O primeiro selo da história: Penny Black 1.840
O que é Filatelia?

Filatelia é o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais relacionados.
O objetivo deste hobby é selecionar selos para compor uma coleção que pode ser geral ou temática. Existem coleções que além dos selos possui informações sobre o tema, parâmetro utilizado por muitas pessoas nas coleções temáticas. Enquanto entre as coleções gerais, pode-se dizer que se dividem em países. É freqüente encontrar coleções apenas com selos de um país, assim como de qualquer lugar do mundo. Quando não seguem nenhum critério, este tipo de coleção é usual entre os iniciantes.
Apesar de diferenças entre os vários tipos de coleções, além do que foi dito, um único ideal une os filatelistas de todo o mundo: a vontade de conhecer mais sobre um lugar, objeto, cultura, povo, pessoa, país, etc. É o conhecimento que estimula os filatelistas a continuar com seu hobby apesar da diminuição das correspondências via correios.

História da filatelia.
A filatelia, o mais popular de todos os passatempos, ainda está em alta mundialmente: conta com cerca de 30 milhões de adeptos e movimenta aproximadamente 16 bilhões de dólares por ano. No Brasil, terceiro país do mundo que emitiu selos, essa atividade é tida como uma das mais ricas do planeta, onde o famoso "olho-de-boi", precursor da filatelia Brasileira, foi impresso em 1.843. A Inglaterra, terra que criou o selo no século XIX, em 1.840, também se destaca com a exposição filatélica mundial, evento que acontece a cada dez anos (a última exposição foi no ano de 2.000). Em 1.856, o selo, também em Londres, surgiu pela primeira vez como passatempo e atividade comercial, com a abertura da casa filatélica Stanley Gibbons considerada a equivalente ao "Índice Dow Jones", uma vez que ela realiza avaliações de preços de selos em nível mundial. A atividade não é apenas lúdica e continua cada vez mais valorizada: a quadra (quatro selos juntos) com a imagem do avião Jenny, o selo mais caro dos Estados Unidos, foi vendida há pouco por quase US$ 3 milhões. A popularidade do setor também anda de vento em popa, graças à internet: ao digitar-se a palavra filatelia no Google, pode-se contemplar mais de 2,6 milhões de páginas, fora a palavra "philately", que rende 2,1 milhões de sites adicionais. Se a busca for restrita ao Brasil, chega-se ao número também significativo de 205 mil. Somente o site da Stanley Gibbons conta mensalmente com 30 milhões de visitas.

Associativismo filatélico.
Em cada país existem inúmeras agremiações filatélicas (clubes, associações, núcleos, etc.) a maioria delas estruturadas em federações nacionais como é o caso da FPF-Federação Portuguesa de Filatelia e da FEBRAF-Federação Brasileira de Filatelia. Por sua vez, as federações nacionais estruturam-se em federações continentais. Assim a FPF integra a FEPA-Federação Européia de Sociedades Filatélicas e a FEBRAF a FIAF-Federação Interamericana de Filatelia. As federações continentais por sua vez são membros associados da FIP-Federação Internacional de Filatelia, a qual coordena e superintende a nível mundial todas as atividades da filatelia organizada.

História do selo.
O primeiro selo foi o selo negro de um penny (one penny black), surgido na Inglaterra em 6 de Maio de 1.840. A idéia foi de Sir Rowland Hill, membro do parlamento do Reino Unido, para que fosse o remetente a pagar a tarifa, pois antes da criação do selo, o destinatário é que a pagava, criando um enorme número de devoluções.

Selos postais no Brasil.
O Brasil foi o segundo país* a emitir um selo postal, depois da Inglaterra. No dia 1º de Agosto de 1.843, o império lançou os primeiros selos Brasileiros, a série chamada "olho-de-boi", com os valores de 30, 60 e 90 Réis. Após, seguiram-se os selos conhecidos como "inclinados" (1.844), "olhos-de-cabra" (1.850) e os "olhos-de-gato" (1.854). Quanto aos selos comemorativos, os primeiros foram emitidos em 1.900, em comemoração ao 4º centenário do descobrimento do Brasil e em 1.906 foram feitas emissões comemorativas com repercussão no exterior, celebrando o 3º congresso pan-americano. Em 1.920, foi criado o serviço aéreo, que teve selos exclusivos no período de 1.927 a 1.934. Em 1.938, em comemoração à 1ª exposição filatélica internacional - Brapex, no Rio de Janeiro, foi lançado o primeiro bloco comemorativo. A grande maioria dos selos comemorativos Brasileiros tinha impressão em uma só cor, até 1.968, com as mesmas técnicas e deficiências dos selos ordinários. A partir daí, surgiram melhorias significativas no processo de impressão, principalmente no que se referia ao tipo de papel, às técnicas utilizadas e aos mecanismos de segurança contra falsificações. Com o surgimento da ECT-Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, em 1.969, artistas plásticos e desenhistas promissores foram contratados para melhorar a qualidade das nossas emissões comemorativas e a casa da moeda (inicialmente os selos eram emitidos pela American Bank Note Company-New York) foi reequipada para garantir uma impressão compatível com o novo padrão, além de providências para incrementar a filatelia no país. Com a modernização, em sua concepção artística, os selos Brasileiros tornaram-se mais atraentes e competitivos, obtendo importantes prêmios internacionais. Entre as emissões premiadas o bloco "São Gabriel Padroeiro dos Correios" (1.973), o selo "imprensa-bicentenário de Hipólito da Costa" (1.974), o selo "dia nacional de ação de graças" (1.976), a série "folguedos e bailados populares" (1.981) e o bloco "literatura de cordel-lubrapex 86" (1.986).

*é controverso o fato da Suíça ter lançado o seu selo antes do Brasil, pois era de uso regional e não de circulação nacional.

Selos postais em Portugal.
Em Portugal, os primeiros selos postais são lançados em 1.853, com a efígie da rainha D. Maria II, com cunho de Francisco de Borja Freire. Os primeiros selos, emitidos no dia 1º de Julho de 1.853 tinham valor facial de 5 e 25 Réis. No dia seguinte, é emitido o selo de 100 Réis, e no dia 22 do mesmo mês é posto à venda o selo de 50 Réis. Portugal torna-se assim o 45º país a adotar o selo postal. A primeira série comemorativa é emitida em 1.894, por ocasião do 5º centenário do nascimento do infante Dom Henrique.

Principais conceitos.
1. Bloco comemorativo.
Conjunto de um ou mais selos emitidos para assinalar um acontecimento especial, impressos em pequena folha, que pode ser usado no todo ou em parte, no porteamento de correspondência.
2. Selo comemorativo.
Emissão temática que registra fatos, datas, eventos de destaque e homenageia personalidades, em âmbito nacional e internacional.
3. Selo especial.
Emissão temática não-relacionada a comemorações ou eventos específicos, voltada à demanda filatélica nacional e internacional.
4. Selo ordinário.
Emissão não comemorativa, de tiragem ilimitada e prazo de circulação indefinido.
5. Cartela temática.
Peça produzida em papel cartonado, ilustrada com motivos de selos e que reúne emissões específicas relacionadas a temas de grande apelo para os colecionadores ou compradores eventuais. Pode ser personalizada com marcas de empresas ou outras instituições que desejem transformar o produto em brinde.
6. Coleção anual de selos.
Conjunto de todos os selos emitidos anualmente, organizado em álbum com capa ilustrada com motivos alusivos às emissões do ano de referência, contendo breve texto sobre as mesmas. Tem grande aceitação no exterior, devendo ser oferecida, preferencialmente a clientes que realizem negócios fora do país.
7. Coleções temáticas.
Conjunto composto por selos e peças filatélicas relacionadas a determinado tema. Podem ser desenvolvidas a partir de temas sugeridos pelos clientes para fins promocionais, com a inserção da marca ou mensagens institucionais. Opção para brinde em ocasiões especiais, como: final de ano, visitas técnicas ou de cortesia.

Como iniciar sua coleção de selos.
Diversas são as maneiras de se iniciar uma coleção. Uns iniciam com selos retirados das correspondências da família ou recebidos como herança de algum parente filatelista que deixou uma coleção. Outros começam comprando os selos nas agências dos correios ou em casas comerciais especializadas. Na hora de decidir como você vai montar sua coleção de selos, é preciso criatividade para pensar como ela será desenvolvida. Você pode escolher o tema que mais gostar: esportes, artes, cidadania, ecologia, personalidades, meios de transporte, comunicação, aviação, fatos históricos, educação, entre outros... e ilustrar a coleção com selos do Brasil e de outros países. Para ser um bom colecionador, é fundamental que você conheça, também, um pouco da história das comunicações e do selo postal. Assim, na hora de conversar com seus novos amigos, você não ficará de fora e entenderá tudo o que é comum ao bate-papo de um grupo de amigos do selo.

Dicas importantes pra quem coleciona selos:
1. Não pegue os selos com as mãos. Use sempre uma pinça. Guarde-os com todo cuidado, pois são peças valiosas para sua coleção.
2. Nunca arranque um selo usado do envelope. Encha uma vasilha com água até a metade e coloque os pedaços de envelope com selos de cabeça para baixo. Em alguns minutos, os selos começarão a desgrudar dos envelopes. Vá retirando-os com a pinça, um a um, e colocando-os com a face virada para baixo, em cima de uma folha de jornal, para que sequem.
3. Depois de secos, pegue um a um e verifique se os picotes estão perfeitos. Os selos não podem estar rasgados ou cortados, nem raspados no verso. Separe os estragados daqueles que estão em perfeito estado.
4. Se o selo for auto-adesivo, ele deve ser recortado do envelope com uma margem de segurança, para não correr o risco de estragar.
5. Ao destacar um selo, cuidado para não estragar os picotes.
6. Para guardá-los, adquira um álbum próprio, chamado de classificador, numa loja de comércio filatélico.
7. Não cole os selos em cadernos ou em outro material. Adquira os suportes adequados nas lojas de comerciantes filatélicos.
8. Procure saber como outros colecionadores cuidam de suas coleções e como fazem para obter ou comprar selos diferentes, às vezes raros. Associe-se a um clube filatélico, para manter contato com outros colecionadores.