Uma lenda oriental (1999)
                           

Conta uma lenda que, em Abadan, vivia um sábio, justo e jovem príncipe: Allahur Akbar. Este reinava sobre um povo de agricultores. Tinha a companhia de sua bela irmã Nádia, que, além de encantar o castelo com sua beleza, também ajudava na cultura da vinha e dos cereais. O pequeno reino tinha sua fonte de renda baseada no Nercattum. Era um belo mercado, cheio de produtos artesanais e de deliciosos vinhos. As serviçais, as crianças e as comerciantes cuidavam da manutenção do local. O príncipes e sua fiel irmã sempre se dirigiam ao mercado, a fim de verificar o movimento e os negócios, bem como ouvir as reclamações e as necessidades do povo. lntervia sempre em favor dos mais oprimidos. Mas as visitas não lhes traziam as mesmas satisfações de antes. O tempo estava marcado por um período de seca e o reino não dispunha de recursos para impedir as graves conseqüências. Isso deixara o povo muito revoltado, obrigando o êxodo para um reino distante. Junto com a caravana iria partir seu grande amor, a plebéia Sarah. Tal situação deixava o príncipe em momentos de solidão e profunda tristeza. Confortado pela sua irmã; juntos invocavam bençãos aos deuses para que os campos voltassem aos períodos de safras e trouxessem seu amor de volta, mas nada adiantou. Daí para frente enfrentaram os dias sem mais nenhuma esperança para a resolução de seus problemas. Foi em um desses dias angustiosos que a mensageira Amira, vinda do outro reino, trouxera uma proposta ao príncipe. Este ficaria ileso de seus prejuízos, caso se comprometesse com a princesa Ariquel. Sua decisão teria que ser imediata, pois a festa iria acontecer, naquele reino, daí a dois dias. Sem muita escolha partiu logo, levando a irmã e as lembranças da sua amada plebéia. Viajaram dois dias inteiros e chegaram quando a festa já acontecia. Lá era momento só de alegria. A princesa Ariquel comemorava o ano de fartura e anunciava também o seu novo casamento com Allahur. Enquanto aguardavam a chegada dos convidados, o príncipe e a princesa aproveitaram para dançar valsas e conversar sobre a vida futura. Ainda indeciso, pediu conselhos a irmã, se deveria realmente se casar por interesses financeiros ou se lutaria pelo seu grande amor. Mas a Caravana de Persépole chegara aos sons das cometas, anunciando a cerimônia, O príncipe foi saudar os visitantes e se deparou com um belo par de olhos azuis. Estes eram da inesquecível e amada Sarah, e os mesmos reacendiam o velho amor entre os dois.