Biografia

1913 ~ 1985

Carlos Galhardo

Castelo Carlos Galhardi, cantor. Nasceu em Buenos Aires, Argentina em 24/4/1913 e morreu no Rio de Janeiro, RJ em 25/7/1985. Filho de italianos, Pedro Galhardi e Savéria Novelli, teve três irmãos. Dois nascidos na Itália, uma nascida no Rio de Janeiro.

Dois meses depois de seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e e logo após ao Rio de Janeiro.

Aos oito anos de idade, com o falecimento de sua mãe, o menino passa a viver com um parente no bairro do Estácio e aprende o ofício de alfaiate. Aos quinze anos torna-se já um oficial, apesar de não gostar do ofício. Chega até a abandonar os estudos (completou o primário) para dedicar-se à profissão.

Passou por várias alfaiatarias e numa delas trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem costumava ensaiar duetos de ópera.

Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa, de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na rádio Educadora do Brasil onde cantou Destino, de Nonô e Luís Iglésias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.

Seu primeiro disco solo é lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos Irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Ferreira.

Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas músicas suas tais como Para onde irá o Brasil, É duro de se crer, Elogio da raça (em dueto com Carmen Miranda), Pra quem sabe dar valor e Boas festas, esta última seu primeiro grande sucesso.

Passou cantando por várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.

Em 1935 estréia como cantor romântico com a valsa-canção Cortina de Veludo, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago e obtém grande sucesso.

Em sua carreira além de na RCA Victor, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil, cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).

Além das músicas carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de datas festivas, a exemplo: Boas festas, Boneca de Papai Noel e Lá no céu, Não mudou o Natal (temas natalinos), Bodas de Prata (em comemoração ao 25 anos de casamento), Mãezinha querida, Imagem de mãe, Dia das mães, Aniversário de mãezinha e Mamãezinha (dedicadas ao dia das mães), Papai do meu coração (dia dos pais), Tempo de criança (dia das crianças), Subindo, vai subindo, Olha lá um balão, Balão do amor (juninas), Valsa dos noivos, Para os noivos, Brinde aos noivos, Valsa dos padrinhos (para noivos), Valsa dos namorados (dia dos namorados), Quarto centenário (aniversário de São Paulo), Dentro da lua e 23 de abril (ambas para o dia de São Jorge) e Canção do trabalhador (1º de maio).

Participou dos seguintes filmes: Banana da terra, dirigido por J. Ruy (1938), Vamos cantar, de Leo Martins (1940), Entra na farra, de Luís de Barros (1941), Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga (1955), Metido a bacana, de J. B. Tanko (1957).

Em 1945, grava juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história infantil Branca de Neve e os sete anões, com músicas de Radamés Gnattali.

Em 1952 passa um ano apresentando-se em Portugal.

Em 1953 a Revista do Disco deu-lhe o slogan "Rei do disco". Também ficou conhecido como "O rei da valsa", título dado pelo apresentador Blota Junior e "O cantor que dispensa adjetivos".

Daí pra frente começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusive através da televisão.

Em 1983 fez a sua última apresentação no espetáculo Allah-lá-ô, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.

Carlos Galhardo faleceu com 72 anos e foi sepultado no cemitério de São João Batista, Rio de Janeiro, RJ.

Ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio.

Principais sucessos:

Allah-lá-ô, Haroldo Lobo e Nássara (1941)  
Allah-lá-ô com Carlos Galhardo (1941)
A você, Ataulfo Alves e Aldo Cabral (1936)
Boas Festas, Assis Valente (1933)
Bodas de prata, Roberto Martins e Mário Rossi (1945)
Cadê Zazá?, Roberto Martins e Ary Monteiro (1947)
Cortina de veludo, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1935)
Devolve, Mário Lago (1940)
E o destino desfolhou, Gastão Lamounier e Mário Rossi (1937)
Fascinação, F. D. Marchetti e Armando Louzada (1950)
Italiana, José Maria de Abreu, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1936) 
Lenda árabe, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Linda borboleta, João de Barro e Alberto Ribeiro (1938)
Madame Pompadour, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Maringá, Joubert de Carvalho (1957)
Mais uma valsa... mais uma saudade, José Maria de Abreu e Lamartine Babo, (1937)
Rapaziada do Brás, Alberto Marino (1960)
Salão grenat, Paulo Barbosa e Francisco Célio (1939)
Sei que é covardia, mas..., Ataulfo Alves e Claudionor Cruz (1938)
Será, Mário Lago (1945)
Velho realejo, Custódio Mesquita e Sady Cabral (1940)

  


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