Last Land

Terceiro Dia - Aparições

Capítulo 13 – Síndrome Fraternal


O sacerdote de Zefir chama para perto de si as três Guerreiras Mágicas e lhes diz:

- Lucy, Marine, Anne; este momento faz-me lembrar e também gostaria que vocês lembrassem pouco tempo antes de Esmeralda convoca-las para Zefir. Eram garotas normais e de repente viram-se em um mundo estranho, em uma missão perigosa... mas vocês, com a força do coração conseguiram adaptar-se e tornaram-se grandes Guerreiras Mágicas. Às quais nossa terra agradece infinitamente. Por isso gostaria que vocês entendessem a situação da garota escolhida para a Guerreira da terra. Ela pode ter uma difícil adaptação ou não. Não tenho idéia de quem ela será; o destino escolherá. Peço que vocês três a ajudem.

As três meneiam a cabeça positivamente, sorrindo, mas com seriedade no semblante.

Priscila agora aproxima-se:

- Mas há uma diferença. Esmeralda era núcleo de Zefir. Trouxe vocês sem dificuldades, mas nós só podemos, no máximo comunicarmos com ela e assim como vocês fizeram desta vez, ela tem que vir por vontade própria. Seu coração tem que desejar isso. Não queremos que Lucy assuma como núcleo agora para ter que traze-la.

Clef:

- O que peço a vocês e todos aqui na sala que ajudarem na comunicação, é que temos que sem mentir, convence-la a vir para Zefir, e isso não é uma tarefa fácil.

Marine:

- Eu acho que se me perguntassem naquela época, eu não aceitaria.

Priscila:

- É isso que queremos evitar que aconteça.

Pouco depois o silêncio toma conta do salão. Todos estão apreensivos com o que vai acontecer. Todos que possuem grandes poderes, ali reuniram-se num círculo, de mãos dadas, na intenção de unir suas forças com a de Clef, para que ele consiga traspassar as dimensões com sua comunicação.

Surpreendido com a visão da gigantesca e pontiaguda torre metálica em sua mente, Shurato fala:

- É Tóquio! - disse emocionado o guardião celestial. É natural que sua terra natal lhe deixou saudades.

As mentes daquele grande grupo logo invade o alto da torre, onde lá vêem muitas pessoas em visitação. Olhares curiosos dos turistas, observam as enormes vidraças que revelam a cidade em tamanho de uma maquete.

- As pessoas estão se movendo! - exclama Lucy.

- Clef... o tempo está correndo na terra?! - quer saber Anne.

Clef não sabe o que responder. Apenas suposições vêm à sua mente:

- Não entendo... nas vezes anteriores, era como se o tempo não passasse na Terra. Agora está diferente! Não sei o que dizer.

- Quer dizer que se passaram três dias na Terra?! O que vou dizer lá em casa?! - fala Marine, apavorada.

Clef:

- Por favor, temos que continuar.

As três mantém-se concentradas novamente e visualizam um grupo de meninas vestidas de colegial, com roupas em tom amarelo.

Dentre elas uma de olhos e cabelos castanhos, cabelos lisos, presos, divididos ao meio em mechas, a qual ouve um chamado.

- Sandhye!!

Ela volta-se para atender ao chamado. Vê uns colegas de escola junto à vidraça da torre.

Colega 1:

- Sandhye! Tira uma foto da gente!

Sandhye pega a máquina fotográfica segura por uma tira de couro a seu pescoço e diz:

- Mas é a minha última e eu não saí em nenhum ainda, aqui na Torre.

Colega 2:

- Vai... tira! Nós não trouxemos câmera! Por favor!

Sandhye:

- Espera. A foto é minha!

Colega 1:

- Se você tirar, eu te dou cópias de todas as minhas fotos do vocalista do X-Japan! E da Naomi Tamura!

Sandhye empolga-se:

- Mesmo?! Ai que legal! Mas é melhor tirar mais pra lá, que a cidade fica legal ao fundo.

Colega 2:

- Não! Queremos tirar aqui, porque dizem que neste lugar, anteontem, três garotas sumiram, depois de uma forte luz. Dizem que foram abduzidas por extraterrestres.

Sandhye finge acreditar:

- É... e depois foram encontradas mortas lá em outra cidade, não é?! É mentira! É por isso que dizem que a torre fechou dois dias!

Colega 2:

- Tá, mas tira a foto!

Uma voz suave penetra a mente de Sandhye:

- Menina, menina, escute-me!

Sandhye olha ao seu redor, mas não vê quem a chama.

A voz de Clef insiste:

- Sandhye, sei que você não vai compreender facilmente o que tenho pra lhe dizer. Apenas peço que me ouça.

A garota fica estupefata com a voz em sua mente.

As duas percebem e indagam:

- O que foi, Sandhye?

- Não sei. Eu ouvi alguém falar comigo!

- Deixa disso! Tira a foto. - diz uma das colegas.

Sandhye, ainda nervosa, coloca a máquina e olha pela lente as duas meninas, quando vê que o cenário ao fundo não é mais a cidade e sim a campestre Zefir.

No castelo o sacerdote levanta seu cetro, usando todo seu poder para comunicar-se.

- Não precisa temer. Essa terra que você vê chama-se Zefir. Ela precisa de sua ajuda.

- Mas... quem sou eu para ajudar? - retruca ela.

- Alguém muito especial. Eu tenho certeza. - diz Clef.

As duas colegas olham-se intrigadas com as reações estranhas da outra.

- Sandhye, nós também estamos aqui para ajudar. Gostaríamos de conhece-la. Eu me chamo Lucy.

- E eu Marine. Como Vai?

- E eu Anne. Olá!

A voz das Guerreiras invadira a mente da garota de cabelos castanhos.

- Vocês sãs as garotas desaparecidas, é?

- É... somos e não somos. Nós vamos retornar para a Terra. Só que antes temos uma missão para cumprir em Zefir; aliás muito importante, mas precisamos de sua ajuda. - diz Marine.

- Confie no que dizemos. Venha para Zefir. Precisamos salva-la! - diz Lucy.

- Você é importante para Zefir! - Diz Anne, por sua vez.

- Sou?! - indaga a garota - Como poderia ir para aí?

Clef:

- Basta querer, Sandhye. Só isso. Queira muito.

Ela hesita por um momento. Suas amigas já estão falando:

- Sandhye! Você está falando com quem?

Sandhye então, determinada diz:

- Tá. Então eu quero...

Uma luz forte começa a tomar conta da Torre de Tóquio.

Colega 1 :

- Que é isso?!

A outra, apavorada, grita:

- O disco voador vem nos pegar!

No castelo todos se concentram e Guru Clef ergue seu cetro, a fim de ajudar o máximo possível.

Na torre, Sandhye vê a imagem de Zefir fora da vidraça.

- Venha, quarta Guerreira Mágica! - grita Clef.

- Venha... venha para morrer, Guerreira Mágica! - rebate alguém.

- Morrer?! - exclama Sandhye.

- Sim. Não ouviu? Você será Guerreira? Para que servem Guerreiras, a não ser para derramar e ter seu sangue derramado.

- Quem disse isso? - indaga Clef.

Sandhye fica nervosa:

- Mas... não quero morrer!

Clef:

- Não, Sandhye! Venha...

- Não!! - grita a garota.

- Espere, Sandhye! - exclamam as três Guerreiras.

- Então você quer me encontrar? - uma arcada dentária pontiaguda e comprida aparece à frente da garota.

- Não!! Não quero!- diz ela.

A luz desaparece de repente na Torre e Sandhye cai no piso.

No castelo, todos olham uns para os outros.

Todos encontram no olhar alheio uma frustração pelo erro que acontecera.

Clef olha para cada um deles, mas em nenhum encontra o cinismo de quem tivesse atrapalhado a convocação.

- Desconfia de seus amigos, Guru Clef? Mas não foi nenhum deles. Não se preocupe.

Todos voltam-se para o emissor da voz, e vêem um corpo canino branco, porém parece meio transparente ou espectral.

- Tagnov!! - exclama Lucy.

- Algo impediu minha passagem para o mundo dos mortos, mas juro que voltarei para lá. Mas neste caminho obscuro, quero que você esteja do meu lado, Guerreira Mágica de Rayearth!

Lantis logo coloca-se à frente dela, preparando a espada.

- Não se aproxime dela!

Na Torre de Tóquio, Sandhye caída é ajudada pelas colegas.

- Sandhye, o que sentiu? - pergunta uma.

- O que aconteceu? - quer saber outra.

Sandhye não sabe o que responder. Duvida até que tenha sido real, mas o grupo de colegas, usando a mesma saia amarelada, continua mostrando que aquilo, na verdade, havia acontecido.

- Que luz foi essa? Foi por causa da luz?

Ela continua não respondendo ninguém, muito assustada, quando um homem aproxima-se e diz, agachando-se ao seu lado:

- Menina! Está bem? Vou levá-la ao médico.

A professora da garota fala:

- Senhor, obrigada, mas eu é que tenho essa obrigação.

- Não... pode deixar. Tenho um tio médico num hospital aqui perto. Você pode acompanhar, se quiser.

Ele sorri para Sandhye, que diz:

- Tudo bem professora.

No castelo, Tagnov volta a dizer frases ásperas:

- Desta vez retornei para te carregar, Lucy. Não importa quantos a defendam.

Lantis, aborrecido, avança e com um golpe de espada, faz Tagnov desaparecer no ar.

Shurato:

- Você acabou com ele num só golpe!

Lantis:

- Ingenuidade. Tenho certeza de que ele não está aqui. Usou um truque ilusório.

Priscila:

- Você confirma isso, Clef?

Clef:

- Não sei. Minha capacidade sensitiva está confusa. De fato não sinto a presença dele na sala.

Shiryu pensa:

- Então o lobo branco retornou! Mas que energia estranha ele domina? Eu também não sinto sua presença.

O sacerdote de Zefir usa todo o seu poder sensitivo e finalmente obtém uma resposta:

- Achei! Ele está no salão inferior!

Ao ouvir isso, todos começam a correr para lá, inclusive Lucy, quando Clef grita:

- Espere, Lucy! Não vá!

Priscila:

- Lucy, não faça bobagem!

Lucy vira-se e protesta:

- Mas Priscila, eles vão enfrentá-lo no meu lugar?! Eu não gosto disso! O problema é meu.

Desobediente à Guerreira de Rayearth, tenta sair, quando Hyoga põe-se à sua frente:

- Escute-os. Você não pode estar lá com a gente. Notei a raiva dele contra você. Se ele te ver vai te atacar e não se importará com quem o fira desde que consiga te destruir. Fique aí, por favor!

O Cavaleiro deixa a sala e Priscila também sai.

Lucy frustrada:

- Eu não entendo! De que adianta ser uma Guerreira Mágica, se não posso lutar com meus próprios problemas?

Clef:

- Não podemos perde-la, Lucy.

Lucy triste:

- Porque eu sou o núcleo, não é?

Clef não responde.

Lucy irada:

- Mas eu não quero ver gente ferida no meu lugar! Eu não aceito isso!

Teimosa, ela começa a correr, quando ouve:

- Não irá ver! Eu estou aqui!

O sacerdote e Lucy assustam-se:

- Tagnov!!

Clef:

- O que?! Mas senti uma presença maligna no salão inferior!

Tagnov:

- Eu ainda estava com energia baixa, enquanto meu corpo se materializava. Você deve ter sentido a presença de um dos espíritos que comigo voltaram da morte.

Clef:

- Um dos...? Se um está no salão inferior, onde está o outro?

 

Na Torre de Tóquio, Sandhye, a professora e o homem levando a garota pela mão caminham para o elevador, quando uma mão não muito amistosa é encostada no ombro do homem, que ouve uma voz:

- Um momento!

Ele volta-se e vê que é um policial, que lhe diz:

- Desculpe, senhor. Gostaria que viesse comigo para averiguação de rotina.

Homem:

- Tudo bem. - e acompanha o policial.

Contudo, aproveitando um momento de distração da autoridade, o homem desfecha-lhe um poderoso golpe na cabeça, derrubando-o.

Sandhye fica estupefata, assim como também a professora.

O homem agacha-se e toma a arma do policial:

- Depois que somos grandes, perdemos o anonimato. Sou conhecido como Norou Trigger.

Professora:

- O que?! O serial killer morto pela Polícia ontem?!

Norou aponta para Sandhye:

- Vim do túmulo para leva-la para lá!

Sandhye:

- Mas... o que eu fiz?!

Norou:

- Nada, menina! E é assim que tem que ser!

Neste momento a professora põe-se à frente da aluna:

- Vai!! Sai daqui, Sandhye!!

Porém para o bandido, bastou um empurrão, para livrar-se da professora, derrubando-a.

A garota corre assustada e o mal caráter a segue, quando, repentinamente, todas as colegas de escola da garota a abraçam, formando um escudo com seus frágeis corpos, gritando e chorando:

- Sandhye!

- Fique conosco e ele não vai ter coragem!

Sandhye:

- Gente! Ele é um serial killer!

Norou:

- Cacete! Essa turma corajosa! Se atirar nelas todas, não vão sobrar balas para a moleca.

O bandido então empurra as crianças violentamente, o que faz Sandhye querer sair e não deixar suas colegas como escudos.

O assassino vai correndo atrás de Sandhye, que está um tanto desorientada e acaba parando num canto da parede, sem saída.

Norou aproxima-se numa corrida veloz e aponta para a menina, de longe:

- Não precisa ter medo. Com certeza o mundo dos mortos será menos rigoroso com você do que foi comigo.

Para atrapalhar a ação de Norou, surgem dois policiais a uma certa distância.

Sandhye está encurralada entre duas paredes, com um medo indescritível.

Norou:

- Droga! - dispara, atingindo um dos policiais no peito, mas seu companheiro consegue atingir o bandido na mão que segura o revolver, e ele berra - AAAAAH! - e esconde-se atrás de uma pilastra, naa qual o policial faz alguns disparos para assustar Norou, que, protegido pela construção, olha para sua mão ferida, com a qual já passou o revolver para o outro braço, e pensa:

- Cacete! Eu sou destro! Não sou bom em atirar com a canhota.

Policial:

- Saia! E mãos na cabeça! Está preso!

Preparando a arma, para atacar novamente, com a mão boa, ele afirma:

- Não quero saber! Acabarei com a vida da menina. Não importa o que aconteça.

Norou, enfurecido, sai de detrás da pilastra e corre em direção da mocinha.

Um de seus tiros é disparado e atinge a parede ao lado do ventre da moça, que fecha os olhos, e de costas para a parede, estica seus pés até a ponta dos dedos, com pavor.

O policial vendo a ação do bandido, não vê outra alternativa e dispara sua arma, da qual a bala atinge-o nas costas, deixando-o com expressão de sofrimento, mas este não cessa sua corrida, mesmo ferido.

Norou:

- Morra! - e dispara mais uma vez contra Sandhye; e novamente atinge a parede junto a seu pescoço.

O policial então dispara sem cessar, contra o bandido, atingindo-o sempre, mas o assassino continua andando com várias feridas jorrando sangue do seu corpo. Ele não pára sua ação e dispara mais um tiro contra a apavorada garota, o qual passa pertíssimo de sua cabeça, chega a passar pelo cabelo da menina, que grita de medo.

O policial vê Norou aproximar-se de Sandhye:

- Como agüentou?!

A menina está paralisada de medo.

O bandido chega então junto dela, andando a passos difíceis e forçados, Norou, com suas roupas com grandes manchas de sangue de seu próprio corpo perfurado pelas balas da Justiça, e um sorriso meio cansado, mas bem sádico diz a Sandhye, encostando a arma bem na sua testa, com a respiração lhe falhando:

- Da...qui, não tenho... como errar.

Ele aperta o gatilho lentamente e a garota aperta os olhos desesperada, e então...

- CLICK. - nada sai do revólver.

Norou reclama:

- A...cabaram as ba...las. - deixa então o revólver cair no chão, e coloca a mão esquerda no pescoço da menina, arranhando-o com as unhas e fala, olhando com seus olhos malignos cansados, para os olhos assustados e frágeis de Sandhye:

- Escapou de mim por sorte, garota! Mas seja esperta e esqueça Zefir, ou lá, caras bem piores do que eu, vão acabar com sua vida. - o sangue está a escorrer de sua boca, os olhos vão perdendo o brilho, seu corpo a energia e ele vai deixando-se levar pela força da gravidade.

Sandhye, ainda apavorada, só faz acompanhar a queda do assassino com o olhar.

Enfim Norou, deitado no chão, morre.

O policial chega junto da mocinha e diz:

- Ele a feriu? Venha comigo.

O policial põe a garota no colo. Ela está com suas mãos tapando a boca pelo pânico que ainda sente, e seus olhos estão cheios de lágrimas.

 

No salão de Clef, Lucy grita com o monstro:

- Então mandou um espírito de um assassino ressuscitar na Torre de Tóquio para matar a quarta Guerreira Mágica?!

Tagnov:

- Se não for isso, ela ficará com medo suficiente para não aparecer na Torre de Tóquio nunca mais. E já que uma vez feito o contato, outra pessoa não pode ser guerreira pelo menos por um bom tempo. E não completarão o quarteto dos quatro elementos.

Lucy:

- É verdade isto, Clef?

Clef responde desanimado:

- Sim, Lucy. Agora temos que contar com a coragem desta menina. O problema é que a má impressão que ela deve ter tido de Zefir pode a afugentar para sempre.

Lucy fala a Tagnov:

- Por que fez isso? Você está prejudicando a Zefir ao fazer isso, e não a mim. Zefir é sua terra.

Tagnov:

- Sei disso. Fiz isso porque objetivos maiores tem que ser realizados.

Clef:

- Objetivos maiores?! De quem são esses objetivos?

Tagnov:

- Talvez algum de vocês descubra. Com exceção de Lucy que vai estar morta.

A Guerreira ameaçada o fita com bravura.

Atravessando o castelo, o grande grupo finalmente chega à sala indicada por Clef.

Lantis é o primeiro a entrar no salão avermelhado sob a luz do lusco-fusco vindo da janela.

Logo em seguida vão entrando os outros.

Todos olham ao redor, procurando o inimigo.

- Tagnov! - berra Hyoga, já bem irritado com o que ele já lhe tinha enganado.

- Mas não tem ninguém aqui. - diz Shurato.

- Vai ver que ficou com medo de todos nós! - diz Seiya.

- Olhem, deve estar por aqui. Clef não se enganaria. - diz Priscila.

Não sabem o que procurar ou aonde olhar. Não há nada à frente deles.

- Olhem! Ali! - grita Askot, avistando algo semelhante a um olho na parede acima da porta. - O que é aquilo?

- Sei lá! - diz Shurato, estranhando.

- Não sei, mas isso não é Tagnov. Ele não está aqui! - diz Cisne, que tenta voltar pela porta, quando sente seu corpo encostar em algo que o empurra para trás.

Ele estranha aquilo e vê que a porta está coberta por uma película transparente elástica, e empurra a palma da mão que é forçada para trás.

Rafaga chega à janela e toca a ponta da espada na película que cobre a janela.

- Estamos presos aqui. - comenta.

Marine, então, empunha sua espada e diz confiante:

- Ah, é?! Mas não por muito tempo.

A Guerreira Mágica de Ceres, usando sua habilidade aprendida em suas tantas aulas de esgrima, aponta sua espada numa perfeita horizontal e corre na direção da porta.

Para sua surpresa, sua espada apenas estica a película até o ponto de cobrir seu cotovelo, e pela propriedade elástica sente seu braço e espada serem arremessados de volta, fazendo-a cair para trás.

Porém, apesar de não ser forte, mesmo desajeitado, Askot consegue ampará-la antes que caia.

No salão de Clef, o sacerdote fala quase suplicando para Tagnov:

- Tagnov, por favor, o que você quis dizer com objetivos maiores? Objetivos de quem?

Tagnov:

- Não estou aqui para responder-lhe perguntas. Agora só o que me importa é minha vingança contra você, Guerreira Mágica!

Lucy encoraja-se:

- Se você quer, assim será, Tagnov. Nós lutaremos de novo, mas como da outra vez, vou te derrotar.

A cara canina parece lhe olhar cinicamente e dizer:

- Mesmo?! Com o que?!

O lobo abaixa um pouco sua cabeça para simplesmente mostrar que a pedra não está mais sobre sua testa.

Lucy impressiona-se:

- Não tem... mais a pedra!

Tagnov:

- Estou me sentindo meio morto, meio vivo agora. Mas o que fará para me vencer agora, que não tenho ponto fraco, Guerreira Mágica?

O lobo imenso avança contra sua inimiga, que tenta impedir a sua aproximação, com golpes de sua espada que, infelizmente, resvalam no monstro que consegue agarrar um dos antebraços da moça com seus grandes caninos, e começa a movimentar a arcada, roendo o braço dela.

A Guerreira grita em dores e tenta golpear o animal em todo o corpo, mas este parece de fato invulnerável. E ele aperta cada vez mais forte o braço dela.

Como uma última tentativa de libertar-se do lobo que pelo menos não está elétrico ela ataca os olhos do animal. Sua arma dá resultado. Fere o lobo, que começa a sangrar, mas não atordoá-lo, nem parece ter sentido e continua a morde-la.

Guru Clef resolve tomar alguma atitude e ergue seu cetro, berrando:

- Relâmpagos...! - porém ele se interrompe ao pensar - Não posso usar isso. É meu ataque mais eficiente, mas eu poderia carrega-lo de energia e tudo seria pior. Mas eu...

O Guru concentra-se em comunicação com os outros do castelo:

- Escutem! Me perdoem... Tagnov está aqui em cima e ataca Lucy. Venham, por favor!

Priscila responde:

- Clef, agora estamos presos aqui! Algo estranho nos pegou!

O sacerdote fica nervoso. Sente-se também culpado pela situação que se formou. Porém, mesmo sabendo de seu físico fraco, ele corre em direção aos dois e com seu cetro atira um poder sobre a Guerreira Mágica, criando uma espécie de escudo mágico ao seu redor, o qual repele Tagnov de junto dela.

- Não a toque! - exclama Clef.

Mal o Guru termina de falar, e um rosnado feroz e alto é emitido por Tagnov, o qual, de repente vira-se e joga-se extremamente rápido contra o pequeno sacerdote, antes que ele pensasse em sua proteção.

A primeira providência do animal é com a enorme pata bater da mão de Clef, fazendo com que seu cetro vá parar do outro lado da sala, deixando-o mais indefeso.

Os olhos de Clef tremem nas órbitas ao encarar os olhos sádicos do lobo branco, com as patas sob seu corpo.

- Acabar com você também é de grande valia. Não sabia disso?! - diz Tagnov, que com sua bocarra, agarra Clef pelo pescoço e começa a sacudi-lo.

No salão inferior, todos de olhar fixo no olho que surgira na parede. Aquele órgão estranho de vez em quando dá uma piscada com suas duas pálpebras gelatinosas laterais.

- O que é isso? Que tipo de poder é este que esta criatura espalhou na sala? - pensa Shiryu.

- Acho que podemos atacar. - sugere Seiya.

Lantis nervoso:

- Não há tempo pra pensar!

Lantis afobado pelo perigo que Lucy vem passando, avança no olho com sua espada, porem ele vira-se ao contrário, exibindo nervos transparentes que recebem o golpe de Lantis, sem danos.

Após isso o globo ocular desvira.

- Aaah, mas que bicho esquisito é esse? - reclama Shurato.

Leiga perscruta cada metro daquele salão. Sob o sol poente enfraquecido, ainda vê-se um brilho bem acentuado sobre toda a parede e chão.

- Não só a janela e a porta estão cobertas por essa película. O teto, paredes e chão também.

Anne assustada:

- Você sugere que fomos engolidos? Estamos dentro da criatura?

Leiga afirma com a cabeça.

Todos espantam-se.

Enquanto isso, o impiedoso Tagnov termina de sacudir o corpo de Clef, arremessando-o violentamente contra o piso, deixando-o inconsciente e muito ferido.

O lobo olha em direção ao escudo mágico que protegia Lucy e vê que ele não estava mais lá, porém a Guerreira também não estava mais lá. Já havia saído.

Isso o deixa assustado.

Quando vira o focinho para outro lado, depara-se com uma lâmina que choca-se violentamente contra sua cabeça, mas não lhe causa dano.

É Lucy, que com os olhos lacrimejando, tenta lhe atingir com toda força que tem, mas é inútil.

Ela desiste da espada, aponta para o monstro e atira seu:

- RAIO DE FOGO!!

A magia atinge o monstro que não emite som algum.

Ela, exausta, respira ofegante, olhando a cena do animal totalmente intacto reaparecer após as chamas sumirem.

Tagnov:

- Guerreira Mágica! Dá orgulho ver como você se esforça. Pelo menos sei que meu neto não foi morto por uma qualquer. É com orgulho que vou leva-la à morte!

O céu em volta do castelo voltou a ser púmbleo pelas nuvens escuras que se aproximam. Trovões são ouvidos a quilômetros e a tímida luz do entardecer é substituída pelos relâmpagos dos raios que as percorrem, que iluminam por segundos o rosto delicado, porém decidido da Guerreira, bem como o focinho albino do lobo.

A criatura levanta a cabeça e espalha pelo ar um sonoro uivo em direção à janela aberta do salão e como se fosse respondendo àquele chamado, um raio liga o céu com Tagnov em seu imenso brilho por um segundo. E logo o monstro cão torna-se elétrico novamente.

Está mais difícil agora manter a vista naquele lobo luminoso, mas Lucy continua o fazendo sem temer. Suas poderosas mãos envolvem o cabo da espada com maior firmeza.

No salão abaixo, Shiryu resolve tomar uma atitude e invocando seu cosmo ele diz:

- Se estamos no interior desta criatura, creio que se dispararmos nossos poderes contra ele conseguiremos rompê-la.

Leiga:

- É a coisa mais lógica a fazer.

- Então vamos atirar em direção à porta! - diz Seiya.

A energia daqueles três aflora-se e eles começam a brilhar intensamente. Ao mesmo tempo disparam suas mágicas:

- Cólera do Dragão!!

- Meteoro de Pégaso!!

- Tempestade de Pena, Karla!!

Aquelas três magias quase misturadas avançam contra a película que cobre a porta, e atingindo-a causam uma mancha brilhante colorida no local.

- Acho que funcionou - diz Seiya.

Porém o brilho colorido volta a transformar-se em seus poderes, saindo do outro lado da película e atingindo a parede do corredor, causando um terrível estrago nela, produzindo um som estrondoso e um forte tremor, voando pedaços de rochas para todos os lados.

Os três ficam chocados com o estrago que haviam feito; olham, quase sem acreditar.

- Assim vocês vão destruir o castelo, antes da criatura! - reclama Caldina.

Os três ficam sem jeito.

Anne:

- Eles pensaram que os poderes se reteriam na pele da criatura, mas ela permitiu-os atravessar.

Todos, mais uma vez, ficam sem saber o que fazer, quando de repente Askot grita:

- Vejam!!

O olho da criatura começa a mudar de lugar. Sai de sobre a porta e percorre o teto, até chegar à frente da janela.

Os heróis sentem perder o equilíbrio sob seus pés, pois a película do chão também começa a mover-se.

- Ai! Parece uma esteira rolante! - reclama Marine.

Repentinamente eles vêem aquele grande olho sair, aos poucos, pela janela, levando consigo sua pele transparente.

- Ele tá saindo pela janela! E vai nos carregar! - alerta Shurato.

Eles vêem que o olho está cada vez levando mais do seu corpo pra fora do castelo e a película que cobria folgadamente todo o salão, começa a reduzir seu tamanho, permitindo aos heróis terem a impressão de estarem num saco plástico.

Para impedir de serem carregados, Rafaga, pega sua espada e com toda força e por várias tentativas seguidas, tenta cravá-la no chão, mas a película impede-o, fazendo sua lâmina escorregar sempre.

Nesse ínterim, o rosto ferido e desacordado do Clef é iluminado pela branca luz emitida pela descarga elétrica de Tagnov na Guerreira Mágica, que cai ao chão, mais uma vez.

Lucy porém volta a levantar-se e indaga:

- Quem você mandou atacar meus amigos?!

Tagnov:

- Por que quer saber? Por que se preocupa com eles ou por que ninguém vem te ajudar?

O lobo elétrico avança novamente em direção a Lucy, quando, de repente ele pára surpreso, dizendo:

- Quem são vocês?! Não se metam!

Porém um dos valentes intrometidos que estão no caminho do lobo fala:

- Pu Pu Pu!!

- Mokona! Primera! - exclama Lucy ao ver os dois pequenos seres à sua frente, os únicos que não tinham caído na armadilha.

- Seus coisas insignificantes!! Vocês não podem ficar no meu caminho! Vão morrer se ficarem!

Primera:

- Não posso permitir que a mate! Lantis ficaria muito triste por isso. E infelizmente é ela que ele ama.

- Primera...! - murmura Lucy.

Tagnov:

- Se querem assim, então morram com ela!

- Espere!! - berra Lucy, que pega os dois baixinhos com os braços - Voltem a se esconder! Não quero que aconteça algo com vocês!

- Mas... - tenta falar Primera.

- Por favor, não me façam sentir mais remorsos! - exclama a ruiva.

Tagnov comenta:

- Interessante...!

Os dois pequeninos resolvem obedecer, porém o monstro cão adora a oportunidade e avança contra eles, mas a Guerreira estende o braço e usa:

- RAIO DE FOGO!!

Disparando uma magia que cai à frente dele, que não causa danos, mas atrapalha sua visão, o suficiente para os outros fugirem.

- Não seja covarde! - diz a Guerreira de Rayearth.

Rosnando, ele avança contra ela outra vez.

Enquanto isso, no salão abaixo, os guerreiros sentem-se espremidos juntos, pois o espaço dentro da sala na película está muito curto. A criatura já está descendo com seu corpo mole pela janela do castelo.

- Não tem jeito! Ele vai nos levar para fora! - diz Rafaga.

Aos poucos, cada um deles começa a ser levado janela afora, junto com a criatura, a qual começa a descer a encosta do castelo como se fosse uma lesma na parede, levando dentro de si os guerreiros, permitindo verem tudo por sua pele transparente, parecendo um elevador externo.

 

Numa parte da floresta, especificamente na aldeia de Xarigan, o seu povo parece ter retornado ao local. As famílias retornam aos seus lares.

Já Xarigan acompanhado de Ikki, observa Afrodite e Máscara da Morte já inconscientes presos à planta de Kurama.

- Estes dois não valem nada para você? Bem, acho que eles têm potencial. Pelo visto o rastro com objetos que deixamos, resultou na vinda deles e como você imaginou, conseguimos confronta-los com os simpatizantes do castelo.

Ikki:

- Já colocamos ódio nestes dois o suficiente. A oferta de atacar o castelo vai lhes parecer tentadora.

Xarigan sorri:

- Muito bem. Estejam livres, guerreiros.

O chefe da aldeia usa sua espada para cortar e dilacerar a planta deixada por Kurama, assim logo permitindo que o corpo inerte de Máscara da Morte e Afrodite caiam no chão libertos, ainda com alguns ramos presos por toda parte.

Um dos aldeões, segurando o pulso do Cavaleiro de Peixes fala:

- Chefe Xarigan, parece que exageraram neste aqui. Ele está morto.

Xarigan:

- Morto?! Que azar! E este? - diz, apontando o Cavaleiro de Câncer.

O aldeão agacha-se ao lado dele e quando vai tomar-lhe o pulso, Máscara da Morte é que o agarra pelo pulso, dizendo com voz enfraquecida, porém cheia de ódio:

- Quem é você, imbecil?

O homem consegue soltar-se, mas afasta-se assustado.

O Cavaleiro de Ouro, com visão turva, olha para os outros próximos a ele, até que identifica Ikki:

- Cavaleiro de Fênix! - exclama assustado.

Ikki:

- Não se apavore; pelo menos por enquanto não pretendo esmaga-lo como lixo que você é.

Xarigan aproxima-se:

- A mim você não conhece, mas eu apenas quero lhe fazer uma proposta; lhe dar um objetivo.

Máscara da Morte parece ainda mais surpreso ao ver o chefe da aldeia do que ao seu antigo inimigo. Seus olhos demonstram um espanto sem igual.

- Está enganado; eu conheço você... é Xarigan, não é?

Xarigan não compreende porque ele o conhece. Olha-o com surpresa.

 

Sobre a ilha flutuante, onde situa-se o castelo de cristal, a criatura gelatinosa transparente está parada ali no chão, ao pé do castelo, com seu corpo servindo de cárcere a todas aquelas pessoas.

Shurato irritado, empurra a pele plástica:

- Droga!! Mas pra que esse bicho? só pra prender a gente?!

Irritada Marine fala:

- Tá na cara! Esse bicho só veio pra manter a gente afastada da Lucy! Enquanto Tagnov a ataca.

Anne:

- Pessoal! Vamos pensar juntos algo para sair daqui!

Enquanto falam, Lantis observa a alta janela onde fica o salão de Clef. Vê a claridade dos ataques elétricos de Tagnov se sucederem de poucos em poucos segundos.

Seu rosto expressa indignação.

E nesse salão Tagnov apresenta-se enfim tranqüilo.

Aproxima-se de Lucy estirada no chão, tendo até largado a espada e o seu corpo tem diversas queimaduras.

O lobo coloca a pata sobre o rosto com expressão dolorida da moça e, com lentidão vai passando suas afiadas unhas, deixando arranhões paralelos. Ele não está mais elétrico.

Tagnov:

- Lutou até a última força, Guerreira Mágica de Rayearth! Mas não dá pra me vencer, eu lhe avisei.

Lucy porém tenta levantar-se outra vez:

- Não!! Não vou... parar!

Tagnov:

- Não desperdiçe seu último fôlego me atacando tolamente. Não gostaria de ver o que houve com seus amigos? A criatura que veio comigo foi encarregada de mante-los longe para que pudéssemos ter esse momento a sós! Por meu neto!

Lucy nem mais sentindo seu corpo:

- Onde estão?

Tagnov:

- Veja por si mesma... lá! - ele vira a cabeça em direção à janela.

Lucy não está em condições de colocar seus pensamentos em ordem, mas aquilo lhe parece obviamente uma armadilha e então responde:

- Não.

Uma crise de fúria dá-se no lobo novamente e ele abocanha a frágil menina pela cintura e corre para a janela.

- Maldita!! Este é seu último momento e o meu também!! Não tenho que viver! Tudo que importa é que você morra! Por meu neto! Pelo descendência dele que nunca haverá! Por sua culpa!!

Quando o lobo chega até a janela, Lucy usa seus dedos para agarrar-se ao parapeito e tenta manter suas pernas para dentro do salão.

Tagnov larga sua cintura e morde seu pescoço novamente. Ele usa a força de seu peso para tentar força-la a cair.

- Caia! Caia! - berra o lobo.

Lá embaixo, através da película todos assistem o momento tenso lá em cima.

- Se ela cair não vai resistir! - berra Marine.

- Lucy!! - exclama Anne.

As duas e Lantis são, dentre o grupo, os que mais estão nervosos. Seus corpos chegam a tremer por nada poderem fazer. Hyoga manifesta-se:

- Talvez eu possa ajudar! Eu acho impossível que não haja pelo menos uma abertura temporária nesta pele no momento que os poderes a cruzam. Por isso acho que se usar meu ataque congelante possa manter essa abertura o tempo suficiente para alguém passar para fora.

Marine afobada:

- Então não vamos perder tempo! Eu e Anne vamos!

Leiga:

- Eu vou junto! Eu posso voar e ajuda-la!

Então Seiya, Shiryu e Hyoga invocam seu cosmo e atiram:

- METEORO DE PÉGASO!

- CÓLERA DO DRAGÃO!

Um pouquinho depois vai Cisne:

- PÓ DE DIAMANTE!

As magias de Pégaso e Dragão fazem a película transparente brilhar colorido, logo após, a magia sai do outro lado.

Neste momento bate a magia de Hyoga, e de fato, um buraco é formado ali, e todos vêem o momento oportuno.

Marine e Anne avançam, mas Lantis repentinamente também corre e chega a empurrar Anne para tomar a chance dela de sair, acabando ele e Marine sendo os únicos a sair.

Pois Leiga, que vinha atrás, acabou sendo preso pela cintura pela película que se formara novamente.

Marine, correndo desesperadamente, surpreende-se quando vê Lantis ao seu lado, mas nada diz. Olha para cima do castelo vendo à janela Lucy sendo forçada por Tagnov.

Logo, os dois adentram os portões e chegam aos corredores.

Mas num ponto, para surpresa de Marine, ela vê o amigo entrar no corredor diferente e exclama:

- Lantis! Está errado!

Ela tenta avisar, mas ele parece não ouvir.

A Guerreira de Ceres sabe que não pode perder tempo. Usa todo seu fôlego e força em prol de salvar Lucy, continuando o caminho.

No salão Tagnov está afastado da Guerreira, que está extremamente ferida à beira da janela, mas a criatura só se afasta para tomar impulso numa corrida, como de um felino selvagem.

Tagnov avança sobre Lucy, que desta vez, seus dedos não mais podem agarrar no parapeito.

Marine chega no exato momento em que Lucy e o inimigo caem pela janela. Ela praticamente só vê as mãos e as pernas da amiga descendo pela janela.

Marine não suporta o que acaba de assistir e colocando a mão na cabeça, dá um grito de horror seguido do nome da amiga:

- LUUUUUUUCYYYY!

Com toda a energia que lhe restou, corre para

Descer do castelo sem perder mais nenhum segundo.

Seus olhos estão enchendo-se de lágrimas. Ela confia em sua amiga, que, mesmo após uma queda como esta, faria tudo para viver, e Marine lhe ajudaria, assim pensa ela.

Com alto som de sua respiração ofegante, ela sai escancarando os portões do castelo, direcionando seu olhar para o ponto onde cairia sua amiga.

Para surpresa da Guerreira de Ceres, ela vê o lobo branco estirado no chão, mas nada de Lucy.

De súbito, Tagnov começa a se mover e logo está sobre as patas, mas com o corpo tremendo e sangue escorrendo pela boca.

- Maldição! Eu não esperava!

O monstro cai ao chão, desta vez inanimado.

Sua bocarra ensangüentada abre-se e revela dentro dela o cabo da espada de Lantis, da qual a lâmina está cravada garganta abaixo do lobo albino.

Marine corre os olhos em volta, até que olha para cima e vê que na janela logo abaixo da que Lucy havia caído está Lantis, que segura a Guerreira de Rayearth nos braços, tendo-a salvo da provável morte.

Lantis abraça contra o seu peito a moça. Olha-a com um misto de carinho e pena.

- Lucy, isto não pode mais acontecer com você. Me desculpe esta falha.

Ela não responde, pois acabara de ficar inconsciente por saber que está em braços de alguém de confiança.

Já próxima à ilha voadora, onde está o castelo, o grupo de Urameshi vai chegando.

Kuwabara, enquanto anda, já havia tirado sua camisa e a vira e desvira toda hora, olhando para ela e reclama:

- Droga! Que azar! Do outro lado também!

Yusuke:

- Ô Kuwabara! O que tá olhando tanto nessa camisa?

Kuwabara:

- É que ela furou na minha luta e tô vendo se do avesso também tem buraco!

Urameshi nem responde o que acabara de ouvir.

Hiei conversa com Kurama, mas com irritação, diz:

- Eu vim pensando que precisava de ajuda. Não vim passar tempo neste lugar idiota! Não vou auxiliar ninguém!

Kurama:

- Fique calmo, Hiei. Talvez você mude de idéia, quando conhecer o pessoal.

O grupo se encontra agora abaixo da ilha flutuante e seus corpos são içados para a entrada do castelo.

Enquanto sobem, aparece-lhe em suas vistas todas aquelas pessoas dentro da criatura transparente, sobre a ilha.

Os olhos de Hiei localizaram Hyoga, a raiva lhe chega à mente:

- Ele!!

Yusuke vê todos ali e fazendo sinal de paz e amor diz:

- Aí galera! Tamos aí tra vez! Tô vendo que a galera ainda cresceu mais um pouco.

Marine, a única fora de criatura lhe diz:

- Que calma é essa? Não tá vendo que eles estão dentro desta gelatina gigante?!

Yusuke:

- E de todos logo você tá aqui fora! Sua escandalosa!

Marine:

- Cala a boca! Me ajuda a fazer alguma coisa!

Yusuke subitamente aproxima-se dela e diz, olhos nos olhos:

- Falando sério. É ótimo a primeira pessoa que encontro ser a antipática mais linda que conheço.

Marine fica com as bochechas rosadas e cala-se.

Urameshi vira-se para Kuwabara:

- Vai lá Kuwabara! Sei que você pode dar um jeito nisso!

Kazuma, ainda abobalhado, vendo o castelo enorme, diz:

- Mas é claro! - e invoca sua espada espiritual.

Dentro da criatura Seiya faz mímica para que Kuwabara entenda o que quer fazer.

Kuwabara:

- Ahn?! Não entendi!

Kurama:

- É que Seiya e Hyoga vão atirar seus poderes e depois você usa sua magia para cortar a criatura.

Kuwabara:

- Tá legal! - diz ele dando sinal com a mão. Seiya usa seu poder, logo em seguida Cisne, e um buraco temporário surge na película. Nesse buraco chega então Kazuma e usa sua espada e cria um corte que espalha-se por toda a criatura, como rachaduras na pele transparente e logo todo o monstro desintegra-se.

Shurato:

- Finalmente! Livre!

Leiga:

- Eu que o diga, queridinho. - diz Leiga, tendo se livrado da estranha situação de estar preso pela cintura.

Mal há aquele momento de alívio e Hiei coloca-se na frente de Hyoga, ameaçando pegar sua arma:

- Temos contas a ajustar.

Hyoga irritado:

- Por que você mentiu dizendo que havia matado Shiryu?! Só pra arrumar uma briga?

Hiei:

- Como é?!

Shiryu aproxima-se:

- Falaram algo sobre mim?

Hiei surpreende-se ao ver quem é Shiryu e guarda sua arma, afastando-se dos Cavaleiros, sem pedir desculpas pelos enganos que havia cometido.

Shiryu:

- O que houve com ele?

Hyoga:

- Não entendi o que ele quer. É um cara muito estranho.

Hiei chega a Kurama e diz:

- Não adianta. Vou cair fora daqui logo que tiver chance, entendeu?

Mais tarde, à uma grande mesa estão todos jantando com pratos de um material muito bonito, comidas um tanto exóticas, mas de sabor muito bom.

Nessa mesa não estão Clef e Lucy e as guerreiras, pelos maus bocados que haviam passado. Estão em repouso em seus respectivos quartos.

Mas o sacerdote não está sem jantar.

Pelo contrário, no quarto de Clef Priscila lhe dá a comida na boca, dizendo:

- Abre a boquinha, a comidinha quer passar...

Clef encabulado:

- Por favor Priscila, tenho mais de setecentos e trinta e cinco anos!!

Priscila:

- Pois parece que tem uns cinco só, com esse rostinho.

O Sacerdote fica mais sem graça, ainda.

Na mesa Kuwabara, ao ver Hiei conversando com Lantis ao seu lado, fala:

- Aí tá vendo! Para de onda Hiei! Já tá fazendo amigos aqui!

Hiei irritado:

- Cala boca! Imbecil!

Seiya da ponta da mesa elogia:

- É... Lantis, soube que você cozinhou. Parabéns! Isso aqui está muito bom!

Lantis:

- Eu só temperei, quem fez tudo foi a Caldina.

Leiga fala com Shurato, que está com a cabeça deitada no prato vazio.

- Não é normal você recusar comida, Shurato. O que você tá sentindo?

Shurato:

- Sei lá... acho que um daqueles velhinhos me deu uma fruta estragada. Estou com o maior peso no estômago! Ai!

Leiga:

- Acontece que tem que tirar o caroço pra comer, Shurato. Você não faz isso. Deve ter um pomar brotando no seu estômago.

Shurato faz pouco caso:

- Muito engraçado, Leiga! - ainda com a cara no prato.

Mais tarde, Caldina acaba de indicar aos visitantes Shiryu e Kuwabara o quarto onde dormiriam.

Shiryu:

- Boa noite.

Caldina:

- Boa noite.

A mulher agora volta-se para Yusuke e Shurato:

- O castelo encheu demais hoje. Venham. Acho que ainda tem um quarto disponível.

Ela logo chega em outra porta e abre-a:

- Olha, só tem mais esse. É isso ou nada.

Yusuke e Shurato olham para o interior do quarto, que é até bem organizado, mas ambos gritam estupefatos:

- Uma cama de casal!!

Yusuke:

- Que é isso, mulher?! Tá maluca se pensa que vou dormir com ele ali!

Shurato:

- É, tem que ter outro quarto!

Caldina:

- Mais nenhum quarto e nenhum colchão! É isso ou nada!

Yusuke:

- Ei, Shurato! Vamo vê quem vai dormir no chão hoje.

Caldina:

- Agora, é com vocês. Eu fiz minha parte. - diz ela, saindo dali.

Yusuke corre e se joga na cama, estirando os braços e pernas.

- Tá decidido. Amanhã eu durmo na cama também.

Shurato:

- Peraí, e eu? Quando?

Yusuke:

- Você acostuma com o chão! Tá limpo mesmo...!

Shurato reclama:

- Ei! Vamos decidir isso direito!

O Rei Shura impressiona-se ao ver que Urameshi já está dormindo profundamente, roncando.

Shurato irritado, pega as beiradas do colchão e levanta-o, fazendo com que Yusuke role, até que cai da cama no chão.

Porém Urameshi não acorda, continuando a dormir com a mesma intensidade.

Shurato:

- Melhor. - diz, tomando o lugar do outro, jogando-se na cama.

No quarto das Guerreiras Mágicas, o clima está um tanto triste, por todas as coisas que vêm ocorrendo com todas elas.

Marine:

- Lucy, você vai mesmo assumir como núcleo?

Lucy, ainda machucada um pouco, apesar da ajuda de Anne, coberta até o pescoço pelo lençol, diz:

- Amigas, não sei porque o núcleo me escolheu. Eu não sei se isso seria bom.

Anne:

- Você é uma pessoa muito dedicada a Zefir, Lucy, mas você ama Lantis e não devem impedir o amor de vocês que é tão bonito e sincero. - diz ela, também lembrando-se do seu amado Ferio, e seus olhos tornam-se úmidos.

Marine abraça Anne pela tristeza que ela sente.

Marine, com voz serena para consola-la:

- Calma, Anne. Não chora mais não!

Lucy:

- Marine, de nós três você é a única que ainda pode ser feliz no amor.

Marine:

- Ahn, eu?! Ora, eu não tenho ninguém.

Lucy:

- Lembra-se de que você nos falava tanto de sua admiração por Clef nas cartas e no telefone?

Marine:

- Aaah, mas Clef, é verdade, cheguei a pensar que gostava dele, mas não era bem isso. Eu o admiro muito por ser a pessoa mais sábia que já conheci. Eu pensei muito nesse tempo todo sobre isso e percebi que era apenas uma profunda admiração.

Anne:

- Mas talvez você goste do Yusuke, não é? Deu pra ver como você ficou vermelha quando ele falou contigo.

Marine irritada:

- Yusuke?! Esse maluco é um mal educado grosso! Por que eu iria querer algo com ele? Só se eu tivesse maluca!!

Lucy:

- Mas o Askot sempre gostou de você.

Marine:

- O Askot? Ah, Lucy, eu sei que ele é gentil comigo. Sempre aparece quando mais preciso dele, mas eu não gosto dele dessa forma, disso eu sei.

Elas calam-se e apagam a luz, deixando somente um abajur aceso ao lado.

- No que você está pensando, Lucy? - indaga Anne.

- No que Sandhye possa estar pensando agora. - responde.

 

Na terra, num quarto clássico de uma adolescente, Sandhye está sem poder pregar olho com seus pensamentos vagando e sua visão voltada para o relógio digital cor bege, com algumas bonecas sentadas sobre ele.

Passa os olhos também por todo o quarto, observando as cortinas de cetim com franjas que balançam sob a brisa que vem da janela.

Aconchega-se mais dentro de seus lençóis bordados e perfumados.

Os olhos dela ainda estão bem ativos, apesar de o relógio estar marcando 2:35 da manhã.

- Aquelas pessoas querem me enganar? Ou precisavam mesmo de mim? - pensa ela pela milésima vez.

 

O silêncio e a escuridão quase total, com exceção de uma fraca luz sobre o corredor do castelo domina, enquanto todos repousam nestes cada dia mais raros momentos de paz.

Contudo, uma sombra se projeta pelo corredor, em direção ao quarto das Guerreiras Mágicas.

Passos vagarosos são ouvidos e a sombra se projeta cada vez mais na porta do aposento.

Um pouco distante do castelo, sobre um monte que dá uma visão privilegiada da respectiva ilha flutuante, um grupo grande de pessoas se organizam em meio às sombras.

Entre eles estão Xarigan, Ikki e Máscara da Morte que conversam entre si:

Xarigan:

- Dentro de mais alguns minutos nós invadiremos o castelo e tomaremos o núcleo de Zefir. - coloca uma mão no ombro de Máscara da Morte para falar: - Muito obrigado por me ajudar. Fico grato por entender o que realmente Zefir merece.

O Cavaleiro de Câncer, agora com seus cabelos soltos responde:

- Eu lhe devo muito mais do que posso lhe pagar, Xarigan. Vou ajudá-lo a realizar seu sonho com tudo que eu puder.

Xarigan sorri feliz, sabendo das palavras sinceras do Cavaleiro.

No corredor do castelo, a sombra continua projetada inteiramente sobre a porta, indicando a proximidade

da pessoa.

De súbito, a porta abre-se e Marine berra:

- Sai daqui Yusuke! Seu tarado!

Ela se espanta e indaga:

- Ahn, desculpe. O que faz aqui?

Um raio é disparado por essa pessoa bem no rosto de Marine e raios verdes espalham-se por seu corpo, fazendo com que ela caia inerte no chão.

Anne e Lucy assustam-se, sentadas na cama:

- Marine! - Gritam as duas.

A pessoa entra e dispara o raio verde em Anne, que cai deitada na cama. Lucy se apavora, vendo a amiga cair e olhando para o invasor diz, com olhos úmidos:

- Por que? Por que faz isso, Lantis?!

- Este raio apenas reduz os impulsos elétricos aos músculos. Mais tarde elas ficarão bem. - diz ele, que senta-se na cama ao lado da Guerreira e continua - Lucy, vamos fugir. Para ficarmos juntos para sempre.

Lucy choca-se ao ouvir essa frase. Seus olhos escarlates dilatam-se. Sabe da responsabilidade que tem com Zefir, porém sabe que inevitavelmente seu coração pertence a Lantis.

- Eu não sei. - responde ela, cheia de dúvidas.

Ele envolve as pequenas mãos com as suas.

- Venha. Seremos felizes juntos. Você não acredita?

Lucy:

- Eu acredito, mas... e Zefir e tudo o mais? Mas eu quero ser feliz, Lantis... com você.

- Lucy!- diz Anne em um estado de quase total paralisia.

- Anne!- A guerreira ruiva olha para a amiga com pena.

- Lantis pega Lucy no colo e carrega-a para fora do quarto, quando ela estica o braço e agarra o batente da porta.

- Não Lantis. Não posso ir dessa forma! Deixe-me pensar mais!

Lantis então pega o aparelho semelhante a um controle remoto de TV e dispara o raio em Lucy que logo torna-se totalmente inerte em seus braços.

- Seremos felizes...você verá. - afirma ele.

Agora sem dificuldade vai carregando-a corredor afora, quando vê algo pequeno e branco passar pelo chão quase esbarrando em suas pernas.

- Pu pu puuu pu pu! - emite Mokona enquanto foge.

Lantis fica intrigado com essa pequena testemunha, mas nada pode fazer no momento.

Na cozinha, uma considerável barulheira está sendo promovida por Shurato cavoucando o que há de bom para devorar.

Ele abre uma panela e diz:

- Huum, isto aqui cheira bem, deve tá uma delicia!

Ele leva a panela a um prato vazio sobre a mesa e começa a derramar o conteúdo.

Surge Mokona que derruba a panela de sua mão.

Shurato:

- Ei bicho! Eu não vou comer tudo não! Que culpa eu tenho que só senti fome agora!

Mokona abana suas orelhas de modo a entender um sinal de não e de sua pedra na testa faz surgir como um projetor uma imagem no ar. Onde aparece Lantis carregando Lucy.

- Puuuuuuuu! - diz a criaturinha extremamente afobada!

Shurato chocado pensa:

- Lantis? Ele temperou a comida!

À distância do castelo, Xarigan e seu povo olham para o castelo, quando Xarigan grita:

- Vamos!! Atacaremos agora!

Aquelas dezenas de pessoas avançam para a ilha flutuante, quando muitos deles param de repente e gritam:

- Olhem! Lá em cima!

Luzes brancas surgem no horizonte do céu e vão se aproximando, deixando todos apreensivos, até que podem ver que se trata de naves, que param ao redor do castelo, flutuando em volta dele, como um carrossel.

- Naves!! - exclama Xarigan - O que querem aqui?!

Enquanto isso, Lantis carrega Lucy a passos largos pelo corredor, quando em seu encalço surge Shurato, voando em seu shakiti.

- Ei! Pode ir deixando ela aí!

Lantis então começa a correr, pois carregando Lucy ele não pode reagir, mas Shurato, com o shakiti está para alcança-los. Contudo, repentinamente, algo bate nas pernas de Shurato, provocando sua queda do veículo.

Shurato olha e vê que foi uma espada, a de Hiei, o qual surge para recolhe-la do piso.

- Você é o Hiei, né? Também está raptando Lucy?! Então tá. - Shurato pega seu shakiti - Ohn Shura Sowaka.

O somma dourado toma conta do corpo do rapaz e em poucos segundos o shakiti torna-se sua armadura do leão branco.

- Shurato! O rei Shura! - afirma com orgulho.

Hiei faz pouco caso:

- Humpf! Inútil! - e ataca-o com sua espada, em golpes rápidos e precisos.

Shurato usa sua arma exótica e consegue safar-se de muitos ataques, porém logo sua armadura sente o fio da espada do demônio, fazendo com que afaste-se. Lantis já está saindo portão afora.

Shurato nervoso:

- Essa não! - e invoca seu tantra - NAUMAK SANMANDA BODANAN ABILAUKEN SOWAKA! - sua mão enche-se de brilho e com um soco no ar ele dispara - O poder de SHURAAAAAAAAA!

A magia com cara de leão emite uma luz dourada que clareia todo o corredor. Este poder chega a atingir a espada de Hiei que acaba por quebrar-se no meio, mas só lhe causa um pequeno ferimento na mão.

Shurato aproveita e passa pelo demônio, atravessa o portão e vê Lantis ainda com Lucy nos braços e uma nave acima deles e exclama:

- Lantis! Ela é o núcleo! Para onde você vai com ela?!

O Rei Shura avança para agarrar Lantis, quando a nave acima dele o banha com uma luz muito forte.

Shurato pula para agarra-lo, mas Lantis some do solo ao mesmo tempo que a luz apaga-se.

Shurato cai de joelhos e lamenta:

- Ah não! E agora?! - Mas logo ele levanta-se e grita para a nave - Ei! Devolvam ela! - e começa a encher-se do somma novamente.

- Seu maldito! - grita Hiei distraindo Shurato. Quando então avança mesmo com sua espada quebrada, na direção do pescoço de Shurato, que desta vez não está preparado para ir contra um golpe.

Uma nova luz forte é emitida pela nave, banhando o demônio, antes de completar seu ataque e ele some, evitando o pior para o guardião celestial.

As naves com grande velocidade sobem para cada vez mais alto, impossibilitando que Shurato os ataque ou os siga.

Shurato frustrado, apenas olha:

- Não pude fazer nada! Nada! Que droga!!

O sacerdote de Zefir, apesar de também ter jantado a comida tratada por Lantis, com um provável sonífero, pelo pouco que havia jantado, não surtiu tanto efeito e neste momento desolado e frustrado, olha pela janela ao horizonte negro pela noite onde somente vê-se as luminosas naves passando sobre a cadeia de montanhas ao longe, fugindo com Lucy e com as esperanças de Zefir.

- Lantis, por que você está prejudicando sua própria terra? E ainda usando o povo de Altozam? Volta a se repetir o que foi o início de tudo. Zagard raptou Esmeralda por ama-la e agora Lantis rapta Lucy seguindo a síndrome do irmão. Tudo recomeçou. Zefir vai sofrer tudo novamente. Só, que desta vez não sei se aguentará.

Clef baixa a cabeça de olhos fechados pelo desânimo.


Capítulo 14

Capítulo 12

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