Capítulo 01Os alunos da faculdade Harvard estavam apreensivos naquela manhã, mais um assassinato ocorrera pelas redondezas. Para ser mais específico, na própria instituição de ensino. Ninguém prestava atenção na aula direito, até mesmo os professores não rendiam muito bem, pois durante aquele ano, cinco pessoas já haviam desaparecido. Nesse número, incluía-se alunos, professores e um servente. Até então, não havia nenhum suspeito dos crimes, apenas se sabia que era a mesma pessoa.. e com um padrão psicológico debilitado. Os corpos encontrados eram praticamente irreconhecíveis, devido a brutalidade dos crimes. Eram reconhecidos apenas pelo exame de DNA. Ange estava calada rabiscando uma folha de seu fichário, às vezes olhava em volta, observando a todos. Parou o olhar num garoto que estava sentado ao seu lado direito, consideravelmente perto, suado, nervoso, tentando se concentrar num parágrafo do livro. Ange>> Você está legal? - Ele não respondera, continuava do mesmo jeito. - Hey.. você. - Tocou seu ombro, ele dera um pulo e virou-se para o lado, assustado. - Calma, foi só um susto. - Sorriu. - Ele apenas fez que sim. - Qual seu nome? - A turma tinha mais de 100 alunos, raramente se conhecia todo mundo, principalmente ele que não fazia muita questão de ser conhecido. Taylor>> Hanson.. Taylor. Ange>> Ange. - Sorriu novamente. - Você tá legal? Taylor>> Sim. - Voltou a ler, ela riu. Ange>> Ei, você é tímido ou impressão? - Ele a olhou novamente, ainda sem responder. Taylor>> Quieto. Ange>> Está assim por causa dos assassinatos? Taylor>> É.. é.. - Ficou um pouco mais nervoso. Ange>> Não se preocupe.. é passageiro. E é só tomarmos cuidado. Você mora aonde? Taylor>> Rua das flores. Ange>> Eu moro por ali perto.. a gente pode voltar juntos, se quiser. - Sorrindo. Ele respirou fundo, ela estava sendo tão simpática que não podia negar. Taylor>> Claro. - Sorriu sem jeito, fazia tanto tempo que não sorria que estava desacostumado. O tempo foi passando, ela alternava o olhar entre o quadro e Taylor. Não podia negar que era charmoso, principalmente pelo seu jeito tímido e reservado que acabava chamando a atenção, mesmo que o seu objetivo fosse o oposto. A aula acabou, eles saíram juntos da sala, caminhando calados, sem dar uma palavra. Ange>> Fala alguma coisa. - Enquanto balançava sua bolsa pra frente e pra trás. Taylor>> Não sei.. Ange>> Não sabe como? Taylor>> Não sabendo. - Encarou. - Ué. - Deu um sorriso tímido, percebendo que tinha sido grosso. Ange>> Bobo. - Fez careta. - Que você gosta de fazer? Taylor>> Nada.. Ange>> Nada?? - Espantou-se. Taylor>> É, nada.. é o que eu mais gosto de ficar fazendo. - Ela riu. Ange>> Sair com namorada, com os amigos? Taylor>> Não tenho. Ange>> O quê? Namorada? Taylor>> Os dois. - Apalpou o ombro dela. Ange>> Como alguém não tem amigos? - Ele ficou um pouco incomodado com a pergunta, mas percebeu que ela não fizera por maldade, apenas tinha sido espontânea. - Me desculpa! Taylor>> Tudo bem.. ah, é a minha dificuldade de me relacionar com as pessoas.. se você não tivesse vindo falar comigo, não iria falar com você. Ange>> Hmm.. e por quê? Taylor>> Medo, eu acho. Ange>> De quê? Taylor>> De não ser bem ' recebido ' por você. Ange>> Por que eu não receberia um oi?? - Franziu as sobrancelhas. Taylor>> Você pergunta demais.. me deixa confuso. - Ela riu. Ange>> Desculpa. Taylor>> Em vez de tentar medicina, devia fazer psicologia. Ange>> Ou psiquiatria. - Piscou pra ele. Taylor>> Ahhhhhn.. verdade. Está no caminho certo, então. Ange>> Nossa, essa rua é linda. - Quando eles entraram na rua das floress. Taylor>> Também acho. - Seguiram até uma casa velha, antiga. Não estava acabada, mas percebia-se que nada havia sido feito de obra desde a época que fora criada. - Pronto, é aqui que eu moro. Ange>> Aqui? Sempre passei por aqui curiosa pra saber quem morava nessa casa.. ela é linda! Taylor>> Brigado. Ange>> Então.. até amanhã. - Esticou pra dar um beijo na sua bochecha. Taylor>> Quer entrar? Mas nada de usar sua psiquiatria em mim. - Ela riu. Ange>> Hmm.. tá. Taylor>> Você já começou a se aprofundar, ver se é isso mesmo que você quer fazer? Ange>> Sim.. eu já li tudo que é livro de psicologia que eu podia ler. - Ele sorriu. - E você? Vai se especializar em quê? Taylor>> Cirurgia. - Os dois entraram na casa, que tinha toda uma decoração à moda antiga. - Quer água? Ange>> Não, brigada. Taylor>> Você não acha perigoso estar na casa de uma pessoa que você não conhece? Ange>> Não, eu sou entrona mesmo. - Ele riu. Taylor>> Nem com aquele assassino à solta? Ange>> Ih é mesmo. - Eles riram. - Ah.. você é muito bonito pra ser serial killer. - Ele riu. Taylor>> E serial killer é feio? Ange>> Sei lá, pelo menos se acha feio. Taylor>> E eu não me acho feio não?? Ange>> Não tem motivo. - Ele riu novamente. Taylor>> Me acho horrível. Ange>> Por quê? Taylor>> Porque sempre me falaram que eu era.. passei a acreditar. - Ela balançou a cabeça negativamente. - Agora acha que sou assassino?? - Com uum sorriso no canto da boca. Ange>> Não.. agora sei porque você é tão tímido. - Ele sorriu, concordando. - De quem você desconfia?? Taylor>> Dos assassinatos? Ange>> É. Taylor>> Não sei.. tem que ter a mente muito perturbada pra fazer coisas como essa.. Ange>> Eu acho que é o Bryan. Taylor>> Ele? Sério? - Franzindo as sobrancelhas. Ange>> Além dele ser super anti-social, ele anda com uns acessórios satanistas. - Ele riu. Taylor>> Eu também sou anti-social. Ange>> Mas não é satanista. - Ela fez cara de medo, ele não conseguia prender o riso. - Que foi? Taylor>> Sei lá, você é engraçadinha. Ange>> Engraçadinha? Taylor>> É.. você quer sentar, ver TV, quer alguma coisa? - Fazia tempo que não tinha companhia, estava até gostando. Ange>> Nem.. eu tô de saída.. tenho que estudar e tudo mais. Temos prova amanhã.. anatomia. - Mostrou a língua. Taylor>> Eu sou muito bom em anatomia, se você quiser te ajudo! Ange>> Claro!! - Não podia evitar o sorriso. Taylor>> Bom.. no meu quarto tem uma escrivaninha, e uma luminária.. a iluminação lá é melhor. Mas se isso te incomoda, a gente pode estudar na sala.. mas é meio escuro.. não gosto muito dessa luz amarela. Ange>> Ah, tudo bem.. vamos estudar aqui. Taylor>> E lá no meu quarto.. - Subindo as escadas. - Tem o material de estudo.. que é bastante coisa.. não prefere vir? - Ange se arrepiou toda por dentro, ficara com medo. Ange>> Er.. Taylor>> Confia em mim. - Sorrindo de leve. Não tinha como negar nada àquele sorriso. Ange>> Ok! - Subiu logo atrás dele. Tudo o que Taylor falara era verdade, tinha mesmo uma luminária forte no quarto, uma escrivaninha cheia de livros e realmente seria mais prático estudar ali. Ele puxou a cadeira do computador, fazendo-a sentar-se nela, e sentou na outra cadeira. Ange>> Isso aqui é um osso? - Pegando algo que estava no chão, perto do computador. Taylor>> Sim.. Ange>> E como você arranjou? Taylor>> No laboratório da faculdade.. peguei emprestado e não devolvi. Ange>> Ahhhn. Taylor>> Vamos estudar? Ange>> Ótimo!! Eles ficaram estudando por um bom tempo, até que ficou tarde e o celular de Ange não parava de tocar. Era sua mãe, já preocupada como sempre. Ange>> É.. deixa eu ir que minha mãe é muito complicada.. daqui a pouco vai estar me buscando aqui. - Ele riu. Taylor>> Eu te levo em casa, nada a ver você andar por aí... principalmente com esse lance que tá acontecendo. Ange>> Thks! Eles foram andando paralelos um com o outro, quietos. O assunto tinha acabado, ela não queria incomodar as viagens da cabeça de Taylor, que não tirava os olhos do chão. Ange>> É aqui. - Ele parou, a encarando. Taylor>> Bom.. tchau. Sua companhia foi um prazer. - Sorrindo, ela se esticou para lhe dar um beijo na bochecha. Ange>> Até amanhã. Taylor>> Bye. Garota estranha, pensou. Estava inconformado como ela tinha conseguido invadir o seu espaço, que ele não abria pra ninguém. Aquilo o revoltara, bastante, mas no fundo tinha certeza que seria passageiro, e pararia de se incomodar com o jeito dela. E se ela agisse assim sempre? Não se aceitava pensando nela, nem aceitava o fato de esperar que ela mexa com ele também no outro dia. Taylor>> Bahhh, Taylor. Esse não é você! Amanhã mesmo vou pedir pra essa imbecil não me encher mais a paciência... - Veio resmungando. - E se ela vier cheia de sorrisinhos, vou cortar logo! Brrrrrr.. - Mexeu a cabeça, entrando em casa. 'Saí de casa à
procura de ilusões Kid Abelha - Eu só penso em você |