Filmografia
1932: Vítimas do Divórcio (A Bill of Divorcement)
1933: Assim Amam as Mulheres (Christopher Strong)
1933: Manhã de Glória (Morning Glory)
1933: Quatro Irmãs (Little Women)
1934: A Mística (Spitfire)
1934: Sangue Cigano (The Little Minister)
1935: A Mulher que Soube Amar (Alice Adams)
1935: Corações em Ruína (Break of Hearts)
1936: Vivendo em Dúvida (Sylvia Scarlett)
1936: Mary Stuart, Rainha da Escócia (Mary of Scotland)
1936: Liberta-te, Mulher (A Woman Rebels)
1937: A Rua da Vaidade (Quality Street)
1937: No Teatro da Vida (Stage Door)
1938: Levada da Breca (Bringing Up Baby)
1938: Boêmio Encantador (Holiday)
1940: Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story)
1942: A Mulher do Dia (Woman of the Year)
1942: O Fogo Sagrado (Keeper of the Flame)
1943: Noivas de Tio Sam (Stage Door Canteen)
1944: A Estirpe do Dragão (Dragon Seed)
1945: Sem Amor (Without Love)
1946: Correntes Ocultas (Undercurrent)
1947: Mar Verde (The Sea of Grass)
1947: Sonata de Amor (Song of Love)
1948: Sua Esposa e o Mundo (State of the Union)
1949: A Costela de Adão (Adam’s Hib)
1951: Uma Aventura na África (The African Queen)
1952: A Mulher Absoluta (Pat and Mike)
1955: Quando o Coração Floresce (Summertime)
1956: Lágrimas do Céu (The Rain Maker)
1956: A Saia de Ferro (The Iron Petticoat)
1957: Amor Eletrônico (Desk Set)
1959: De Repente, No ùltimo Verão (Suddenly, Last Summer)
1962: Longa Jornada Dentro da Noite (Long Day’s Journey into Night)
1967: Adivinhe Quem Vem para Jantar? (Guess Who’s Coming to Dinner?)
1968: Leão no Inverno (The Lion in Winter)
1969: A Louca de Chaillot (The Madwoman of Chaillot)
1971: As Troianas (The Trojan Women)
1973: Um Equilíbrio Delicado (A Delicate Balance)
1973: Algemas de cristal (The Glass menagerie)
1975: Justiceiro Implacável (Rooster Cogburn)
1975: Amor entre Ruínas (Love Among the Ruins)
1978: A Grande Aventura (The Great Balloon Adventure)
1978: O Coração Não Envelhece (The Corn is Green)
1981: Num Lago Dourado (On Golden Pond)
1984: Um jogo de Vida e Morte (Grace Quigley)
1986: O Casamento da Senhora Delafield (Mrs. Delafield Wants to Marry)
1988: Laura Lansing Slept Here
1992: The Man Upstairs
1994: Segredos do Coração (Love Affair)
1994: Vestígios de uma Paixão (This Can't Be Love)
1994: O Poder do Natal (One Christmas)
Sua mãe participou do movimento sufragista feminino nos Estados Unidos, que conquistou esse direito em 1919. Ainda pequena escrevia as próprias peças e montava-as num teatro improvisado no quintal, pouco se importando se a platéia não compreendia suas idéias. Sua primeira experiência foi desoladora. O público infantil estranhou e ela fez descer o pano antes do final, despedindo-se da platéia. Ela graduou-se na escola superior de sua cidade natal e matriculou-se no Bryn Nawr College, tornando-se membro de seu clube dramático. Todos os que assistiram suas performances jamais a esqueceram. Formou-se em psicologia, mas durante o período estudantil não fez uma única amizade. Da escola, foi para Nova York, com as bênçãos e o auxílio de sua família. Como seus irmãos, recebera uma educação pela qual era livre para tomar qualquer decisão e sofrer as conseqüências. Manhattan foi para a jovem aspirante um duro golpe. Tímida, falar com estranhos tornava-se um verdadeiro tormento. Em suas peregrinações pelo mundo do teatro, parecia mais um fantasma do que um ser humano. Ou ficava horas e horas sentada nas salas de espera, silenciosa e imóvel, ou fazia seu pedido num turbilhão de palavras nervosas. Movimentava-se sem parar, vivia correndo. Quando conseguia falar com algum produtor, seu rosto estava suado, seu cabelo desfeito, as roupas em desalinho. Os resultados eram tristes, naturalmente.

Enfim, a candidata teve sua chance, num pequeno papel num teatro de amadores. Magérrima, nervosa e sem jeito, durou pouco tempo na peça. Mas Kenneth Mac Kenna era um dos atores e adivinhou o talento oculto da jovem artista. Ele sentiu a influência do que chamou "uma personalidade terrífica". Apontou-lhe os defeitos e ela recebeu seus conselhos com gratidão. Depois dessa experiência, Kate iniciou seus estudos dramáticos: voz, dicção e balê clássico. Esforçou-se ao extremo e transformou-se numa graciosa e elegante mulher. Ganhou um bom papel em "The Big Pond", mas Kate não concordou com as idéias do diretor e largou o espetáculo. Foi uma decisão errada, pois era sua primeira grande chance na Broadway. Arthur Hopkins, que assistira o ensaio do elenco, contratou Kate para sua peça: "These Days", permanecendo apenas uma semana em cartaz. Para não perder Hepburn, Hopkins contratou-a como substituta de Hope Williams em "Holiday". Entretanto, Hope não adoeceu uma única noite - e Kate não representou, portanto, uma única vez.

Aborrecida, disse adeus a tudo e embarcou para a Europa, fazendo uma longa e solitária excursão pela Inglaterra, num velho automóvel. Voltou para os Estados Unidos cheia de jovialidade e despreocupação. Foi escolhida para o papel central de "Death Takes a Holiday" mas, novamente, entra em conflito com o diretor. Depois de três semanas de desentendimentos, é afastada do elenco. Não dando importância ao incidente, Kate consegue um papel numa peça do produtor inglês Ben Levy. Mais uma vez foi motivo de discórdia e ela se vê fora do elenco. Como a companhia não encontrasse outra atriz para substituí-la, chamaram-na de volta. Foi seu primeiro passo para a fama.

Nessa época, casa-se com Ludlow Ogden Smith, um industrial de Philadelphia, de quem se separou em 1934. Em seguida, a atriz obtém um papel em "O Marido da Guerreira". Estudou e trabalhou como nunca nos ensaios. Na véspera da estréia, despediram-na por não ser um nome famoso. Entretanto, várias celebridades da Broadway tentaram o papel, mas nenhuma atingiu a perfeição como a desconhecida Hepburn. Chamaram-na de volta, e foi o sucesso desta atuação que chamou a atenção do diretor George Cukor. Ela parte para Hollywood.

A princípio, Kate procurou seguir as regras da capital do cinema, dando entrevistas e respondendo a perguntas indiscretas. Foi mal interpretada. Posou para fotos em trajes de banho e foi censurada. Frequentou algumas festas e cometeu gafes. Finalmente, ao terminar um de seus primeiros trabalhos nas telas, Kate recusou-se a dar entrevistas e ir as badalações das premières. Tornou-se conhecida como reclusa, excêntrica, rude e sem modos.
Embora não tenha se casado novamente, Kate manteve um longa relação com Spencer Tracy, com quem filmou nove vezes. Morto em 1967, Tracy é referido o grande amor da vida de Katharine, embora ela mesma pouco falasse no assunto - e ele, que era casado, também não. A atriz faleceu aos 96 anos, em 29 de junho de 2003.
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Katharine Hepburn
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Astros & Estrelas
A grande dama do cinema americano, eleita em 1999 a maior estrela de todos os tempos segundo ranking da AFI, foi a atriz que colecionou o maior número de vitórias no Oscar. Obteve quatro prêmios, recorde tanto para atrizes como para atores. E todos eles na categoria principal. Até o ano de 2002, era também recordista de indicações, um total de doze. Meryl Streep bateu a marca em 2003.
De personalidade marcante, a atriz ficou famosa por sua beleza elegante, discreta, e por defender firmemente seus pontos de vista. Ex-praticante de boxe e golf, tornou-se um ícone da força e do espírito feminista. Apesar do sucesso, a atriz sentia que poderia ter ido mais longe. "Não sinto ter realizado todo o meu potencial", dizia. Mas emendava: "A vida é o que importa. Passeios, casas, família. Nascimento, dor e alegria - e depois a morte."

Katharine nasceu em Hartford, Connecticut, em 12 de maio de 1907, um dos seis filhos de um conhecido médico, Thomas N. Hepburn e da assistente social Katharine Houghton Hepburn. Nos anos 20, começou carreira numa companhia de Baltimore e estreou em Nova York com These Days, em 1928. Descoberta na Broadway, a atriz estreou em Hollywood em 1932 com A Vítimas do Divórcio. Esguia, atlética, elegante, virou logo estrela e no ano seguinte faturava seu primeiro Oscar, por Manhã de Glória. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, vieram os prêmios por Adivinhe Quem Vem Para Jantar? (1967), Leão no Inverno (1968) e Num Lago Dourado (1981).
Katherine Hepburn recebeu 12 indicações ao Oscar, na categoria de melhor atriz, por suas atuações em Manhã de Glória (1933), A Mulher Que Soube Amar (1935), Núpcias de Escândalo (1940), A Mulher do Dia (1942),  Uma Aventura na África (1951), Quando o Coração Floresce (1955), Lágrimas do Céu (1956), De Repente, No Último Verão (1959), Longa Jornada Noite Adentro (1962), Adivinhe Quem Vem Para Jantar (1967), O Leão no Inverno (1968) e Num Lago Dourado (1981).