Biografia

1912 ~ 1982

 

 

Adoniran Barbosa

João Rubinato (vulgo Adoniran Barbosa), cantor, humorista, ator, compositor. Y Valinhos, SP, 6/7/1912 ~ V (parada cardíaca), São Paulo, SP, 23/11/1982. Aos dez anos, sua certidão de nascimento foi falsificada para 6/7/1910, a fim de que pudesse trabalhar, pois só com doze anos era permitido.

       Sétimo filho de Fernando e Elba Rubinato, imigrantes italianos da cidade de Veneza, começou a trabalhar, criança, na cidade de Jundiaí, ajudando o pai no serviço de cargas em vagões na E. F. São Paulo Railway (atual E. F. Santos - Jundiaí). Nesta cidade ainda trabalhou como entregador de marmitas e varredor em uma fábrica.

       Em 1924, a família muda-se para Santo André, SP e ali foi tecelão, pintor de parede, mascate, encanador, serralheiro, garçom, ajustador mecânico e vendedor.

       Aos 22 anos transfere-se para São Paulo e onde foi morar numa pensão.

       Nesta época já arriscava a compor, escrevendo Minha vida se consome (com Pedrinho Romano e Verídico) e Socorro (com Pedrinho Romano).

       Como cantor, foi tentar a sorte em vários programas radiofônicos até ser aprovado em 1933 no de Jorge Amaral cantando Filosofia, de Noel Rosa e André Filho.

       Em 1935, colocando versos na marchinha Dona boa de J. Aimberê, além de vencer o concurso de músicas carnavalescas da prefeitura de São Paulo, teve a sua primeira música gravada (com Raul Torres, na Columbia).

       Foi neste ano (1935) que passou a usar o pseudônimo Adoniran Barbosa. Adoniran veio de um amigo de boemia e Barbosa foi extraído do sambista Luiz Barbosa, que admirava muito.

       Por esta ocasião casou com uma antiga namorada, Olga e com ela teve uma filha, Maria Helena. O casamento não chegou a durar um ano. Em 1949 Adoniran casou-se novamente. Matilde de Lutiis foi sua companheira por mais de 30 anos e chegou até ser sua parceira em algumas composições.

Por cinco anos, atuando como cantor, animador e rádioator, trabalhou nas rádios Cruzeiro do Sul e Record. Nesta última, a partir de 1940 no programa Casa da Sogra de Osvaldo Moles, criou e atuou com sucesso vários personagens: Zé Cunversa (o malandro), Moisés Rabinovic (judeu da prestação), Jean Rubinet (galã do cinema francês), Perna Fina (motorista italiano), Mr Morris (professor de inglês) entre outros. Esta miscelânea de personagens viriam a influenciar no linguajar de suas composições futuras.

Junto com o Conjunto Demônios da Garoa (fundado em 1943 e que viriam a ser o seu maior intérprete) formou uma bandinha que animava a torcida nos jogos de futebol promovidos por artistas de rádio no interior paulista.

Participou como ator em vários filmes: Pif-paf (1945); Caídos do céu (1946); A vida é uma gargalhada (1950); O cangaceiro (1953); Esquina da ilusão (1953);  Candinho (1954); Mulher de verdade (1954); Os três garimpeiros (1954); Carnaval em lá maior (1955); A carrocinha (1955); Pensão da Dona Estela (1956); A estrada (1956); Bruma seca (1961); A superfêmea (1973); Elas são do baralho (1977).

Inspirado no samba Saudosa maloca (de Adoniran Barbosa), em 1955 Osvaldo Moles escreveu para o rádio o programa História das malocas (no ar até 1965 na Record), onde Adoniran interpretou com enorme sucesso o personagem Charutinho. O programa chegou a ser levado até para a televisão.

Por ironia do destino, através da interpretação dos Demônios da Garoa, sua música Trem das onze (paulistaníssima) venceu o concurso de músicas carnavalescas no quarto centenário da fundação do Rio de Janeiro, RJ.

Na televisão participou de novelas, como A pensão de D. Isaura na TV Tupi e programas humorísticos na Record de São Paulo, como Papai sabe nada e Ceará contra 007.

Seu primeiro disco individual (LP) só surgiu em 1973, onde interpretou músicas suas, inéditas e antigas. No total gravou três LP’s. Passou os últimos anos de sua carreira em esporádicos shows, restritos à região de São Paulo, sempre acompanhado pelo Grupo Talismã.

Adoniran, o grande representante da música popular paulistana, ganhou um museu, localizado na Rua XV de Novembro, 347. No Ibirapuera, um albergue de desportistas levou seu nome. Há um busto seu na Praça Don Orione (bairro do Bexiga). Virou também escola, praça, bar e no bairro do Jaçanã, há uma rua chamada Trem das Onze.

Principais composições: 

  • Abrigo de vagabundo, Adoniran Barbosa, 1959

  • Acende o candieiro, Adoniran Barbosa, 1972

  • Agüenta a mão, Hervê Cordovil e Adoniran Barbosa, 1965

  • Apaga o fogo Mané, Adoniran Barbosa,  1956

  • As mariposas, Adoniran Barbosa, 1955

  • Bom-dia tristeza, Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes, 1958

  • Despejo na favela, Adoniran Barbosa, 1969

  • Fica mais um pouco, amor, Adoniran Barbosa, 1975

  • Iracema, Adoniran Barbosa, 1956

  • Joga a chave, Osvaldo França e Adoniran Barbosa, 1952

  • Luz da light, Adoniran Barbosa, 1964

  • Malvina, Adoniran Barbosa, 1951

  • Mulher, patrão e cachaça, Osvaldo Moles e Adoniran Barbosa, 1968

  • No morro da Casa Verde, Adoniran Barbosa, 1959

  • O casamento do Moacir, Osvaldo Moles e Adoniran Barbosa, 1967

  • Pafunça, Osvaldo Moles e Adoniran Barbosa, 1965

  • Prova de carinho, Hervê Cordovil e Adoniran Barbosa, 1960

  • Samba do Arnesto, Alocin e Adoniran Barbosa, 1953

  • Samba italiano, Adoniran Barbosa, 1965

  • Saudosa maloca, Adoniran Barbosa, 1951

  • Tiro ao Álvaro, Osvaldo Moles e Adoniran Barbosa, 1960

  • Tocar na banda, Adoniran Barbosa, 1965

  • Trem das onze, Adoniran Barbosa, 1964  Trem das Onze com Demônios da Garoa (1964)

  • Viaduto Santa Efigênia, Nicola Caporrino e Adoniran Barbosa

  • Vila Esperança, Ari Madureira e Adoniran Barbosa, 1968

 


voltar