Quinta, 30 de Junho de 2005...

Booooooooommmmmm Diaaaaaaaaaaaaaaaa Vietnãaaaaaaaaaaaaaaaaaa...

Nossa… Tenho muitas saudades desse filme, de Louis Armstrong cantando como o Mundo é maravilhoso, de Robin Wilhams dando uma lição de alegria e vida nos campos de morte vietnamitas. Mesmo que o filme fosse mais uma produção americanizada tentando mostrar que os americanos estavam certos na guerra quando na verdade eles sempre estiveram errados, e por isso tomaram no rabo de lavada. Isso me faz pensar que não existe lado bom ou lado mau, existe apenas o lado puro do coração do guerreiro, e é esse lado, o lado que defende suas terras e suas casas que sempre vence, mesmo que muitos morram ou que no final, tudo se perca.

Mas bem, não estou aqui para falar da guerra do Vietnã, mas sim de que hoje eu acordei com um ótimo bom humor (mesmo que isso mude drasticamente até o final do dia), e gostaria de relatar algumas coisas que aconteceram nas minhas primeiras horas do dia.

Riam da minha vida, para que eu possa rir das suas!

Estava eu vindo para o trabalho, quando noto que estou 5 minutos mais adiantado do que sempre na praça da Sé, o que pode parecer pouca coisa, mas faz uma diferença absurda no decorrer do trajeto, já que 5 minutos a menos me garante um lugar de escolha em “onde eu vou sentar” no ônibus que vai estrumbado de gente, rumo ao meu trabalho. E tentando me aproveitar desses 5 minutos, olho para trás e quem eu vejo senão o não tão bom, mas velho “Belém”, vindo em minha direção. “Óooooooootemo, - pensei eu com meus botões - vou chegar mais rápido e quem sabe ainda sente na janelinha”! E ao entrar dentro do ônibus não vi mais nada a não ser um mar de cabeças chatas e enormes ondas de baianas com suas pelancas de fora por cima de suas calças baixas, entupindo a passagem da catraca do ônibus... Uma visão do inferno!!! Bom... "Apertado porem rápido" pensei eu, para logo em seguida ser puramente sacaneado por Murphy - o Incrível, que fez com que a anta do motorista ficasse ali parado por 8 minutos ininterruptos até perceber que não cabia mais uma agulha quebrada ao meio dentro daquela lata velha de sardinhas que se chamava Ônibus.

Chegando ao meu ponto de descida que não era mais dentro do Terminal Parque Dom Pedro, eu pensei comigo: “Puta que los Pariu, se eu tivesse vindo a pé teria gasto metade do tempo”... Isso porque o maldito Murphy resolveu fechar todos os faróis durante o pequeno trajeto que em dias normais levaria 3 minutos, mas excepcionalmente hoje levou mais de 10. conclusão, 7:55 eu estava colocando meu pequeno pé tamanho 41 em solo firme, rumando desesperadamente para pegar o segundo ônibus do meu dia. “Não vou para o terminal, pois como eu bem sei, assim que eu chegar no ponto, o ônibus vai estar partindo e eu vou ter que esperar pelo próximo”! Ah... A maravilha de se conhecer o divino, a esperteza do ser humano vencendo os deuses!!! Mais uma vez, dentre as pouquíssimas, as estritamente raras vezes, eu driblei o poder de Murphy e consegui pegar o ônibus das 8 no ponto seguinte ao terminal, e por sorte ainda peguei ele vazio (só na parte da frente) onde pude me sentar perto da janelinha num lugar onde o sol não queimaria meus olhos enquanto eu lesse mais um livro da fantástica série: “Guia do Mochileiro das Galáxias”... Vitória!!!!

Cheguei, finalmente, em meu ponto de descida, rumo a um dia catastrófico nesse inferno de empresa onde eu pago todos os meus pecados de todas as vidas onde eu devo ter sido carrasco. E ao passar pela grandiosa banca de pastel, o meu ponto de luz nessa infinita escuridão do meu dia a dia aqui na Mooca, eis que fico sabendo o que Marcão, ainda está fritando as bolotas de queijo! Bom... Ao menos tinha bolotas lá, o que me deixou feliz e assim que eu terminar de escrever esse texto, para não perder a inspiração, eu vou lá buscar uma.

Ao rumar para esta nevrálgica empresa, penso como o dia está belo, como as coisas são legais simplesmente por existirem e que até os problemas e o sacana do Murphy podem ser legais pq eles nos fazem rir da vida. Uma inspiração profunda inunda meu ser e eu resolvo respirar fundo, para absorver o puro ar da poluída cidade grande, oxigenar meu cérebro e sentir a leveza da felicidade, mas tudo o que meus pulmões conseguem absorver e que minhas narinas conseguem sentir, é o cheiro fétido de frango suado, pois nesse exato momento eu estava passando em frente a uma avícola, e apesar de não ter caminhão nenhum descarregando ali na frente, haviam vestígios de que havia acabado de descarregar. Mas apesar de tudo isso, ainda estou de bom humor...

Inté...

Junior
(Comentários? Alguém afim de fazer algum comentário?)

 

Quarta, 22 de Junho de 2005...

Eu vi no céu...

Eu vi no céu nuvens escuras, passeando por um céu branco, contracenando com o mar do infinito, que mais pareciam naves ou couraçados de guerra, marchando lentamente para despejar a chuva de projeteis, como em filmes de guerra.

Eu ví no céu nuvens que me lembravam naves gigantes, seguindo lentamente seu rumo sem se preocupar com os obstáculos, rumando para algum lugar imponente, com vossos imponentes cascos duros feitos de gaz e vento.

Eu vi muitas coisas ultimemente, e escutei muitas vozes, eu vi um anjo em negra armadura portando a lança que causava a morte. E este anjo falou comigo, e eu falei com ele, mas virei as costas para ele, porque ainda não era minha hora, e fui embora. E ele ficou lá, preso em seu pequeno mundo, como se realmente estivesse em sua pequena prisão, montado em seu cavalo negro esperando que alguem lá voltasse para amainar sua solidão.

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Por incrivel que pareça eu estou otimo, não estou melancólico e estou realmente muito feliz. Comecei a namorar com a Virgínia já faz um mes, e estamos nos dando muito bem. Me sinto realizado, com um emprego razoavel, bons amigos, uma namorada inteligentíssima e que partilha de muitos dos meus gostos, e que me faz sentir muitas saudades durante a semana. Então não pensem que eu estou com pensamentos derrotistas, de que estou triste ou chateado com alguma coisa, pq por trás dessas teclas de computador, estão mãos alegres escrevendo coisas que podem parecer tristes.

É indubitavelmente impossivel entender o que se passa agora, pq nem eu sei o que é, mas tudo isso se dá graças a minha crença espiritual, e ao desejo de cada vez mais saber para um dia poder mover montanhas. Todos nós podemos, não são só os seres fantasticos que podem!

Inté!

Junior
(Vc tem certeza que vai comentar alguma coisa?)

 

Terça, 21 de Junho de 2005...

MORS-AMOR

Veste a clâmide austera e grave do soneto
E vem cantar comigo, ó musa, o horror da morte.
Deixa que em cada poema a idéia vibra forte,
Mas como um luar de amor sob um velarium preto.

Deu-me Satã jovial um mágico amuleto.
Asrael marcará de hoje em diante o meu norte.
Hei de mudar em ti, num mal que me conforte,
O perfume de carne em riso de esqueleto.

Tudo, tudo, por fim, mergulharei no abismo,
Todas as tentações funestas de tua alma
E a beleza fatal de teu corpo maldito.

De heptacórdio na mão, rindo do cataclismo,
Novo arcanjo revela, descreverei com calma
A Morte vitoriosa estrangulando o Mito.

(Soneto de abertura do livro Mors-Amor, 1905.)

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Muita coisa se deu antes de eu pensar em publicar esse soneto, mas isso eu juro que escrevo mais pra frente...

Inté...

Junior
(Comentários somente por e-mail)

 

Heliton Junior... No Pais das Más Ervilhas. Todos os Direitos Reservados pelas leis de Copyright que ele adora burlar, hehehe... Caso queira entrar em contato mande um e-mail para Heliton Junior.
Vale a pena lembrar que o cara não é lá grandes coisas como WebDesign, por isso fez essa coisa aki, mas um dia vai tomar vergonha na cara e fazer algo mais descente.