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PROJETO BIONÉTICA
O
projeto Bionética é uma idéia
criada a partir de um grupo acadêmico da Universidade
Gama Filho onde havia como propósito, a criação
de um jogo de aprender.
Você deve estar se perguntando o que
RPG tem haver com educação? Tudo bem, no início
da década de 60 quando os Jogos de Estratégia
estavam em alta, ninguém iria imaginar o que aquilo
teria haver com educação. Porém, hoje
em dia não tem perdão, já esta na hora
de você saber que a filosofia de utilização
dos jogos cooperativos nas diversas áreas da educação
já é adotada por vários profissionais
da área há muito tempo e vem se desenvolvendo
cada vez mais. Os jogos como ferramentas de ensino podem oferecer
vantagens que uma aula corriqueira e comum de uma determinada
matéria não ofereceria. Como por exemplo: apresentação,
interação em grupo, técnicas de negociação
e até uma avaliação em forma de jogo,
que perde a característica de tensão muito comum
em avaliações.
Bem! A partir de agora já não esta tão
difícil compreender a ligação entre RPG
e Educação. Entre 1968 e 1973, Dave Wesley, Dave
Arnerson e Gary Gygax começaram a idealizar um jogo
de interpretação de personagem um tanto diferente
dos jogos de estratégia militar da época. Em
fim, todo esse processo deu origem ao que hoje conhecemos como
Dungeons&Dragons, o famoso D&D. Ou melhor, famosos
mesmo em território brasileiro foi apenas no início
da década de 80. Em fim chegava o RPG no Brasil, o primeiro
livro a ser lançado aqui mesmo foi GURPS Módulo
Básico, em 1990 pela editora Devir. Depois disso a GSA
lançou Tagmar e o Desafio dos Bandeirantes (sistemas
produzidos por brasileiros). Foi por volta de 1994 que o RPG
passou a se popularizar em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Tanto que se você perguntar para os jogadores veteranos
de RPG em que ano tiveram seu primeiro contato com o RPG, provavelmente
lhe responderam 1995. Em suma, o nascimento do RPG no Brasil
foi mais ou menos assim, como acabamos de ver, no entanto veremos
como o RPG ganhou espaço junto aos demais jogos cooperativos
utilizados na educação.
Já na década de 70 norte-americanos utilizavam
o RPG para avaliar a capacidade intelectual de estudantes com
QI acima da média. Profissionais da área de psicologia
e pedagogia trabalhavam juntos para descobrirem as vantagens
educacionais do RPG. BENG! Foi assim que tudo começou.
Hoje em dia já se ouve falar em “entertainment-education” que
se trata de um método de ensino a muito já usado
na Universidade do Novo México e que significa: educar
entretendo. No Brasil também esta sendo implantado o
RPG na educação podemos citar os trabalhos de
Marcos Tanaka, professor de educação física
em São Paulo (www.jogodeaprender.com.br), Rosângela
Basilli B. Mendes Valente, professora da 4º série
palestrante do Simpósio de RPG e Educação,
e Alessandro V.R. (www.cfh.ufsc.br/alevr), graduado em psicologia
em Florianópolis, aplicando RPG no ensino fundamental
e médio, além de crianças em situação
de risco.
Em fim, agora sabemos o que RPG tem haver com educação.
Mas isso não para por ai não... o RPG possui
características interessantes que nenhum outro jogo
possui. Daí a importância de se tratar de RPG
na educação separadamente de outros jogos cooperativos.
Vamos ver aqui algumas qualidades do RPG: creio que a maior
qualidade seja a possibilidade de se criar tanto um jogo dinâmico
como mais parado, podendo ser usado numa aula dinâmica
em forma de RPG Live-action ou mesmo numa sala de aula onde
os alunos devem permanecer sentados em forma de RPG Tradicional
(o velho conhecido dos jogadores). Além do que podemos
encontrar características como: cooperação
e socialização. Afinal de contas, um jogo em
grupo onde se exige interatividade entre os membros, é necessário
da parte dos jogadores o desenvolvimento das suas relações
sociais com os demais membros do grupo, assim como a capacidade
de cooperação e diálogo (saber a hora
de falar e a hora de ficar calado). Uma grande característica
do RPG é exatamente a vitória apenas por soluções
coletivas, não há competitividade direta (por
isso também é um dos poucos jogos permitidos
por astronautas em missões no espaço). Criatividade
e imaginação também é uma característica
muito forte nos jogos de RPG. A utilização deste
jogo na educação estimula a capacidade criativa
do jogador sem falar que o leva ao hábito de leitura
(os jogos de RPG são em geral compostos por livros recheados
de longos textos). A parte interpretativa do jogo leva ao desenvolvimento
da expressão oral e corpórea, o que é muito
importante dentro da educação, afinal, não
vale de nada uma boa interpretação de texto se
não houver uma boa capacidade de expressar aquilo que
vou compreendido do texto em questão. Em fim, deixo
como característica de jogo a resolução
de situações-problemas que é uma constante
no jogo, o que o torna interdisciplinar, pois reflete a vida
real, sendo verossimilhante e provável.
RPG
tem tudo em comum com a educação, afinal
de contas, como já dizia as leis do “entertainment-education”:
o ato de aprender não precisa ser necessariamente sofrido.
Podemos aprender se divertindo, brincando e porque não
jogando RPG?
TIAGO
ZEGUR
Bionética
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