.............................

Gene da obesidade controla a densidade dos ossos

 
 

Fonte: NIH – National Institute of Dental and Craniofacial Reserch, 21/01/2000

O gene da obesidade, que auxilia na manutenção do peso corpóreo e fertilidade, também tem importante papel no controle da densidade óssea, conforme estudo publicado hoje na revista Cell. A leptina, hormônio produzido via gene da obesidade, age como inibidor natural dos ossos, avisando o cérebro para diminuir a velocidade de formação dos ossos. Tais descobertas podem revelar um novo caminho para aumento da densidade óssea, proporcionando tratamento e até prevenção da osteoporose.

A massa óssea é essencialmente o produto de um balanço entre células que formam novos ossos e células que digerem os ossos velhos. A osteoporose resulta de um desequilíbrio, especificamente, de um aumento da reabsorção dos ossos. Terapias atuais baseiam-se na redução desta reabsorção, mas pouco se sabe a respeito da manutenção da massa óssea. A identificação do caminho da leptina, onde o cérebro age como um componente central na formação de massa óssea, abre caminho para novas abordagens de tratamento.

A leptina, produzida por células de gordura, age em uma região do cérebro, denominada hipotálamo, auxiliando na redução da gordura corpórea e mantendo a fertilidade.

Para desembaraçar a conexão leptina-cérebro-osso, dois grupos de camundongos geneticamente obesos foram estudados. Um grupo não era capaz de formar leptina; o outro o era, mas era incapaz de gerar receptores de leptina, normalmente presentes no hipotálamo. Os indivíduos de cada grupo eram obesos, mas tinham ossos especialmente densos. Outros estudos confirmaram que o caminho da leptina deve estar intacto (tanto leptina quanto receptor de leptina presentes) para a formação normal dos ossos. Se o circuito se romper, seja pela ausência da leptina seja pela ausência de seu receptor, o cérebro comanda as células que formam ossos a se tornarem mais ativas aumentando a densidade óssea.

Os ossos formados por camundongos deficientes em leptina eram normais em espessura e comprimento, porém com o interior extremamente denso, inversamente à osteoporose. A ausência de um circuito ativo de leptina pode ser benéfica na construção de ossos densos, porém acarreta os efeitos adversos da obesidade e esterilidade.

Entretanto, existem evidências que a leptina possa usar um caminho separado para controlar a massa óssea. Camundongos que produziam a metade da quantidade normal de leptina possuíam peso normal e também possuíam ossos densos.

Segundo Dr. Karsenty, pode ser que seja possível manipular o caminho de leptina de modo a aumentar a massa óssea mas evitar os efeitos adversos do peso e fertilidade.

Fonte: Site Emedix