Samurai X - Men

Capítulo 11: Confrontos na Madrugada - Parte 1


Um subúrbio afastado de Tókio, madrugada do dia 1º de outubro do ano 11 da era Meiji.

A cerca de cem metros da casa onde estavam Kaoru, Megumi e Yahiko; o cabo da polícia Metropolitana de Tókio, Hyuga Tojiro lutava desesperadamente contra dois ninjas. Não sabia por quanto tempo ele e seus homens iriam agüentar a pressão, mas uma coisa era certa, não iriam entregar os pontos tão fácil.

Esquivando-se de uma estocada de lança, Tojiro golpeou horizontalmente com sua katana, a cabeça do atacante voou de seu pescoço junto com uma chuva de sangue. Mas nem bem executou o golpe e recebeu nas costas um violento pontapé de outro ninja.

Caindo de cara no chão Tojiro só teve tempo de se virar para encarar a morte de frente. No entanto o que ele viu foi um borrão claro que atingiu o ninja como um petardo, o atirando a vários metros de distância. Meio zonzo Tojiro viu que se tratava de um homem alto, vestido de branco e usando uma bandana vermelha na cabeça. O homem olhou por cima dele e disse:

- Parece que chegamos bem a tempo Kenshin.

Tojiro olhou para trás. Kenshin Himura se aproximou e lhe estendeu a mão.

- Você está bem?

- A-acho que sim. - respondeu o policial enquanto se erguia com a ajuda de Kenshin.

- Está no comando?

- Sim. - Tojiro lançou um olhar de lado para o corpo do sargento Mochiba que estava a poucos metros de distância.

- Mande seus homens recuarem, este servo e o Sano vamos cuidar de tudo a partir de agora.

- Como assim? Isso é loucura!

- Faça o que este servo disse. Rápido!

O tom de comando e a expressão no rosto de Kenshin lembraram ao policial que estava lidando com ninguém menos que o lendário Battousai, o retalhador. Tojiro se empertigou e bateu continência.

- Sim senhor!

Disse isto e pegou um apito com o qual começou a dar os sinais de agrupar e recuar. Kenshin disparou na direção da linha de defesa que os policiais sustentavam, Sanosuke corria ao seu lado.

- Sano. - disse Kenshin sem desacelerar - Tome cuidado com flechas e shurikens[1], devem estar envenenados.

- Xá comigo.

Os dois então saltaram por cima dos policiais que recuavam caindo entre estes e o batalhão de ninjas que estavam avançando. Surpresos com a repentina aparição, os ninjas que vinham na frente pararam, retendo a custo os que vinham atrás.

- O que está havendo?

- Matem logo estes dois.

Mas o caso é que a mera presença de Kenshin e Sanosuke já inspirava respeito. Os que tinham dito aquilo só o disseram por estarem mais atrás sem conseguir ver os olhos de Kenshin, que pareciam brilhar no escuro.

Os cerca de cinqüenta policiais estavam junto a Tojiro e assistiam a cena com espanto.

- O que aqueles dois pretendem? - perguntou um deles - Vão ser trucidados.

- Cale-se e observe. - retrucou Tojiro com um sorriso no rosto - Todos vocês, prestem atenção, estamos prestes a assistir um espetáculo bem interessante.

- Pronto, Sano? - perguntou Kenshin sacando a sakabatou.

- Com certeza! - Sanosuke só faltava rir de puro contentamento - Tem o bastante pra nós dois, não seja guloso.

Kenshin arremeteu como um raio e com um único golpe já tirou três inimigos de combate. Sanosuke não ficou por menos e atacou como um trem expresso distribuindo socos e pontapés a torto e a direito.

 

Andando no meio do mato, Wolverine avançava sem problemas. Apesar do breu quase total, sua visão, muito mais aguçada que a de um ser humano normal podia discernir cada tronco, buraco ou raiz de árvore a sua frente. Sua audição ultra-sensível era capaz de captar até mesmo o som de pequenos insetos noturnos se movimentando. Mas era o sentido do olfato que realmente o guiava naquele momento. O cheiro de Dentes-de-Sabre estava mais próximo a cada passo.

Logo a presença de dezenas de ninjas chegou aos seus sentidos. Mas estranhamente, o cheiro de Dentes-de-Sabre apesar de forte, parecia velho, como se ele não estivesse mais ali. Limpando momentaneamente estas divagações da cabeça, Logan parou e verificou se a máscara ninja estava bem ajustada ao seu rosto e a espada corretamente colocada às suas costas assim como o resto da indumentária negra. Enfim satisfeito respirou fundo e retomou a marcha. O uniforme do falecido ninja lhe enchia o corpo de coceiras, mas pelo menos oferecia mais liberdade de movimentos e um relativo anonimato.

Uma clareira se abriu a sua frente, nela, uma multidão de figuras vestidas exatamente igual a Logan se espalhava. A maioria agachados em pequenos grupos, conversando quase sem fazer ruído. Apesar da escuridão quase total, Logan podia vê-los perfeitamente.

Um deles percebeu a aproximação de Logan e avançou na sua direção.

- Parado aí! - disse ele - Diga a senha!

Aturdido, Logan parou e se limitou a encarar o ninja. Aquilo era algo inesperado, imediatamente um alarme começou a soar em seu cérebro.

- O que está esperando? - berrou outro - Diga a senha, agora!

O barulho atraiu a atenção do restante dos ninjas, que num movimento rápido cercaram Logan por todos os lados. Atônito e sem reação pela rapidez do movimento, Wolverine olhava de um lado para o outro, não vendo sequer sombra de Dentes-de-Sabre. Apesar disto, seu cheiro estava forte, quase uma presença física. Enquanto isso, mais de cinqüenta ninjas já levavam as mãos às armas enquanto fechavam cada vez mais o cerco.

- Última chance, diga a senha ou vai morrer.

Rangendo os dentes, Logan cerrou os punhos, a realidade caindo sobre sua cabeça como uma pilha de tijolos. Creed não estava ali. Ele fora enganado.

- Eu tenho a senha! - rosnou Logan.

- Então fale logo.

Logan puxou o capuz e a máscara - agora inúteis - para trás num movimento brusco. Ergueu um punho e sacou apenas a garra do meio, mandando obviamente o ninja que o interpelava tomar “naquele” lugar.

- Tá bem aqui!

- É ele! Matem-no.

Mas foi Wolverine quem atacou primeiro. Num movimento quase rápido demais para se notar, sacou a espada da bainha a suas costas e a arremessou contra o ninja que havia gritado. Ele caiu de costas no chão com a lâmina cravada no meio da testa. O ninja se contorceu ainda em dois espasmos agonizantes antes de se imobilizar e morrer. Surpresos pela violência e velocidade do ataque o restante do grupo hesitou.

Aproveitando-se disso Wolverine sacou todas a garras, e com um rugido quase inumano se lançou contra o mar de ninjas a sua frente. O som de gritos e carne sendo rasgada encheu o ar.

A intenção de Logan era romper o cerco e tentar escapar da armadilha. Não que não pudesse lidar com aquele bando, mas se Dentes-de-Sabre não estava ali, não havia porque perder tempo com eles.

Num primeiro momento parecia que ia dar certo. Ninjas caíam como cartas de baralho diante da selvageria de Logan. Muitos não conseguiam sequer ver de onde vinha o ataque, já que o inimigo, além de ser pequeno e muito rápido se aproveitava da escuridão e do fato de estar vestindo o mesmo uniforme para instalar o caos no meio da tropa.

Com um golpe devastador, executado com as duas mãos, Logan partiu um ninja ao meio pela cintura. Notou então o caminho a sua frente momentaneamente desobstruído. Sem perder tempo, disparou a correr por ali, torcendo para que pudesse alcançar as árvores antes que pudessem detê-lo. Dentro do bosque, poderia despistá-los facilmente.

Mas a sorte parecia realmente não estar ajudando Logan aquela noite. Quando faltavam só uns poucos metros para alcançar as árvores, o mutante sentiu as pernas serem embaraçadas por alguma coisa e caiu de cara no chão.

Mal teve tempo de se virar para constatar que se trava da corrente de um kusarigama[2] quando o portador da arma caiu sobre ele. Empunhado a pequena foice, o ninja golpeou de cima para baixo, certo de que liquidaria um inimigo aparentemente indefeso e subjugado.

Porém Wolverine não era qualquer um. Mesmo caído aparou o golpe com uma mão, enquanto com as garras da outra arrancava o braço que empunhava a foice. O ninja soltou um guincho estrangulado quando Logan o estripou fazendo uso da sua própria arma.

Mais que depressa, Logan tratou de se livrar das correntes nas suas pernas. Com um único golpe as cortou e se pôs de pé. Mas nem bem se ergueu e já teve que se esquivar de um golpe fulminante de espada. O autor do golpe teve a cabeça separada do corpo num torvelinho de sangue.

Respirando ruidosamente, Logan se pôs em guarda, garras de adamantium em riste. Elas estavam ensopadas de sangue assim como seu rosto e boa parte do corpo. Notou que estava mais uma vez cercado, um verdadeiro mar de lâminas nuas a sua volta. Girando lentamente sobre os calcanhares, Logan procurou por uma brecha. Era inútil. Podia ver no olhar maligno de cada ninja que o único jeito de sair daquela situação seria matar todos eles até o último.

Num movimento ágil, o mutante se deslocou lateralmente, o alvo era um ninja a sua esquerda que estava prestes a atacá-lo com uma lança. O ninja ainda tentou golpear visando o pescoço, mas Wolverine se abaixou no momento exato, e em seguida abriu o tórax do adversário provocando outra chuva de sangue e vísceras.

Nem bem executou o golpe e Logan já atacava outro ninja. Ele tentou bloquear o golpe de Logan com a espada, mas para sua surpresa e azar as garras de adamantium cortaram a espada como se ela fosse feita de papel. Com a garganta aberta, o ninja morreu ainda olhando com olhos esbugalhados para o que sobrou de sua espada.

Isso tudo aconteceu em menos de três segundos. E Logan não diminui o ritmo, retalhando e esquartejando com uma eficiência assustadora. Logo uma pilha de cadáveres fumegantes se formou. A essa altura o frenesi da matança já o dominava, tudo o que importava era matar, matar e matar.

Mas passado o choque inicial, os ninjas começaram a reagir. Um deles se aproveitou do momento em que Logan estripava um colega para golpeá-lo pelas costas. A espada desceu zunindo sobre o ombro do mutante, atravessou a carne e só foi detida pelo osso da clavícula. Aproveitando-se da brecha outro se aproximou e cravou uma lança na altura dos rins de Logan.

Soltando um urro de dor e ódio, Logan girou rapidamente e com um golpe certeiro decepou a cabeça do primeiro atacante. Já ia dar cabo do outro quando sentiu uma série de picadas nas costas. Tratou de se abaixar antes que fosse atingido novamente e foi bem na hora, o ninja que o havia lanceado recebeu no peito a chuva de flechas e shurikens destinadas a ele.

Ainda abaixado Wolverine localizou o pequeno grupo responsável pelo ataque a uns a poucos metros de onde estava. Sem se importar com a espada ainda cravada no seu ombro, o X-Man arremeteu como uma bala na direção deles.

No caminho um ninja grandalhão tentou barrar sua passagem. Ele tinha uma grande naginata[3] nas mãos e com ela executou um golpe de varredura horizontal que tinha o endereço certo do pescoço de Logan.

Este, porém se esquivou, e sem perder tempo enterrou as garras da mão direita no estômago do ninja. Os outros já tinham armado novamente seus arcos e estavam prontos para alvejar Logan assim que o vissem. Mas sem diminuir a marcha, o mutante continuou avançado usando o corpo do ninja que tinha empalado como escudo.

Sem ver direito o que estavam fazendo, os arqueiros encheram o corpo do colega de setas sem lograr um único acerto em Logan. Só tarde demais perceberam em quem estavam atirando. Quando chegou perto o bastante Wolverine se livrou do cadáver e saltou caindo bem no meio dos arqueiros.

Com uma sucessão de golpes fulminantes Logan acabou rapidamente com eles. Um, porém tentou fugir largando as armas e disparando na direção do mato. Mas não foi muito longe. Logan pegou a espada que ainda estava espetada no ombro e a arremessou na direção do fugitivo, que caiu morto com a arma cravada nas costas.

Dez minutos depois o último ninja caía varado pelas garras de adamantium e logo começava a fumegar. Logan caiu de joelhos e retomava o fôlego em largos sorvos.

- Acho que eu tô ficando velho mesmo. Mas ainda não é hora do velho canadense aqui descansar.

O mutante se colocou de pé e já ia começar a andar quando foi acometido por uma forte vertigem. Seus joelhos fraquejaram e ele acabou caindo sentado.

- Cacilda! Que merda tá acontecendo comigo?

Um breve auto-exame foi o suficiente para descobrir o que estava errado. Dezenas de Shurikens e pontas de flechas estavam cravadas no peito e nas costas de Logan. Mais que depressa ele começou a se livrar dos objetos, quando acabou tentou mais uma vez se levantar, mas descobriu que suas pernas estavam dormentes.

E não era só isso, todos os cortes e contusões que havia recebido recentemente não estavam se curando como deveriam. Normalmente o fator de cura mutante não levaria mais de que alguns segundos para reparar os danos mais graves. Mas até mesmo os cortes mais superficiais permaneciam abertos ainda.

Com a adrenalina da batalha baixando, Logan foi se tornando dolorosamente consciente de cada um dos cortes e do motivo pelo qual eles não estavam cicatrizando: Veneno[4]. Havia veneno suficiente em Logan para liquidar uma pequena cidade. Se por um lado o fator de cura suportasse bem pequenas doses, uma dose daquele tamanho poderia perfeitamente pô-lo fora de combate. Todas as armas, incluindo espadas e lanças deviam estar encharcadas de veneno. Creed não só o havia atraído para uma armadilha como também conseguiu o tirar de cena.

Inutilmente, Logan tentou se erguer novamente. Foi quando uma trouxa de roupas de ninja a poucos metros de onde estava chamou sua atenção.

Gemendo pelo esforço, o mutante se arrastou até onde as roupas estavam, mesmo com o olfato embotado reconheceu o cheiro de Creed nelas. Junto às roupas havia um envelope do tipo usado normalmente no Japão.

Estava endereçado a ele.

Com as mãos tremendo, Logan desdobrou o envelope. A mensagem escrita em inglês com uma péssima caligrafia era curta:

“ SEJA BEM VINDO. OTÁRIO! “

- Aquele filho da p...

Sem conseguir terminar o insulto Logan se deixou cair na piscina gelada da inconsciência.

 

De cima de um telhado, Dentes-de-Sabre observava o casarão com seus altos muros. Ele vestia apenas as calças do seu conjunto de roupas, mas parecia não se importar com o vento frio que picava seu torso musculoso. Apesar da escuridão ele conseguia distinguir perfeitamente os vultos armados de fuzis que vigiavam do telhado e do muro. Ele então chamou com um gesto um ninja que estava próximo.

- Tem atiradores em cima do muro e do telhado. - sussurrou o mutante - Se livra deles primeiro.

- Sim senhor.

O mutante então lançou um olhar para baixo, na direção do grupo de ninjas que o acompanhava.

- Lembrem-se, - disse ele erguendo um pouco a voz - matem todo mundo, menos o Saitou e a garota. Destes, eu quero cuidar pessoalmente. Agora vão.

Quase sem fazer barulho, cinqüenta figuras de preto começaram a se mover para cercar a casa. Dentes-de-Sabre os acompanhou com o olhar por alguns momentos e então concentrou sua atenção para o local onde o grupo de Shiro e os policiais lutavam.

Como ele esperava, a manobra chamou a atenção dos adversários e agora seu caminho estava livre. No momento em que os tiros começaram Creed e seu bando puderam se aproximar facilmente. De onde estava agora, o mutante podia ouvir claramente os sons da batalha.

A manobra para atrair Logan para fora da casa parecia ter também dado resultado. Seus sentidos mutantes confirmavam apenas a presença residual dele.

Mas então algo estranho aconteceu. Os tiros e gritos cessaram de repente. Curioso, o mutante se ergueu e apurou a audição. Um silêncio inexplicável perdurou por alguns momentos, até que sem mais nem menos uma gritaria confusa irrompeu seguida do som de entrechoque de espadas. Mas nenhum som de tiro.

A princípio Creed achou que Shiro e seu grupo haviam eliminado todos os policiais, mas não podia ser isso, ainda era muito cedo. E agora a algazarra recomeçara, mas parecia que a munição dos policiais tinha acabado. Os instintos de Victor Creed entraram em alerta, alguma coisa fora do planejado estava acontecendo.

- Ei você. - Creed se dirigiu mais uma vez ao ninja que estava com ele no telhado - Vá lá ver o que está acontecendo, rápido e rasteiro.

- Sim senhor.

O ninja pulou como um gato para o chão e começou a correr silenciosamente na direção indicada.

 

Saitou estava impaciente. Já faziam mais de cinco minutos que Kenshin e Sanosuke haviam saído intempestivamente para ajudar o pelotão que lutava na rua. E pelo que podia apurar com a audição eles já estavam virando o jogo. O ataque principal deveria acontecer a qualquer momento.

O policial andava de um lado para o outro, verificando se todos estavam preparados e em posição. Não notou o menor sinal de medo ou dúvida nos seus homens, pelo contrário, a expectativa de ação violenta enchia a maioria deles de um contentamento impaciente.

Aqueles policiais não faziam parte das forças regulares. Saitou os havia recrutado de forma seletiva, escolhendo nas forças de segurança, apenas os homens mais violentos e habilidosos. Havia até alguns egressos da yakusa que Saitou livrara da cadeia em troca de seus serviços. Todos, sem exceção, eram da mais absoluta confiança e nutriam por Saitou uma devoção e respeito quase religiosos.

Satisfeito, o Lobo de Mibu voltou para dentro da casa a fim de dar uma olhada no quarto onde os “hóspedes” estavam. No caminho conversou um pouco com os espadachins que estavam de guarda no corredor. Antes de abrir a porta corrediça se anunciou:

- Sou eu, Saitou.

Quando entrou no quarto, a primeira coisa que lhe chamou a atenção foi a figura de Chou, sentado a um canto próximo a porta, em suas mãos havia um objeto que parecia uma longa e flexível lâmina de aço que terminava num cabo de espada.

- Se você não fosse quem diz, - disse ele com um sorriso torto - já teria virado picadinho.

- Feh. Tudo certo por aqui?

O policial passeou o olhar pelo quarto. Megumi e Kaoru estavam sentadas sobre os joelhos junto a uma mesa baixa. Em silêncio as duas se limitaram a dirigir olhares nada amigáveis para o recém chegado. Yahiko estava andando de um lado para o outro e parecia ter um bicho carpinteiro instalado no corpo, assim que ouviu a pergunta de Saitou deu a volta na mesa e o encarou com uma veia já latejando na testa.

- É claro que não! - disse o garoto - O Kenshin e o Sanosuke estão lutando enquanto eu tenho que bancar a babá pra raposa e a feiosa.

Um par de pesados tamancos de madeira atingiram ao mesmo tempo a nuca de Yahiko. Que caiu sem sentidos aos pés de Saitou.

Megumi e Kaoru ainda tinham as mãos no ar e uma expressão belicosa nos rostos.

- Quem precisa de babá aqui é você, pivete. - disse a primeira.

- Eu te mostro quem é a feiosa. - resmungou Kaoru.

A cena de comédia pastelão não alterou em nada a expressão gélida de Saitou, mas Chou por outro lado começou a gargalhar com gosto.

- Puxa vida. - dizia ele em meio ao riso - Esse baixinho é muito engraçado.

Mostrando um poder de recuperação surpreendente, Yahiko salta de pé. E com uma cara de tubarão (que ficava ainda mais hilária devido aos imensos galos na cabeça), aponta um dedo acusador para Chou.

- CALA A BOCA! Eu não preciso de você pra proteger essas duas. Cai fora.

- Melhor não. - disse Chou ainda meio engasgado com o riso - Afinal, quem é que vai proteger VOCÊ delas.

- GRRRRRRRR.

- Pelo jeito, - disse Saitou se virando para sair - está tudo bem por aqui.

Já no corredor, Chou veio atrás dele.

- Espera um pouco, quero falar com você.

Sem responder ou se voltar Saitou continuou andando. Ao chegar à varanda da casa parou e começou a acender um cigarro. Chou que vinha logo atrás, parou ao seu lado e perguntou em tom casual:

- Algum sinal do gaijin?

Com o cigarro preso aos dentes e ainda batendo a pedra do isqueiro Saitou respondeu.

- Não. Ele simplesmente desapareceu, não está em nenhum lugar da propriedade ou arredores.

- Vai ver ficou com medo e fugiu. - ponderou Chou com ar de pouco caso.

Finalmente conseguindo acender o isqueiro Saitou aproximou a chama da ponta do cigarro. Com muito vagar fechou o isqueiro, guardou no bolso, tirou o cigarro da boca e lançou um olhar de soslaio para o lugar onde deveriam estar as botas de Logan na varanda.

- Eu duvido. - disse ele por fim - Mas em todo o caso, se tivermos sorte, a esta hora ele já deve estar morto.

- Espero que sim.

Mas intimamente Saitou duvidava disto também. De alguma forma ele sabia que o misterioso estrangeiro não ia se deixar matar tão fácil assim.

Saitou pensava nisto enquanto levava o cigarro à boca para tirar a primeira tragada. Mas o gesto ficou no caminho, congelado. Os cabelos em sua nuca se eriçaram e seu sexto sentido entrou em alerta.

Neste momento ouviu-se o assovio de flechas cortando o ar e logo em seguida uma série de gritos estrangulados. Um corpo veio rolando do telhado e caiu bem à frente de Chou e Saitou, uma seta com plumas negras estava cravada no seu peito. Saitou largou o cigarro no chão e o apagou com a sola da bota.

- Chou, volte para dentro e proteja-os.

- Peraí...

- Não discuta, VÁ!

A fuzilaria começou, os atiradores que não foram atingidos no primeiro ataque começaram a revidar. Alguns estavam armados com carabinas de repetição Winchester e com elas executavam rápidos disparos em seqüência. Logo vários ganchos envolvidos em pano negro se fixaram nos muros e figuras de preto começaram saltar para o pátio como se fossem um enxame de baratas.

Os espadachins lhes deram as boas vindas e então um violento entrevero teve início. Saitou sacou sua katana e saltou para o pátio. A poucos metros de onde estava viu dois ninjas tencionando atacar um policial pelas costas.

Com uma velocidade inacreditável, Saitou correu e num golpe terrível trespassou os dois ninjas com um único gatotsu. Com um movimento brusco se livrou dos corpos e logo em seguida atacou o ninja mais próximo.

 

Kenshin e Sanosuke não tinham tomado consciência do ataque à casa. Estavam muito ocupados, enfrentando uma resistência feroz por parte dos ninjas que graças ao seu grande número os pressionava a se afastarem cada vez mais.

E era com esse objetivo em mente que Shiro exortava seus homens a atacarem sem descanso. Como ele temia, a informação do agente infiltrado se confirmara. Battousai estava ali.

Fazia parte do plano arquitetado por Creed segurar Battousai o maior tempo possível longe da casa caso sua presença se confirmasse. A princípio, Shiro ficou contente por poder se afastar da presença de Creed, mas olhando agora Battousai e seu amigo lutando, ele só podia pensar que trocou o fogo pela frigideira.

Naquele momento Kenshin estava enfrentando um ninja que tinha quase o dobro da sua altura. Além de grande ele era habilidoso com a espada, tinha conseguido bloquear dois ataques seguidos de Kenshin e agora contra-atacava com violência. Ao invés de bloquear o ataque, Kenshin se esquivou e aproveitando a brecha na guarda do outro golpeou com precisão o seu fígado. O adversário soltou a espada e com um gemido caiu de cara no chão, desacordado.

Kenshin olhou em volta, Sanosuke continuava lutando como um possesso, enfrentando dois, até três adversários por vez. Com o rabo do olho ele percebeu que de cima de um telhado um ninja se preparava para atirar uma flecha no amigo. O espadachim então disparou a correr e com um salto poderoso se lançou para o telhado onde estava o arqueiro. Ainda no ar, Kenshin aplicou um golpe violentíssimo. O ninja, atingido na cabeça, rolou do telhado e foi cair estatelado no chão.

Sanosuke, que não desconfiava de nada, tinha acabado de aplicar um tremendo pontapé num adversário quando ouviu o barulho do corpo caído no chão bem do seu lado. Olhou para cima e viu Kenshin em cima do telhado.

- O que ce ta fazendo aí? - perguntou ele - A festa é aqui embaixo.

- Isso não é hora para brincadeiras Sano.

- Eu sei. Esses caras são muito insistentes.

Kenshin não estava gostando nem um pouco daquela situação, eles estavam demorando demais para resolver aquela pendência. Era óbvio que os adversários tentavam afastá-los da casa. Pelo menos Chou e Saitou estavam lá, e logo cinqüenta policiais iam se somar aos outros que já protegiam Kaoru e os outros.

Kenshin aproveitou a posição elevada para a avaliar rapidamente o número de adversários ainda de pé. Mesmo já tendo perdido a conta de quantos derrubara o número restante era considerável, e pareciam nem um pouco dispostos a abandonar a batalha.

O espadachim já se preparava para entrar novamente no combate quando viu uma flecha incendiária riscar o céu escuro.

- Isso não pode ser nada bom.

 

Dentes de Sabre não havia ainda arredado o pé do telhado de onde observava o ataque. Muito insatisfeito, ele via os ninjas sendo rechaçados a todo o momento. Para piorar a situação, um batalhão de policiais chegou pela rua e estava atacando a retaguarda. Um ninja se aproximou mancando do lugar onde estava.

- Senhor. Estamos com problemas.

- Num brinca. - rosnou Creed - Agora me conta uma novidade.

- É o Saitou. Ele está matando todo mundo.

O mutante agarrou o ninja pelo pescoço e o ergueu.

- Cambada de inúteis. Deixa estar, daqui a pouco eu vou mostrar como é que se faz.

Enquanto falava, Creed ia apertando o pescoço do infeliz. Quando estava prestes a quebrá-lo ouviu uma voz na rua abaixo.

- Creed-sama.

Dentes-de-Sabre olhou para baixo e reconheceu o ninja que ele tinha mandado verificar a situação na outra frente de batalha. Com um gesto de desprezo soltou o que estava estrangulando. O ninja caiu sentado sobre as telhas segurando o pescoço e tossindo muito.

- Sai daqui infeliz. - mandou Creed - Volta lá e vê se morre tentando fazer algo de útil.

Sem esperar uma segunda ordem o ninja saiu dali o mais rápido que pode. Dentes-de-Sabre então saltou para o chão a fim de ouvir o que o outro ninja tinha a dizer.

- Desembucha seu corno. O que aquele idiota do Shiro ta aprontando?

Com medo de receber um tratamento semelhante ao do colega, o ninja hesitou um pouco, tentando escolher as palavras certas para dar aquela péssima notícia. Ante o olhar impaciente de Creed, acabou despejando tudo de uma vez.

- O-o grupo de Shiro está sendo destroçado. Parece que...

- PARECE O QUE ESCROTO?

- ... parece que pelo Battousai e o Zanza.

- Tu disse Battousai?

- S-sim senhor.

- Hum, - Creed sorriu e coçou o queixo - isso quer dizer que a informação do Shiro era correta. Como vai indo a luta?

- De mal a pior senhor, eles já perderam mais da metade do contingente original. É só questão de tempo serem derrotados.

- Algum sinal do terceiro grupo?

- Nenhum senhor, assim como combinado, lancei uma flecha incendiária como sinal para se juntarem ao grupo de Shiro, mas não houve resposta.

O medo na voz e no cheiro do ninja eram tão evidentes que Creed sentiu ganas de estripá-lo ali mesmo. Mas aquela era a notícia que ele estava esperando para finalmente agir. A prioridade agora era eliminar a garota. Haveria tempo mais tarde para cuidar de Wolverine e Battousai.

- Agora escuta aqui. - disse ele - Vai dizer pros teus colegas atraírem os meganhas pra longe da casa. Eu vou entrar lá e acabar com essa palhaçada. Vai, RASPA!

Como se tivesse levado um choque elétrico o ninja saltou para trás e deitou a correr. Dentes-de-Sabre então foi se colocar num ponto próximo a casa para atacá-la assim que suas ordens fossem cumpridas.

 

Depois da chegada de Tojiro e seu grupo, a situação rapidamente virou a favor dos policiais que defendiam a casa. Depois de um curto, porém encarniçado embate, Saitou e seus comandados botaram os agressores a correr.

Saitou então encarregou o cabo Tojiro para a perseguição, mobilizando para isso todos os policiais em condições de lutar.

- E quanto ao senhor Himura? - perguntou o cabo.

- Já despachei Chou para ajudá-lo.

- Mas senhor, e se...

- Isso é tudo cabo, dispensado.

O cabo bateu continência e começou a se afastar. Nem bem tinha dado cinco passos e se voltou encarando mais uma vez Saitou que se encontrava na varando da casa.

- Perdoe a minha impertinência senhor mas... não seria mais sensato deixar alguns homens aqui, de prontidão para um eventual...

- Não se preocupe. - interrompeu Saitou - Vamos ficar bem. Garanto que o Tentáculo não vai tentar mais nada por enquanto.

- Mas...

- Vá logo. Obedeça as ordens e não discuta.

Dando de ombros o cabo tornou a bater continência e se voltou. No caminho para o portão arregimentou todos os policiais disponíveis e logo o grupo composto por cerca de sessenta homens partiu em perseguição aos ninjas.

Observando o pátio agora deserto Saitou suspirou, sentindo todo o cansaço que 48 horas de vigília podem trazer. Ouviu então vozes no interior da casa e com passos arrastados se dirigiu para lá.

Fazendo correr a porta da frente. Saitou se deparou com a sala da frente fortemente iluminada. Demorou alguns segundos para se acostumar com a luz, mas a primeira impressão que atingiu seus sentidos ao entrar foi o cheiro de sangue e o som de gemidos.

A sala foi transformada em um ambulatório improvisado onde vinte policiais recebiam atendimento. Dez deles porém, jaziam do lado de fora, alinhados no chão próximos ao muro. Lençóis brancos cobriam suas cabeças e corpos, deixando apenas suas botas de fora. Dos ninjas, apenas roupas vazias, armas e um resquício de enxofre no ar atestava suas mortes. Dentro da sala, o médico do grupamento e a doutora Takani se desdobravam para atender todos os feridos, alguns em estado grave.

Assim que viu Saitou, Megumi se ergueu e foi na direção dele enquanto limpava as mãos em um avental sujo de sangue.

- Saitou. Por onde você andava? - havia urgência em sua voz - Nós temos que remover estes homens parra um hospital o mais rápido possível.

- Tem razão.

- Não me interessam os seus motivos eu... Hein? O que disse?

- Eu disse que tem razão. Já providenciei transporte, logo poderemos levá-los.

Megumi ainda ficou alguns segundos com uma expressão meio aparvalhada no rosto. Definitivamente aquela não era a resposta que esperava.

- Onde está sua amiga? - Perguntou Saitou.

Antes de obter qualquer resposta uma voz se fez ouvir as suas costas.

- Aqui Saitou.

Ao se virar Saitou viu Kaoru se aproximando. Ela também vestia um avental por cima do kimono e amarrara um lenço na cabeça, de uma de suas mãos pendia um balde com água quente.

- Onde deixo o balde Megumi?

- Ah. Pode deixar isso comigo

A médica tomou o balde das mãos da amiga e se aproximou mais uma vez dos feridos que apinhavam a sala deitados sobre esteiras de palha. Kaoru se aproximou de Saitou. Havia em seu rosto uma expressão preocupada, mas de modo geral ela parecia estar com os nervos sob controle, bem diferente de algumas horas atrás. Sem nenhum preâmbulo, foi logo perguntando:

- Onde estão Kenshin e Sanosuke?

Saitou sorriu.

- Fazendo o que fazem melhor, bancando os heróis.

O semblante de Kaoru endureceu.

- Não fale assim deles.

- Feh, não se preocupe, nenhum ninja é páreo para eles. Já enviei o Chou para localizá-los e ajudá-los, logo nós teremos notícias.

Saitou passeou o olhar pela sala.

- Eu não estou vendo o garoto.

- Ele não agüentou e pegou no sono, está lá no quarto agora.

- É a melhor coisa que ele poderia fazer. Você deveria fazer o mesmo. Como está seu ferimento?

Meio surpresa pelo súbito interesse, Kaoru encarou Saitou mais uma vez e só então notou a palidez doentia do seu rosto, os olhos vermelhos e injetados, os ombros curvados como os de um velho. Ela se acostumou a ver Saitou um monstro insensível, mas ao vê-lo daquele jeito, chegou a pensar que talvez o temível Lobo de Mibu devesse ser no fundo tão humano quanto qualquer um. Kaoru suavizou o semblante e foi com uma voz quase simpática que tornou a falar:

- Eu dormi durante quase o dia todo, esqueceu? E as costelas já não estão doendo tanto. Já você parece que não dorme há uns três dias.

Saitou, num gesto involuntário levou uma das mãos ao rosto e esfregou os olhos. Mas logo entesou o busto e quando tirou a mão tinha uma expressão de insana perversidade no rosto.

- Não é agora, no melhor da festa que eu vou descansar.

Assustada, Kaoru deu um passo atrás. Um mau pressentimento percorreu seu corpo na forma de um calafrio. Tudo o que pensara momentos atrás foi por água abaixo. Saitou era mesmo um monstro. Já ia pedir esclarecimentos quando ouviu a voz de Megumi chamando.

- Kaoru! Não fique parada aí feito uma idiota. Ajude-me a preparar os feridos para a remoção.

- Já vou.

Tinha se afastado já alguns passos de Saitou quando estacou e se virou.

- A propósito, tem alguma notícia do senhor Logan?

- Nenhuma. A única coisa que sei é que ele desapareceu logo depois daquele incidente à meia-noite. Depois disso ninguém mais viu ele.

Kaoru desviou o olhar de Saitou. Ainda um pouco constrangida sabia que o “incidente” a que ele se referia tinha a ver com o pesadelo que a fez despertar aos gritos, pondo em polvorosa todos a sua volta.

- Saitou - continuou ela tentando esconder o embaraço - Você acha que ele pode estar...

- ...Morto. Não. Acho que não teremos essa sorte. Algo me diz que cedo ou tarde teremos notícias dele novamente.

- Kaoru - chamou mais uma vez Megumi - Venha cá de uma vez.

Franzindo o rosto de contrariedade Kaoru obedeceu. Não queria nem pensar no que poderia ter acontecido com Logan. Apesar da desconfiança geral, agravada pelo seu desaparecimento ela se recusava a acreditar que ele pudesse ser um inimigo. O curtíssimo contato que tiveram, foi suficiente para Kaoru se afeiçoar ao estranho gaijin.

Depois de quase duas horas, um policial entrou no recinto anunciando a chegada do transporte para os feridos.

Usando macas improvisadas os feridos foram levados um a um para duas carroças puxadas por cavalos. Tão logo a baldeação se completou e Saitou ordenou a partida imediata.

Do portão da frente Saitou observou os veículos se afastando. Agora só restavam ele, Kaoru, Megumi e Yahiko no casarão. O policial acendeu um cigarro e aproveitando a chama do isqueiro deu uma olhada no mostrador do seu relógio de bolso. Ele marcava 4:20, dentro de pouco mais de uma hora o dia amanheceria.

Ao guardar o isqueiro e o relógio Saitou sentiu uma forte perturbação. Os cabelos de sua nuca se eriçaram.

- Ora. Parece que a tarefa vai caber a mim afinal. Exatamente como eu queria.

Lentamente, Saitou se virou na direção de um beco escuro do outro lado da rua. E num mudo desafio jogou naquela direção toda sua energia combativa.

Em seguida se virou e com uma calma arrogante caminhou lentamente. Entrou no portão e ao passar o deixou escancarado.

Atendendo o convite, Dentes-de-Sabre emergiu do beco e se dirigiu calmamente na direção que Saitou tomara.

 

Logan acordou num sobressalto. Soergueu o busto e ofegante olhava de um lado para o outro, como se não soubesse onde estava e nem como veio parar ali. Mas um breve vislumbre do recado deixado por Creed foi o suficiente para trazê-lo de volta à realidade.

Com raiva, Logan amassou e atirou longe o papel. Após um rápido exame, constatou que todos os seus ferimentos haviam se fechado. Sua roupa de ninja estava reduzida a trapos meio endurecidos devido ao sangue seco. Como resquícios do envenenamento que sofrera, sobraram uma brutal dor de cabeça e um gosto metálico muito forte na boca.

- Aquele canalha me paga. - disse Logan enquanto se erguia, ainda com certa dificuldade e olhava em volta.

Os únicos sinais que restavam da luta travada na clareira eram as armas e as roupas de ninja espalhadas por todos os lados. Sentindo a cabeça clarear mais a cada respiração, Logan olhou as estrelas. Para seu espanto constatou que ficara desacordado por mais de duas horas.

A imagem de Kaoru e seus amigos sendo esquartejados por Creed atravessou o espírito de Logan como uma descarga elétrica. Num impulso tentou correr, mas as pernas, ainda entorpecidas não responderam a contento, fazendo com que Logan caísse de novo. Com uma careta de dor e ódio, o mutante se ergueu mais uma vez e começou a se movimentar do jeito que podia, amaldiçoando Creed a cada passo.


Última revisão em 12/08/2005

Comentários

Como o capítulo foi extenso, vou tentar ser breve. Pra quem gosta de ação e cenas de luta, esse episódio foi um prato cheio. A parte que mais deu trabalho sem dúvida foi a luta de Logan contra os ninjas, tive que reescrevê-la um monte de vezes. Mas assim como no resto da narrativa, acho que consegui um bom resultado, tanto é que apesar de grande, não ficou cansativo de se ler(será?).

Outro aspecto que deu bastante trabalho foi a amarração do enredo para os próximos episódios, por causa disso é que demorei tanto para postar este capítulo. Ainda estou meio em dúvida quanto aos rumos do fanfic, mas pelo menos tenho dois ou três episódios já praticamente definidos.

Pelo título deu pra notar que o próximo capítulo vai ser bem parecido com esse, muita correria, lutas e várias outras coisas acontecendo ao mesmo tempo. Mas o prato principal vai ser um duelo de tremer o chão: Saitou x Dentes-de-Sabre. Façam suas apostas.

Para encerrar eu gostaria de agradecer a ajuda e o apoio de uma grande escritora de fanfics. Ela ajudou na revisão gramatical deste capítulo e tem sido um grande incentivo para mim. Um abraço Juliane-chan, valeu pela força.

Pra quem quiser conferir os ótimos fanfics da Juliane-chan o endereço é: www.panbox.com.br e pra quem quiser se comunicar comigo o e-mail é miburo@hotmail.com

Notas:

[1] - Shuriken - Arma de arremesso, geralmente em formato de estrela, muito comum entre os ninjas

[2] - Kusarigama - Outra arma muito popular entre os ninjas, consiste em um bastão de madeira de cerca de quarenta centímetros munido numa extremidade por uma longa corrente que acaba num peso de ferro. Na outra extremidade do bastão se encontra uma foice, às vezes embutida de cerca de 30 cm. O peso e a corrente são usados tanto para desarmar o adversário quanto para atingi-lo diretamente ou imobilizá-lo. A foice entra em ação a curtas distâncias e é especialmente adequada para decapitar ou estripar o adversário.

[3] - Naginata - Lança de comprimento médio com uma lâmina de folha larga e curva.

[4] - Veneno - Neste caso Logan se refere provavelmente à neurotoxina extraída do baiacu, também muito utilizado por ninjas e outros assassinos essa substância tem o poder de paralisar as funções medulares, matando a vítima por asfixia.

Capítulo 12

Capítulo 10

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