Alguns pequenos peixes lutam com força na corrente do
turbulento rio Kwai. A água clara, muito oxigenada e sem nenhum
tipo de contaminação tenta empurrá-los contra os cantos
arredondados do fundo, porém seus pequenos músculos e toda sua
hidrodinâmica anatomia estão desenhados para vencer o rio,
cortar as fortes correntes e as miríades de bolhas. São os
nossos Paulistinhas ou Barbos Zebra, felizes vivendo entre os
rápidos de qualquer rio de montanha asiático.
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Peixes
apropriados
A maioria dos aficionados mantêm em seus aquários peixes
originários de rios de águas turbulentas sem dar-se conta.
Alguns de nossos peixes mais populares, que nadam na água
parada de nossos aquários e quem sabe, alguma vez dão um
súbito arranque de atividade, podem viver na natureza em águas
que surpreenderiam a maioria dos aquaristas. Zonas de rápidos
com forte corrente que obriga uma natação muito ativa. Estes
peixes são grandes nadadores.No aquário às vezes manifestam
comportamentos estranhos que podem ser o resultado de mantê-los
em um meio inadequado.
Poderíamos dividir em duas grandes áreas geográficas as zonas
onde habitam os peixes de águas de curso rápido que podem ser
frequentes na aquariofilia.
O sudeste
asiático
É uma das zonas mais abundantes em peixes de aquário de todo o
planeta. Peixes apropriados para nosso aquário são encontrados
em zonas de águas sazonais de montanha nas regiões orientais
da Índia. Aqui habita o
Brachydanio
rerio, nosso popular Paulistinha. Um peixe inquieto que gosta de
viver em grupo nadando contra a corrente em rios de águas
claras.
Outros peixes que também são adequados para este aquário são
outros ciprínidios asiáticos como o Danio malabaricus (dânio),
que habita os rios de curso rápido do Sri Lanka e zonas
ocidentais da Índia, o Tanichthys albonubes (neón chinês),
originário dos rios de montanha de Hong-Kong e do Cantão na
China, o Brachydanio frankei, Botia macracantha, Telmatherina
ladigesi, Gyrinocheilus aymonieri, Acanthophthalmus kuhlii,
Barbus conchonius, etc.
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O Labeo bicolor (tubarão de cauda vermelha) é ideal para
completar a população deste aquário. É proveniente dos
arroios e riachos de curso rápido da Tailândia,
principalmente. Em zonas onde pode nadar depressa e buscar
no fundo a comida. Estas águas devem ter uma dureza média ou
baixa e um pH que vai do neutro, em alguns riachos, ao
moderadamente alcalino em outros arroios. |
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Se você quer mantê-los bem é necessário um aquário deste
tipo para que possam nadar com força e rapidez, que é o que
gostam. Com alguns esconderijos e espaços abertos.
Bacia do
rio Congo, na África
A bacia deste grande curso fluvial africano conta com uma das
regiões de águas de mais turbulentas de todo o continente.
Nestes cursos de águas rápidas podemos encontrar alguns dos
ciclídios africanos mais populares dos aquários. O
Steatocranus cassuarios e quase todo o gênero Lamprologus são
alguns dos mais adequados.
Construção
do aquário
O ideal seria desenhar e construir um aquário muito comprido e
estreito onde os peixes poderão nadar percorrendo quase um
pequeno rio artificial. Teríamos de construir um aquário de
200 X 30 X 20 cm que evidentemente ficaria muito comprido e
estreito, dando uma impressão desproporcionada e antiestética.
Para que o desenho seja mais estético deve ter proporções de
100 (comprimento) X 30 (altura) X 45 cm. (largura). Uma
espessura de vidro de 6 mm é suficiente, colado com silicone.
No meio, no sentido do comprimento, coloca-se outro vidro, um
terço mais curto (70 cm); é usado como separador com a
finalidade de que o aquário tenha mais comprimento real. Na
verdade é como se o aquário tivesse 200 cm e fosse dobrado ao
meio.
Visto de frente o vidro separador, um terço mais curto, deve
ser colado contra o vidro do fundo e o vidro lateral esquerdo (o
de 45 cm). Assim teremos um aquário onde a água circula
primeiro da esquerda para a direita, dobra o vidro separador e
aí segue da direita para a esquerda.
Corrente e
filtragem
O êxito no desenho deste aquário reside na recriação da
corrente de água, própria dos rios de montanha que pretendemos
imitar. São rios, ou zonas do rio, muitas vezes de caudal
sazonal, onde a água corre com força entre as pedras
arredondadas do fundo. A corrente de água deve ter uma força
razoável em nosso aquário. Os peixes não vão ser arrastados
porque estão adaptados para nadar nestes rios com correntes
rápidas. Vão se mostrar, em troca, mais vivazes e saudáveis.
Para conseguir esta forte corrente própria da zona de rápidos
e resolver o problema da filtragem, são necessárias algumas
placas de filtro de fundo (biológico), suficientes para cobrir
a metade da primeira divisão do aquário). Uma bomba
centrífuga interna para aquários de uns 1000 a 2000
litros/hora (mais comuns para aquários marinhos). Tubos e
conexões (servem mangueiras). Completa-se a filtragem com um
bom filtro externo. Ele é necessário porque este aquário deve
ter uma água cristalina e extremamente limpa.
Coloca-se as placas de filtro de fundo, na parte da esquerda,
atrás do vidro separador. Ali se coloca também a bomba
centrífuga dentro d'água e conectada à torre de saída do
filtro de fundo. A bomba aspirará a água que atravessa o
filtro de fundo e realizará as funções de filtragem
biológica através do substrato. A saída da bomba é ligada a
um tubo que passa por cima do vidro separador e vai ao ramo
frontal esquerdo do aquário, usando um tubo de plástico
rígido tampado em uma ponta e onde são feitos diversos furos
pequenos para que a água seja aspergida de forma uniforme (o
tubo deve espalhar a água verticalmente, junto ao vidro
separador).
Com esta disposição se consegue que a água seja aspirada
através do substrato e seja expulsa sob pressão pelo tubo de
saída. Assim se consegue uma forte circulação de água com
corrente rápida.
Fundo e
decoração do aquário
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O leito destes rios de montanha é coberto de lajes de bordas
suaves, pedras de cantos arredondados e polidos pela contínua
fricção entre elas devido a corrente a que são submetidas.
Entre as frestas das pedras podem desovar os peixes que
habitam estas zonas de rápidos, por isso são necessários para
recriar este ambiente natural. |
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