HOMEM
Histórico
*Texto Compilado do Original do "Dicionário das Famílias Brasileiras"
Carlos Eduardo de Almeida Barata & Antônio Henrique da Cunha Bueno
Sobrenome, primitivamente alcunha, referente a capacidade física ou moral. De homem, subst. comum (Antenor Nascentes, II, 142).
Procede esta família de D. Pedro Rodrigues Pereira. Seu neto Pedro Peres Pereira, foi um dos doze da Inglaterra e o primeiro que usou o sobrenome Homem, a saber: Sendo rapaz, se houve numa ocasião com tanto valor contra os mouros, defendendo-se com uma alabarda nas mãos que D. Sancho II, fal. em 1248, rei de Portugal disse que Pedro «não era rapaz, era homem»; do que ele se prezou tanto, que tomou «homem» por sobrenome.
No brasão de armas da família figura a alabarda alusiva ao feito [Anuário Genealógico Latino, I, 54].
Ilha da Madeira: o genealogista Henrique Henriques de Noronha, em sua importante obra Nobiliário Genealógico das Famílias da Ilha da Madeira, composta em 1700, dedicou-se ao estudo desta família [Tomo II, 329, 345].

Ilha Terceira: sobre esta família, escreveu Eduardo de Campos de Castro de Azevedo Soares, em seu Nobiliário da Ilha Terceira:
“Descendem da nobre geração e linhagem dos Homens, da província da Beira. Passaram à Terceira, pouco depois da descoberta desta ilha, em quatro ramos, a saber: 1. Alvaro Martins Homem - foi fidalgo da Casa da infanta D. Beatriz, mãe do duque de Vizeu, D. Diogo, e 1.º capitão donatário da vila da Praia, na Ilha Terceira, por carta da dita infanta dada em Évora, aos 17.2.1474. Construiu na margem da ribeira d´Angra, para sua residencia, o Paço ou Castelo dos Moinhos, que João Vaz Côrte Real depois adquiriu por compra. Em Angra deu ainda impulso a outras construções, e de tal importância, que bem pode dizer-se ter sido ele quem lançou os alicerces desta povoação. Passando depois a residir na Paraia, em consequencia da jurisdição que lhe foi cometida pela dita infanta, tantos foram os melhoramentos que aí se fizeram por sua iniciativa, que não tardou muito que esta povoação fosse elevada também à categoria de vila. Faleceu em 1482, sendo sepultado, segundo se presume, na Igreja de Santa Cruz, hoje matriz da dita vila. Com geração do seu casamento em Portugal, com Inez Martins Cardoso, que levou consigo para a Terceira. 2. João Vaz Homem - é o segundo ramo desta família que passou no século XV à ilha Terceira. Com geração do seu casamento com Catarina ou Fancisca da Costa. Entre os descendentes do casal, registra-se o neto, Gaspar da Costa Homem, que vivia na Ilha Terceira em 1536. Teve mercê da Cara de Brasão de Armas - citada adiante; 3. João Alvares Homem  - é o terceiro ramo dos Homens, da Beira, que passou à ilha Terceira. Foi senhor de importantes propriedades no lugar de S. Roque, freguesia dos Altares, da ilha Terceira, e aí morador. Casou duas vezes, a primira com Ana Luis da Costa, e a Segunda com Isabel Valadão. Fez inventário com sua Segunda mulher, em 18.8.1521, no qual vincularam sua Terça que deixaram um ao outro. Heitor Alvares Homem - de quem descendem os Homens da Costa [Título XLIX]. Sobre a história desta família e sua passagem para a Ilha Terceira, escreveu no ano de 1717, o Padre Antonio Cordeiro, em sua História Insulana das Ilhas a Portugal Sugeytas, Livro VI - Da Real Ilha Terceira, Cabeça das Terceiras, Capítulo XVII -Dos Bruges, Arças, Paims, & Teves; & dos Homes, Cameras, Dornellas, Noronhas, Pamplonas, & Fonsecas”.
Brasil:
No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a família do cap. Domingos Homem Albernaz [c.1644 - a.1700]. Deixou descendência do seu cas., c.1670, com Ana de Melo Gaifar (?) (Rheingantz, II, 353). Rheingantz registra mais 16 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Sobrenome
de uma família de origem portuguesa estabelecida no Rio de Janeiro, à qual pertence João Alvares Homem [c.1633, freguesia de N.S. do Rosário, Vila do Ouro - 12.4.1685, Rio de Janeiro], filho de Simão Alvares e de Maria João. Deixou geração do seu casamento, realizado por volta de 1660, com Inácia de Barros [Rheingantz: Primeiras Famílias do Rio de Janeiro, I, 67].
Sobrenome
de uma família de origem portuguesa estabelecida no Brasil. Chegou em 2.10.1882, procedente de Lisboa, Manoel Homem, natural da Portugal, católico, 16 anos de idade, com destino à Capital do Estado de São Paulo[Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, Livro 001, pág. 040 - 2.10.1882].
Sobrenome
de uma família de origem portuguesa estabelecida no Brasil. Chegou em 1.4.1883, a bordo do vapor Tagus, Antonio Homem, natural de Portugal, procedente de Lisboa, católico, 16 anos de idade, com destino à Capital do Estado de São Paulo [Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, Livro 001, pág. 103 - 1.4.1883].
Sobrenome
de uma família de origem portuguesa estabelecida no Brasil. Chegou em 16.5.1883, a bordo do vapor Umberto Primeiro, Manuel Homem, natural de Portugal, procedente de Lisboa, católico, 25 anos de idade, com destino à Capital do Estado de São Paulo [Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, Livro 001, pág. 125 - 16.5.1883].
Linha Indígena: No Rio de Janeiro, há registro da família de Antônio Álvares Homem, porteiro, que deixou geração, em 1616, com Felipa, «índia da terra» (Rheingantz, I, 67). O próprio cap. Domingos, acima citado, deixou geração com Teodósia, «do gentio da terra, índia».
Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. (Wolff, Dic., I, 95).
Heráldica: um escudo em campo azul, com seis crescentes de ouro, postos 2, 2 e 2. Timbre: um leão de azul, armados de ouro, com um machado de armas de prata, encabado de ouro, nas mãos [Armando de Mattos: Brasonário, I, 206].
Século XVI: I -
Gaspar da Costa Homem, citado acima. Carta de Brasão de Armas, passada em Évora, a 7.1.1536, e registrada na Chancelaria de D. João III, Livro L, fls. 39v: um escudo em campo azul, com seis crescentes de ouro, postos 2, 2 e 2. Elmo de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e azul. Timbre: um leão de azul, armados de ouro, com um machado de armas de prata, encabado de ouro, nas mãos. Diferença: um trifólio de prata; II - Pedro Homem da Costa - Brasão de Armas datado de 02.12.1529: as armas dos Homens. Elmo: de prata, aberto, guarnecido de ouro. Paquife: de ouro e azul. Diferença: uma flor de lis de prata;...
Brasil Heráldico:
de passagem pelo Brasil, registra-se o bacharel Manuel Caetano Homem de Macedo, que foi Juiz de Fora da vila de Outeiro, e depois Provedor e Intendente da Real Fazenda nas minas de Goiás, tudo antes de 1773. Filho de Manuel Homem da Mata. Do seu cas. com Josefa Luiza Ferreira [filha de Gregório Ferreira e de Maria Francisca], nasceu o doutor João Manuel Homem de Macedo, capitão de auxiliares de um dos terços da cidade de Aveiro, a quem foi passado Carta de Brasão de Armas, datada de 08.07.1773. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 200v: um escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Homem (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Macedo (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Mata (v.s.); e no quarto quartel, as armas da família Câmara (v.s.) (Sanches  de Baena, Archivo Heráldico, I, 306).
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