| UMA LONGA ESTÓRIA - As Três Linhas do Trabalho
Onde começa uma escola do Quarto Caminho?
Para responder a esta pergunta é necessário falar sobre as três linhas do trabalho.
G., ao ser perguntado sobre isto, resumiu as três linhas da seguinte forma: " um homem pode ajudar a sí mesmo (1ª linha), ajudar aos outros (2ª linha) e ajudar a mim mesmo" (3ªlinha). Neste caso G. representa a Escola.
Se um homem ajudar somente a si mesmo, ou só aos outros ou somente a Escola, seu trabalho se interromperá ou se desviará do sentido original.
O trabalho de Escola é baseado na Lei de Oitava conforme visto. Desta forma cada linha toma a forma de uma Oitava ascendente: Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si.
Assim se o trabalho for realizado em uma linha somente, ao chegarem aos intervalos - onde ocorre uma diminuição da força - corre o risco de desviar-se da intenção original mesmo que pensemos estar na mesma direção, podendo mesmo tomar uma direção oposta com nenhum resultado, ou pior, com maus resultados.
No entanto, o trabalho realizado simultaneamente nas três linhas dará melhor resultado, pois quando se chega a um intervalo em uma das linhas ou oitavas, a outra linha não se encontrando em um intervalo promoverá o choque na primeira não permitindo que ela se detenha.
PRIMEIRA LINHA:
É o trabalho individual, sobre si mesmo. Consiste no esforço ininterrupto do estudo e trabalho sobre si mesmo, através dos métodos da Escola e sob a direção ou orientação de alguém que esteja mais adiantado.
As vezes, chamada de egoísta, na primeira linha devemos pensar em nós mesmos, em nossas metas, no que desejamos adquirir.
Aqui, a INICIATIVA é totalmente nossa. Não devemos esperar pelos outros.
Na primeira linha adquirimos conhecimentos e realizamos algumas pequenas mudanças em nosso ser, ou grandes.
Há algumas regras essenciais na primeira linha que devem ser observadas por todos. Primeiro, não devemos acreditar em nada do que se diz, mas devemos aprender a verificar por nós mesmos o que nos está sendo dito. A fé como comumente se entende é um impecilho para a aquisição de compreensão da primeira linha e revela nossa preguiça, em fazer esforços, de pensar etc.
Segundo, não devemos fazer nada desnecessário e sem compreensão do que fazemos e por que fazemos. Devemos conhecer os nossos objetivos e aprender a forma de alcançá-los.
Somente a primeira linha não é trabalho de Escola. Mas devemos trabalhar nela durante muito tempo. Se trabalharmos corretamente na primeira linha, a segunda linha surgirá para nós.
SEGUNDA LINHA:
A segunda linha é o trabalho com as outras pessoas pertencentes à Escola.
É aqui onde as arestas são aparadas.
Normalmente, pode tomar a forma de trabalho de grupo organizado, sob a orientação de alguém mais adiantado no Trabalho.
Devemos aqui aprender a ajudar aos outros; não só receber como dar. Não podemos ter tudo para nós.
A segunda linha está muito relacionada com as REGRAS e com a DISCIPLINA.
A iniciativa aqui é pequena. Devemos aprender a obedecer as regras do Trabalho, por exemplo, sendo discretos e evitar falar sobre as atividades ou pessoas que estão no grupo.
Aqui o erro de alguém é erro de todo o grupo e pode levar à sua dissolução. Por outro lado, a vitória do grupo é a vitória de cada um dos seus membros.
O trabalho na segunda linha poderá nos revelar a terceira linha.
TERCEIRA LINHA:
Na terceira linha voltamos a ter a iniciativa novamente e nesta linha ou oitava trabalhamos para a Escola e este Trabalho pode tomar formas muito variadas, conforme as pessoas. Por exemplo, devemos evitar atitudes que levam a destruição das Escolas e por outro lado devemos trabalhar na sua manutenção.
Visto as três linhas estamos quase em condição de responder onde começa uma escola do Quarto Caminho.
Seria o trabalho simultâneo nas três linhas ou oitavas.
Mas um bom Trabalho de Escola também requer que haja pelo menos dois níveis de Ser. Por exemplo, homens 1, 2 e 3 que aspiram o nível de um homem nº 4 e homens nº 4 que aspiram ao nível de homem nº 5, mas isso requer explicações adicionais.
Vimos portanto que o Quarto Caminho se inicia em um ponto muito distante da vida comum, diferentemente da outras Escolas do primeiro, segundo e terceiro caminhos.
|