E NÃO CANSAMOS DE CARETAS!!!!

Senhoras e Senhores, leitores e ledores das páginas “caretas” que escrevo, eis que a Lavagem da Esquina vem chegando, eu ficando ansioso – Joanna, minha filhota, querendo se fantasiar de careta – e me deparo com esta mensagem abaixo.

Leiam. Ao final, trarei meu último comentário sobre este assunto, antes de falar da Lavagem, do Boi de Idalino – já que trio elétrico é para aqueles que ainda não morreram, como eu, e neste ano o evento se parece com uma segunda Micareta...

E, claro, farei duas revelações... eis o último e-mail que recebi:

 

André, acho que chegou a hora de me intrometer nessa conversa. Vai desculpando, é que RAJ acabou me saindo um tanto eloqüente e de língua bastante afiada, sentiu-se ofendida, chamada de mentirosa. Logo ela, uma careta, que bem sabe quantas faces a verdade pode ter! Talvez tenha querido responder na mesma moeda, talvez tenha perdido a mão. Chamá-lo de ignorante seria uma grande inverdade, como dizem hoje em dia. Pelo pouco que a conheço, (quem pode dizer que conhece alguém realmente?), se assim o achasse, não teria lhe dedicado nenhuma linha.

Esclarecimentos feitos, eu que comecei essa mensagem com intenções absolutamente conciliatórias, me vejo querendo lhe contestar. É que essa história de que RAJ é uma criação sua... isso não é de todo mentira. 

Tivesse você dado menos bola à sua primeira mensagem... quantas madrugadas em claro e pulsos telefônicos teria me poupado.

De repente me lembrei da faculdade, aula de antropologia, uma coisa só existe se em oposição à... RAJ foi existindo a cada uma de suas respostas, foi ganhando seus contornos.

Você já começou lhe dando um sexo, o que não é pouca coisa...  “ela é uma mulher”, afirmou.

Depois, atenções, elogios... lhe deu asas! RAJ foi se enchendo toda, se envolvendo. Acostumada que era à clandestinidade, se ver assim, quase famosa!

Por pouco não lhe deu também um sobrenome... e não um qualquer, mas um “conhecido”, como disse.

Lhe deu até profissão, que hoje em dia é coisa escassa: “Escritora de mão cheia”.

Claro! Como não pensei nisso antes? André, você é o pai de RAJ!

É amigo, quer queira, quer não, no próximo sábado, terá mais essa filhinha pra carregar sobre seus ombros.

Boa Lavagem e boa sorte, nessa e em outras lutas!

Abraços

 

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Caro(a) Careta,

Respondido em 27 de janeiro de 2005

 

Já lá se vão mais de dois meses de um relacionamento que, agora, confesso, vem me deixando cada vez mais confuso: sou eu a careta? Ou “o” careta?

Não, eu bem sei, e já deixei isto claro. Entretanto, ser careta é uma missão, algo que trazemos em nosso imo avoengo... antropologicamente falando (que diabos de curso tem “antropologia” no currículo?).

         Hoje, depois de tantas postas e repostas, parece-nos que uma nova personalidade vem aqui nos falar – o alter-ego de RAJ, e que nosso Nelson, sempre ele, deu-nos uma pista... Aliás, logo depois que a luz voltou, pois faltar luz em Caetité virou rotina, ele nos parou em nossa porta para perguntar se “tinha novidade” no debate das caretas. Foi só abrir a caixa de mensagens, e lá estava, me aguardando, mais um e-mail...

Então, prosseguindo, após mais esta bem humorada mensagem das “Caretas em Folia”, cumpre-nos repetir que não somos os autores e, quem nos dera escrever bem assim, poder refutar tais e tantos argumentos.

Falo sério. E aqui vai nossa primeira revelação: o e-mail da CEF é: caretasemfolia@bol.com.br

É este o endereço para onde deverão ser enviadas correspondências caretistas. Acho, e agora vai o “fazedor de sites”, que vou mudar o nome da seção “Direito de Resposta” para algo do tipo “Lavando as Caretas”... sei lá... ninguém mais mereceu-nos uma resposta...

Estou divagando... tenho um sério motivo para tergiversar... é que estive mergulhado no remoto passado, reencontrando André, revisitando coisas como o tempo em que usava sandálias de couro fabricadas pelo meu tio Archibaldo Menezes Gonçalves. E descobrindo que, na minha infância naqueles tempos loucos que foram os anos 70 do finado século XX, também eu... fui... car... careta...

Pois bem, fiz a catarse! Enfrentei meu antigo trauma! Não tenho como negar, então assumo publicamente que desde que me entendo por gente, subia ao sótão de minha casa, revistava os baús de velharias, e saía no Carnaval, desde os 5 anos, vestido com uma máscara de pano cheirando a naftalina, atrás dos trios elétricos “Giripoca”, artesanalmente feitos pelos jovens dessa nossa terrinha (jovens naquele tempo, viu Marco Antonio, George, Opala e cia.?)

Aqui está... podem ver... podem tirar sarro... ou não?

Taí! Ao invés de roer de inveja, que tal virarmos os velhos baús, encontrarmos nossas máscaras, cair na folia, ir atrás do Boi, atrás da fanfarra, da alegria, da comunhão, ganhar as ruas de Caetité, dançando, pulando, festejando este momento único!

Caretas e não-caretas, eis nosso maior momento!

Vivamos, pois, que ele vem e passa como foguete, deixando-nos apenas a doce lembrança de uma foto, de um dia em que fomos não nós mesmos, mas o ente misterioso e fantástico que povoa não o mundo da imaginação, mas o mundo REAL:

A CARETA, A CARETA EM FOLIA!!!!

        

 

Cordialmente,

 

André Koehne

 

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