FLOR
DE POETA
Sentado
na cadeira elegante sou visita.
Toco
com o olhar tudo ao redor.
Quadros
e porta-retratos falam
Os
mesmos diálogos, as mesmas lembranças.
Minha
visão tromba parede oposta.
Moldura
cacho de uvas abriga
Sorriso
feminino, pouco mais que juvenil.
Expressa
boas-vindas, suavidade e encanto.
Quero
saber quem é.
Pergunto
ao poeta azul.
De
soslaio, antes de responder, chuva de anil ameaça precipitar-se.
É
Mônica, sua filha, flor ceifada em plena primavera.
O
olhar saudoso do poeta anfitrião
Não
estava mais na sala.
Alma
desbotada pelas lágrimas discretas,
Apóia-se
na fé e tolerância.
Se
houvesse tempo de perguntar ao poeta-pai de olhar celeste itálico:
Mônica
vem da raiz “sozinha”, do grego, por isso partiu?
A
resposta seria: Apenas adiantou-se e foi cuidar de um jardim especial.
As
flores da lua agora têm o doce das uvas.
Homenagem
ao poeta-pai Norberto de Moraes Alves
Autor do livro AS
FLORES DA LUA, Editora do Brasil
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