- (à minha prima Marina)
Menina de nome simples
E que todos que a conhecem
Não disfarçam o sorriso
Ao dizer: Marina.
Ativa,
Ainda imersa no banho natal.
No apogeu da beleza e juventude,
Transborda inocência e ânsia pela vida.
Risonha parece despir-se.
Deitar-se no mais límpido jardim.
Esbaldando-se de aromas,
Acaricia os sabores.
Inexplicável sorriso.
De dentes tão brancos
Puros como as intenções dessa virgem
Que traz o êxtase ao ambiente.
Nega todas as coisas repetidas.
Alma colorida e sem forma constante.
Ora gargalha de uma pequena alegria,
Ora se afoga por temer a injustiça.
Alma submarina
Que mesmo banhada no sal da melancolia
Permanece acima e sob
A mais valiosa pérola do oceano.
2000
Martírio Constante
Já não posso mais,
Me sinto como se estivesse traindo-me.
A cada instante a hipocrisia consome meus
membros um a um,
Os destrói cruelmente.
A cólera gera um furor insuportável,
As vozes que atravessam meu pensamento
Gemem de ira e desespero na ânsia de serem
ouvidas.
A garganta, já seca, implora compaixão.
Ao te olhar, flechas atravessam meus olhos,
O sangue jorra encharcando meu corpo.
Quão forte é seu brilho que nada mais enxergo.
As lágrimas escorrem tão perto da sede.
Minhas mãos sentem seus pêlos,
Deslizam sobre seus cabelos.
Seu perfume é a tortura total
Quando seus lábios tatuam com fogo a minha face.
Tudo o que guardo em mim
Se fez grande e me martiriza.
Esse suplício me faz não mais calar.
E mesmo que de nada adiante a fervorosa súplica,
Desconsidero tudo o que há em mim
Restando apenas uma necessidade:
A de que voltes a ser meu.
1999
Mística Andança
Caminho cada vez mais perdida.
Me imponho uma burrice necessária
E tendo que ignorar o que sei, me aflijo.
Mas não se arrebata o que ainda resta.
Vejo almas que se encontram e se entendem.
Vejo beijos, beijados com amor.
Vejo mãos que se encontram com doçura.
Vejo a minha, apoiada neste papel.
Penso então em tudo o que fiz,
Cada ato transparece em minha lembrança.
Teria eu, Mãe Natureza,
Ofendido uma das estrelas de seu céu?
Creio na revelação sobre-humana.
Meu amado que descobri num olhar
Já esteve presente, acendeu velas,
E num sopro cruel o vento as apagou.
Ando assim, contida.
Vejo meu espírito a vagar sobre a terra seca.
Penso que o tudo é pouco.
Creio agora que estou só.
1999
Somos um só (música)
Eu te amo
O meu problema é /te amar demais
É não ver/ na vida /outro sentido <REFRÃO>
Outra felicidade mais/ se não/ você
Te quero não como um esposo e só
Pois o mundo levará os nossos corpos
E assim não seremos mais um unidos /e mortos
E eu preciso tanto de você que é meu ar
Você pra mim é mais que tudo
Minha mão e a sua juntas
Penetram-se
Nos tornam único
O dia necessita do Sol
O peixe do oceano
E ele achou que já tinha
Tudo e um pouco mais
Um pouco... mais
Refrão
O mundo é uma bola que gira sem parar
Tudo um dia tem que se separar
Por isso, amor,
Segure firme em minhas mãos
Para que nem toda a força que move o Universo
Não seja capaz de separar você de mim, paixão
E o amor é tanto
Igual à ele não tem.
Eu já me sinto dentro de você
Somos homem e mulher
O mundo cinza
Contemplo o teu/ o teu lindo sorrir
Minha alegria
Ainda mais se é por mim
Eu te consumo tanto
Ilumina a meu caminho
Não posso viver sem ti
Digo/ Te amo!!!
2001
Odisséia
(para meu amor Mário)
Miro um anjo radiante
Fulgurando ao sussurrar da noite
O Universo então se cala
Ao acalanto macio de um olhar.
Alucinada, louca, insana
Ignoro todo ceptismo me curvando ao irreal.
Através desses olhos, cristais hipnóticos,
Transita o misticismo de um Olimpo soberano.
Ressentida, com os lábios entreabertos,
Começo a vomitar estrelas.
Entregue ao delírio desvairado
Me encontro no êxtase dessa nudez desumana.
Impávida frente ao prazer de lhe encarar,
Observo um pouco mais.
Estou cercada numa volúpia imensurável
De um temporal de inexplicáveis sensações.
Ofusca-me a visão.
É um brilho alucinógeno,
É um calor glamuroso.
Desapercebida me encontro em ti.
2001
Par ou Impar
Você
Eu
Rimas
Subtraidas
O uno
Separou-se
2000
Partida
É triste ter que partir com o desejo de ficar,
Quão falso é o meu contentamento.
Levo comigo as lembranças de uma paixão,
Somente elas me animarão a prosseguir.
Parto, vou sozinha.
Parte também em dois meu coração.
Uma metade sangra (não te tenho ao meu lado),
E a outra se alegra (estais dentro de mim).
Na esperança de ver-te novamente o amor não
se desfaz.
Adormece até que voltes como uma leve brisa
E traga ao real todo esse sonho,
E se torne possível todo o meu desejo.
É quando os olhares farão as mais belas
declarações,
Quando os lábios se encontrarão na beleza de amar.
As mãos se tocarão num gesto tímido
Até que a saudade seja grande demais.
E aí sim os corpos se encontrarão,
E na luta incessante de um pelo outro
Em harmonia plena,
Irão compor a mais bela coreografia já vista
Permanecendo ali longos instantes até que
se diga: “Adeus”
2000
Perdida em Você
Pérola rara,
Amor, amante, amigo.
Quando estou contigo,
O mundo se faz aos meus pés.
Rei, principe.
Reinado infinito.
Dominador de toda a essência palatina,
Do meu âmago.
Santo que conduz o pecador,
Um ser envolto de paz.
Me felicito contemplando teu angelical semblante
Que a todo instante acalanta meu ser.
Meu condutor, timoneiro
Que me guia para um estranho caminho.
Ora és amigo, ora és paixão.
Agora me encontro na encruzilhada final.
Desatinada, louca, insana...
Misturndo toda razão com a irracionalidade.
Na ânsia da decisão perfeita,
Vejo que para amar não é necessário a razão.
Amar é sentir,
E os sentidos num balouço sem fim,
(Eles, só eles) são capazes de conduzir
Senão à felicidade plena,
Á beleza doce de estar amando.
1999
Sinceramente
Sinceramente, foi melhor que você partiu,
Levando consigo todas as marcas do nosso amor.
Não quero mais pensar nas noites
que passamos nos amando.
Meu desejo, que era te desejar cada vez mais,
Hoje só deseja a distância.
Sinceramente, gostaria que sumisse de vez,
Que me deixasse sozinha, mas feliz.
Adeus. Nunca mais quero lembrar de seus
olhos doces.
Não me lembro mais do seu sorriso meigo,
Já me esqueci do seu jeito carinhoso de amar
Sinceramente, nossos laços se romperam
E o seu perfume, (Ah! Que perfume!) não me
agrada amis.
Aquele aroma que perfumava nossa casa,
Hoje só traz recordações que ferem minha alma.
Sinceramente...
Vá! Vá depressa!
Antes que essa tal sinceridade acabe
revelando a verdade
E não deixe mais me enganar.
Suma! Desapareça!
Antes que eu descubra que não é isso que sinto.
É pura ilusão.
Eu gostaria mesmo de não te ver nunca mais,
Mas a rosa que você me deu naquele dia,
No (triste) dia em que eu lhe disse adeus,
Com o tempo está perecendo e se acabando...
Salve a vida da rosa,
Da nossa rosa.
Volta, vai!
1997
Sôdade de um Caipira
E sôdade...
É uma coisinha ansim
Que queima dentro de mim
E dá um frio na espinha
De pensá na sua boquinha
Seus óios cor de mel e briantes
Aparece a cada instante
E aí eu vejo umas estrela
E me vem uma coisa esquisita
Meus pé não toca o chão
Não sinto minhas mão
Será que a tal droga me viciô,
Ou a gripe me derrubô?
Acho que nada pode me curá.
Ocê é meu castigo, é o meu remédo
E me fez apaixonar!
2000
Sou Brasil
Brasil.
De gritos e amores,
De escravos e senhores,
De amores mil.
Brasil.
Terra que clama,
Que enfrenta o drama,
Gente com futuro vazio.
Brasil.
De grito escravo,
Que é marca do passado,
Hoje se faz o Rio.
Brasil.
De tanto brasileiro,
Rio de Janeiro,
De março e abril.
Brasil.
Alegria de Maria,
Que da janela vazia
Observa o céu anil.
Brasil.
Gente que sorri ao sofrer
Pela alegria de ser
Brasil.
1999
Suspiro de uma Ave
(ao
meu amorzinho que está sempre viajando)
Voa pena branca, voa
Se o seu destino é esse
Se o vento é mais forte
Se você não tem parada
Voa...
E sua vida é voar
Se liberade é o seu lema
Se o infinito é sua pátria
Voa peninha...
Vai vagando
Demostrando sua graça
Sua palidez de destacando
Nesse mundo tão escuro.
Vai solta pelo mundo.
Já esteve em minha pele
E hoje flutua
Paira no ar.
Pro mais que voe,
Que vague pelos campos e mares
Teu céu é o meu céu.
A Lua diante de ti, é a mesma perante a mim.
Onde vais peninha,
Tão leve e linda?
Se nossa história a natureza abençoou
O vento a trará de volta.
Por isso voa pena branca, voa...
Tributo a Vinicius de Moraes
(ao meu grande mestre)
Vinicius, mestre das canções mais belas.
Mágico das maiores magias.
Sábio e profano de uma triste alegria.
Vinicius poderia estar lá,
Mesmo etsando aqui.
E ao chegar onde quis,
Já desejar estar de volta.
Palavras, agora não são mais palavras.
São histórias, poemas e lições.
Ensina-nos a tratar a tristeza com carinho,
E transformar as lágrimas de dor
Em um oceano transbordante de paz.
O poeta pode tudo,
Sem padrões e sem limites.
Vive não como um homem da civilização,
Mas, como um ser dominado por si mesmo
Guiado por seus desejos.
E assim foi vivendo
Plantando sementes de amor.
Não que ele seja diferente,
É que ninguém é igual a ele.
E quem o consirerar insano e não seguir o
que ele diz,
Não percebe que hé em Vinicius,
Mil razões para ser feliz!
1999
Viagem através de ti
Olhar em teus olhos é só que desejo
Tocar o teu rosto
Afagar tua pele
Segurar tuas mãos
Apalpar sua carne
Acarinhar teus cabelos
Ninar em teu colo
Suspirar em teu peito
Sentir teu perfume
Beijar tua boca
Confortar tua mente
Acalantar tua alma
Invadir o teu corpo
Voltar a viver.