Síndrome
da Aderência Leucocítica Deficitária
Introdução:
Síndrome rara
de deficiência imunológica, caracterizada por infecções
bacterianas recorrentes, formação de pus e cicatrização
de feridas prejudicadas.
Patofisiologia:
A propriedade adesiva é
necessária para a realização de uma variedade de interações
celulares do sistema imune (quimiotaxia, fagocitose...) e depende das moléculas
de adesão. Estas moléculas pertencem a uma família
de glicoproteínas (CD18/CD11) localizadas na membrama plasmática
de granulócitos, monócitos e linfócitos.
As moléculas de adesão
tem:
1 subunidade beta 2 integrina
em comum, CD18, e
1 de 3 subunidades alfa,
CD11:
-A, -B, ou -C.
As 3 moléculas de adesão
celular são:
LFA-1 (CD18/CD11A):
nos leucócitos (LFA-1 = Lymphocyte function-associated antigen 1
immunodeficiency);
Mo1 ou Mac1
ou CR3A(CD18/CD11B): nos monócitos, neutrófilos e
células killer; e
p150,95 (CD18/CD11C):
nos monócitos e neutróficos.
A deficiência da adesão
de leucócitos (LAD- Leukocyte adhesion deficiency) resulta de mutações
na subunidade beta 2 integrina, CD18, causando deficiência
em todos os 3 heterodímeros mencionados acima. O gene da subunidade
beta 2 integrina está localizado no cromossoma 21. Várias
mutações foram identificadas, incluindo substituição
de bases, deleções e inserções. A herança
é autossômica resseciva.
Funções dependentes
de adesão, como: emigração tecidual de neutrófilos,
adesão a células endoteliais, quimiotaxia e citotoxidade
celular anticorpo-dependente, estão anormais.
Clínica:
Freqüentemente, a primeira
manifestação é a infecção do cordão
umbilical, que pode progredir para onfalite.
Gengivite pode ser notada
com a erupção dos primeiros dentes.
Infecções
bacterianas (estafilococos e gram-negativos) sistêmicas como pneumonia,
peritonite, e abscessos fundos são mais freqüentes durante
infância e com deficiência completa.
Cicatrização
e formação de pus prejudicadas.
A severidade varia consideravelmente.
Laboratório:
Baixos níveis de
CD11/CD18.
Leucocitose com predomínio
de granulócitos (20.000-100.000 /mm3) é comum.
Diagnóstico:
É realizado através
de anticorpos monoclonais específicos para as cadeias alfa de CR3
e p150,95.
Tratamento:
Transplante de medula óssea
pode ter êxito com restauração completa da função
de adesão e a ausência de necessidade de qualquer tratamento
adicional em alguns pacientes.
Há potencial para
terapia gênica.
Bibliografia:
Online Mendelian Inheritance
in Man
http://www3.ncbi.nlm.nih.gov/Omim/
Motulsky, V. Genética
Humana - Problemas e Abordagens. Guanabara Koogan, RJ, 3a edição,
2000.
27/12/2001
Arquivo
de Clínica Médica