O PINTINHO E O URSO

A menina pediu para ir à feira com o pai, pois a mãe estava gripada. A menina alegou que conhecia as melhores barracas, nas quais a mãe e costumava comprar.

No meio do caminho, ela viu um garoto que vendia pintinhos. Pediu que o pai comprasse um.

-- Mas para que você vai querer um pintinho? Quando crescer vai virar galinha. Como é que vamos criar uma galinha num apartamento?

A menina insistiu e o pai comprou o pintinho. Veio num saco de armazém, com furinhos para o pintinho respirar. Chegaram em casa e a mãe, apesar da febre, reclamou. Que coisa! Fazer o quê com um pintinho dentro de casa?

A menina disse que tomaria conta dele. Era tão bonitinho, tão fofinho. Na primeira noite, até que o pintinho não deu trabalho, dormiu numa caixa de sapato, ao lado da cama da menina.

Quando ela acordou, na manhã seguinte, o pintinho havia desaparecido. A menina interrogou a empregada, o pai, e até a mãe, que já estava ficando boa da gripe. Ninguém assumiu o sumiço do pintinho,. A menina ficou sabendo que vivia no meio de gente fingida.

Para compensar, deram-lhe um ursinho de pano. Não era a mesma coisa. Já que todo mundo fingia, ela fingiu que gostava do urso. Finge até hoje e até hoje não sabe por que é tão difícil deixar que os outros sejam felizes.

 

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