Conceitos e Referências* | ||||||||||||
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**Considerações não conclusivas, sujeitas a modificações e ampliações | ||||||||||||
O que faço? Comecei minhas pesquisas como pintora. Minha ênfase de bacharelado é pintura, mas vejo nisso apenas um ponto de partida para desenvolvimento de uma solução plástica que tem no pictórico seu recurso principal, mas que também se utiliza de desenhos, grafismos, colagens, apropriações, assemblages, foto, computador, etc, para buscar o que considero uma linguagem artística pessoal e contemporânea. No diálogo, entre as técnicas expressivas existentes e os novos meios e soluções que a tecnologia, o urbanismo e a comunicação disponibilizam para a ampliação do repertório artístico, instaura-se minha pesquisa. Nesta investigação, tenho testado vários meios e materiais, observado as relações possíveis entre uma mídia e outra, percebido o que existe de recorrente no fazer destes exercícios plásticos e experiências estéticas e, por fim, registrado conclusões, reflexões e caminhos. Ainda que muito parciais, pude observar técnicas e conceitos recorrentes que começam a formalizar a personalidade artística de meus trabalhos Nos textos abaixo apresento algumas idéias que servem tanto para você quanto para mim mesma acompanhar a linha de raciocínio de meus trabalhos. No caso de encontrar equívocos da minha parte, ficarei muito feliz que me mande um e-mail com seus comentários a respeito. Suas considerações serão muito benvindas. Encaminhe para benedyct@gmail.com , desde já agradeço. |
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O Stencil e as Novas Linguagens Estéticas O graffiti, a pichação, os adesivos, enfim, a expressividade popular das ruas, a estética encontrada em sites da internet construídos e/ou dirigidos às gerações de artistas que misturam cultura pop, alternativa e comunicação virtual, me parecem referências significativas para a construção de uma linguagem plástica contemporânea |
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Destas técnicas utilizadas no espaço urbano ou virtual, observo existir uma simplicidade de leitura interessante e sedutora quando da presença da forma através da máscara stencil (ou estencil) ou do grafismo chapado, que facilmente é absorvida pelo insconsciente popular e cotidiano. Trazendo para o meu processo artístico, a assimilação instantânea dos elementos gráficos construídos pelo stencil e/ou por linhas únicas e marcantes, sugere uma leitura que estabelece relações com os demais elementos da composição do trabalho. Diálogos entre o Gráfico e o Pictórico Assim, numa mesma composição, poderão ser encontradas sobreposições entre elementos gráficos (reproduções e sobreposições de stencil), construções de planos, linhas de contorno ou figurativos chapados, colagens e assemblagens formando elementos pictóricos juntamente com as manchas, camadas e gestualidades. A construção deste diálogo entre procedimentos tão distintos revela-se uma das questões principais desta pesquisa artística. Parto de uma construção e lógica poética de interdependência plástica, onde por um lado coloco elementos gráficos de fácil reconhecimento, mas por outro, preocupo-me em manter uma construção caracterizada pelo pictórico, onde a sobreposição dos grafismos, acabam diluindo a obviedade da forma gráfica, da figura em si, buscando muito mais a criação da mancha pictórica que se relaciona com os demais elementos pictóricos da composição. Poeticamente vejo nas figuras e linhas gráficas algo similar aos caracteres tipográficos que funcionam independentemente, como letras, e sua disposição/organização/hierarquia sobre o suporte supostamente formariam palavras. Continuando neste raciocínio poético, para que estas palavras/imagens desconexas ganhem sentido e dinâmica sobre o suporte, carecem de uma pontuação dramática. Faço, então, uso dos recursos pictóricos, mais gestuais e expressivos na construção de uma unidade entre os elementos gráficos e destes com os demais elementos da composição, sinalizando os caminhos e variadas leituras a que se propõe a imagem/obra. A intenção é, assim, realizar um registro poético e expressivo de um entorno de significantes e significados. Tentar estabelecer uma comunicação plástica que possa estar identificada tanto ao cotidiano do espectador, quanto as questões internas, mais emocionais do que racionais. Significantes e significados (Texto em reflexão) Desde os primórdios dos tempos das cavernas o homem, a figura humana, fazem parte da linguagem artística, tanto para quem expressa quanto para quem aprecia. Expressar-se através da figura humana tanto quanto fascina, é familiar. Do mesmo modo, desde o mesmo período, esta figura humana vem se relacinando com seu entorno, seja com mamutes, faraós, parques, naturezas mortas e vivas, bares, máquinas, até chegarmos nos dias de hoje e vermos as ruas inundadas por figuras humanas se relacionando com a urbanidade, a violência e a distorção/modificação de valores. Muitas vezes numa distorção da própria forma humana. O Ser Humano e seu Entorno Cotidiano. Eis o que me fascina: observar as transformações tão profundas de meu tempo e a forma que esta figura humana está se relacionando com a composição inédita de significantes no entorno, vindas de um mundo novamente sacudido por uma revolução, desta vez tecnológica/digital e por uma economia/política globalizada de individualismos em contraste com possíveis soluções coletivistas de segmentos alternativos. Tudo muito truncado, cheio de lacunas a serem respondidas e pensadas. Assim, sinto-me elencando simbolos e ícones contemporâneoas e/ou existenciais afim de formar significantes e significados que possam conduzir à uma reflexão sobre a realidade que me cerca. Como uma jornalista pictórica pretendo um registro plástico de questões que me cercam. Reflexo de meu entorno, vejo meu trabalho assumir muitas vezes e propositalmente linguagens prolixas e poluídas, mas que no todo criam uma complexa unidade. A Figura Feminina (texto em reflexão) Existe uma presença muito recorrente da figura humana, principalmente feminina, em meus trabalhos. Chamo de boneca, pois fica à merce de minha vontade. É confinada e submetida aos limites do suporte e dos meios, mas articulada o suficiente em suas formas e deformidades mantendo-lhe a dinâmica. É social pela a analogia presente de sermos personagens limitados pelo meio e circustâncias, mas sempre conspirando articulações e que tragam alternativas a estes limites, mantendo o espírito em movimento. A possível distorção da figura em proporções irreais, são uma alusão à proporção das vontades. Neste sentido a figura humana assume múltiplos e derivados significados, atuando também como significante, na construção da composição. Apesar de muitas vezes demonstrar características femininas, na verdade não estão condicionadas a uma poética exclusiva de gênero, mas apenas uma projeção enquanto autora feminina. |
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Conceitos, Artistas e Coisas Referênciais: Profusão de linguagens, internet, computador, a tela do quadro-da janela-do computador, das linhas urbanas, urbanidade, solidão, individualismo, egoísmo, comunicação virtual x real, paisagem urbana, figura feminina, figura humana, composição de planos e linhas de leitura, ambientes frios, Carlos Vergara, Nuno Ramos, Renato Heuser, Basquiat, Gerson Reichert, Adawany Zimovski, suprematismo, surrealismo, futurismo, expressionismo, Bruno Novelli, Beatriz Milhazes, MTV, MTV, MTV, Blanca Brittes, Galeria Adesivo, Pop Arte, Design, Fanzines, Irmãos Rocha, Marlyn Mason, Nine Inch Nails, Fausto Fawcet, Otto, Gothan Project, emoboys, Muro da Mauá, Acervo MAC/RS, Alexandre Orion, stencilgraffiti.com, arte.coletivos.zip.net... e o que mais eu lembrar de importante vou colocando aqui. | ||||||||||||