A Bela Adormecida

 

Coreografia: Marius Petipa

Música: Peter Ilych Tchaikovsky

Estréia mundial: 1890, em São Petersburgo, Rússia.

Nasceu a princesa Aurora, filha do casal Real de um reino muito feliz e rico. Em sua festa de batizado, as seis fadas do bem trazem para a pequena princesa presentes e bençãos. Mas a fada do mal, Carabosse, não foi convidada, e aparece na festa para expressar sua indignação com tal desfeita. Mesmo depois do pedido de desculpas do Rei e da Rainha, Carabosse lança sobre a princesa um feitiço: quando ela completasse 15 anos, espetaria seu dedo em um fuso e morreria. A Fada Lilás, principal protetora de Aurora, acalma a todos dizendo que não tem poderes para desfazer o feitiço, mas que poderia amenizá-lo. Assim, Aurora não morreria, mas cairia em um sono profundo até que fosse despertada com o beijo de um príncipe. E assim, a princesa cresce cercada de cuidados de seus pais, mantida longe de qualquer objeto que pudesse ser pontiagudo. Na festa de seus 15 anos, seus pais lhe prepararam uma grande festa, e convidaram novamente todos os habitantes do reino, com exceção de Carabosse, que havia sido mandada embora do reino. De repente, uma velha entra no salão e dá um presente para Aurora: um fuso. Na mesma hora Aurora, intrigada com o objeto que nunca viu, espeta o dedo e desfalece. A velha tira seu disfarce e mostra quem é realmente: Carabosse, disfarçada. Então, a fada Lilás espalha um encanto por todo o reino, fazendo com que todos adormecessem junto com Aurora. 100 anos se passam, e no reino vizinho, um jovem príncipe sonha com a Fada Lilás e a bela princesa adormecida. Guiado pela fada, o príncipe enfrenta todos os desafios colocados no caminho por Carabosse, e depois de muito lutar chega ao castelo. Lá está Aurora, dormindo ainda mais linda que no dia que espetou seu dedo no fuso. O príncipe percebe que ela é o grande amor que ele estava buscando há muito tempo, e a beija. A princesa desperta do sono profundo e, como num passe de mágica, todos os convidados e habitantes do castelo também acordam, os jardins voltam a ser vivos como antes, tudo se desperta como se nada tivesse acontecido. Aurora também vê no príncipe o seu grande amor, e uma grande festa de casamento é celebrada, e a Fada Lilás convida para as festas os habitantes fantásticos de outros reinos, como Chapeuzinho Vermelho e o Lobo-Mau, Cinderela e seu príncipe, o Gato de Botas e outros. Muita alegria e comemorações se seguem então.

A Bela Adormecida, sem dúvida, foi a grande obra que marcou o apogeu da Rússia dos Czares, além de ser o grande sucesso de Tchaikovsky em vida (O Lago dos Cisnes parece ter superado A Bela Adormecida em sucesso, mas isso aconteceu somente depois da morte do compositor). A ambientação da obra, em castelos reais, com personagens grandiosos e fantásticos, marca a força da Rússia na época. A produção da obra foi feita em conjunto pelo coreógrafo, figurinista e o compositor, por isso o resultado é uma integração tão perfeita entre os três elementos. São características especiais da obra as variações muito ricas em técnica, especialmente a da Fada Lilás, que Petipa construiu para sua filha, Marie Mariusovna Petipa. Outra curiosidade é que a fada do mal, Carabosse, costuma ser apresentada por um homem, provavelmente para ficar mais grosseira e pesada. A grandeza da obra fez com que três dos seus Grand Pas-de-Deux se tornassem independentes, sendo apresentados por grandes bailarinos de todo o mundo em espetáculos de gala, sem o resto do ballet.