UM DIA EU ACORDEI

 

 

 

    Um dia eu acordei.

    Um dia eu acordei e percebi que antes não estava dormindo.

    Um dia eu acordei e percebi que passei muito tempo achando possuir a noção exata de minha vida.

    Um dia eu acordei e não sabia onde estava, tudo parecia ser novidade.

    Um dia eu acordei e não me reconheci.

    Um dia eu acordei e percebi que havia muitas ferramentas e pouca obra.

    Um dia eu acordei e vi que meus sofrimentos eram placas cancerosas de egoísmo, vaidade, orgulho...

    Um dia eu acordei e vi que sempre esteve em minhas mãos vitória ou derrota, alegria ou tristeza...

    Um dia eu acordei e me mostraram que eu estive torto na maior parte do tempo.

    Um dia eu acordei e vi que eu não era sozinho no mundo; que o mundo não estava para me servir.

    Um dia eu acordei e vi diante de mim um corpo inerte, morto, se decompondo; era o meu.

    Um dia eu acordei e vi algumas pessoas orando. Uns oravam com sincero fervor, outros só pediam para si.

    Um dia eu acordei e percebi que eu estava vivo, eternamente vivo, por muito a servir, por muito a amar.

    Um dia eu acordei e passei a plantar flores na minha alma árida, preparando-me para outras mais.

    Um dia eu acordei e percebi que a vida faz mais sentido no plural, no coletivo...

    Um dia eu acordei e o copo quebrado, o amor desfeito, o objeto enferrujado, não mais me incomodavam.

    Um dia eu acordei para dormir na manjedoura, falar nas sinagogas, morrer na cruz, e viver Deus.   

 

 
Ateliê da Alma
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Página atualizada em: 07/11/2003
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