Fisioterapia
 

[ Fisioterapia e Ataxia de Friedreich ] [ Benefícios de Exercícios Aeróbicos ] [ Manutenção de um Programa ] [ Exercícios de Frenkel ] [ Exercícios de Chris ] [ Método Feldenkrais ] [ Técnica Alexander ] [ RPG ] [ Método Rolfing ] [ Eutonia ] [ Antiginástica ] [ Breema ]

Aqui estão apresentadas algumas sugestões de utilização da fisioterapia e de terapias corporais, porquanto os exercícios físicos e os métodos e técnicas correspondentes podem revelar-se úteis para o bem-estar físico e mental.
A intenção é fornecer uma breve introdução e, assim, quem sabe, despertar o interesse e a busca por um maior conhecimento de alguma entre as várias alternativas disponíveis para melhorar as condições de equilíbrio e de tônus muscular.
É evidente que muitas técnicas, por si só, não se constituem em tratamentos ou objetivam atingir a cura imediata de males, mas indubitavelmente, dependendo de cada situação, podem ser de grande valia para a recuperação, manutenção física ou condição psico-mental.
Nunca é demais ressaltar a necessidade de consultar um médico ou fisioterapeuta a respeito de adaptação para cada caso específico, primordialmente quando se trata de pacientes com ataxia.

Fisioterapia e Ataxia de Friedreich

Exercícios físicos são particularmente importantes para pessoas que tem ataxia. Aqueles que são capazes de desenvolver e seguir um programa de exercícios geralmente comentam que eles ajudam sua atitude mental, além de melhorar sua condição física. Estabelecer como objetivo um programa de exercícios físicos é estimulante, agradável e desafiador.
O melhor tipo de exercícios físicos são os exercícios aeróbicos, como caminhadas, corrida, ciclismo, patinação, natação e remo, por exemplo, mas não levantamento de peso ou corrida de velocidade.
Na ataxia de Friedreich existe fraqueza e debilidade dos membros superiores e fraqueza e enrijecimento das pernas, os quais respondem bem a terapia física na forma de exercícios. Como o processo básico da doença não está primariamente nos músculos, mas na medula espinhal, não há nenhum perigo em se fazer alongamentos e exercícios ativos e passivos dos membros uma ou mais vezes por dia. Em essência, os exercícios são benéficos em ataxia de Friedreich e não há nenhuma contra-indicação à quantidade de exercícios, a menos que haja um comprometimento cardíaco como parte da doença. Na ataxia de Friedreich também ocorrem espasmos musculares nas pernas, mais freqüentemente durante a noite, que usualmente respondem a relaxantes musculares. O uso de pesos, o tipo e a intensidade de terapia física, bem como o uso de relaxantes musculares, devem ser coordenados pelo neurologista do paciente, após avaliação cardíaca.
O Dr Massimo Pandolfo tem enfatizado a importância da fisioterapia, não com o propósito de desenvolvimento muscular, mas sim com o objetivo de aprender (ou reaprender) como executar certos movimentos; um processo de aprendizado neurológico, não um exercício físico. Ele declarou sentir que esta é a coisa mais importante que alguém com ataxia de Friedreich pode fazer para reter suas funções por um período de tempo tão longo quanto possível.

Benefícios dos Exercícios Aeróbicos (extraído de "Living With Ataxia" - NAF)

• utilizam ao mesmo tempo vários e diferentes grupos de músculos;
• aumentam a capacidade respiratória e cardíaca (para obter maiores benefícios de um exercício aeróbico o exercício deve durar vários minutos);
• ajudam a manter o tônus muscular e a energia (não são destinados a aumentar a massa muscular);
• forçam o alongamento dos músculos, com efeito relaxante para muitas pessoas, um benefício adicional para alguém com ataxia que também tenha algum estresse.

Manutenção de um Programa (extraído de "Living With Ataxia" - NAF)

As pessoas que fazem exercícios regulares como parte de sua rotina são geralmente mais bem sucedidas em manter um programa por longo tempo. Para maiores benefícios, as sessões de exercícios devem ser feitas pelo menos três vezes por semana, Muitas academias tem aulas de exercícios aeróbicos ou de educação física que podem prover um incentivo a mais para manter um esquema regular. Entretanto, não é absolutamente necessário entrar numa academia para exercitar-se! Simplesmente caminhar regularmente em volta do quarteirão, no shopping ou em um parque pode ser suficiente para executar os exercícios necessários.
Se você tem ataxia e quer começar um programa de exercícios, consulte antes o seu médico para saber se não existem restrições devido à causa de sua ataxia ou a alguma outra condição médica. Um fisioterapeuta pode indicar algumas instruções ou sugestões para exercícios ou um programa de alongamento para você fazer em casa. Se você participar de alguma sessão em academia, esteja certo de que o instrutor saiba da sua condição, para que você possa selecionar os exercícios adequados à sua capacidade.

Exercícios de Frenkel (extraído da Internaf)

Os Exercícios de Frenkel para ataxia, aqui apresentados em tradução livre, consistem de uma série de exercícios projetados para ajudar a compensar a inabilidade de saber, sem olhar, onde estão os braços e as pernas no espaço. Estes exercícios foram compilados pela NAF - National Ataxia Foundation (Fundação Nacional de Ataxia dos EUA) e seu texto original pode ser encontrado em Frenkel´s Exercises for Ataxic Conditions.

Exercícios de Chris (extraído da Internaf)

Os Exercícios de Chris, sugeridos por Chris Polhill, um dos responsáveis pelo site da Internaf, aqui apresentados em tradução livre, são destinados especificamente para pessoas com ataxia de Friedreich e seu texto original pode ser encontrado em Chris´s Exercise Suggestions.

Método Feldenkrais

O método Feldenkrais pretende trazer de volta a atenção para as partes da mente e do corpo que tenham sido esquecidas ou excluídas das ações habituais. A física, a biomecânica, a criatividade e o desenvolvimento comportamental são os princípios básicos do método, através do qual, com exercícios fáceis, sem esforço e com movimentos agradáveis se melhora a postura, a visão, a imaginação e a percepção de si mesmo. A mente e o corpo são um sistema integrado - qualquer desequilíbrio em uma parte do sistema cria instabilidade em todo o sistema. Quando estes desequilíbrios dependem do indivíduo, o processo de correção pode ser atingido através de uma educação contínua.
O método elaborado pelo Dr Moshe Feldenkrais (1904-1984) encontra-se exposto em seus livros (edições brasileiras da Summus Editorial):
Consciência pelo Movimento: Agimos de acordo com nossa auto-imagem; esta auto-imagem é condicionada por três fatores: constituição, socialização e auto-educação. Feldenkrais abre um caminho sensível e precioso para a auto-educação, o trabalho com o próprio corpo.
O Poder de Autotransformação - A Dinâmica do Corpo e da Mente: Este é um livro que explora um paradoxo fundamental do ser humano: as pessoas querem mudar e ao mesmo tempo permanecerem as mesmas. O fator chave nesta resistência à autotransformação é que os indivíduos "vivem o passado no presente" e desta forma acreditam que seu futuro esteja totalmente arraigado nas atitudes que tiveram no passado. Feldenkrais mostra como o passado pode prover, construtivamente, elementos para um futuro criativo. Aqui o autor aborda os mecanismos emocionais (como motivação, formação de hábitos, compulsão, resistência) presentes nos comportamentos voluntários, nas posturas, nas ações e inibições, na fadiga e tensão muscular.
Vida e Movimento: Este livro, indispensável àqueles que desejam aprofundar seu conhecimento com o trabalho de Feldenkrais, é um guia para descoberta de que o movimento é um meio e um grande aliado no processo de aprendizagem e crescimento pessoal. Neste livro é possível visualizar Moshe instigante, vivo, criando um clima mágico, mobilizando nossa capacidade de fazer, sentir, perceber, pensar e transformar.
Caso Nora: "Aprender é transformar escuridão - ou ausência de luz - em luz. Aprender é criar. É fazer surgir algo do nada. O aprendizado vai crescendo até elucidar as coisas, dentro da gente". Como pôde uma mulher com mais de 60 anos, vítima de um derrame cerebral que a incapacitara de ler, de escrever e até calçar os sapatos, recuperar em poucos meses estas capacidades? O livro é o vívido relato de como Feldenkrais recuperou Nora. A teoria da consciência corporal aqui se manifesta em sua plenitude, em seus êxitos e tropeços, conduzindo o leitor a uma viagem através do complexo mente-corpo.
Existe pelo menos um relato significativo sobre os benefícios do método Feldenkrais para a ataxia de Friedreich, o qual pode ser visto em Regaining Balance.
Na Internet estão disponíveis vários sites contendo maiores detalhes do método, seus benefícios, princípios e exercícios. Eis alguns deles:
The Feldenkrais Method (informações básicas sobre o método)
Movement Coordination Learning and Feldenkrais Method (contém exercícios ilustrados com fotos)
Feldenkrais Educational Foundation of North America (aplicações do método Feldenkrais para pessoas com necessidades especiais)

Técnica Alexander

A técnica Alexander é um método de reeducação psicomotora que ajuda a detectar e reduzir o excesso de tensão que freqüentemente origina muitos dos problemas de respiração, equilíbrio e rigidez do corpo.
A técnica, desenvolvida por Frederick Mathias Alexander (1869-1956), vem sendo ensinada na Inglaterra há mais de cem anos, sendo muitos os médicos que recomendam sua aprendizagem como medida de prevenção de enfermidades do aparelho locomotor e contra a sobretensão do corpo. Em 1996 foi incluída como tratamento para a dor na previdência social britânica e existem numerosas companhias de seguros do Reino Unido que a recomendam a seus clientes.
Nikolaas Tinbergen, médico holandês, co-laureado com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1973, por sua participação no estudo e ordenação dos padrões sociais e comportamentais do indivíduo, dedicou a metade do seu discurso ao receber o prêmio falando sobre a técnica Alexander, destacando-a como um sistema de reabilitação muito sofisticado, ao ensinar o paciente a usar a musculatura de uma forma diferente, podendo aliviar diversos tipos de dores tanto físicas como psíquicas, às vezes até a níveis surpreendentes (trecho do discurso aqui referido pode ser encontrado no site em espanhol indicado abaixo).
Charles Scott Sherrington, também co-laureado com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, em 1932, por suas descobertas das funções dos neurônios, assim referiu-se a essa técnica: "O senhor Alexander prestou um grande serviço ao estudo do homem ao relacionar insistentemente cada ato isolado com o indivíduo integrado e completo, o homem psicofísico em sua totalidade. Dar um passo não é somente questão de utilizar uma ou outra extremidade do corpo, depende da atividade neuromuscular total do momento, o que inclui tanto a cabeça como o pescoço".
F M Alexander era um ator e sua técnica não esta apenas relacionada com postura ou relaxamento. É uma habilidade que nos permite manejar com inteligência e serenidade situações estressantes. Aprendemos como tranqüilizar nossas reações físicas e emocionais para que a mente possa funcionar de maneira criativa. O corpo se move com maior liberdade, respirar não é mais um problema. Ficamos mais conscientes de como funcionamos como indivíduo.
A técnica base encontra-se exposta em seus livros (edições brasileiras da editora Martins Fontes): "O Aprendizado do Corpo", "A Ressurreição do Corpo" (uma técnica prática para restaurar o corpo em sua ampla gama de possibilidades, sem excluir a mente, como um meio para se conseguir mais saúde, maior consciência e independência em relação aos hábitos) e "O Uso de Si Mesmo" (descreve com acuidade a natureza do mau uso do corpo e concebe um método extremamente refinado através do qual podemos reeducar nossos hábitos cheios de defeitos.).
Na Internet estão disponíveis vários sites contendo maiores detalhes do método, seus benefícios, princípios e exercícios. Eis alguns deles:
ABTA- Associação Brasileira da Técnica Alexander (informações básicas e links interessantes)
Técnica Alexander (site em espanhol)
Alexander Technique Center of Washington (histórico, artigos, informações e links)
The Complete Guide to the Alexander Technique (informações e links)

RPG - Reeducação Postural Global

A RPG - Reeducação Postural Global, considerada uma especialidade fisioterapêutica, é uma técnica bastante recente, nasceu na França com o trabalho desenvolvido inicialmente por Madame Meziere, fisioterapeuta que achava que o que se fazia naquela ocasião dentro da fisioterapia deixava muito a desejar. A partir de trabalhos desenvolvidos com seus pacientes, desenvolveu esta técnica que integra músculos e esqueleto. A partir dos estudos de Madame Meziere, o fisioterapeuta francês Phillippe Souchard, reconhecido hoje mundialmente como o criador da RPG, realizou profundos estudos sobre anatomia dos animais e do ser humano, desenvolvendo e aperfeiçoando a técnica e chegando ao método de campo fechado que é a RPG, ou seja, a análise e cuidado do ser humano de forma global, holística. O paciente é visto de forma integrada, buscando-se a origem de sua dor, de seus problemas e não somente o alívio do sintoma.
Partindo do sintoma para chegar até a causa de uma dor ou um problema no sistema músculo-esquelético, a RPG trata o indivíduo e não a doença, porque cada um de nós tem a sua própria resistência à agressão e sua própria maneira de reagir a ela, muitas vezes adotando padrões individuais para evitar uma dor ou um bloqueio.
O que nos mantém de pé contra a gravidade é a cadeia de músculos estáticos. Para exercer esta função antigravitacional, que requer um estado de contração parcial, os músculos estáticos têm um alto teor de tecido conjuntivo e um tônus elevado. Por isso eles tendem a se tornar hipertônicos, hipoflexíveis e encurtados, especialmente em casos de patologias ou estresse, podendo causar desvios em ossos e articulações.
Para produzir movimento, nós usamos a cadeia dos músculos dinâmicos. Para esta função de aplicar força intermitente, os músculos dinâmicos têm menos tecido conjuntivo e baixo tônus. Daí a tendência a tornarem-se excessivamente flácidos e hipotônicos, como por exemplo, os músculos abdominais de pessoas sedentárias.
Quando um paciente se queixa de uma dor aguda no ombro imediatamente após um acidente, a origem desta dor é clara e um tratamento local, geralmente, é suficiente. Mas um outro paciente pode ter um dos ombros mais elevado para não colocar muito peso sobre um tornozelo torcido do lado oposto. Neste caso, uma cadeia de compensações provavelmente terá começado nos músculos da panturrilha, que aumentaram seu tônus para proteger a articulação do tornozelo, o que, por sua vez, poderá ter aumentado o tônus dos músculos isquiotibiais e dos eretores da coluna, culminando com a elevação do ombro. Se este ombro for mantido permanentemente naquela posição, é possível que o paciente acabe tendo uma dor no ombro. É natural que o fisioterapeuta não espere que o paciente consiga correlacionar a dor de agora com um fato ocorrido há algum tempo. Somente através da RPG o fisioterapeuta pode estabelecer esta conexão entre o sintoma (a dor no ombro) e a causa do problema (a retração da cadeia muscular após a torção do tornozelo).
O fisioterapeuta trabalha com o paciente, contra a patologia. Durante cada sessão o fisioterapeuta emprega microajustes em alongamento numa série de posturas suaves e progressivas (de pé, sentado ou deitado).
A RPG requer do paciente uma participação muito ativa. Durante a sessão ele trabalha seu corpo, alongando os músculos estáticos ao mesmo tempo em que fortalece os músculos dinâmicos, seguindo a cadeia que está causando a dor e/ou outros problemas.
A RPG pode ser indicada sem limite de idade, para a maioria das patologias do sistema músculo-esquelético, agudas ou crônicas, com sintomas de dor, como hérnia de disco, problemas de coluna (escoliose, hiperlordose, hipercifose, torcicolo,  cervicalgia), lombalgias, ciáticas, algumas doenças reumáticas (artorse, bursite, tendinite), lesões articulares e pós-traumáticas, enxaqueca, asma, distúrbios digestivos e distúrbios circulatórios; e também para aquelas sem a presença de dor, como escolioses (desvios de coluna), desvios dos pés e dos joelhos, e outras. Todavia, existem limitações para sua indicação e para quem está habilitado a realizá-la.

Método Rolfing

Mais antigo que a RPG, seu primo-irmão Rolfing - criado nos anos 50 pela bioquímica americana Ida Rolfing - é menos conhecido que ela. Com princípios semelhantes, os dois tratamentos só não encontram familiaridade nas críticas de alguns adeptos. Para repegistas, o paciente do rolfing é muito passivo, já que tem seu corpo manipulado pelo terapeuta sem quase se mover. Já para rolfistas, a RPG é muito lenta. Enquanto o Rolfing garante reeducar a postura e aliviar dores em três meses, a terapia francesa demora cinco meses mais. Pequenas divergências à parte, a verdade é que ambos procuram restabelecer a harmonia do corpo com o alongamento das cadeias musculares e a reeducação postural.
No Rolfing, manipula-se profundamente os músculos e também o tecido conjuntivo mole, chamado de fáscia, a faixa de tecido fibroso que reveste músculos e vários órgãos. Esse trabalho, segundo os rolfistas, alinha o corpo, fazendo com que a força da gravidade atue de forma equilibrada e energizante.
A americana Ida Rolf, há mais de 70 anos, tratava de seu filho que tinha problemas locomotores provocados por um acidente. Percebeu que o tecido conjuntivo era mais importante que o próprio tecido muscular nessa recuperação. Daí surgiu o Método Rolfing ou Rolf e o Rolfismo.
O Rolf age no indivíduo como um todo, melhorando suas funções de movimentos, de expressão, de desafios da vida. Para o Rolf Institute, no Colorado - EUA, o corpo humano é como se fosse feito de peças empilhadas e encaixadas. Quando uma dessas peças sai do lugar, as outras se mexem para ocupar o alinhamento. É o que acontece com as pessoas que andam de cabeça baixa, nas que sobrecarregam um lado do corpo por deficiência contralaterais, nas que se obrigam às más posturas no trabalho, etc. É o tecido conjuntivo, aquele que envolve os músculos, fica sendo puxado, esticado, torcido para todos os lados. Ele se desalinha e as dores são inevitáveis. Um tratamento pelo Método Rulfing, geralmente, é feito em dez sessões de uma hora. Mas cada caso merece uma abordagem diferente e precisa ser tratado por pessoas especializadas.
Sites sobre o Rolfismo:
Rolfing - Integração Estutural

Eutonia

A Eutonia apresenta-se como um enfoque profundo de processos e necessidades inerentes à natureza do ser humano. Gerda Alexander criou um sistema de trabalho e reconhecimento do corpo profundamente alicerçado em estudos de anatomia, fisiologia, psicologia, em que a pedagogia exerce um papel rigoroso, claro e coerente. A palavra Eutonia vem do grego: eu = harmonioso, bom e tonia = tônus tensão. Foi adotada por Alexander em 1956 para designar a possibilidade de um estado tônico equilibrado - com isso ela se refere tanto ao tônus muscular quanto ao psíquico e ao neurovegetativo.
É muito difícil explicar ou escrever "o que é Eutonia" pois basicamente trata-se de um conhecimento que se realiza via linguagem corporal, mas podemos defini-la de certo modo dizendo que a Eutonia, como uma terapia pedagógica ou uma pedagogia terapêutica, de abordagem psicofísica abrange procedimentos de reeducação postural, reorganização neurológica em que a pessoa não é vista como paciente (passivo) mas como agente (ativo) no seu processo de "encontro" com seu corpo (autoconhecimento), seja num trabalho objetivando o equilíbrio ou alinhamento da coluna vertebral, numa escoliose ou numa patologia como a hemiplegia ou ainda num caso de prolapso discal para citar exemplos.
A Eutonia se realiza em sessões regulares, que podem ser individuais ou em pequenos grupos, dependendo do caso e da pessoa, com duração média de uma hora, que em casos normais (desconsiderando-se estados críticos e alguns de certa gravidade) devem se repetir uma vez por semana, e são constituídas de movimentos (que por vezes são suaves ou até sutilíssimos), toques, propostas as mais variadas para estimular o sistema nervoso, estas com ação ou sem ação; em certos momentos são sugeridos procedimentos que vão desde o movimento mais simples envolvendo uma só articulação até incontáveis variantes com duas ou mais partes do corpo, incluído sempre os aspectos: tempo, ritmo, esforço, direção no espaço, observação da ação da gravidade, para citar alguns; estes movimentos são quase sempre acompanhados pela atitude de "estar presente", de atenção àquilo que se faz no momento, como executa, como se sente, como percebe, como se sentiu. Um dos aspectos fundamentais na Eutonia refere-se ao respeito que o terapeuta/eutonista e o aluno devem observar em suas ações relativamente às suas limitações, ao tempo de "assimilação" de cada proposta, de cada movimento. Nas sessões individuais ou em grupo, o eutonista utiliza diversos objetos ou instrumentos que têm importante função; nem sempre os exercícios ou procedimentos são transmitidos oralmente, sendo que evita-se de toda forma "mostrar como fazer" para evitar a cópia e repetição pura e simples, e por vezes o eutonista não toca diretamente o corpo do aluno. Assim sendo, utilizará objetos tais como: bambus, pranchas de madeira, bolinhas de diversos tamanhos e texturas, almofadas, e outros objetos que podem ser vistos desempenhando a função do objeto transicional, no sentido descrito pelo psicanalista Donald Winnicott.
As propostas orais que são veiculadas durante as sessões/aulas devem ser simples, claras, diretas, sem o uso de expressões que busquem influenciar o modo de execução ou o estado psicológico do eutonizando, como o fazem os métodos de indução ao relaxamento ou aos estados eufóricos, passando por diferentes estados de ânimo. A atividade do eutonista em seu contato com o aluno deve ser a de "neutralidade", para usar um termo específico de Gerda Alexander, tanto no contato (comunicação) oral como no visual ou no tátil. Sua presença deve ser receptiva, jamais impositiva ou aquela que vise de alguma maneira influenciar o aluno que desta forma estará apto a perceber que tem um campo livre durante a sessão para a ocorrência de quaisquer manifestações/sensações/percepções/comentários que possam emergir.

Antiginástica

A antiginástica consiste numa série de técnicas de exercícios, principalmente de alongamento, fortalecimento e exercícios respiratórios, sempre com o objetivo de trabalhar todo o corpo. Estas técnicas buscam a integração entre o indivíduo e seu corpo, pela conscientização corporal. O trabalho da antiginástica não atua somente no alívio da dor, mas também para prevenir e proporcionar um bem estar geral, tanto físico quanto emocional. É aplicável em todas as idades, pode ser feita, individualmente ou em grupo. Também é uma eficaz coadjuvante da acupuntura, liberando os bloqueios da circulação energética do organismo, estimulando órgãos e vísceras, e agindo também num sentido curativo e preventivo. Suas principais indicações são para: vícios posturais, dores articulares ou musculares por tensão ou má postura e para manter a forma corporal e uma boa função orgânica.
A técnica da antiginástica está basicamente exposta por sua criadora, Thérèse Bertherat, nos seus livros (edições brasileiras Livraria Martins Fontes):
O Corpo tem suas Razões - Antiginástica e Consciência de Si: Apresenta a antiginástica, método de trabalho com o corpo desenvolvido pela autora a partir de sua experiência com Françoise Mézière. O ponto básico desse trabalho consiste na ênfase dada ao relaxamento e alongamento da musculatura posterior do corpo.
O Correio do Corpo - Novas Vias da Antiginástica: A autora comenta e discute as repercussões de seu primeiro livro. Apresenta a evolução do seu trabalho e comparações de seu método com outras formas de trabalho corporal (Feldenkrais, Ida Rolf, Gerda Alexander, Fritz Perls, etc). Comenta ainda, revendo posição assumida anteriormente, a importância da elaboração verbal de conteúdos emocionais mobilizados pelo trabalho corporal.

Breema

Breema é um ensinamento, um trabalho corporal antigo, baseado nos princípios que governam a saúde, e portanto, unificam a existência. O propósito de Breema está em criar harmonia e equilíbrio entre o seu corpo, a sua mente e as suas emoções, e na sua relação com você mesmo, com os outros e com toda a vida.
Breema é aplicado com a pessoa vestida, e geralmente no chão, sobre uma superfície acarpetada; faz uso de movimentos gentis e firmes, confortáveis, de apoio mútuo, penetrações graduais em áreas específicas do corpo. Serve ainda como calmante, bem como oferece um leque imenso de movimentos alegres e ritmados. Tanto o praticante como a pessoa que recebe Breema, se beneficiam. Breema faz uso do suporte mútuo, da atmosfera sem julgamentos, da atividade simples, alegre e no momento presente. Não usa diagnóstico, apenas cria a atmosfera na qual as forças corretivas, inerentes ao organismo, possam realmente funcionar e trabalhar em harmonia. Todos estes, princípios fundamentais de Breema.


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