Os escritos do Novo Testamento se utilizaram do grego coiné (comercial),
amplamente conhecido e utilizado no século I, como conseqüência
do império de Alexandre, o Grande. Esse idioma possuía muitos
recursos lingüísticos e precisão técnica, não
encontrados no hebraico, o que permitiu uma maior e mais rápida propagação
dos textos entre os povos (assim como o inglês moderno, nos tempos atuais).
O grego chegou a ser considerado pela Igreja Católica como a língua
do Espírito Santo.
O Novo Testamento tem como característica principal uma imensa quantidade
de escritos e evidências externas. Alguns manuscritos, entretanto, merecem
destaque. São eles:
Os papiros - produzidos quando o movimento iniciado pelos discípulos
de Jesus ainda era ilegal. Datam dos séculos II e III d.C. e constituem
valioso testemunho da veracidade do Novo Testamento, pois surgiram a apenas
uma geração dos autógrafos originais. Seus representantes
mais importantes são:
- p52 ou fragmento de John Rylands (117 - 118 d.C.) - encontrado
no Egito, contendo parte do Evangelho de João;
- p45, p46 e p47 ou Papiros Chester Beaty (250 d.C.) - contendo
quase todo o Novo Testamento (o p45 contém os Evangelhos e o
livro de Atos dos Apóstolos; o p46, a maior parte das cartas
de Paulo; e o p47, parte do Apocalipse);
- p66, p72 e p75 ou Papiros de Bodmer (175 - 225 d.C.)
- igualmente importantes, incluindo-se entre eles Unciais cuidadosamente impressos
e com muita clareza (o p66 contém parte do Evangelho de João
e data do ano 200; o fragmento p72 contém cópias de Judas
e de I e II Pedro; e o p75 contém a mais antiga cópia
do Evangelho de Lucas (175 a.C.).
Os Unciais - manuscritos em caracteres maiúsculos, escritos em velino
e pergaminho. Constituem os escritos mais importantes do Novo Testamento, dos
séculos III a V. Existem cerca de 297 Unciais, entre eles:
- Códice Vaticano - é o mais antigo dos Unciais (325
- 350 d.C.) e foi desconhecido dos estudiosos bíblicos até 1475,
quando foi catalogado na biblioteca do Vaticano; contém a maior parte
do Antigo Testamento (versão dos LXX) com os apócrifos e o Novo
Testamento em grego;
- Códice Sinaítico (Álefe) - data do século
IV e possui poucas omissões;
- Códice Efraimita - originou-se em Alexandria, no Egito, em
cerca de 345 d.C.;
- Códice Alexandrino - data do século V;
- Códice Beza ou Cambridge - cerca de 500 d.C.; é
o manuscrito bilíngüe mais antigo do Novo Testamento. Foi escrito
em grego e latim;
- Os Minúsculos - documentos escritos em caracteres minúsculos
que datam dos séculos IX ao XV, somando mais de 4000 documentos, entre
manuscritos e lecionários (livros muito utilizados nos cultos da Igreja,
que continham textos selecionados da Bíblia para leitura, incluindo
o Novo Testamento).