feminilidade.

É preciso que entendamos que o processo natural e salutar de conhecimento do sexo oposto como pessoa não implica necessariamente em um relacionamento de namoro, quando, pelo contrário, a amizade é o passo fundamental e sadio onde, pelo diálogo e a convivência, vamos podendo construir mutua¬mente a nossa personalidade de maneira sadia e equilibrada. Muitos jovens cristã¬os, como muitos que encontramos, se perguntam: Qual é a hora de iniciarmos o namoro?

Em primeiro lugar, é necessário que alguns tabus possam ser que¬brados. Isto não significa que todas as pessoas tenham que na¬morar. Precisamos nos lembrar neste mo¬mento das Palavras de Jesus que dizem: "Há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem tiver capa¬cidade para compreender que compreenda." (Mt 19,2)

Devemos nos lembrar que há muitos são chamados para a virgindade como uma oblação espiritual e um serviço à Igreja e aos homens, e nisto encontram sua plena realização. Alguns, mui¬to cedo podem descobrir este chamado no seu interior e, apesar de como pessoa experimentarem a complementariedade do sexo oposto na convivência comum e fraterna, não viverão esta complementariedade no plano da afetividade-geni¬talidade, próprio dos que são chama¬dos ao Sacramento do Matrimônio.

Alguns passam por relaciona¬mentos de namoro antes de descobrir este sublime chamado, outros não precisam passar por esta etapa, pois a vocação já se faz manifesta no seu interior de maneira definida.

Para isso é necessário que o jovem cristão tenha sempre no seu interior este questionamento: - Qual é a vocação que Deus me chama a viver? – e uma reta e séria motivação de responde-la. Sabemos que isso, para muitos, se constitui em um longo processo, onde graças a Deus vai iluminado, tirando a cegueira e apontando onde encontrar e aderir à sua vontade, pois aí está a felicidade.

Entrando no processo de namoro propriamente dito, falando para os jovens que acompanhamos, procuramos orientá-lo em algumas etapas para este discernimento:

A AMIZADE

A amizade entre sexos opostos é benéfica e edificante. A amizade se constitui em uma identificação que, se baseada em Cristo Jesus e nos valores do Evangelho, caracterizando-se pela doação de si e respeito mútuo, muito contribuirá para o nosso amadurecimento e crescimento. Atenção, nem toda amizade precisa desembocar em um namoro. Pelo contrário, é perigoso confundir as coisas.

As vezes a pessoa atrai fisicamente e afetivamente, mas isto não significa que seja da vontade de Deus e edificante para os dois um relacionamento mais pro¬fundo pelo namoro. Pode¬mos acabar uma bela amizade se precipitarmos as coisas. É compreensível também que em um relacionamento entre um ra¬paz e uma moça que são atraentes, possam aparecer desejos e aspirações mais superficiais que, de uma maneira geral, pode jogar esses jovens em um relacionamento sem maiores bases. Ora, o aparecimento destes sentimentos só atestam a normalidade da afetividade e sexualidade de ambos e não deve ser ele, principalmente nos primeiros momentos, o ponto de discernimento de um compromisso de namoro.

Para evitar namoros precipitados (baseados só na atração física, carências ou sentimentos efêmeros), que fazem alguns mudarem de na¬moro como se troca de roupa e que, em vez de gerar crescimento, pode gerar tantas feridas, dores e marcas na pessoa e nos futuros relacionamentos, é preciso que se tenhamos um relacionamento de amizade. O momento é de aprofundar o conhecimento do outro e procurar ir à luz da oração e da convivência buscando alguns pontos de discernimentos.

Pontos de discernimento no plano psicológico:

Enquadramos aqui alguns pontos na maturidade humana e na identificação dos projetos e planos de vida, inclina¬cães, aspirações, gostos, formação e educação que cada um teve e que não podem ser ignoradas, sob o risco de serem fonte de profundos desgastes e verdadeiros furos que farão naufragar o relacionamento. Não se trata de que o outro seja igual a mim, mas que se nestes pontos podemos nos completar, aceitar e nos construir mutuamente, e se há maturidade em ambos para isto.

Pontos de discernimento no plano espiritual:

Se queremos nos relacionar em Deus e com Deus, este plano não pode ser esquecido. É necessário, na convivência, perceber as aspirações espirituais e se o outro está disposto a colocar Deus como o centro de um relacionamento, para que o relaciona¬mento não seja nada de egoísta, para a "minha", ou "nossa" satisfação, mas para que ele, apoiado na Graça de Deus, seja voltado para Jesus, seguindo os Seus ensinamentos de renúncia, pureza e abertura. Conhecer a espiritualidade do outro, suas aspirações de conduta moral e de compromisso com a Igreja é fundamental para evitar conflitos futuros, ou namoros onde Deus e sua Palavra estejam ausentes.

Pontos para discernimento no plano afetivo:

A afeição em um relacionamento afetivo é o primeiro passo, mas com certeza não se constitui em sinal de presença real de uma semente de amor. Se o que me faz afeiçoar-me ao outro é só sua aparência física, isto tem sua importância, mas não é tudo.

As aparências passam e o coração, mentalidade e forma de ser permanecem. É preciso descobrir se o senti¬mento que me move tem a maturidade de ENXERGAR e ACEITAR os limites, defeitos e fragilidades do outro. Pondo na balança o que pesa mais, é o que nos une ou o que nos divide? Neste momento, um certo realismo é salutar, para que a paixão não cegue, e evitemos dar um passo que depois vai nos ferir e ferir ao outro.

Também convém ter a sensibilidade para perceber se eu ou o outro esta¬mos buscando um relacionamento para "minha" satisfação, fechado sobre nós mesmos e a nossa "fantasia romântica" ou se o relacionamento, mesmo com o tempero de romance, é voltado para Deus, para o outro e para as outras pessoas, numa perspectiva de abertura.

Permeando todas estas considerações e orientações, devemos encontrar a oração. É através dela, que a graça de Deus vai purificar as nossas motivações, iluminar a nossa cegueira, fazer-nos entender o que só humana¬mente não nos é possível, e perceber os reais sinais do Espírito que nos move ou nos detém para um relacionamento que, se quer ser cristão, deve buscar, em todos os sentidos, a maior glória de Deus.

A ajuda de uma pessoa mais amadurecida e vivida no campo espiritual e humano se constitui em ajuda indispensável para chegarmos a um discernimento claro e uma decisão conjunta e madura em nos comprometer em um relacionamento de namoro.

O Namoro

Uma vez sedimentado no nosso interior o processo de discernimento (que exige tempo, pois não se resume a dias ou poucas semanas, mas a alguns meses de convivência e oração) e chegando a um discernimento positivo em relação ao namoro, alguns pontos não podem ser esquecidos:

A amizade

O namoro é, antes de tudo, uma amizade que se aprofunda e sedimenta uma caminhada a dois. É essencial que o tempo que os na¬morados passam juntos seja anima¬do pelo diálogo e a abertura do seu ser que se deixa conhecer e revelar. Muitos namorados não sabem conversar e fogem em carícias, desagradáveis a Deus e destruidoras do relacionamento. O esforço do diálogo, conversar assuntos que unem e saber também conversar as divergências; revelar-se para o outro através da arte do diálogo é fonte de relacionamentos saudáveis e maduros.

A oração

A presença de Jesus dentro de um namoro cristão não pode ser decorativa ou em plano inferior. Ele tem que ser o primeiro para dar fertilidade ao relacionamento. Por isto, é necessário dar tempo e espaço para a oração, partilhar de experiências da vida espiritual, de leitura espiritual. É importante que se saiba que se tem a responsabilidade de levar o outro para Deus e para a Igreja, e não ser um obstáculo para a comunhão com Deus e o serviço na Igreja. A oração e os sacramentos serão também a fonte da graça para permanecer sob as orientações da Palavra e da Igreja, e nos capacitará a crescer na escola do verdadeiro amor, que é aquele que ama apesar dos defeitos e limites do outro.

A abertura

Os namorados cristãos não podem estar somente voltados para si mesmos, como se só o outro existisse, ou que este relacionamento, se não for o único, torne os outros opacos e insignificantes.

Os namorados cristãos sabem fugir do risco da dependência, que sempre é sinal de carência e não de verdadeiro amor, e se aplicam na abertura, amizade e dedicação aos outros (amigos, família), que também são fontes de complemento para a nossa vida, e esta abertura toma-se fonte de enriqueci¬mento do próprio namoro.

Os carinhos

Especial cuidado devemos ter neste campo, pois, muitas vezes, mesmo em namoros cristãos, constatamos cenas de carícias que levam a estados de profunda excitação emocional e orgânica que, seguindo o modelo do mundo considera-se normal, quando na verdade estes atos são apropriados para a preparação do ato conjugal dentro do matrimônio.

O não se deter no físico, e o traçar limites bem definidos e claros para os dois, buscando a pureza e evitando o puritanismo, é ponto básico e que muito necessita da graça para não se deixar levar pelas "facilidades" mútuas, que o sensualismo deste mundo e a concupiscência da carne plantaram em nós.

Nós precisamos construir um Mundo Novo, baseado na Boa Nova de Jesus e da Sua Igreja. Entretanto, não haverá Mundo Novo se não houver Famílias Novas. Não haverá Famílias Novas se não houver Namoros No¬vos, baseados na graça e no poder do Espírito.

Se meditarmos nestas orientações, sentiremos que são superiores à nossa capacidade. Lembre-se de que “o Verbo se fez carne”, por isto a graça penetrou em todas as realidades da vida humana, e Pentecostes é a certeza de que o Espírito nos capacita a dar nosso sim integral a Deus.

-----

 Fonte: Site da Comunidade Católica Shalom (www.comunidadeshalom.org.br)

-----

Imprima este artigo

IMPRIMIR
Veja mais artigos em:
 Juventude
 Religião
 Cultura
 Sentimento

-----

Copyright 2007/2008 - Ministério de Evangelização Jovem Mais - Belém (PA) - Brasil - Direitos Reservados -

      

"Jovens, não vos conformeis

com este mundo..." (Rm 12,2)