As intenções de Ipalazzo - Por Kanoe
   Excel acorda numa manhã chuvosa, o céu escuro, todos ainda continuavam dormindo tranquilamente. Hyatt estava no outro quarto, deitada em sua cama, quando Excel bateu a sua porta com a animação de sempre. O pobre cãozinho, que dormia aos pés da cama de Hyatt, desperta assustado e se esconde embaixo da cama.

    "Excel-sempai, não estou me sentindo bem hoje... não poderei ir até o QG da Across..." disse Hyatt.

    "Mas... vai deixar o Looooooorde Ipalazzo-sama na mão??!!! Você sempre vai até o QG, mesmo quando está mal, mal, mal, morrendo!!" fala Excel.

    "Hoje, estou muito pior... não consigo me mover... vá ajudar o Lorde Ipalazzo-sama, por favor..." explica Hyatt.

    Excel saiu de casa apesar de toda a chuva que caía. Após andar alguns quarteirões, ela chega até o QG da Across. Ela estava ensopada, com frio, mas mesmo assim, ela continuava animada. Só a expectativa de ver seu amado Ipalazzo já a deixava feliz, a ponto de seguí-lo cegamente por uma estrada da Sibéria vestida apenas com um biquini.
    Ela olhou para todos os lados, checou a cadeira onde Ipalazzo sentava, olhou atrás da cortina, mas nada. Seu querido Lorde não estava em lugar nenhum do QG. Ela sentou-se no chão frio, começou a fazer barulho para que de alguma maneira, Ipalazzo aparecesse e puxasse a cordinha que abria o alçapão da ACROSS.
    Vencida, Excel deitou-se no chão triste e solitária. Ela imaginou que já que não havia ninguém no QG, ela poderia tirar as roupas e esperá-las secar para evitar um resfriado. Ela desfez sua trancinha e tirou as roupas, ficando apenas em suas roupas de baixo. Lembrou-se de que haviam uns quartos além do QG, e ela poderia tirar um cochilo enquanto suas roupas secavam, mas seu sono era tão grande que adormeceu alí mesmo.
    Quando Excel acordou de seu sono no QG, estava numa das camas do dormitório da ACROSS. Ela se levantou e notou a espessa capa negra que a cobria. Fitou-a por uns instantes e se perguntou como aquilo havia parado alí.

    "Hyatt-san??" gritou da cama.

    Ninguém respondeu. Ela se dispôs a procurar, mas a primeira coisa que encontrou foram suas roupas, secas, em cima da cama. Ela vestiu as roupas e correu pelo QG atrás de alguma pessoa. Vasculhou nos banheiros, salas, dormitório. Não havia uma alma viva em todo lugar.
    Ela voltou ao quarto, sem esperanças de encontrar ninguém. Para sua surpresa, desde o começo havia uma pessoa a mais em seu quarto. Encostado num canto escuro, dormindo numa poltrona, estava um homem. Excel se aproximou. Ela pensou "Um invasor!!! Invasor!!! O que o Lorde Ipalazzo vai fazer comigo se descobrir que eu deixei o QG expôsto???!!!!".
    Excel agarrou uma cadeira e tentou bater no homem, mas quando se aproximou, viu um rosto familiar. "Lorde Ipalazzo?" pensou. Ela nunca havia visto seu mestre sem aqueles oclinhos John Lennon, sem a capa e aquele "enfeite" na cabeça. Embora não fosse tão jovem quanto ela, era muito bonito. Ela imaginou se teria sido ele a cobrí-la e a carregá-la para o dormitório.
    Um calor subiu pelo corpo de Excel. Ele estava ali. Seu querido Lorde, adormecido, como um pai devotado a uma filha que rejeitava sempre que podia. Será que de algum modo, Ipalazzo gostava de Excel? Foi pensando nisso que ela parou diante dele. Tocou de leve no rosto de Ipalazzo para que este não acordasse e aproximou seu rosto do dele. Ela estava muito nervosa. Se ele acordasse, o que pensaria dela? Ela estava ofegante e ele respirava tranquilamente.
    Memórias duras invadiram a mente de Excel. Lembrou de todo desprezo que ele demonstrava por ela, de todas as vezes que ele a mandou numa missão mortal, sem se importar com ela, de todas as vezes que ele puxou aquela maldita cordinha para se livrar da pobre coitada. Era uma pobre diaba. Um cachorrinho fiel ao dono que o desprezava. Lembrou-se então de uma vez em que conversava com Hyatt e ela disse que quanto mais uma pessoa gosta da outra, mais faz sofrer, principalmente quando se é uma criança. Talvez por nunca ter amado ninguém é que Ipalazzo se comportava daquela maneira.
    Não importava. Excel fingiu que não tentara nada e correu triste. Próximo da porta, uma mão forte agarrou seu braço. Ela segurou a tristeza que sentia e virou-se para ver a cara de Ipalazzo.

    "Hail!! Lorde Ipalaaaaaazzo-sama!!! O senhor precisa de alguma coisa?? Eu, Excel, estou aqui para serví-lo de tudo que dese..."

    Excel não conseguiu completar a frase. Ipalazzo puxou a pequena para perto e a abraçou com força. Ela não entendia o porquê de Ipalazzo tratá-la com tanto carinho de repente. Era estranho.

    "Excel-san... você não ouve nada do que eu digo?"

    "Como assim, Lorde Ipalazzo-sama?"

    "Hoje não vamos ter nenhuma atividade da ACROSS. Eu disse isso ontem. Você estava tão compenetrada em fazer barulho e gritar que é minha serva para todo lugar que não ouviu."

    "Mas lorde Ipalazzo-sama!!!! Eu, Excel, estou aqui apenas para exaltar seu nome em todos os lugares e acabar com as coisas que corrompem esse mundo!!!"

    Ipalazzo fecha os olhos e balança a cabeça em reprovação. Excel sente o abraço de Ipalazzo ficar mais forte. O coração de Excel começou a bater mais rápido, ela não conseguia respirar de tanta ansiedade. Com medo de Ipalazzo, perguntou:

    "Por que o senhor me rejeita tanto, Lorde Ipalazzo-sama?"
    "Por que você é tão irritante? Por que você continua a corromper essa organização?"

    Ela toma ar e empurra Ipalazzo para trás. Ele a olha com ódio, ela retribui. Ele podia falar como ela era chata e irritante em todos os momentos que quisesse, mas ela não aceitaria ali. Por um instante, Excel pensou que Ipalazzo realmente gostasse dela, mas ele só fez reclamar dela. Ela deixou aquele lado fanático e finalmente decidiu falar o que pensava.

    "Eu aturo tudo, Lorde Ipalazzo-sama, menos quando eu acho que tenho meus sentimentos correspondidos e sou enganda dessa maneira! Você e a ACROSS podem ir para o buraco juntas!! Não me importo!!! Se você não fosse tão... tão... frio, eu até poderia aturá-lo!!!!"

    Ipalazzo sorriu, deixando Excel totalmente desconcertada. Por mais que tentasse, não conseguia entender aquele homem. Ele voltou a sentar-se na poltrona do canto do quarto, segurando o pulso de Excel com firmeza. Ela queria cuspir na cara dele, mas por algum motivo, não conseguiu.

    "Finalmente..." começou Ipalazzo "Você deixou esse lado fanático e mostrou seus verdadeiros sentimentos."

    "O... Qu...?"

    "Você era apenas uma louca fanática tentando conseguir minha atenção, não é Excel? Sempre se comportando como uma
pequena menina que não conseguia fazer nada direito pois não conseguia demonstrar seus verdadeiros sentimentos..."

    "Você fez isso para que eu me expressasse?" perguntou Excel.

    "Sim. E a partir de agora, não quero que esconda seus sentimentos de mim nunca mais..."

    Ipalazzo envolve a cintura de Excel com seus braços fortes. Ele aperta Excel contra seu corpo, acariciando sua cabeça. Ela pousa as mãos delicadamente sobre o rosto dele, e seus lábios se tocam timidamente. Excel sorri.

    "Era você que estava escondendo seus sentimentos de mim esse tempo todo..." 

FIM
Perdão se Ipalazzo está escrito errado... e se o fanfic não tem nada a ver com o anime...