Curiosidades.
A
visão
Nossa visão depende do perfeito funcionamento de um
mecanismo muito complexo que envolve o olho propriamente dito, as vias nervos de
ligação com o cérebro e o próprio cérebro que interpreta a imagem
percebida.
O olho capta a luz e a transforma em estímulos elétricos que são enviados e
processados pelo cérebro.
Este mecanismo é estabelecido nos primeiros anos de vida, quando aprendemos a
enxergar as coisas e a entende-las.
Desta forma é de vital importância a saúde perfeita dos olhos na infância.
Dela dependera toda a nossa capacidade futura de bem enxergar o mundo.
O adulto de outra forma merece a mesma atenção. Diversas transformações
ocorrem em nossa visão ao longo da vida e podem ser corrigidas prontamente por
seu médico.
Os
defeitos da visão
Algumas pequenas alterações da estrutura do olho podem gerar a percepção
pelo olho de uma imagem não muito nítida. Desta forma, sem a devida correção
com lentes adequadas, o nosso cérebro aprende a enxergar as coisas fora do foco
perfeito. Estabelecendo-se o desenvolvimento desta visão imperfeita, o que se dá
ao redor dos sete anos de idade, torna-se difícil a sua posterior correção.
É o chamado olho preguiçoso ou ambliopia.
Outros defeitos da visão são mais graves. Algumas alterações congênitas (de
nascença), são indicações de atendimento e tratamento urgentes, como o
estrabismo, a catarata congênita e o glaucoma congênito.
Quando
corrigir
É muito importante a avaliação oftalmológica logo nos primeiros meses de
nascimento e daí por diante de acordo com a orientação médica. É uma idéia
equivocada a de que a primeira avaliação oftalmológica deva ser realizada
apenas no inicio da vida escolar. Quanto antes diagnosticamos qualquer problema,
melhor é o resultado do tratamento e melhor será a visão final.
Óculos
Os óculos são a forma mais simples de corrigir as ametropias. Dispomos
atualmente de inúmeros tipos de lentes de óculos, dos mais diversos materiais
e com características especiais. Existem lentes de resinas (chamadas orgânicas),
de vidro (chamadas cristal), e com tratamentos especiais como a capacidade de
mudar a tonalidade de acordo com a iluminação local (fotocromáticas ou
transitionsÒ), lentes polarizadas e anti-reflexo, endurecidas e anti-risco. As
lentes podem ser simples, bifocais ou multifocais. Não é simples a escolha da
lente ideal para cada paciente. Além do conhecimento de física óptica são
necessários um profundo conhecimento médico e senso prático para prescrever a
lente adequada. Por estas razões o trabalho de adaptação deve ser realizado
por um médico oftalmologista e não por outros profissionais da área oftalmológica.
Lentes
de contato
Quando surgiram, as lentes de contato foram uma verdadeira revolução na prática
da refração. Permitem que se obtenha uma visão clara sem a necessidade do uso
de óculos, principalmente em pessoas com graus elevados que utilizam lentes de
grande espessura e peso. Outra vantagem das lentes de contato é a possibilidade
de boa visão sem óculos em pessoas que exercem determinadas atividades como
esportistas por exemplo.
As antigas lentes rígidas pouco lembram as lentes de contato disponíveis hoje.
Dispomos de lentes de materiais tão avançados que permitem a sua utilização
ininterrupta por até 30 dias. A contactologia é uma área extremamente
complexa dentro da oftalmologia. Para entender a sua importância basta imaginar
que uma lente de contato é um corpo estranho apoiado sobre a nossa córnea, uma
estrutura extremamente sensível e delicada. Um equívoco freqüente entre os
pacientes é o de que o grau das lentes de contato é o mesmo dos óculos. Não
é sempre. Além disso, uma lente de contato tem diversos outros parâmetros a
serem medidos e examinados para uma adaptação correta e segura. Mesmo as
lentes puramente cosméticas como as coloridas devem ser adaptadas em consultório
oftalmológico para não implicar em prejuízo grave aos olhos do usuário. A
responsabilidade na adaptação deve ser médica e o acompanhamento da utilização
também.
Cirurgia
A cirurgia de correção do grau (cirurgia refrativa) não é uma idéia nova. Há
muito tempo os oftalmologistas vêm pesquisando, desenvolvendo e praticando
diversas técnicas de cirurgia refrativa com o intuito de eliminar ou diminuir a
necessidade da utilização de lentes corretivas.
A observação de que defeitos na face posterior da córnea provocavam a mudança
do grau nos pacientes com determinadas patologias promoveu o desenvolvimento das
primeiras técnicas de cirurgia refrativa. Inicialmente tentou-se o enxerto ou
excisão de segmentos da córnea, a ceratoplastia lamelar. Na década de 80 o
procedimento eleito para tal correção foi a ceratotomia radial ou RK (radial
keratotomy), técnica que consiste em realizar pequenas incisões na face
posterior da córnea promovendo mudanças em sua curvatura e conseqüentemente,
mudança no grau dos pacientes submetidos ao procedimento. Com o passar do tempo
novas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas até chegarmos à cirurgia
refrativa atual. Em nossos dias o procedimento mais avançado e seguro para esta
finalidade é a cirurgia refrativa com Excimer LASER a chamada ceratotomia
fotorrefrativa ou PRK (photo refractive keratotomy). Uma variante desta técnica
é o LASIK (LASER in situ keratomileusis) que é utilizado em graus muito altos.
O Excimer LASER atua diretamente sobre a córnea do paciente promovendo a
fotodecomposição das moléculas expostas a ele. Desta forma podemos moldar a córnea
com extrema precisão e sem grandes desconfortos ao paciente. O Excimer LASER é
a técnica mais utilizada nos paises desenvolvidos. A VISIOCLÍNICA, em parceria
com outros dez oftalmologistas da serra gaúcha e o Hospital Saúde de Caxias do
Sul, dispõem do equipamento de Excimer LASER Aesculap MdiTec MEL-60, de
tecnologia e fabricação alemã.
O Excimer LASER MEL-60 encontra-se em uma sala especial, anexa ao Centro Cirúrgico
do Hospital Saúde, cercado de todas as condições técnicas e humanas para a
realização dos procedimentos fotorrefrativos mais seguros e avançados.
As
doenças dos olhos
Catarata
A palavra tem origem grega e significa cachoeira. Até o século XXVI pensava-se
que a catarata era um líquido opaco que fluía dentro dos olhos. Sabemos hoje
que a catarata é uma opacidade, total ou localizada, do cristalino do olho (a
lente natural que temos dentro dos olhos). A catarata impede que a luz entre
livremente dentro de nossos olhos diminuindo assim a visão. Ela ocorre
geralmente em conseqüência dos processos naturais do envelhecimento, mudanças
metabólicas, ferimentos, exposição à radiação ultravioleta, ou produtos químicos
ou drogas tóxicas. A cirurgia é o único tratamento disponível atualmente
para restaurar a visão das pessoas com catarata. A cirurgia da catarata é
milenar, os egípcios antigos já utilizavam técnicas rudimentares para
melhorar a visão das pessoas com catarata.
Hoje em dia as cataratas são tratadas cirurgicamente através de duas técnicas
principais. A cirurgia convencional é a mais utilizada nos países do terceiro
mundo é a Extração Extra Capsular da Catarata ou EECC, técnica que utiliza
uma incisão maior do que o tamanho da própria catara através da qual a mesma
é removida inteira do olho. Nos países do primeiro mundo a cirurgia mais
utilizada atualmente é a Facoemulsificação, técnica que utiliza uma incisão
de 3 mm, menos da metade do tamanho da catarata, para introduzir no olho uma
sonda de ultra-som que dissolve a mesma dentro do próprio olho. Esta técnica
tem a vantagem de proporcionar uma recuperação mais rápida com o retorno do
paciente as suas atividades em tempo menor.
Ambas as técnicas utilizam o beneficio do implante de lente intra-ocular. Como
a catarata é uma lente, ao remove-la devemos adicionar o mesmo grau da lente
natural removida. Isso é possível com o implante de uma pequena lente
intra-ocular que fica exatamente no mesmo local da antiga catarata e não causa
prejuízos aos olhos, melhorando ainda mais a visão e prescindindo da
necessidade do uso de fortes lentes corretoras após a cirurgia.
Glaucoma
O glaucoma é uma condição em que o nervo ótico, que carrega as imagens do
olho ao cérebro, é danificado. O nervo ótico é como um cabo elétrico que
contem aproximadamente 1,2 milhões de fios. O glaucoma pode danificar as fibras
do nervo óptico, fazendo com que a visão periférica diminua gradativamente.
Muitas pessoas sabem que o glaucoma tem algo relacionado à pressão dentro do
olho. Nossos olhos não têm uma estrutura rígida que os mantenha esféricos. A
manutenção desta forma esférica se da através da pressão gerada dentro do
olho. Nossos olhos devem ter uma pressão fisiológica, ou seja, normal, para
que as estruturas do mesmo mantenham-se sempre íntegras. A manutenção e
controle desta pressão intra-ocular são obtidos graças a um mecanismo muito
delicado de produção e escoamento constante de um fluido intra-ocular, o humor
aquoso.
Qualquer problema neste mecanismo delicado, tanto na produção quanto no
escoamento do humor aquoso, leva ao descontrole da pressão intra-ocular e ao
dano progressivo do nervo óptico.
Quando o aumento da pressão ocorre de forma lenta e gradual a pessoa geralmente
não apresenta sintoma algum. Somente um exame oftalmológico de rotina pode
avaliar qualquer alteração da pressão ou do nervo óptico. É o chamado
glaucoma crônico, sendo o tipo mais comum de glaucoma.
Ao contrario, quando a pressão sobe de maneira súbita, a pessoa queixa-se de
uma dor forte no olho e da perda súbita da visão. É o chamado glaucoma agudo,
ocorrendo no prazo de horas e considerado uma emergência oftalmológica.
Estrabismo
O estrabismo é um defeito congênito ou adquirido que causa um desvio do globo
ocular em qualquer direção. Existem diversos tipos de estrabismo e o mais
comum é o infantil, notado já nos primeiros meses de vida. A correção do
estrabismo pode ser cirúrgica ou com uso de lentes corretivas. Cada tipo de
estrabismo tem uma conduta ideal. Durante a infância um estrabismo não
corrigido pode levar ao desenvolvimento incompleto da visão chamado ambliopia
ou “olho preguiçoso”. A avaliação inicial deve ser precoce para obter-se
o melhor resultado final com a melhor visão.
Degeneração
retiniana
A retina é a estrutura ocular mais sensível e delicada. Dela depende a captação
da luz que entra no olho e a sua transformação em sinais elétricos que são
enviados ao cérebro para a percepção da imagem.
Por ser uma estrutura delgada e constituída por tecido nervoso é passível de
sofrer deteriorações que são chamadas de degenerações.
A mais comum é a chamada degeneração macular relacionada a idade ou senil.
Esta degeneração afeta a parte central da retina, a mácula, responsável pela
visão central, a mais aguçada, que utilizamos para ver os detalhes dos
objetos. Este tipo de degeneração prejudica substancialmente a visão central,
impedindo a pessoa de ler, por exemplo. No entanto não atinge as áreas periféricas
e desta forma não afeta o sentido espacial ou visão periférica. Impedimos o
avanço deste tipo de patologia com antioxidantes ou LASER, observando
regularmente a função visual com exames como a angiografia.
Outro tipo de degeneração que afeta a visão e a retinose pigmentar, patologia
congênita que afeta a visão periférica poupando a central. O paciente com
retinose pigmentar experimenta um gradual declínio da visão noturna e,
posteriormente a perda do campo visual.
Outras formas de degeneração retiniana menos comuns prejudicam
substancialmente a visão e podem ser manejadas pelo oftalmologista.
Descolamento
de retina
O deslocamento da retina de seu leito no fundo do olho causa uma perda
localizada da visão na área afetada. O descolamento pode ser de origem traumática
ou regmatogênico (causado por pequenos buracos na periferia da retina).
O descolamento da retina é uma patologia eminentemente tratada cirurgicamente.
Patologias
da córnea
A córnea é a parte mais anterior do nosso olho. É uma estrutura transparente
e convexa, comparada a um vidro de relógio. Através dela podemos visualizar a
íris (a estrutura colorida do olho) e a pupila (o orifício central da íris
pelo qual a luz a tinge o fundo do olho).
As
doenças gerais e os olhos
Diabetes
O diabetes é uma doença que afeta cerca de 8% da população mundial com idade
entre 30 e 69 anos, com repercussões sociais e econômicas muito importantes.
Trata-se de uma patologia sistêmica, ou seja, que afeta o corpo todo,
prejudicando diversos sistemas. É do conhecimento popular que o diabetes causa
danos a circulação, rins, cérebro, membros e olhos. Sintomas como perda de
peso importante, muita sede, e aumento da freqüência urinária são alguns dos
mais comuns e que levam a suspeita de diabetes.
A dificuldade em manter níveis normais de glicose no sangue é o fator que
desencadeia o diabetes. O nível de glicose elevado é a principal causa de
problemas para o diabético, trazendo prejuízo para o sistema circulatório de
todo o corpo. Níveis baixos de glicose também trazem prejuízo, mas de forma
mais imediata ao paciente. No momento do diagnóstico sabe-se que a doença já
se faz presente por aproximadamente 5 anos. Alguns órgãos sofrem os efeitos
deletérios do diabetes de forma precoce. É o caso da retina dos olhos de diabéticos.
Alterações da microcirculação na retina fazem surgir sinais no exame do
fundo de olho que, muitas vezes, podem preceder até mesmo o diagnóstico do
diabetes. Tais alterações tornam-se cada vez mais significativas e podem, com
o tempo, causar sérios danos e até mesmo a perda da visão.
Sabe-se que o principal fator determinante da evolução ou não do quadro é o
controle dos níveis glicêmicos sempre dentro de faixas aceitáveis. Mesmo
assim, o tempo de evolução da doença pode acarretar em algum prejuízo da visão.
Desta forma, o correto manejo do paciente com diabetes é uma tarefa
multidisciplinar. O médico oftalmologista e o endocrinologista ou clinico devem
estabelecer uma parceria no sentido de proporcionar ao paciente as informações
e recursos adequados ao seu tratamento.
Pressão
Alta (Hipertensão Arterial)
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição extremamente comum em nosso
meio. Cerca de 12 a 15 % da população entre 20 e 74 anos de idade sofre deste
mal. A pressão arterial normal é aquela capaz de enviar sangue a todos os órgãos
do nosso corpo em diversas situações como no repouso, exercício, etc.
Uma pressão arterial elevada raramente causa sintomas importantes de forma
imediata. O dano causado pela hipertensão é observado de forma crônica, com o
passar do tempo, e manifesta-se pelo maior risco de desenvolvimento de problemas
cardiovasculares como o infarto ou insuficiência do miocárdio e o derrame
cerebral ou acidente vascular cerebral.
A retina sofre conseqüências em longo prazo que podem acarretar problemas
visuais ao paciente. No entanto, as conseqüências mais temíveis à retina são
aquelas relacinadas à microcirculação. Eventos oclusivos semelhantes aos
encontrados no infarto e no derrame cerebral podem causar obstrução e/ou
hemorragias no fundo olho, diminuindo significativamente a visão.