Os hackers dos hacker's

John Draper-O rei phreackers, este cara descobriu, na década de 70, como fazer chamadas telefônicas sem pagar.E sabem como?Usando um apito de plástico que achou em uma caixa de cereais americano, por isso é chamado de "Capitain Crunch".Mas que tem a ver o c... com as calças?Qualquer um com um apito pode chutar a conta telefônica?Não, esse era um defeito do sistema de telefonia dos EUA na época que já obviamente já foi corrigido.O apito usado por Draper reproduzia um sinal necessário para uma chamada telefônica, que é de 2600 hertz.Ao ser usado junto com Blue Box, dispositivo parecido com o interior de uma caixa telefônica, permite fazer ligações grátis a longa distância.Pouco se sabe ou se tem disponível a respeito do rei phreacking, apenas que ele, claro, foi preso por causa das brincadeirinhas.

Robert Morris-Filho de um cientista de mesmo nome do National Computer Security Center, espalhou "acidentalmente" sua criação na internet, em 1988.Grande parte desta ficou paralisada devido ao vírus "worm", criado por Morris e que realizava o chamado "ataque do dicionário".O ataque consiste na cifragem de um dicionário através da função crypt, e comparações com os arquivos de senhas de usuários.Desta forma, quando uma palavra do dicionário cifrada coincidisse com a senha cifrada de um usuário, o atacante teria obtido uma senha.

Mark Abenie-Esse cara estereótipo de cientista maluco fundou uma associação cujo nome já diz tudo "mestres da fraude", que fez a festa no sistema de telefonia americano, invadindo-o a todo instante.Não satisfeito, incentivava grupos de hackers em outros países a cometerem o mesmo delito.Por isso, óbvio, foi em cana, condenado a um ano de prisão nos EUA.Pelo menos deve ter se contentado de ficar sabendo que se transformou em um semi-ídolo no país, criando uma legião de fãs que chagaram até mesmo a fazer uma festa em sua homenagem no elegante Manhattan Club de Nova Iorque.Ironicamente, balada aconteceu no mesmo dia em que Mark foi condenado.Chegou a entrar para a lista das cem pessoas mais espertas de Nova Iorque.Viram, quem disse que hacker não pode ser pop?

Johan Helsingius-Esse finlandês encontra-se merecidamente nesta lista.Preso em 1995 pela polícia de seu país, o compatriota do Papai Noel criou, ele mesmo, um remailer anônimo permitindo às pessoas trocarem suas mensagens pela internet sem se expor.Nem é preciso contar a popularidade que o serviço ganhou, chegando a mais de meio milhão de usuários cadastrados, mesmo com o posterior surgimento de serviços do mesmo tipo.Mas com essa privacidade nas mensagens não explicitamente legalizada na Finlândia, a justiça começou a pegar no pé de Helsingius.A casa caiu mesmo quando um dos usuários de seu remailer se aproveitou da clandestinidade para divulgar na rede textos "sagrados" que robou do site da igreja Scientology.Os religiosos correram furiosos atrás do finlandês, pedindo que divulgasse o nome do profanador digital, até que conseguiram, em 96, que o remailer fosse fechado.O lado ruim do fato é que inúmeros temas polêmicos fossem discutidos pela rede, e as acusações de que o serviço de Julf- como ficou conhecido- era utilizado para a troca de fotos entre pedófilos.Essas acusações nunca foram confirmadas.

Kevin Pouisen-Apelidado de Dark Dante, esse era o cara que podia ser chamado de espertalhão: em 1996, uma rádio de Los Angeles realizava uma promoção na qual, o centésimo ouvinte a ligar levaria para casa um Porshe.Usando de seus conhecimentos de telefonia, Kevin assumiu o controle de todas as ligações para a rádio, e, claro, levou a caranga pra casa.Mas nem pode usufruir do prêmio por muito tempo, pois foi se meter a besta de invadir computadores do FBI e acabou preso.Mas essa vidinha um pouco acima do medíocre ainda inspirou um jornalista, Jhon Littman, a escrever o livro "The Watching".

Kevin Mitnick-O rei dos reis dos reis dos hackers.O americano começou sua grande carreira de pirata de web no longínquo ano de 1981, quando esta praticamente engatinhava.Nessa época, invadiu o sistema de defesa aérea norte-americano do Colorado.Daí seguiram-se inúmeras invasões, mas com o FBI sempre na sua cola, Mitnick acabou preso em 1989 sob a acusação de ter roubado softwares secretos e 17 códigos de acesso de propriedade dos sistemas da rede.O hacker foi em cana em Los Angeles, ficou sem direito a fiança e pior: teve de participar de insuportáveis sessões de reabilitação, já que era considerado um viciado em computadores.Imaginem as cenas: "meu nome é Kevin Mitnick e estou a cinco dias sem pegar em um mause".Ou então: "meu nome é Kevin Mitnick e estou a um mês sem roubar informações secretas do governo."O condenado foi inclusive proibido de telefonar, pois o juiz tinha medo de que ele conseguisse acesso a um computador (???).Bom, mas depois de um ano nessa pentelhação, Mitnick foi posto em liberdade condicional pela polícia americana, que deve ter se arrependido amargamente por isto.Pouco tempo depois que o hacker supostamente arrependido ganhou as ruas, o telefone do encarregado da justiça pela sua liberdade condicional ficou repentinamente fora do ar, sem que a companhia telefônica tivesse qualquer pista do que havia acontecido.Ou seja, mas uma vez o engraçadinho do Mitnick havia aprontado.O FBI foi caçá-lo para leva-lo novamente à jaula, mas desta vez estava bem mais difícil encontrar o rapaz.Essa dificuldade foi aumentando até quem 1992 ele simplesmente evaporou, não se teve mais nenhuma pista concreta sobre seu paradeiro.Ficou um tempo sem encher o saco de ninguém, e chegou-se a pensar que ele havia realmente se arrependido e estava isolado em algum mosteiro da Tailândia.Que nada, o golpe de mestre ainda estava por vir.Mitnick invadiu e tomou conta do computador do Centro Nacional de Super Computação dos EUA em San Diego, na Califórnia.Acontece que ele conseguiu esse feito a partir do sistema pessoal de Tsutomo Shimomura, o grande mestre de segurança em informática nos EUA.Ou seja, humilhou a este e a todo o sistema de segurança na rede americana.Mas vocês acham que o japa ia deixar por menos?Resolveu achar Mitnick aonde quer que ele estivesse.Colocou um micro "vigia" ao seu computador invadido por Mitnick até que este desse alguma brecha que revelasse sua localização.E, infelizmente, o hacker caiu.Em uma das vezes que mandou uma mensagem de voz a Shimomura, este descobriu que Mitnick estava em um edifícil em Seatlle, com ajuda de da Sprint Cellular.O sinal do celular de Mitnick foi rastreado com monitores de freqüência celular.Mas não foi dessa vez que os "tiras" obtiveram sucesso.Mitnick acabou preso pouco tempo depois, pacificamente em um apartamento da Carolina do Norte, e teve seus telefones, computadores, softwares e notas apreendidos como evidências, e acusado de 23 processos por fraudes de computadores.Mitnick ficou preso até janeiro de 2000, quando, então com 36 anos, foi liberado pela justiça sob uma série de restrições.Durante três anos, não poderia trabalhar com absolutamente NADA que envolvesse computadores ou telefones de qualquer tipo.Ou seja: não poderia fazer absolutamente nada.Nem sequer completar os estudos do ensino médio, já que nenhuma escola dos EUA trabalhava sem computadores.Nem sequer caixa de supermercados poderia ser, pois os sistemas das lojas são todos eletrônicos.Meu Deus, então Mitnick acabou morrendo de fome?De jeito nenhum, fez o que pôde para sobreviver.Mas o quê?Foi engraxate na praça da República, em São Paulo?Não, o hacker mais famoso do mundo até um ator em seriado americano.Representou, em outubro do ano passado, um agente da CIA especializado em computadores em um seriado sobre espionagem da rede de TV americana ABC.Mas aponta como ator de enlatado americano não levou Mitnick ao estrelato.Depois disto, caiu um tempo no ostracismo e na depressão, com medo de que a justiça americana lhe retirasse a única coisa que se restava, sua licença de rádio amador.Mas isto foi por pouco tempo e ele nem precisou ir ao psicólogo.Fundou uma companhia que ensina as empresas a se defenderem das invasões hackers, tentando educa-las a viverem em um mundo onde a segurança na rede é essencial para uma empresa que queira sobreviver.Mitnick fala com um conhecimento de causa que poucas pessoas podem ter quando tratam de um assunto.É isso aí, o ex-serial Killer da internet resolveu mudar de lado para poder sobreviver.Quem dúvida pode comprar o novíssimo livro que ele mesmo escreveu e acabou de lançar.Em "The Art of Deception", Mitnick trata do assunto que ele mesmo chama de "engenharia social", que é a capacidade de convencer as pessoas a revelarem informações que põem em risco todo o sistema de segurança de uma empresa.Nem é preciso dizer que Mitnick foi mestre nisso em sua época áurea hacker.Se ele já esta se erguendo e faturando agora, imaginem quando poder voltar a trabalhar com computadores, em 2003.Quantos milhões uma empresa não pagaria para ter ninguém menos que Kevin Mitnick como consultor de segurança na rede.

 

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