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Uma Longa Estória - Estados de Consciência
"As flores que um amante de Deus colheu em seu jardim de rosas e que quis dividir com seus amigos subjugaram de tal forma sua mente por sua fragância, que caíram do seu regaço e murcharam". Poesia Sufi
UMA LONGA ESTÓRIA - Estados de Consciência

Há uma alegoria oriental que ilustra bem a situação do homem quanto a seus estados ou níveis de consciência, e que o compara a uma grande casa, amplamente mobiliada, com uma biblioteca mas cujo morador somente tem acesso à cozinha e o porão.

Há uma outra semelhante que compara o homem a uma casa de quatro andares e cujo morador vive somente no primeiro e segundo andares.

A consciência como tudo no mundo possui graus bem visíveis e observáveis em cada indivíduo e que podem ser, em um homem são, resumidos da forma seguinte, dos níveis inferiores para os superiores.

O primeiro Estado de consciência é o SONO.

Em conseqüência estamos mais afastados da verdade do que no estágio seguinte.

É um estado puramente passivo e subjetivo onde passamos quase um terço de nossas vidas.

No sono com sonhos apresentam-se a nós impressões desconexas vindas da memória ou então imagens provocadas por estímulos sensoriais vindos do exterior.

O segundo estado de consciência se superpõe ao primeiro, e se inicia quando levantamos da cama e passamos a interagir com as outras pessoas. Pode ser chamado de CONSCIÊNCIA RELATIVA ou SONO DESPERTO, mas não de consciência lúcida, visto que nele o homem vive ausente de sí mesmo, "não está em casa", esquece-se de sí mesmo continuamente e não está consciente de sí mesmo.

Neste estado, escreve estórias, faz compras, trabalha, diverte-se, "faz" amor, faz guerras, vai ao teatro, estuda, acessa a internet, fala de Deus, da vida após a morte etc, e tudo isso ausente de sí mesmo.

Se perguntarmos a uma pessoa se está consciente de sí mesmo, responderá de imediato: "claro que sim, que absurdo!" e é interessante que por um breve momento estará mesmo um pouco mais desperto, mas no instante seguinte ADORMECERÁ novamente, voltando ao seu estado usual.

Esse estado de perpétuo esquecimento de sí mesmo se deve a uma característica fundamental do homem de normalmente se deixar absorver por tudo o que faz ou por tudo que desperta seu interesse ou sua "atenção" cativa. A essa propensão a se deixar cativar sob múltiplas formas se dá o nome de IDENTIFICAÇÃO.

Um homem vai ao teatro e assiste uma peça. Na volta para casa se lembrará de ter assitido e contará o que assistiu, mas estava realmente presente a sí mesmo no momento em que o fazia? Sua memória lhe pregará uma peça e dirá que sim. Mas estava realmente consciente de sí mesmo?

O terceiro estado de consciência, a CONSCIÊNCIA DE SÍ é um bem a que o homem tem direito por nascimento mas que o tem realmente somente por lampejos ou vislumbres. Neste estado, A FUNÇÃO EMOCIONAL SUPERIOR opera nele. Temos a sensação de "Eu" e do "aquí e agora" no momento presente.

È um estado em que temos a sensação de estar vendo ou ouvindo coisas novas, onde digerimos de forma mais apropriada as impressões. Um estado de sabor cativante e estranhamente familiar. É a "volta para casa".

O nosso verdadeiro Eu entra em ação e sente a sí mesmo no aquí e agora.

Conforme dito anteriormente, a consciência possui graus variáveis e verificáveis, podendo ser estudada quanto a vários parâmetros.

Primeiro, quanto a freqüência - isto é, quantas vezes estivemos conscientes; segundo, quanto à duração - por quanto tempo se permaneceu consciente; e po último quanto à profundidade ou amplitude do que se estava consciente.

Estes três parâmetros mostram que é possível um estudo e trabalho com vistas à aproximação do terceiro estado, que deve se iniciar pelo estudos das funções, através da OBSERVAÇÃO DE SI mesmo e pela tentativa de se estar mais consciente no aquí agora, exercíco denominado de LEMBRANÇA DE SÍ.

Juntos, o estudo dos estados de consciência e o estudo das funções em sí mesmo através da OBSERVAÇÃO DE SI e da LEMBRANÇA DE SÍ é o início do estudo e trabalho interior, onde se aplica aquela máxima atribuída à SÓCRATES: "CONHECE-TE A TÍ MESMO.

Esses três estados anteriores não são os únicos possíveis ao homem. Fala-se ainda de um estado superior de consciência ou de CONSCIÊNCIA OBJETIVA, na qual o homem tendo consquistado o estado de CONSCIÊNCIA DE SÍ, de forma definitiva, passaria a ter vislumbres do quarto estado, do qual possa se lembrar. Equivale ao início da operação da FUNÇÃO INTELECTUAL SUPERIOR.

Enquanto no estado anterior, o homem torna-se objetivo em relação a sí mesmo. Aquí o homem, torna-se objetivo em relação ao mundo, completando a meta para qual foi criado: o pleno conhecimento e o ser.

Continuação de Uma Longa estória - O Trabalho Incorreto dos Centros

TEXTO NÃO ACABADO E NÃO REVISADO.

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