AJUDAR O OUTRO É O PRIMEIRO
MANDAMENTO DO CRIADOR No começo o criador criou os seres humanos
junto com o serviço privado de egoísmo (serviço generoso ou Seva, Yajna,
sacrifício) e disse: “Pelo serviço de uns aos outros você irá prosperar, e o
serviço sacrifical irá realizar todos os seus desejos. (3.10) Satisfaça os controladores celestes com
serviço desapegado, e eles irão satisfazer você. Deste modo, um satisfaz o
outro, e você irá alcançar a meta Suprema. (3.11) Um
controlador celeste, ou anjo guardião, significa um rei sobrenatural, uma
pessoa celeste, um anjo, um agente de Deus, as forças cósmicas que controla,
protege e satisfaz os desejos. Mesmo os portões dos céus estarão fechados
para aqueles que tentarem entrar sozinhos. De acordo com as antigas
escrituras a ajuda aos outros é a mais meritosa das ações que alguém pode
fazer. O sábio vê como um serviço a si mesmo o serviço feito aos outros, enquanto
o ignorante serve a si mesmo a custa dos outros. Servir uns aos outros é o
primeiro mandamento do criador, que novamente foi falado pelo Senhor Krishna
no Bhagavad-gita. Deus nos deu dons para ajudar os outros, e servindo aos
outros nós crescemos espiritualmente. Nós nascemos para servir uns aos
outros, para entender, cuidar, amar, dar, e perdoar uns aos outros. De acordo
com Munijii, “Doar é Viver”. Doar torna o mundo um lugar melhor para toda a
humanidade. Crê-se
que o serviço egoísta mina nossa saúde natural e nosso sistema nervoso
também. Quando nós tomamos providência para nos movermos por nós mesmos a
pensar sobre os que precisam dos outros a como podemos servi-los, a saúde
coloca-se em movimento. Isto é especialmente verdadeiro se nós pessoalmente
ajudarmos uma pessoa que talvez jamais a encontremos de novo na vida. Os controladores celestes, sendo atendidos e
satisfeitos pelo serviço abnegado, darão a você todos os objetos desejados.
Aquele que goza com os presentes dos controladores celestes sem compartilhar
com os outros é, realmente, um ladrão. (3.12) Aquele
que não realiza sacrifícios, mas que agarra tudo sem ajudar os outros, é como
um ladrão. É dito que os seres celestes são agradados quando as pessoas
ajudam-se uns aos outros. A posição de dar aumenta a graça de Deus,
realizando e concedendo todos os desejos. O espírito de cooperação – não
confrontação ou competição – entre seres humanos, entre nações, e entre
organizações é a dica aqui (neste verso) do Senhor. Todas as necessidades da
vida são sanadas pela dedicação e o sacrifício das outras pessoas. Nós fomos
criados para sermos dependentes uns dos outros. O mundo foi chamado de uma
roda cósmica de ações cooperativas por Swami Chinmaynanda. Cooperação, não
competição, é a causa mais abrangente do progresso individual, como um bem na
sociedade. Nada vale a pena se quer ser alcançado sem a cooperação e ajuda
dos outros. O mundo será um lugar muito melhor se todos os habitantes
cooperarem e se ajudarem uns aos outros. É motivado egoisticamente o que
impede a cooperação, mesmo entre organizações espirituais. Aquele que pode
dizer verdadeiramente: “Todas organizações, templos, mesquitas, e igrejas são
nossas”, é um verdadeiro lidere e um verdadeiro santo. O justo, que come após compartilhar com os
outros, está livres de todos os pecados, mas, o ímpio, que cozinha o alimento
apenas para si mesmo (sem primeiro oferecer para Deus ou distribuir com os
outros), na verdade, come pecado. (3.13) Os
alimentos devem ser cozidos para o Senhor e ser primeiro oferecidos para Ele
com amor, antes e durante o consumo. As crianças devem ser educadas a rezar
antes de comerem. A regra do lar deve ser: não comer antes de rezar e
agradecer a Deus. O Senhor promove o estado divino que ajuda aos outros:
Os seres vivos são
sustentados pelos alimentos dos grãos; os grãos são resultados do sacrifício
do trabalho ou da obrigação realizada pelos lavradores e outros trabalhadores
do campo. A responsabilidade está prescrita nas escrituras. As escrituras vêm
do Ser Supremo. Assim, o Ser Supremo, que a tudo penetra, ou Deus, está
sempre presente no serviço livre de egoísmo. (.3.14-15) Aquele
que não auxilia para manter o movimento circular da criação em movimento,
pela obrigação sacrificial (Seva), e se regozija nos prazeres dos sentidos,
tal pecaminosa pessoa, vive em vão. (3.16) Um
grão de trigo será um simples grão a menos que ele seja deixado cair dentro
da terra e morrer. Se ele morrer então irá produzir muitos grãos (John
12.24). Santos, árvores, rios e terra são usados para o uso dos outros. De
qualquer forma, não há obrigações para alguém esclarecido, conforme explicado
abaixo: Para aquele que se regozija apenas com o Ser
Supremo, que se satisfaz com o Ser Supremo, e que está contente apenas com o
Ser Supremo, para tal pessoa auto-realizada não há obrigações. Para tal
pessoa não há interesse, seja qual for, no que fazer ou no que não fazer. Uma
pessoa auto-realizada não depende de ninguém, exceto Deus, para qualquer
coisa. (3.17-18) Todas as responsabilidades, obrigações, proibições, regulações e injunções são meios que conduzem à perfeição. Portanto, um yogi perfeito, que possui autoconhecimento, é desapegado, não tem nada mais para ganhar deste mundo para realizar obrigações materiais. |