RES:
Na verdade esse álbum nós fizemos o que
Genocídio deveria ter feito no álbum anterior, o
que sabemos fazer........Death Metal.......a
responsabilidade não existe pois somos uma banda
brasileira sem apoio nenhum, quando não se tem
apoio não se tem responsabilidade.
B.O.H.M.)
Como é estar defendendo a cena nacional à mais
de uma década e ainda ter que batalhar pelo
respeito e mais dignidade com qualidade?
RES:
A cena brasileira cresceu muito mas ainda
existe muitas pessoas incompetentes nesta cena
tanto em bandas como em revistas, zines, etc.
enquanto uns tentam melhorar outros aproveitam
para tirar proveito, infelizmente o brasileiro
ainda é muito pobre culturalmente e
espiritualmente.
B.O.H.M.)
Vocês estão sendo apontados por uma parte da mídia
especializada como um dos melhores lançamentos de
metal extremo do ano, como eu não ouvi, fica uma
certa curiosidade no ar, porém mesmo assim, eu
gostaria de saber se para fazer o chamado “O Álbum”
e ser reconhecido é preciso o quê? Qual seria a
fórmula básica e fundamental para que seu disco
seja no mínimo respeitado e não ser olhado como
uma piada como é visto muitas vezes pela mídia não
especializada?
RES:
Hoje nem a cena especializada e confiável
para não ser piada, pois muitas pessoas que
trabalham nessa cena “especializada” não são
dignas, pois acho que se você faz o que gosta não
importa o estilo deve ser respeitado, com ou sem
grana deve ser respeitado, o importante é saber
respeitar todos os estilos.
B.O.H.M.)
Neste CD lançado pela Destroyer Records o som
seguido foi o sempre trash/death metal e a temática
aplicada foi a ufologia. Por tratar de ser um
assunto curioso e não muito comum no mundo heavy
e muito menos no extreme metal, chama a atenção,
“Rebellion” é um disco conceitual ou segue
apenas idéias concluídas diretamente da própria
cabeça de quem compôs sem obrigação de uma música
ter ligação com a outra?
RES:
Não é um disco conceitual, apenas as letras
trazem a tona uma questão. Deus e o Diabo existe
mesmo? Somos criação desse Deus não aparece, só
aparece quando o homem era uma criatura sem
conhecimento básico, pois está claro que algo
muito mais avançado que nossa tecnologia esteve
presente num passado remoto da terra e muitas
teorias existem, mas ninguém aceita o fato de
termos sido criados por seres mais avançados, e o
fato de certos espertos criarem a teoria de Deus e
sua proteção contra o Demônio, já pensou no
tamanho da furtuna que isso gerou, e quantos
milhares de pessoas vivem presas ao medo do
inferno deixando de pensar e dando suas vidas a
pessoas sem o mínimo interesse a não ser em
poder.
B.O.H.M.)
Ainda sobre este tema, é curioso também que as
bandas de metal extremo meio que ignorem assuntos
que fogem um pouco da morte, diabo, deus,
necrofilia, vampirismo, terror, etc, etc. Porém
vocês encararam e usaram está temática mesmo
mostrando a quem for e quem quiser falar! Que
outra banda que logicamente inspira a banda vocês
usa também temáticas diferentes e que segue
outro estereótipo? E a cargo de quem fica a
composição das letras na banda?
RES:
Eu escrevo todas as letras, eu admiro muito as
letras do Hipocrisy, mas não conheço muito da
banda, também admiro muito o Bolt Thrower.
B.O.H.M.)
Falando um pouco sobre o cd “Rebellion”, como
foi o processo de composição das faixas,
estrutura musical e gravação deste cd?
RES:
Foi tudo muito rápido, quando decidimos fazer o
CD, eu já tinha algumas composições prontas, o
resto foi conseqüência.
B.O.H.M.)
Este cd foi lançado pela Destroyer Records. A
Destroyer é uma gravadora que investe no som
extremo, como foi mais este lançamento e
geralmente qual é o plano de divulgação que
existe num processo de divulgação quando é
underground?
RES:
Não temos planos, pois no Brasil não há como
fazer planos, só o governo faz planos para sua
vida.
B.O.H.M.)
A cena underground nacional está tem constante
crescimento tanto que atualmente talvez possamos
considerar como o melhor momento dela mesmo não
tendo aquela paixão oitentista, como é está
para vocês a cena, o que melhorou e o que piorou
e qual seria a fórmula para crescer mais ainda?
RES:
A cena cresceu em termos de banda, qualidade de
equipamento, mas não há mais lugar descente para
tocar como antes, hoje muitas casas viraram
igrejas evangélicas, ou casas de forró e outras
merdas, infelizmente no Brasil você não pode ser
100% feliz.
B.O.H.M.)
Quando eu disse na questão anterior, crescer, não
seria crescer em espaço na mídia normal e sim no
quesito profissionalismo e mais espaço para shows
decentes e com qualidade, como você vivem
constantemente na cena como banda, quem vocês
destacariam como grandes apoiadores da cena como mídia,
selos, distros, promotores, etc?
RES:
Existe um número grande de pessoas que são
responsáveis pelo crescimento, mas existem muitas
pessoas que são responsável por não deixar a
cena crescer mais ainda, não gostaria de citar
nomes apenas que as pessoas prestem mais atenção
em quem quer trabalhar pela cena de verdade ou está
no barco apenas para tirar vantagem.
B.O.H.M.)
E bandas, que da nossa cena vocês citariam como
grandes exemplos do “bom” som metálico
(expressão um pouco ridícula, porém serve!!!)?
RES:
Hoje admiro muito o Torture Squad e o Funeratus.
B.O.H.M.)
Shows... Vocês estão tocando, vão tocar,
como está a agenda da banda e como está a situação
de shows das bandas underground no Brasil?
RES:
Não estamos tocando muito, pois como disse falta
lugares e bom promotores de show.
B.O.H.M.)
Ainda sobre shows... Atualmente na nossa cena foi
feita três grandes festivais aclamados e citados
em todos os veículos de comunicação
especializada como o Extreme Metal Fest I, o
DaTribo Rock Festival, o CarnaRock, etc.
Como vocês observam e procuram acompanhar
este crescimento de festivais e shows com um pouco
de estrutura profissional e o que é melhor,
somente com bandas nacionais!!!?
RES:
São pessoas que estão na cena a muito tempo
e cansarem de esperar por alguém especializado
para fazer eventos e com suas próprias mãos
fizeram os festivais, você pode notar que os
promotores desses festivais tem ou tiveram bandas.
B.O.H.M.)
O B.O.H.M. é um web zine assim como vários
outros na web nacional que tenta dar um pouco de
espaço para a cena nacional underground na web e
que tem praticamente o mesmo âmbito profissional
(ou não) do zine tradicional, qual a opinião de
vocês quanto ao trabalho deles e qual é a importância
dos zines na cena?
RES:
Os Zines e Webzines tem total responsabilidade
pelo crescimento da cena metálica no país, pois
as revistas apenas publicam o que eles querem e são
pagos não abrem espaço a todos e muitas vezes não
entendem de metal do mais melódico ao mais
extremo são apenas fãs de Iron Maidem e Van Halen.
B.O.H.M.)
Agradecendo à entrevista, fico por aqui desejando
ao Genocídio muito mais fodidos anos de metal na
veia e que nossa cena sempre progrida!!! Deixo
este espaço para que vocês passem aí a sua
mensagem aos banger em geral que apreciam o som do
Genocídio! Hails!
RES:
Obrigado ao zine por este espaço e espero ver
suas páginas por muitos e muitos anos no
ar.........obrigado a todos.
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