O amor, seja como for, é o amor (1997)

                           


Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem dor. É um querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É um não contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade; É servir a quem vence o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode a seu favor; Nos mortais corações conformidade; Sendo a si tão contrário o mesmo amor? Luiz Vaz de Camões