Last Land

Primeiro Dia - Transmigrados e Desorientados

Capítulo 3: Tristes Notícias


No Mundo Espiritual, Koema fala sozinho:

- Onde estão Yusuke e Kurama? Até o Kuwabara sumiu! onde estão? Ai! Como é que vão ficar as coisas?!

O Diaboide (ou George Saotome) chega na sala e diz:

- Tem que continuar a seleção dos espíritos de mortos hoje; já tá engarrafando aqui, senhor Koema!

Koema:

- Tá bem, manda o número cinco bilhões, quatrocentos e vinte e cinco milhões, quinhentos e trinta e oito mil, duzentos e quarenta e seis entrar.

O Diaboide olha para alguém fora da sala e diz:

- Pode entrar.

Ferio entra na sala de Koema.

Koema olhando uma ficha:

- Seu nome é Ferio, e parece que você nunca fez nada de errado realmente grave na vida, e realizou muitas boas ações em contrapartida. Pode ir ao paraíso.

Koema aponta para uma porta toda enfeitada e luminosa.

Ferio vai em direção à porta, mas de repente pára e fala:

- Eu posso pedir algo antes?

Koema:

- Depende, se é ressuscitar esqueça. A cada dez pessoas, nove pedem isso.

Ferio:

- Eu vim de Zefir, e meu planeta está sendo invadido por inimigos de todos os lugares, inclusive fui morto por um deles.

Koema:

- Ah, é verdade!? Não costumo receber muitos espíritos de Zefir. Me parece um lugar tranqüilo.

Ferio:

- Era tranqüilo! Se não fizer algo, vai receber muito mais gente de lá.

Koema:

- Tudo bem, pode fazer um retrato falado desses inimigos?

Ferio:

- Sem dúvida.

Koema grita:

- Ô diabo! Traz lápis e papel, aqui agora!

O diabóide vem correndo com o que Koema pediu:

- Sim, senhor Koema.

 

Na Torre de Tóquio, Marine e Anne encontram-se e gritam simultaneamente:

- Anne!

- Marine!

As duas demonstram a amizade delas num forte abraço.

Marine:

- Anne! Até que enfim nos vemos de novo! Eu estava cansada de ficar só mandando cartas.

Anne:

- Eu também, amiga; queria muito te ver de novo.

Marine:

- Você viu a Lucy por aí?

Anne:

- Ainda não.

As duas olham para o imenso número de pessoas que visitam a Torre de Tóquio e a quantidade de cabeças à frente de suas vistas é incontável. E a concentração de Marine é tirada com um susto dado por Lucy, cutucando suas costas.

Lucy diz alegríssima:

- Marine! Anne!

Marine vira-se:

-Lucy! Que susto! Quer me matar do coração?

Anne:

- Lucy! Eu nem vi você chegar.

Marine diz, agarrando com afeto a amiga, a qual o topo de sua cabeça não alcança seu nariz:

- É claro! Ela é tão pequenininha, que fica difícil achá-la.

Isto deixa Lucy envergonhada.

Anne:

- Mas pessoal, o que poderá estar acontecendo em Zefir?

Marine:

- Só indo pra saber, né?

Lucy fala alegre:

- Será que o fofinho do Mokona está bem? - depois fica pensativa - E o Lantis?

Marine:

- Querem parar de perder tempo?! Vamos pra Zefir. Estou morrendo de saudade de lá.

As três unem suas mãos que, apesar de pequenas e femininas, juntas simbolizam uma corrente inquebrável de sua amizade, a qual seus elos são feitos de cada acontecimento vivido pelas três nesta terra encantada. As garotas fecham os olhos e pensam ao mesmo tempo com desejo intenso:

- Queremos ir a Zefir.

Elas repetem a frase várias vezes até que aquela forte luz surge novamente.

Elas então começam a cair pelos céus da encantada Zefir.

Marine grita:

- Aaaai! Detesto essa parte!

E aquele peixe gigante de sempre as ampara.

Lucy:

- Esse céu lindo outra vez.

Anne:

- Não parece estar havendo nada aqui.

Marine:

- Não nos chamariam à toa! Não acham?

Lucy:

- É mesmo, mas seja o que for, nós defenderemos Zefir com todo o nosso coração! Não é, amigas?

Elas respondem:

- Isso mesmo, Lucy.

O peixe as leva para o castelo.

 

Nos bosques, Kuwabara diz a Leiga:

- Não tem uma barra de chocolate para me dar? Eu tô com uma fome!

Leiga:

- Fome? Não acha que vou procurar comida pra você, não é?

Kuwabara:

- Claro que não! Eu sei me virar sozinho em qualquer lugar.

Leiga pára o Shakiti e diz:

- Está bem, veja estas árvores frutíferas; vá pegar uma fruta.

Kuwabara desce do shakiti e vai olhar os vegetais, em especial uma árvore cujas frutas são amarelas. Exceto uma que é vermelha e fala:

- Vou querer a vermelha.

Kazuma sobe na árvore, faz um esforço e consegue alcançar a fruta. Arranca-a e desce com ela.

Leiga:

- Conseguiu, queridinho! Parabéns!

Kuwabara:

- Foi moleza. E não me chame de queridinho!

Leiga:

- Está bem, queridinho.

Kuwabara comenta:

- Esse aí não tem jeito mesmo.

Kazuma morde a fruta, quando vê algo no pedaço restante e diz:

- Xiii! Tá bichada... Que estranho, as minhocas aqui só tem metade do corpo!

Leiga:

- É porque o resto está na sua boca.

Kuwabara arregala os olhos e cospe.

Leiga:

- As frutas vermelhas são bichadas.

Kuwabara:

- Por que não falou isso antes?

Leiga:

- Você disse que sabe se virar em qualquer lugar. Pega outra fruta e vamos embora, queridinho.

Kuwabara:

- Tá bom, mas pára com isso de queridinho, porque já tá pegando mal.

 

Na floresta, Hyoga começa a recobrar a consciência. Seus olhos abrem-se com a visão ainda embaçada, sua memória lembra-se das últimas cenas vividas por ele e levanta-se bruscamente.

Ouve, então, uma voz:

- Não se mexa com tanta velocidade. Como irá curar-se derrubando as ervas?

Somente, então, o cavaleiro percebe ervas trituradas, postas sobre suas feridas, e junto a ele um homem de orelhas pontudas, uma pedra na testa e nas costas uma capa.

Hyoga:

- Obrigado pelas ervas curativas, mas quem é você?

Homem:

- Meu nome é Tagnov. Bem vindo à Zefir. O que houve com você?

Hyoga olha ao redor procurando o parceiro:

- Shiryu!? Onde está meu amigo?

Tagnov:

- Seu amigo?! Eu apenas encontrei você caído no chão.

Hyoga:

- Mas ele estava ali. Lutamos com um enorme lobo branco! - diz ele ignorando que Shiryu fora tragado pela terra.

Tagnov:

- É uma coincidência! Ele provavelmente deve ter carregado seu amigo ao castelo de cristal. É para lá que estou rumando neste instante.

Hyoga:

- Castelo de cristal!? Mas o que é isso afinal? Por que o lobo o levaria para lá?

Tagnov:

- Eu lhe explico: O povo do castelo amaldiçoou todas as criaturas, animais e pessoas deste planeta, que tornaram-se demônios. Com exceção de alguns como eu por exemplo. Eles devem ter pego seu amigo para transformá-lo em demônio.

Hyoga:

- O que?! Não, não pode acontecer!

Tagnov:

- Infelizmente é isso que os castelões fazem; fique atento e não se deixe levar pelas emoções, pois todas as criaturas de Zefir são más, desde as mais bonitinhas e pequenas até as mais belas mulheres são extremamente traiçoeiras.

Tagnov vira-se para deixar o local:

- Agora vou contar com minha sorte e tentar destruir os demônios do castelo, antes que eles destruam todos nós que não somos como eles. Mas cuidado e não se esqueça do que eu lhe disse.

Hyoga:

- Espere! Deixe-me ir com você.

Tagnov, de costas para o cavaleiro, abre um sorriso maligno e diz:

- Está disposto a me ajudar?

Hyoga levanta-se:

- Estou; você disse que Shiryu pode estar lá.

Tagnov:

- Ótimo, siga-me. O caminho é longo, mas nos ajudando entre si chegaremos com força suficiente para destruí-los. - e pensa - Obrigado pela idéia, mestre Seikiakko, já tenho um do meu lado, é só mantê-lo com boas mentiras e logo terei a chance de vingar meu neto Inov, matando a maldita Lucy! Guerreira Mágica de Rayearth!

Hyoga passa a seguir Tagnov e na sua mente nem se passa de que acabara de deixar Shiryu completamente só em seu túmulo de areia movediça.

Só? Não totalmente. Pois Acalanata está observando escondido à beira do lago de lama e comenta:

- Nem tudo foi perdido; seu golpe prevalecerá em meu punho, assim como muitos outros.

Então também deixa o local.

 

Na aldeia Seiya e Ikki ainda conversam como o homem que os acolheu em sua cabana.

Ikki:

- Tudo o que contou sobre Zefir é realmente uma novidade, nunca havia ouvido nada igual.

Seiya:

- Quer dizer que só uma pessoa mantém a harmonia desta terra, e se sua mente tiver a atenção desviada, como no caso de apaixonar-se, tudo torna-se um caos?

Xarigan:

- Torna-se, e por ter se apaixonado por Zagard, criaturas surgiram por causa da Princesa, sendo que uma delas... - suspira fundo e diz com ódio - matou metade do nosso povo!

Seiya e Ikki ficam surpresos:

- Metade?!

Xarigan:

- Metade. Só não foi mais porque conseguimos com muito sacrifício destruí-la. E isso nos deixou indignados.

Ikki:

- Sua irresponsabilidade provocou isso?

Xarigan:

- Provocou! E a partir daí nosso povo tornou-se inimigo do castelo, e passamos a saquear todos de lá. Nós todos agora, somos bandidos em Zefir.

Seiya:

- Não há como fazer trégua?

Xarigan demora instantes para encher seus pulmões com sua ira e transforma-la em palavras de revolta:

- Trégua?! Não pode pedir que esqueça este incidente a um povo que sofreu o que eles sofreram! Viram aquelas pessoas lá fora? Não há uma delas que não tenha perdido um pai, mãe, filho ou irmão por causa daquela criatura desgraçada, infeliz, miserável! Produto da mente egoísta da princesa Esmeralda!

Xarigan dá um soco rachando o chão de terra batida da cabana.

Ikki:

- Esmeralda! Este era o seu nome?! - fica surpreso.

Xarigan:

- Sim, era.

Ikki pensa:

- Não pode ser! - e indaga - Como ela era?

Xarigan mais calmo:

- Bem... tenho que admitir que era uma linda loura e assumiu como núcleo há cerca de sete anos atrás.

Ikki:

- Sete anos! Mesmo tempo em que Esmeralda morreu na Ilha da Rainha da Morte!

Seiya:

- Espera aí, Ikki! Você está achando que ela é a mesma pessoa?

Ikki meio aborrecido, pergunta:

-Sabe algo mais sobre ela? Se veio de algum lugar?

Xarigan:

- Não, mais nada.

Seiya:

- Ikki, sua Esmeralda morreu! Nós viemos vivos!

Ikki acalma-se e diz:

- Tem razão, não pode ser ela, ela morreu.

Ouve-se, então um reboliço lá fora.

Seiya olha porta afora e assusta-se com o que vê.

Ikki vai até a porta mas Seiya tenta impedir sua passagem.

Ikki:

- O que foi? Saia da frente, Seiya!

Seya:

- Espere, Ikki!

Ikki empurra-o e vê que lá fora está o antes morto Jamian, cavaleiro de prata de corvo agredindo os aldeões, falando:

- Como ousam não me obedecer! Seria uma honra para vocês!

Ele usa seus poderes contra fracos homens.

Ikki neste momento sente renascer um sentimento de mágoa e ódio no coração; não porque o cavaleiro de prata está agredindo pessoas frágeis e tão pouco porque ressurgiu o antigo inimigo de Seiya, e sim porque o fato reforça a possibilidade da Esmeralda citada ser a sua amada.

Seiya vê que os olhos do amigo refletem fúria e diz:

- Deixa eu lutar com ele novamente.

Ikki:

- Não! É a minha vez!

Então vai andando até Jamian, que o vê.

Ikki:

- Maldito! Vai morrer!

Jamian:

- Hã?! Não me falaram que estaria aqui!

Mas então Jamian vê Seiya lá atrás junto da cabana e assusta-se:

- Seiya de Pégaso!

Ikki:

- Só que quem vai matá-lo sou eu!

Jamian sorri, duvidando de suas palavras, e pondo dois dedos em sua boca dá um forte assobio, que ecoa entre os troncos e folhas da vegetação.

Ikki não demonstra nenhuma surpresa ou apreensão; ao contrário de Seiya, que olha para cima das árvores pensando:

- Está chamando!? Mas aqui não deve haver corvos.

Surge então um constante som de ruflar de centenas de asas, que são pássaros típicos de Zefir que se aproximam, pousando ao lado e sobre o cavaleiro de prata, Jamian:

- Em Zefir, estes pássaros são meus irmãos alados e vou dar-lhes sua carne para que eles devorem.

Ikki pouco liga para o que ele fala.

Jamian aponta para Ikki e diz:

- Plumas negras! - fazendo com que as criaturas emplumadas, apesar de não serem negras, avancem contra Fênix.

Seiya:

- Cuidado, Ikki! Não ataque os pássaros!

Apesar do aviso de Seiya, o cavaleiro ataca:

- Ave Fênix! - a magia de Fênix incendeia todos os pássaros em segundos.

Ikki:

- Não compare seus pássaros de araque com a ave Fênix! Vai morrer por isso!

Jamian teme no momento que Ikki avança com um soco armado em sua direção, quando no momento da agressão, umas penas caem e colam sobre seu punho, fazendo seu soco ficar lento o suficiente para que Jamian desvie e é o que ele faz, além de retribuir com um chute no rosto de Ikki, afastando-o.

Ikki:

- Essas penas! Pesam como chumbo!

Seiya aproxima-se para defrontar Jamian e avisa ao amigo:

- Eu avisei para não atacar os corvos. - E ataca -Me dê sua força Peg... - mas interrompe-se por uma dor na mão na qual quando olha vê uma pena cortante de Fênix cravada.

Seiya:

- Por que Ikki?

Ikki:

- Disse para não se meter.

Jamian é quem, então, aproveita o momento de distração para desferir um forte soco energético em Seiya, levando-o ao chão, e fala:

- Ah, ah, ah! O que achou, Pégaso?

Ikki:

- Não ria! Pois é o seu fim!

Jamian:

- Não acho isso, cavaleiro Fênix.

Então penas e mais penas começam a cair do céu e, como as anteriores, grudar sobre o corpo de Ikki, que logo fica coberto por elas.

Ikki:

- Não posso respirar! Nem me mover!

Jamian o olha com ar de vitória, pronto a lhe desferir socos mesmo debaixo daquelas penas.

- Só porque um cavaleiro de bronze conseguiu me vencer, não quer dizer que todos o conseguirão.- Jamian aproveita e o agride naquele estado.

Uma explosão de energia ocorre. As penas em torno de Ikki são jogadas para todos os lados. Foi o próprio que liberta-se das plumas. E fala:

- Bronze? Já pertenci a esta categoria.

Jamian estupefato:

- Como assim, já pertenceu? Que energia poderosa é essa?!

Ikki:

- A de um cavaleiro de ouro! - dando um violento golpe em Jamian, o qual fica tonto e diz abobalhado:

- Ai! Também não falaram nada sobre ser um cavaleiro de ouro! - e cai desmaiado.

Ikki não pensa em poupa-lo mesmo inconsciente, quando ouve Seiya chamando:

- Espere Ikki, olhe ao seu redor.

Ikki olha e constata que não foi o único a ser coberto pelas penas e sim toda a população da aldeia que estava a céu aberto, exclamando aborrecido:

- Maldição!

 

No mundo espiritual, Koema pega os papeis desenhados pelo Diabóide.

Ele olha os desenhos (bem mal feitos) de Seiya, Ikki, Máscara da Morte e Afrodite e diz:

- Tá desenhando bem, hein, Diabo?

O Diaboide responde todo bobo:

- Obrigado, senhor Koema.

Koema bate na cabeça dele com os papéis, berrando:

- Eu estou ironizando, seu idiota!

Koema mostra os papeis para Ferio:

- Parecem com isto?

Ferio:

- É, dá pra saber quem é.

Koema:

- Se tiver algum jeito de mandar algum detetive espiritual para lá, eu o farei. - diz ao escravo - Diabo! Liga o monitor!

O escravo de Koema liga o aparelho.

Koema:

- Agora me lembro daí, são tantos planetas que até esqueço.

Então o monitor mostra dentro do castelo e Koema sobe em sua mesa, surpreso.

A imagem do monitor aproxima-se mais e mostra Yusuke e Kurama no salão da Clef.

Koema espanta-se:

- Aah! Eu tô maluco! O que que estão fazendo lá?!

Diaboide:

- Não sei, senhor Koema.

Koema:

- Não perguntei pra você, Diabo!

Ferio:

- Quem são?

Koema vira-se para Ferio e diz:

- Não se preocupe, são detetives espirituais, vão defender Zefir; pode ir tranqüilo, para o paraíso. - vira-se novamente para seu escravo azul - Ô chupa-cabra! Chama lá a Botan para mim.

O Diaboide obedece imediatamente:

- Tá bem, senhor Koema.

 

No castelo estão todos aguardando a chegada das guerreiras.

Rafaga:

- Vamos, cheguem guerreiras mágicas.

Yusuke fica imaginando: umas barangas musculosas, mal encaradas e cheias de cicatrizes e diz:

- Deve ser um bando de mulher macho. Quem nem a Shizuka.

Kurama:

- Que é isso Yusuke? Serem guerreiras não quer dizer que sejam masculinizadas. E a sua mestra?

Yusuke:

- Arranja outro exemplo, Kurama, essa é mais macho que você.

Kurama aborrece-se.

Askot que havia saído do salão, entra novamente dizendo:

- Elas já chegaram.

Askot afasta-se da porta para que as três entrem.

Priscila feliz:

- Lucy, Marine, Anne!

Kurama cutuca Yusuke e fala:

- Você estava enganado, amigo.

Yusuke as olha com cara de espanto.

Todos aproximam-se delas, exceto os dois recém chegados.

Lucy:

- Oi Priscila! Oi Clef! Oi Rafaga! Oi Caldina! - vira-se para Lantis e fala com voz carinhosa - Oi Lantis!

E ele responde:

- Oi Lucy.

Caldina abraça as três ao mesmo tempo pelo pescoço:

- Que saudade de minhas amiguinhas!

Marine reclama:

- Está me enforcando, Caldina!

Caldina as solta e diz:

- Exagerei um pouquinho.

Clef:

- Bem vindas novamente a Zefir, minhas amigas.

Anne:

- Guru Clef, houve alguma coisa?

Clef:

- Houve. Nas últimas horas andam surgindo pessoas desconhecidas em Zefir. Alguns deles são inimigos.

Marine:

- Mas como? Quem os convocou?

Clef:

- Isso não sei.

Caldina:

- Sim, e eles dois são exemplos. - aponta para Yusuke e Kurama.

As três aproximam-se dos dois e fazem uma reverência:

- Boa tarde.

Yusuke empolgado:

- Muito boas! OPA! Quer dizer... muito boa tarde.

Anne:

- Você é a voz que ouvi junto com a de Clef.

Yusuke diz todo metido:

- Sim, claro, precisaram de mim para poder falar com vocês, pois sou muito poderoso, sabem?

Urameshi fica fazendo pose para mostrar os músculos.

Kurama fica sem graça com as coisas que o amigo faz.

As três não gostam do jeito convencido de Yusuke e viram-se para falar com os outros.

Urameshi não gosta de o terem esnobado e diz:

- Ah, é? Vou matar uma curiosidade.

Kurama diz meio apavorado:

- Não faz isso, Yusuke! - segura-o pelo braço.

Yusuke solta-se, e por estarem as três de costas, bem juntas, ele consegue levantar a saia das três ao mesmo tempo e fala:

- Calcinha amarela, da outra branca e da outra bolinhas cor de rosa.

As guerreiras ficam mais vermelhas que um tomate, então irada Marine vira-se rapidamente e dá um tabefão na cara dele, que fica com a marca da mão da guerreira na bochecha. E berra:

- Sua estúpida! Não era pra tanto!

Marine:

- Isto foi é pouco!

Yusuke:

- Tem sorte de ser mulher, se não estava ferrada!

Marine:

- De onde ele veio? Deve ter sido de uma cidade de idiotas!

Caldina:

- Marine, ele também veio de Tóquio.

Marine fica intrigada:

- Essa peste veio de Tóquio?

Yusuke:

- Peste o caramba, sua imbecil!

Marine não se controla e torce o nariz de Yusuke que grita:

- Bãis que drôga! Sôlda beu dariz! - fala com voz fanhosa.

E então puxa o cabelo da garota.

Todos assistem e ficam sem saber o que dizer, vendo os dois brigando e gritando um com o outro.

- Solta meu cabelo!

- Sôlda focê andes!

Kurama tem a iniciativa:

- Olha a Keiko ali, Yusuke!

Yusuke solta o cabelo azul de Marine, assustado:

- Gadê ela?

Marine solta o nariz de Urameshi e lhe dá novamente um tabefe, que desta vez o faz cair no chão. E ele protesta:

- Que mentira é essa, Kurama?

Kurama:

- Desculpe, foi o único jeito.

Então surge Mokona, que se joga no colo de Lucy.

Lucy:

- Mokona!

Anne:

- Estão todos aqui, mas e Ferio? Onde está?

Todos ficam entristecidos e mudos com a pergunta.

Anne:

- O que foi?

Priscila com ar desanimado:

- Anne, fique calma, é que o...

Clef faz sinal para que ela pare de falar e toma a palavra:

- Ferio foi à floresta para investigar quem havia chegado e os inimigos tiraram-lhe... a vida.

Anne sente toda sua alegria em voltar para Zefir desabar, pois seu amado não mais existe, seu coração congela, lágrimas surgem em seus olhos como a nascente de um rio. Ela perde as forças e logo cai de joelhos no piso, seus óculos caem de seu rosto, mas Anne não se preocupa em apanhá-los, apenas põe as mãos no rosto que logo ficam molhadas com seu pranto e mantém-se a chorar em silêncio.

As suas amigas também ficam chocadas.

Lucy, com lágrimas, indaga:

- Você tem certeza, Clef?

Clef confirma com a cabeça.

Marine:

- Quem foi?

Rafaga:

- Não sabemos.

Priscila abaixa-se e põe as mãos nos ombros de Anne, que mesmo não falando nada, seu semblante é de uma tristeza inquestionável.

Priscila:

- Anne, nós achamos melhor não escondermos a verdade. Eu sei, está sofrendo muito, até mais que todos nós. São coisas que ocorrem que nunca se espera, e nunca estamos preparados pra isso. Melhor ir descansar para aliviar a dor.

Rafaga:

- Deixe eu levá-la para um quarto.

Rafaga põe Anne no colo.

Ela não tira as mãos dos olhos. E finalmente fala:

- Ferio! Por que?!

Rafaga leva-a e até Yusuke encontra-se um pouco triste pela reação de Anne à notícia.

Marine e Lucy acompanham os dois.


Capítulo 4

Capítulo 2

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